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TSW AWE 2019 - Primeiras Impressões

Pedalamos a bike intermediária da TSW com quadro de alumínio e componentes SLX em uma prova de XCO

Há alguns finais de semana, pedalamos a TSW AWE 2019, modelo indicado para a prática de Cross Country que conta com quadro de alumínio e um mix de componentes de gama básica ou intermediária. O modelo foi testado em uma técnica pista de XCO, durante da Copa BigMais 2019, competição realizada em Governador Valadares.

Foto 72094

Trata-se de uma bike para quem está começando no esporte e quer uma companheira capaz de encarar treinos, pedais de fim de semana e até algumas competições, desde que o altíssimo desempenho não seja uma grande preocupação. Confira mais detalhes a seguir.

Ficha técnica

Quadro: TSW Awe Alumínio 6069, direção tapered semi-integrada
Tamanhos: 15.5, 17, 19
Suspensão Diant.: SR Suntour XCR AIR alum. Ahead 9mm c/ trava remota
Aros: Vzan - TSW T9000 29”
Cubos: Shimano HB-TX505 – 8/9/10V
Raios: Alumínio
Pneus: Arisun skinwall 29 x 2.10 Mount Bona
Freios:Shimano hidraúlico MT500
Rotores de Freios: Shimano center lock 160mm RT-30
Passadores: Shimano 11v. SLX SL-M7000
Câmbio dianteiro: SLX SL-M7000
Pedivela: X-Time integrado 11/12v. Coroa 34d
Movimento central: X-time – tipo hollowtech II
Cassete: X-Time de 11v. Index 11/46d.(11/13/15/17/21/24/28/32/36/40/46T)
Corrente: KMC index 11V
Selim: TSW MTB
Canote: TSW 31.6 x 400mm c/ carrinho – micro-ajuste
Guidão: TSW RETO 31.8 x 720mm alumínio
Manoplas: TSW MTB LIGHT
Mesa: TSW 31.8 x 90mm/7° alumínio
Garantia: 2 anos
Preço Sugerido: R$ 5.690,00 - Podendo variar com a região

Impressões iniciais

A primeira vista, a TSW AWE agrada aos olhos, principalmente graças ao bom acabamento e as combinações acertadas de cores. A bike testada era azul e vermelho, pintura que chama mais atenção ao vivo do que pelas fotos, especialmente quando colocada em ambientes externos e bem iluminados - nestas condições, ela ganha um brilho especial.

Foto 72099

O modelo aposta em um quadro de alumínio com caixa de direção para espigas cônicas, espaçamento de 135mm na traseira e 100mm na dianteira, ambos para blocagens convencionais. O cabeamento é externo e o freio traseiro é montado na parte superior do seat-stay. O quadro tem passagem para cabos de câmbio dianteiro, central com rosca e, em linhas gerais, o acabamento agradou, com a pintura e aparentando qualidade e resistência.

Componentes

Para montar a AWE, a TSW apostou em uma combinação de peças Shimano, TSW e X-Time, combinação que nos pareceu coerente: apenas em alguns casos, como nos cubos, notamos componentes mais básicos.

No geral o pacote funciona bem e o SLX de 11 velocidades destaca-se, principalmente por ser uma opção que existe, mas não é muito comum nesta faixa de preço. Ao menos em nosso curto teste, não notamos nenhum problema ou defeito crítico em nenhuma das peças da bike.

Transmissão - Com 11 velocidades, a transmissão da bike conta com câmbio traseiro SLX M7000 com trava, cage longo, sendo o trocador da mesma linha da Shimano. A corrente KMC desliza sobre um cassete 11-46 X-Time feito em alumínio. A pedivela, também é X-Time, possui apenas uma coroa de 34 dentes. O central com rosca X-Time segue o padrão Hollowtech II integrado.


Cockpit - Todos os componentes levam a marca da TSW. O selim possui trilhos de aço e vai preso ao canote de 31.6 x 400mm com carrinho micro-ajustável semelhante ao encontrado na TFull Team Edition. O guidão tem 720mm de largura e um leve rebaixo. A mesa tem 90mm e as manoplas de espuma são ligeiramente grandes e bem macias.

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Freios - O sistema utilizado é o Shimano Deore MT500 hidráulico com discos de 160mm e padrão Center Lock. O sistema já conta com manetes para um ou dois dedos e acionamento com Servo Wave, além de ajuste de alcance com chave.


Rodas e pneus - Pneus Arisun Mount Bona Skinwall 29 x 2.10 montados com câmaras sobre aros TSW T9000 Vzan com 22.5mm de largura interna, 32 furos e cubos Shimano Tourney HB-TX505.

Foto 72104

Suspensão - A bike vem equipada com uma Suntour XCR AIR com regulagem de pressão do ar, retorno, trava remota e hastes de 32mm. Trata-se de um modelo comum neste faixa de preço, sendo que alguns fabricantes ainda utilizam uma versão mais simples e pesada com mola de aço.


Geometria

No papel, a geometria da TSW AWE 2019 aposta em um projeto um pouco mais antigo, com a traseira longa e a frente curta. Nossas contas indicam que o alcance no tamanho M esta na casa dos 400mm, o que é percebido facilmente ao subir na bike. Em conjunto com o tubo de direção de 120mm, a posição é mais encurtada e ereta, privilegiando mais o conforto do que uma tocada agressiva.

Apesar da traseira longa, o ângulo da caixa de direção de 70 graus e o entre eixos de tamanho moderado proporcionam uma boa agilidade em trechos super apertados, mas deixam um pouco a desejar em outras ocasiões. No mercado atual, muitos fabricantes já utilizam geometrias mais modernas e, nos trechos mais agressivos, sentimos falta de mais alcance e de uma caixa bem mais relaxada.

