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Sense Exalt Evo 2019 - Primeiras Impressões

No ano passado, durante o lançamento dos modelos 2019 da Sense, tivemos a grande surpresa de conhecer de forma bastante inesperada o novo modelo de all mountain da marca, a Sense Exalt, em duas versões: Evo e Gold Edition.

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    Pedro Cury

Nesta última semana tivemos a oportunidade de finalmente testar a Sense Exalt Evo, num evento exclusivo da marca em Cape Town (África do Sul), já que na época do lançamento a bike era apenas um protótipo.

Ficha Técnica

Quadro: Sense All Mountain Full Carbon 
Suspensão: Fox Float 29 140mm 15 X 110
Amortecedor Traseiro: Fox Float Dps
Caixa De Direção: Fsa Integrada
Guidão: Ritchey Trail Wcs 740mm
Avanço: Ritchey Wcs 4 Axis 70mm
Manopla: Sense
Canote: Sentec Dropper 31.6 150mm
Selim: Fizik Gobi
Trocador Direito: SRAM Gx Eagle 12v
Freio Dianteiro: SRAM Guide R
Freio Traseiro: SRAM Guide R
Disco Dianteiro: SRAM Centerline 180mm
Disco Traseiro: SRAM Centerline 160mm
Câmbio Traseiro: SRAM Gx Eagle 1 X 12
Movimento Central: SRAM Pf30
Pedivela: SRAM Stylo Eagle 32t
Corrente: SRAM Gx Eagle 12v
Cassete: SRAM X-glide 1275 10 X 50
Roda Dianteira: DT Swiss M1700
Roda Traseira: DT Swiss M1700
Pneu: Schwalbe Nobby Nic 29 X 2.35
Câmara: Chaoyang
Peso divulgado: 12.7 kg
Garantia: Quadro 5 anos inclusive uso em competição
Preço: R$ 25.990,00

O Projeto

Para quem ainda não sabe, a Sense comprou em 2018 a Swift Carbon, uma empresa sul-africana especializada na produção de quadros de carbono - a Exalt foi produzida com toda a experiência dessa marca.

Durante a viagem, tivemos a oportunidade de conhecer o escritório de Mark Hopkins, um dos responsáveis pelo projeto da Exalt. Na ocasião conseguimos ver os projetos iniciais da bike ainda na tela do computador, com diversas simulações e também os protótipos iniciais

Sua empresa possui muitas ferramentas avançadas para produzir protótipos e pequenas peças, incluindo impressoras 3D, máquinas de CNC e até mesmo um pequeno forno para produzir peças de carbono.

Impressões Iniciais

O quadro tem um visual moderno e clean, com tubos saindo do tradicional perfil redondo para algo mais hexagonal. A bike possui 140mm de curso na suspensão dianteira e 135mm na traseira, com geometria moderna e construção bem detalhista. Ela também tem suporte para caramanholas de todos os tamanhos.

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    Pedro Cury

Equipada com GX Eagle de 12 velocidades, a Exalt utiliza uma suspensão Fox Float 34 e em shock Fox Float DPS para amortecer os impactos. O sistema pode ser controlado remotamente com uma alavanca no guidom, com o banco podendo ser baixado com um canote dropper feito pela Sentec.

Segundo o pessoal da Sense, a bicicleta é voltada para o público que quer uma bike capaz nas subidas e boa nas descidas, ideal para o ciclista que quer se divertir sem perder a possibilidade de ter um bom desempenho.

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    Pedro Cury

Outro segredo da proposta é a cinamética da suspensão traseira que conta com valores de anti-squat maiores na área do SAG para evitar movimentos indesejados durante a pedalada e menor perto do fim do curso para suprimir o pedal kickback. Quando falamos em anti-rise, a Sense afirma ter utilizado números elevados, baixando a traseira da bike durante frenagens fortes para estabilizar a geometria durante descidas inclinadas.

Além disso, o projeto conta com uma curva de compressão bastante progressiva, criando um pacote com uma boa leitura de terreno e bastante resistência ao fim de curso. A equipe de desenvolvimento nos explicou que, graças a curva de progressão acentuada da suspensão traseira, o modelo pode receber garfos de 150mm e até 160mm, além de ter espaço para amortecedores com piggyback - podendo ser uma boa opção para provas de enduro mais técnicas.

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    Pedro Cury

Feito com fibras Mitsubishi, a Exalt já utilizam o padrão boost de espaçamento de eixos, com rodas Sentec Evo e pneus Schwalbe Racing Ralph 2.25 na Exalt e as incríveis DT Swiss XCM 1200 na Gold Edition com pneus Schwalbe Nobby Nic na Gold Edition.

