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TSW e-Quest 2024 - Primeiras impressões das novas elétricas de carbono

Durante evento de lançamento, pedalamos as novas elétricas de alto desempenho

Na última semana, a equipe do Pedal.com.br teve a oportunidade de participar do lançamento da linha de mountain bikes TSW 2024. Durante o evento, além de conhecer o novo posicionamento da marca, Gustavo Cebo e Pedro Cury pedalaram diversas novas bicicletas do fabricante, inclusive as novas e-Quest, gama de mountain bikes com pedal assistido, quadro de fibra de carbono e suspensão integral.

Nova TSW e-Quest 2024
Nova TSW e-Quest 2024    Pedro Cury

Todas as bicicletas da linha são produzidas ao redor do mesmo quadro de fibra de carbono full-suspension, com 160 mm de curso de suspensão na dianteira e 150 mm na traseira, extraídos de um sistema horst-link com um shock montado na vertical, no padrão trunnion.

Um quadro, três configurações

Para sua nova linha, a e-Quest será oferecida em três configurações: a mais avançada vem equipada com transmissão SRAM X0 Eagle, motor Shimano EP8, garfo Rock Shox Lyrik Ultimate Flight Attendant AXS, shock Super Deluxe Flight Attendant AXS e canote Reverb AXS, enquanto a intermediária utiliza um motor EP8, garfo RockShox 35 TK, shockSuper DEluxe Select +, com uma relação Shimano XT Di2 12V com tecnologia Free Shift, que troca as marchas enquanto você não está pedalando.

Shimano XT Di2 12 com Free Shift
Shimano XT Di2 12 com Free Shift    Pedro Cury

As duas bikes citadas acima possuem bateria de 630Wh. Além disso, existe uma terceira versão, ainda mais simples, equipada como motor Shimano EP6, transmissão Shimano Deore 12V e bateria de 504W/h, com a mesma configuração de garfo e shock da opção intermediária

Durante um dia, pedalamos a versão intermediária da bike amplamente, realizando diversas “quedas” em diferentes trilhas do Chácara Bike Park, com duas configurações de pressão de pneus. Também andamos com a versão mais simples da e-Quest, porém ficamos menos tempo com ela.

Certamente, a versão mais avançada da bicicleta foi a estrela do evento e, por conta disso, não conseguimos andar com ela o suficiente para realizar qualquer tipo de avaliação consistente.

Vídeo - TSW e-Quest no Chácara Bike Park



Visual

Não há como negar que, do ponto de vista do visual e do acabamento, a TSW evoluiu bastante nos últimos anos, e a nova linha e-Quest é uma prova disso. Em suas três versões, a marca parece ter acertado na combinação de cores e no posicionamento dos grafismos.

Versão mais avançada da e-Quest
Versão mais avançada da e-Quest    Pedro Cury

Na versão mais avançada, o preto dominou, dando para bike um acabamento bastante sóbrio, típico de produtos de linha premium. Na versão intermediária, o preto foi combinado com o chama laranja “racing” da TSW, mas apenas na parte superior do top-tube, nas letras e em detalhes da bateria, criando um visual agressivo, mas sem exageros - em nossa opinião, essa é a versão mais bonita da bike.

Nova TSW e-Quest 2024
Nova TSW e-Quest 2024    Pedro Cury

No modelo mais básico, a sobriedade volta a imperar, com a TSW optando pela clássica combinação de preto e cinza, divididos de maneira bem proporcional pelo quadro.

Versão mais básica da e-Quest
Versão mais básica da e-Quest    Pedro Cury

Em todas as configurações, a bike tem uma pegada agressiva, com o tubo superior descendo bastante para criar um bom stand-over, com uma divisão antes de chegar ao tubo do selim que dá um toque de personalidade para a e-Quest.

Geometria

Assim como foi dito em nossa matéria sobre o evento de lançamento da linha 2024 da TSW, o fabricante parece ter feito a lição de casa em diversos componentes de suas novas bikes, e o mesmo pode ser visto nos números de geometria da nova linha e-Quest.

Geometria TSW e-Quest 2024
Geometria TSW e-Quest 2024

No geral, a TSW fez pequenos ajustes de geometria em relação a versão anterior da e-Quest, sendo que as maiores diferenças ficaram no stack, com a nova bike sendo bem mais alta, e na inclinação do tubo do selim, que passou de 74.5 para 76 graus na geração mais atual da bicicleta, facilitando as pedaladas montanha acima.