Impressões ao pedalar

Vale destacar que a pista utilizada para os testes possui nível técnico elevadíssimo, com subidas e descidas constantes, muitas pedras de todos os tamanhos e piso duro com cobertura bem solta. Dar uma volta inteira neste trajeto sem colocar o pé no chão exige do ciclista uma combinação de boas doses de experiência, força, explosão, habilidade e coragem, principalmente por conta dos saltos, rock gardens e dos drops íngremes sobre as pedras.

Foto 72110

Durante o reconhecimento do percurso, nosso primeiro contato com a bike, encaramos boa parte dos desafios da pista com a AWE, mas admitimos que o medo de levar um tombo e estragar um fim de semana de trabalho falou mais alto em alguns momentos. Durante a prova, o próprio esforço físico elevado aumentou nosso tempo com "o pé no chão", já que ficamos mais propensos aos erros nesta condição.

Para encarar a pista, saímos com cerca de 25 libras no pneu traseiro, 23 na dianteira e cerca de 20% de SAG. Logo de cara, porém, uma pancada mais seca da suspensão ao dropar uma pedra super hiper inclinada nos fez aumentar consideravelmente a pressão na câmara de ar, o que deixou a suspensão nitidamente dura em impactos menores.

Foto 72108
    Felipe Almeida

Esse recurso nos permitiu evitar o afundamento exagerado da dianteira, o que aumentaria ainda mais o ângulo de caixa, complicando a pilotagem da bike em trechos muito inclinados e drops. Outro detalhe bem-vindo foi a prática trava na suspensão. Além de ajudar na hora de pedalar em pé nas subidas, ela ainda garantiu para nosso piloto uma posição na prova, conquistada em um apertado sprint final.

Em nossa opinião, ao menos neste percurso, a AWE funcionou muito melhor com a suspensão mais dura, principalmente por conta da geometria tradicional e do próprio comportamento do garfo, que tem uma curva de progressão mais linear e chega mais facilmente ao fim de curso.

Felizmente, os aros com 22.5mm de largura interna e os pneus funcionaram muito bem, permitindo manter uma boa dose de conforto e aderência com pressões reduzidas. Em alguns momentos, ficamos com medo de perfurar a câmara traseira em alguma pedra, mas felizmente foi possível evitar este problema sem grandes dificuldades.

Foto 72111

Com um chain-stay longo, frente bem curta e mesa relativamente longa, a AWE possui um bom comportamento nas subidas. Mesmo nos trechos mais inclinados, sentimos facilidade em manter a roda dianteira no chão, com o pneus sempre nos oferecendo uma tração positiva. Por outro lado, esse pacote minou nossa confiança para atacar trechos mais técnicos ladeira abaixo.

Nas descidas de menor inclinação e em sequencias de curvas, a bike funciona bem. Assim como aconteceu no nosso teste com a TSW TFull Team Edition, os pneus Arisun Mount Bona agradaram em cheio, principalmente por conta da boa tração e da previsibilidade no eixo dianteiro. Trata-se de um pneu que passa um bom feedback para o piloto e permite explorar os limites da tração sem sustos ou escorregadas repentinas. Durante a prova, abusamos da velocidade nas curvas até forçar uma escorregada de frente, o que aconteceu de forma curiosamente calma e controlada - ficamos pensando em como ela funcionaria com o Bona na versão 2.3 na dianteira.

Foto 72098

Mais uma vez, assim como acontece na imensa maioria dos testes realizados pelo Pedal, os freios hidráulicos Shimano apresentaram um bom funcionamento. O conjunto Deore já conta com alavancas com Servo Wave, mecanismo que aproxima rapidamente as pastilhas dos discos para um acionamento mais rápido do freio. O conjunto para bem, oferece boa potência e modulação, o que permitiu provocar a longa traseira da AWE, ajudando no contorno das curvas mais fechadas e cotovelos.

Outro ponto que mereceu destaque foram as trocas de marcha. O sistema funcionou corretamente mesmo sob pressão, com o cassete X-Time trabalhando de forma macia e precisa. A pedivela também mostrou eficiência, com sua coroa de 34 dentes retendo bem a corrente mesmo nos trechos mais esburacados - durante o teste, não sofremos nenhuma queda de corrente.

Se fosse para reclamar de alguma coisa, pegaríamos no pé da relação mais leve 34 por 46, que pode acabar sendo um pouco pesada para ciclistas menos fortes. Nosso piloto de teste conseguiu encarar a curta competição de XCO com essa relação, mas talvez um percurso de maratona ou mesmo um XCO mais longo poderia gerar alguns problemas de falta de marcha.

Conclusão

Com a AWE, a TSW tem erros e acertos. A parte mais legal da bike certamente são seus freios, a transmissão e os pneus. Por outro lado, uma geometria mais moderna seria super bem-vinda. Com algumas mudanças em seu projeto e um desenho mais progressivo no sentido "long, low e slack" da palavra, a AWE seria uma bike de cross-country apta à encarar até o mais cabeludo dos trajetos.

Foto 72107
    Felipe Almeida

Piloto e avaliador: Gustavo Figueiredo - Strava

Vestuário: Camisa ASW Active Caleido 19, Bretelle ASW Active Caleido 19, Sapatilha Shimano Torbal, Capacete TSW Team , Meias Stance Shoping Bourbon São Paulo.

Mais informações na página da AWE 2019 / 2020 no site da TSW.



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