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Equipes de suporte neutro temem confusão com volta de freios a disco

Quem anda de bicicleta sabe que um furo no pneu é simplesmente questão de tempo, e isso vale para todos, do amador ao profissional. Porém, quando o assunto é o pelotão do Tour de France, por exemplo, uma troca rápida de roda pode significar a diferença entra vestir ou não a camisa amarela.

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Por isso, a volta dos testes com freios a disco, novamente autorizadas para esta temporada pela UCI, está deixando as equipes de suporte neutro preocupadas. O motivo é simples: com inúmeros tamanhos de disco e sistema de fixação, o risco de simplesmente não ter a roda correta para um ciclista em problemas cresce exponencialmente.

Felizmente, o início da temporada, que acontece entre os dias 14 e 22 de Janeiro no tour Down Under, na Austrália, não promete grandes complicações, já que a maioria das equipes pretende utilizar freios tradicionais. Porém, mais para frente na temporada, provas como a Paris-Roubaix muito provavelmente verão muitos times optando por discos, seja por vantagem competitiva ou pressão do patrocinador.

"Hoje, não existe um padrão para bicicletas equipadas com freio a disco e espera-se que isso cause dores de cabeça para o suporte neutro", disse Butch Balzano, chefe do Suporte Neutro da SRAM, em uma recente entrevista ao site Cyclingnews

"Freios a disco vem em diferentes tamanhos -140mm e 160mm e as rodas podem ser presas por blocagens tradicionais ou eixos passantes. Leve ainda em conta duas medidas de eixo - 12mm e 15mm - e cassetes para Shimano/SRAM e Campagnolo. São muitas combinações para carregar", continuo Balzano.

Segundo ele, a grande dificuldade é saber exatamente que roda pegar antes de sair de dentro do carro, já que alguns detalhes como o tipo de eixo ou o tamanho do disco só podem ser vistas quando se chega mais perto da bicicleta. "É extremamente frustrante correr para um atleta com a roda errada, mas você não consegue sair do carro carregando seis rodas diferentes", explicou.

Freio raspando

Para completa, Balzano ainda levantou outra questão: o posicionamento do disco de freio em relação a pinça. Em uma roda com freio convencional, ajustar um freio que está pegando é muito simples, já que o aro sempre está posicionado mais ou menos no mesmo lugar em todas as bicicletas e sempre no centro da ferradura. Com isso, trocar de roda não causa um grande desajuste no freio.

Já com os sistemas de disco, não existe uma localização exata para as peças. Isso quer dizer que, ao trocar de roda em uma emergência, o disco de freio pode começar raspar nas pastilhas e a única forma de solucionar o problema é realinhar a pinça - uma tarefa impossível de ser feita rapidamente.

"Você consegue regular um freio de aro pela janela do carro, já que ele tem acesso fácil. Já os freios a disco estão na parte de baixo, bem perto da estrada. Não tem como chegar neles e as pinças ficam a centímetros dos raios girando em alta velocidade. Você não deve nem colocar a mão perto!", finalizou Balzano.

De uma forma ou de outra, o avanço da tecnologia dos freios a disco parece inevitável. Porém, parece que ainda teremos uma longa curva de aprendizado e padronização dos componentes antes que todo o pelotão possa utilizar o moderno e eficiente sistema.




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