Os valores de alcance seguiram praticamente inalterados. O tamanho M, por exemplo, foi de 456.4 mm para 456 mm, enquanto o L foi de 458 mm para 453 mm. Nesses dos tamanhos, a bike ficou um pouco menor. No tamanho S, o “encurtamento” foi mais agressivo, enquanto a bike na medida 21 foi de 510 mm para 520 mm de alcance.

Quando falamos em caixa de direção, apenas uma pequena mudança, com o ângulo indo de 66 para 65.5 graus de inclinação, sempre um ponto positivo em altas velocidades e inclinações acentuadas. Fechando o pacote, a TSW encurtou a rabeira da nova e-Quest, e também rebaixou o central em 10 mm, melhorando a agilidade e a estabilidade nas curvas.

No geral, achamos a geometria da nova e-Quest bastante adequada para a realidade da imensa maioria das trilhas brasileiras, que mesmo nos rolês mais agressivos costumam pedir bikes com números não muito exagerados, já que em poucos lugares vamos encontrar obstáculos que realmente exijam uma bicicleta enorme e com a caixa super aberta.

Andando com a nova e-Quest

Ao subir na nova TSW e-Quest pela primeira vez, antes mesmo de conferir seus números de geometria, nos sentimos “em casa”, e essa impressão se estendeu por todo o tempo em que pedalamos com a bike. Tanto é verdade que, depois de uma pequena volta de reconhecimento de percurso, conseguimos soltar totalmente os freios da elétrica, atacando as trilhas do Chácara Bike Park de maneira super agressiva, logo de cara.

Nova TSW e-Quest 2024
Nova TSW e-Quest 2024    Pedro Cury

Além disso, a bike foi avaliada usando pedais de encaixe, com a sapatilha Shimano AM903, sapatilha para enduro e downhill que testamos recentemente.
E também com um pedal flat Oxxy ALLRide, utilizando uma sapatilha Specialized 2FO Roost.

Apesar do Chácara Bike Park ter trilhas de flow, com velocidade mais elevada, usamos as subidas do percurso de XCO do Desafio dos Gigantes para testar a bike em condições mais travadas e, mesmo nelas, não sentimos a e-Quest lenta e pesada.

Nas curvas, o central relativamente baixo e a boa distribuição de peso proporcionaram uma ótima estabilidade e, mesmo nos saltos, conseguimos “brincar” com a elétrica. Apesar de não ser uma bicicleta leve, ela voa (e aterriza) de maneira bastante agradavel.

Suspensão - Na versão intermediária e na mais básica do modelo, o garfo RockShox 35 Silver, com sua mola pneumática SoloAir e seu cartucho TK, funcionou de maneira convincente. Há alguns meses, avaliamos a versão com mola de metal do modelo e, certamente, a versão a ar se mostrou bem mais competente, ao menos nas trilhas mais lisas que fazem parte do Chácara Bike Park.

Apesar de não ser um modelo super avançado, o peso adicional da bike elétrica acaba melhorando até a leitura de terreno do garfo, já que a relação entre massa suspensa (a bike), e a não suspensa (rodas e pneus), é mais favorável do que em uma bicicleta convencional.

Além disso, em um salto, levamos o garfo ao limite depois de lançar longe demais e aterrizar com a roda da frente, no flat, quase tomando um “over the bars”. Mesmo assim, sentimos um curso bem progressivo, sem pancadas fortes no final, o que provavelmente ajudou a evitar um tombo.

Nova TSW e-Quest 2024
Nova TSW e-Quest 2024    Pedro Cury

Mesmo assim, seria legal ver a bike equipada com um garfo mais avançado, já equipado com cartucho motion-control como a 35 Gold RL, já que a diferença de funcionamento entre ele e o TK é significativa, principalmente em trilhas mais esburacadas.

Assim como a dianteira, a suspensão traseira, equipada com o shock Super Deluxe Select + com pigback, também funciona super bem, com um curso suave e progressivo. O grande botão de ajuste também facilita bastante acertar o retorno, mesmo durante a trilha. Com fácil visualização, ele evita aquela situação chata de ficar contando cliques para saber onde sua regulagem está.

