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Isabella Lacerda defende-se de acusação de doping nas redes sociais

A ciclista Isabella Lacerda, que foi provisoriamente suspensa no começo deste ano por alterações em seu passaporte biológico e que teve uma punição de 4 anos anunciada pela UCI postou em sua contado Facebook um texto defendendo-se das acusações.

Em sua defesa, a ciclista afirma que a UCI não analisou sua defesa, afirmando mais uma vez que foi amplamente testada e que não tem condições financeiras de recorrer da decisão da UCI no Tribunal Arbitral Internacional. Confira abaixo o depoimento na íntegra.


Nota de Esclarecimento.

Venho travando uma batalha com a UCI durante todo o processo administrativo instaurado por ela, mas nessa sexta-feira, 18 de agosto, meu nome foi incluído na lista de suspenções me impedindo de competir.

Durante todo o processo, forneci todas as provas da minha inocência, com atestados médicos e provas robustas, mas a UCI não levou nada em conta, mas com base em uma hipótese acadêmica, fornecida por seus subordinados, condena-me sumariamente com base em suposições. Todos os direitos humanos são desrespeitados pela instituição. A UCI elabora a norma, ela mesma procede o andamento processual e ela mesma julga com base no seu livre arbítrio, ou seja, não há defesa, mas sim uma mera representação de oportunidade de defesa, sendo que a condenação já está prevista e imodificável, porém ainda posso entrar no Tribunal Arbitral Internacional, mas tenho que arcar com todos os custos extraordinários com advogados e peritos, os quais não tenho como fazer.

Assim, a UCI acaba com o que se conhece de princípio da presunção da inocência. Se quiser, gaste o que você tem e o que não tem, e vai buscar uma defesa no TPI (tribunal já citado). E mais, não sou uma exceção, a música é essa, sofre o atleta que não tem uma base financeira forte. Fica aqui a minha indignação, com o tratamento negligenciado por parte das instituições, que, em tese, deveriam fomentar o esporte, mas parece que só querem punir com olhos vendados, sem o mínimo de pudor.

Durante todo o ciclo olímpico fui a única atleta do MTB feminino testada fora das pistas, onde preenchia todo trimestre, o endereço de onde estava, onde dormiria e um horário para que pudessem me encontrar nesse local para caso quisessem realizar um exame antidoping, e assim, todos meus exames foram NEGATIVOS para qualquer substância.

Quem acompanha minha carreira presenciou como foi complicado os dois últimos anos. Sofri uma queda forte nos EUA batendo a cabeça e o peito no chão que gerou um edema no osso esterno e precisei ficar afastada dos treinos e competições por 20 dias. Fiquei doente várias vezes precisando ser medicada e para completar e piorar, ainda fui contaminada pelo vírus da dengue.

Eu não era a líder da seletiva olímpica, também não era a atual Campeã Brasileira e não estava ganhando quase nenhuma prova devido a tantos problemas de saúde. Precisei abandonar competições por não conseguir sequer pedalar, perdendo também a chance de ir para as Olimpíadas.

Fico de um lado, triste pelo tratamento desrespeitoso, mas, em um país que não há educação, saúde, probidade e, acima de tudo, respeito, o que se pode esperar?! De outro lado, fico feliz pelo apoio que recebi de todos, isso não tem preço. Respeito é tudo.
Deus nunca falha, e é na justiça Dele que eu confio!

Seguimos. A luta nunca para, só um dia...


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