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    Pedro Cury

Segundo a Sense, a versão final da bike ainda vai contar com alguns refinamentos, como um limitador no top tube para não deixar o guidom girar e atingir o quadro e a possibilidade de mais um suporte de caramanhola.


Geometria

A Exalt é certamente um produto na nova escola de geometrias "longas, baixas e deitadas" cada vez mais encontra em bikes de todas as modalidades. No papel, a bike definitivamente cai no que podemos considerar como moderno, mas sem números extremamente extravagantes quando falamos em alcance e ângulo de caixa.

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No tamanho M, a Exalt tem 445mm de alcance e 67 graus de caixa. Segundo a equipe de desenvolvimento, a ideia foi criar uma bike capaz em terrenos técnicos mais sem exageros. Além disso, a engenharia ainda explicou que bikes super longas exigem que o piloto movimente-se muito para colocar o peso no eixo desejado - algo que só funcionaria bem para ciclistas experientes e em boa forma.

Outros detalhes como o chain-stay curto de 439mm, o entre-eixos de 1185mm, o tubo do selim com 75.5 graus e central com rebaixo de 33.5mm colocam a Exalt em um patamar bem semelhante a boa parte das bikes de trail com mais curso e das all-mountain modernas, mas ainda ficando abaixo de um modelo completamente focado no Enduro - algo que nos parece bem adequado para uma ampla gama de praticantes do MTB.

O Teste

Tivemos a oportunidade de pedalar a bike em 4 situações diferentes durante a semana que passamos em Cape Town. Dessa maneira, foi possível fazer este primeiras impressões, mas ainda precisaríamos de mais tempo e situações para um teste completo.

Vídeo



Pedalamos por duas vezes a noite e duas vezes de dia. Tivemos a chance de andar em diferentes terrenos, incluindo uma trilha com bastante pedra, outra menos técnica um pouco (porém mais inclinada) e uma mais plana, mas com muitas curvas bem construídas, como se fosse uma pump track em descida, bem flow.

Subindo

A Exalt sobe muito bem, como era de se esperar pelo seu ângulo do tubo do selim de 75,5 graus. Basta se manter sentado e em cadência constante que a bike encarou quase todas as subidas sem perder tração na traseira.

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    Pedro Cury

Para completar, a trava do guidom aciona tanto a suspensão dianteira quanto a traseira, bloqueando-as completamente - característica muito bem vinda para quem precisa pegar subidas lisas de terra ou asfalto.

Tivemos poucas situações de subidas muito íngremes e escorregadias, então precisamos ainda testá-la nessa situação em especial.

Descendo

Como uma boa bike de all mountain, era nas descidas que queríamos ver o potencial da Exalt e foi aqui que ela nos agradou bastante.

A bike se manteve muito estável por todas as trilhas que passamos, com um funcionamento muito equilibrado e previsível. Mesmo com um curso abaixo de bikes de enduro, as suspensões se mostraram bem progressivas e eficientes. Não tivemos tempo de fazer um "fine tuning" mais detalhado, mas acreditamos que esse comportamento pode melhorar ainda mais.

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    Pedro Cury

Não tivemos a chance de testar em situações mais casca grossas, com pista bem inclinada e muito técnica. Porém, na trilha de pedras, a bike fluiu muito bem, com retomadas rápidas que agradaram.

Já na trilha menos inclinada, mas com muitas curvas, a Exalt surpreendeu bastante. É possível deitá-la bastante nas curvas, sem perder tração, mesmo com pneus que não são os tops de linha.

Falando dos pneus, tivemos um furo por espinho, mas não com snake bites. Mas, durante o teste da Sense Impulse E-Trail, descobrimos que esse pneu pode não agradar os atletas mais extremos que andam forte em trilhas com pedras pontudas, principalmente por conta do risco de cortes.

Quem quer um comportamento mais extremo, também vai questionar o guidom de 740mm de largura e o avanço de 70mm. Não tivemos situações que eles atrapalharam, mas seria legal ver um guidom de pelo menos 760mm e um avanço de 50mm ou menor.

Outro ponto que não gostamos, foi o punho de silicone sem lock. Não nos gerou qualquer problema, mas pareceram escorregadios sem luvas e podem ser imprevisíveis com tempo chuvoso. Enfim, podem até não dar problema, mas não combinam com a bike.

Conclusão

A Sense Exalt conseguiu cumprir com o que se propôs: ser uma bike de all mountain versátil e que pode atender diversos usos. Trata-se de uma bike que sobe bem e desce muito bem, com uma pilotagem que realmente agradou. O pessoal mais extremo poderá sentir falta de um cockpit e pneus mais robustos, mas também terão um ótimo quadro que permite uso de suspensões maiores.

Mais informações no site oficial da Sense Bike.

Piloto: Pedro Cury - Perfil no Strava


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