Acabamento de bom gosto e com personalidade TSW
Acabamento de bom gosto e com personalidade TSW    Pedro Cury

Para o teste, ajustamos a dianteira e a traseira da bike com cerca de 25% de Sag, com o retorno na traseira um pouco mais lento para evitar ser jogado para frente nos pulos, principalmente depois de “varar” recepção no incidente citado acima.

Pneus - Equipada com pneus Vittoria e-Martello com 2.6’’ na dianteira e um e-Mazza 2.40’’ na traseira, ambos Graphene 2.0 e específicos para elétricas, a e-Quest também nos passou bastante confiança nas curvas. Vale dizer que nosso piloto de testes utiliza um Maxxis Assegai 2.6’’ em sua bike pessoal, então a referência de desempenho é válida.

Pneus ótimos para o terreno do Chácara Bike Park
Pneus ótimos para o terreno do Chácara Bike Park    Pedro Cury

Em um primeiro momento, avaliamos a bike com os pneus mais cheios, configuração ideal para curvas com parede do Chácara. Vale destacar que, apesar de não aparecer muito nas fotos, a pista do parque (ao menos do dia que andamos) tinha uma pequena cobertura solta em vários pontos, o famoso “loose over hard”, sempre um desafio de tração para qualquer pneu e terreno “favorito” do e-Martello.

Em um segundo momento, avaliamos a bike com pneus mais vazios e, mesmo sofrendo com um pouco de flexão, eles se comportaram bem, provavelmente por conta dos largos aros de 35mm que equipam todas as configurações da e-Quest.

Freios - O Chácara Bike Park não é um bom lugar para avaliar freios, mas mesmo assim achamos que vale a pena comentar que, ao menos nas suas versões mais simples, a e-Quest vem equipa com discos para pastilhas de resina. Isso quer dizer que, apesar dos freios terem 4 pistões, fazer um upgrade para pastilhas metálicas, que resistem muito melhor ao fade, vai exigir uma troca de rotores.

No geral, porém, eles funcionaram muito bem e, ao menos na condição em que foram utilizados, eles não sofreram nenhum tipo de fade ou falta de potência. As bike testadas veiram equipada com freios SLX (intermediária) e MT 401 (básica), ambos com 4 pistões.

Motor e transmissão - Via de regra, o funcionamento do EP8 e do EP6 é idêntico, com ambos os motores oferecendo força e torque o suficiente, com a pedalada natural que já conhecida dos sistemas elétricos da Shimano.

A essa altura do campeonato, o ótimo funcionamento do Doere de 12 velocidades que equipa a e-Quest mais simples dispensa apresentações. Por isso, vamos focar a avaliação na “vedete” da bike, a transmissão Shimano XT Di2 com tecnologia Free Shift, que troca as marchas da bicicleta sem que você pedale, mantendo sempre uma relação onde o piloto vai encontrar uma cadência adequada.

Transmissão agradou com trocas sem pedalar
Transmissão agradou com trocas sem pedalar    Pedro Cury

O sistema pode atuar de forma manual ou automática. Isso quer dizer que, ao sentir a bike embalar em uma descida, ou ao ver uma rampa inclinada surgindo na sua frente, você pode trocar as marchas sem pedalar a bicicleta, antecipando-se à situação.

Além disso, com o modo automático ativado, a bicicleta troca as marchas sempre que a velocidade muda. Vale destacar que o Auto Shift, que troca as marchas automaticamente mesmo enquanto você está pedalando, só está disponível na versão 11V do XT Di2, que tem construção mais reforçada, com tecnologia Linkglide.

Nova TSW e-Quest 2024
Nova TSW e-Quest 2024    Pedro Cury

Infelizmente, como o teste foi curto, tivemos dificuldade em nos aprofundarmos no sistema, já que tinhamos que pensar ativamente para utilizar seus recursos: não é rápido desligar um cérebro acostumado há 30 anos com trocas de marcha manuais. Porém, nas situações em que sentimos o sistema trabalhar, ou quando trocamos as marchas sem pedalar, o funcionamento foi ótimo e não é dificil imaginar diversas situações onde ele pode ajudar.

Conclusão

A TSW Bike acertou a mão com sua nova linha de elétricas, e a linha e-Quest nos pareceu ser bem acertada, com atributos para ciclistas de diferentes níveis de pedal e poderes de compra.

