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Conheça as rodas 29 - 1a parte

Como começou?

Em 1999, o lendário Gary Fisher apresentou no Inter Bike (Feira Internacional de Bicicletas nos USA) a primeira Mountain Bike aro 29 de série. Era um protótipo que só entraria no mercado dois anos mais tarde.

A Sugar One 29er não agradou os críticos do MTB mundial, mas chamou atenção. Afinal, tudo que é novo é uma incógnita. Passados anos, a "roda gigante" foi ganhando elogios de muitos adeptos e fieis a Gary Fisher, o que valorizou o modelo da bike e empolgou a própria empresa.

Acreditando no sucesso, algumas marcas começaram a fabricar poucas unidades do lado oeste dos Estados Unidos. Desde então, a proliferação das 29er's tem se alastrado nas principais áreas do MTB americano: Colorado, Utha, Nevada, Arizona, além da Califórnia. Até agora está dando certo e o mercado já começa apostar neste novo tipo de bicicleta.

Temos que ressaltar que a marca Moots também esteve apoiando Gary Fisher desde época quando iniciou a "loucura".


Fabricação das peças e quadros


A principal dúvida estava na fabricação das peças, se os fabricantes iriam produzir em série para abastecer a demanda. A princípio, Gary Fisher assumiu um lote de peças para reposição, afinal, ele estava apostando todas as fichas. Sendo assim, algumas marcas ficaram responsáveis pela fabricação dos aros, pneus, câmaras de ar e algumas suspensões.

Perguntas surgiram: "...se os cubos seriam os mesmos?" Sim! A mesma coisa para os raios, mas com medidas diferentes. "E as suspensões?" Apenas a Rock Shox assumiu na época. Mas hoje já temos as grandes Marzocchi e Manitou, além de outras empresas menores.

Com todas essas dúvidas resolvidas, abriu-se um grande espaço para os pequenos fabricantes que fazem quadros sob encomenda e engenheiros-amantes das bikes, que gostam de fazer os quadros artesanais e porque não, novamente, sob encomenda.

Nos Estados Unidos tem uma legião deles, que já criaram e até registraram suas marcas somente de aros 29er, proporcionando uma série de modelos fantásticos que apresentaremos na segunda parte desta matéria.

No meio deste confronto saudável, as pequenas empresas estão pedalando na frente. Já que a maior demanda das bikes são sob encomenda pelo simples fato dos bikers possuírem 90% das peças. Enfim, trocam-se apenas os aros, raios, pneus, câmaras de ar e o quadro - muitos já vêm como garfo. Parece muitas, mas não são.


Comparações das duas rodas


Aqui no Brasil só temos conhecimento de apenas uma MTB original aro 29, localizada na região da Chapada Diamantina-BA. É uma Gary Fisher.

Como todos nós brasileiros possuímos uma bike 26, falaremos mais das vantagens que as 29er oferecem. Caso alguém esteja lendo esta matéria e tenha uma MTB 29er, contate-nos.

A primeira foto mostra duas Paragons lado a lado para que vocês tenham uma noção das diferenças visuais. O tamanho da roda é melhor em situações e em condições diferentes. Essa é a primeira comparação verdadeiramente objetiva entre a 26er e a 29er.

P.S. Ambas bikes são do mesmo modelo de quadro em tamanho. Altura do movimento central em relação ao chão proporcionalmente sobe.

Na realidade, as bikes 29er's são difíceis de achar e comprar porque são poucos lojistas que acreditam na venda imediata. Nas revendedoras oficiais dos fabricantes nos USA, pode-se encomendar qualquer uma. Aqui no Brasil ainda não temos conhecimento das bikes pelas distribuidoras.


Vantagens X Desvantagens


A briga é boa quando coloca-se as duas juntas. E a pergunta fica no ar, o que tem de bom, mal, feio e bonito nas bikes 26 para 29?

A medida 29 é idêntica ao pneu de speed 700c. Com isso o biker tem a opção de pedalar em estradas "tranqüilamente" como ciclistas, sem por pneus finos. O chain stay mesmo sendo mais comprido oferece um design igualável, pois a roda é proporcional devido ao acabamento de alguns fabricantes.

Muitos usuários usam como segunda opção rodagens de ciclismo e ciclocross, e aprovam. Essa é um dos pontos fortes da bike: o desenvolvimento no asfalto é fantástico. Fato curioso é a suspensão dianteira, não precisa usar cursos altos. O mais recomendado é 80mm. Os fabricantes de suspensões já disponibilizam 100mm, mas fica ruim a pilotagem, segundo os usuários mais técnicos.

Nas trilhas a 29er dá uma sensação de segurança pela altura e conforto, justamente pelas rodas. Em relação às 26, ela perde somente em peso e agilidade, pois quanto menor o aro mais ágil a bike fica.

As rodas de maior diâmetro têm os pneus de maior volume, que fornecerá menores ângulos de impacto contra os obstáculos, além de um maior contato ao solo. O volume do pneu permite o biker usar uma pressão mais baixa que promove uma melhor tração em areia suave e macia, pedregulho e cascalho, caso exista a necessidade.

Nos quesitos lama, areia, grama, pedra e buracos, ela supera as 26 pela versatilidade. A velocidade aumenta no singletrack, no uphill e no cross country. Outro fator determinante é o uso para provas como maratonas, e as longas de 12 e 24 horas. Quando se fala em all-mountain, ela sai muito bem. Está sendo a queridinha da galera que gosta de fazer enduro.

Mas para o ciclista que for pequeno, ela não é recomendada, mesmo sendo a medida 15.5", porque ele sentirá uma diferença na altura e na pedalada. Principalmente em subidas de tração, onde terá que pedalar mais. O quadro pode ser usado por qualquer um, mas a maioria dos fabricantes recomendam ciclistas de média e alta estatura.

P.S. Essa análise da tração foi feita para um XC semi e profissional.


Principais marcas do mercado


A Gary Fisher oferece a maior linha de bicicletas do mercado com sete modelos.

Uma empresa que também aposta na "roda gigante" é a européia Be One Bikes, que também tem uma linha específica, a Two Niner. A Orbea também já apresenta alguns dos modelos. Outra que entra firme é a antiga fábrica Airbone Bikes, que mudou para Flyte Bikes.

Mas quem causou impacto foi a Intense, que deu as boas vindas com o modelo Spider 29er, a primeira com a tecnologia VPP (Virtual Pivot Point).

Aguardem a segunda parte com outras surpresas...

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Autor

Guiné

Colunista

Guiné é colunista do Pedal.com.br e compete desde os 4 anos de idade.


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