Nos sentimos em casa na bike
Nos sentimos em casa na bike    Pedro Cury

Tanto na geometria quanto nas especificações, o fabricante parece ter feito boas escolhas. Falando “de fora”, talvez um garfo mais avançado cairia melhor nas versões mais básicas da bike, mas nem sempre é possível fazer isso sem que a bicicleta fique cara demais.

Até mesmo por isso, quem gosta de suspensões mais avançadas (e não liga de pagar o preço), a marca oferece a e-Quest com Suspensão dianteira Rock Shox Lyrik Ultimate Flight Attendant AXS e Suspensão traseira com shock Super Deluxe Flight Attendant AXS, um pacote para absolutamente ninguém botar defeito.

Mais informações no site da TSW Bike.

Piloto de testes: Gustavo “Cebo” Figueiredo / Pedro Cury.

Fichas técnicas

TSW e-Quest SRAM XO T-Type

Quadro: Full de Carbono T700/T800/T1000 | Gancheira padrão UDH
Motor: Shimano EP8, potência de 250W / torque 85 N/m
Bateria: Shimano Steps 630Wh
Display: Shimano Steps SC-EN600
Guidão: Quest | Alumínio | Tamanho: 800mm x 35mm | Backsweep: 7º | Upsweep: 5º | Mesa: 50mm x 35mm
Freios: Sram Code SLV
Câmbio: Sram X0 Eagle
Cassete: Sram X0 Eagle
Pedivela: Shimano FC-EM600 - STEPS E-BIKE
Suspensão dianteira: Rock Shox Lyrik Ultimate Flight Attendant AXS| Curso 160mm
Suspensão traseira: Rockshox Super Deluxe Flight Attendant AXS
Abraçadeira: 34,9mm
Canote: Rock Shox Reverb AXS
Pneus: Vittoria e-Martello 2.60 (d) e e-Mazza 2.40 (t)
Rodas: WTB Kom Trail i35 29" | 35mm interno | Alumínio
Peso divulgado: 23,26kg

TSW e-Quest XT Di2

Quadro: Full de Carbono T700/T800/T1000 | Gancheira padrão UDH
Motor: Shimano EP8, potência de 250W / torque 85 N/m
Bateria: Shimano Steps 504Wh
Display: Shimano Steps SC-EN600
Guidão: Quest | Alumínio | Tamanho: 800mm x 35mm | Backsweep: 7º | Upsweep: 5º | Mesa: 50mm x 35mm
Freios: Shimano SLX M7100
Câmbio: Shimano XT Di2 12V
Cassete: Shimano Deore 12V 10-51
Pedivela: Shimano FC-EM600 - STEPS E-BIKE
Suspensão dianteira: RockShox 35 Silver TK / Curso 160mm
Suspensão traseira: RockShox Super Deluxe Select+
Abraçadeira: 34,9mm
Canote: TSW Quest Retrátil
Pneus: Vittoria e-Martello 2.60 (d) e e-Mazza 2.40 (t)
Rodas: WTB Kom Trail i35 29" | 35mm interno | Alumínio
Peso divulgado: 23,48kg

TSW e-Quest Deore

Quadro: Full de Carbono T700/T800/T1000 | Gancheira padrão UDH
Motor: Shimano EP600, potência de 250W / torque 85 N/m
Bateria: Shimano Steps 630Wh
Display: Shimano Steps SC-EN600
Guidão: Quest | Alumínio | Tamanho: 800mm x 35mm | Backsweep: 7º | Upsweep: 5º | Mesa: 50mm x 35mm
Freios: Shimano SLX M7100
Câmbio: Shimano Deore 12V
Cassete: Shimano Deore 12V 11-51
Pedivela: Shimano FC-EM600 - STEPS E-BIKE
Suspensão dianteira: RockShox 35 Silver TK / Curso 160mm
Suspensão traseira: RockShox Super Deluxe Select+
Abraçadeira: 34,9mm
Canote: TSW Quest Retrátil
Pneus: Vittoria e-Martello 2.60 (d) e e-Mazza 2.40 (t)
Rodas: WTB Kom Trail i35 29" | 35mm interno | Alumínio
Peso divulgado: 23,48kg

Saiba mais sobre a TSW no site oficial.


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