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Teste - TSW T-Full Team Edition

Full com proposta de cross-country é oferecida com quadro monocoque de carbono e gama intermediária de componentes

Apresentada recentemente no Festival Bike Brasil 2018, a TSW T-Full Team Edition é uma mountain bike que aposta em um quadro de fibra de carbono monocoque e em componentes de nível intermediários para criar um pacote voltado ao cross-country.

No teste a seguir, você conhece todos os detalhes e características do único modelo full suspension da nacional TSW Bike.

Foto 70549

Ficha Técnica

Quadro: TSW T-Full Team Edition 100mm de curso / Triangulo dianteiro Monocoque / Carbono UD / Tapered / Post Mount /
Tamanhos: 15.5, 17 e 19
Cores: Preto e Laranja
Garfo: Sr Suntour Axon RL RC DS 15QLC / Trava Remota / 100mm / Regulagem de retorno, volume e pressão de ar
Shock: DNM com câmara positiva e negativa / 2 estágio de regulagem
Rodas: Vzan Everest Black Edition 28 furos / raios Pillar
Cubos: Vzan V17
Freios: Shimano BT-ML500
Guidão: TSW Reto 720mm Carbono
Mesa: TSW 90mm Team Edition
Manoplas: TSW Soft MTB
Pedivela: X-Time Single 34 dentes
Cassete: X-Time 11/46
Corrente KMC 11v
Câmbio traseiro: Shimano SLX M7000
Trocador: Shimano SLX M7000
Canote: TSW Slim Micro-ajuste 31.6x400mm
Selim: TSW Team Edition vazado
Pneus: Arisun Mount Bona 2.25 RSD-/C2
Peso divulgado: 12.300g
Preço sugerido:R$ 15.690,00

Impressões iniciais

Laranja. Essa foi nossa primeiríssima impressão da TSW T-Full Team Edition. A mesma cor foi escolhida para a sua irmã hardtail, a Rocket Team Edition que também foi destaque da marca no Festival Bike Brasil. A escolha do tom agradou a maioria das pessoas. Trata-se de uma bike que chama bastante atenção e, durante os pedais, sempre escutamos elogios sobre sua aparência - ponto positivo para a ousadia da marca.

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Observando a bike de longe sobre um fundo neutro, o modelo harmoniza bem o forte laranja com o preto encontrado na parte final do triângulo traseiro e nos componentes, criando uma aparência agradavelmente agressiva. Apesar de bom, o acabamento não é perfeito - notamos pequenas falhas na pintura nos buracos dos parafusos da balança traseira e no canote.

O cabeamento do câmbio traseiro é interno no trecho do quadro e passa por fora da balança traseira, com a mangueira do freio traseiro passando totalmente por fora do quadro preso com fitas hellerman. Embora algumas bikes utilizem roteamentos mais "limpos", a bem da verdade essa configuração agrada na hora do convívio, facilitando muito a manutenção - desmontar e remontar a bike foi especialmente fácil.

O quadro tem caixa cônica e não utiliza o padrão Boost, sendo o eixo traseiro uma blocagem de 9mm. Segundo o fabricante, é possível utilizar um eixo traseiro passante de 12mm com adaptadores - algo que não veio na caixa da bike. O central possui rosca - detalhe que agrada sempre.

Componentes

A escolha dos componentes da T-Full Team Edition aposta em um mix de peças de marcas tradicionais como a Shimano e outras menos conhecidas como a própria TSW, X-Time e Pneus Arisun - todas elas importadas no Brasil pelo Grupo JPP.

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Mesa, canote, guidão, manoplas e selim levam o logotipo da TSW. A pedivela de 34 dentes da X-Time aposta no padrão Shimano, tendo montagem e desmontagem bem simples. O cassete é um 11/46 X-Time com 11 velocidades. Controlando os movimentos da corrente KMC, temos um câmbio traseiro Shimano SLX. Os freios são Deore com discos 160mm.


O guidão TSW de carbono vem montado com macias manoplas de espuma, com o selim montado em um canote também TSW - aqui fica a única ressalva dos componentes: o sistema de carrinho do canote é leve, mas poderia ser mais prático de montar.

Confira mais detalhes no vídeo de unboxing da TSW T-Full Team Edition.

Pesos

Desmontagem, pesagem e remontagem da bike foram realizadas na H.Bike, oficina especializada localizada na Zona Sul de São Paulo.

Totais

Total Divulgado: 12.4kg
Total Aferido: 12.50kg

Rodas

Dianteira com fita: 835g
Traseira com fita: 985g
Pneu 1: 710g
Pneu 2: 730g
Eixo Traseiro: 75g
Eixo Dianteiro: 65g
Disco: 110g

Componentes

Manopla: 35g
Canote de selim: 335g
Mesa: 145g
Abraçadeira canote: 25g
Caixa de direção: 65g
Selim: 250g
Guidão: 165g
Suspensão Dianteira c/ trava: 1.650g
Freio dianteiro: 280g
Freio traseiro: 295g
Quadro com shock: 2.720g

Transmissão

Corrente: 250g
Cassete: 835g
Câmbio Traseiro: 330g
Pedivela: 815g
Trocador com cabo: 145g

Geometria


No papel, a TSW T-Full Team Edition é uma bicicleta de XC tradicional, com sua caixa de direção ficando nos 71 graus. No tamanho M, o *alcance gira na casa dos 417mm - curta se comparada com bikes com desenhos mais modernos mas dentro do normal para muitas XCzeiras, principalmente as nacionais.

Foto 70603

Com 452mm, a rabeira da T-Full é bastante longa. Somada a porção dianteira de 669mm, temos um entre eixos de 1112mm - nem longo nem curto, mas com o peso mais deslocado para a frente da bike. Seu tubo de selim com 73.6 graus também não é revolucionário, mas encontrar uma boa posição para fazer força não foi obstáculo.

Completando o pacote "XC Tradiça", a mesa possui longos 90mm de comprimento, criando uma posição de pedalada bem deitada que agrada para fazer força mas acaba tirando um pouco da confiança ao atacar descidas mais inclinadas.

Geometria - tamanho 17

BB Drop: 43mm
Top-tube: 598mm
Comprimento head tube: 115mm
Ângulo Head tube: 71graus
Ângulo Seat tube: 73,6 graus
Chainstay: 452mm
Mesa: 90mm
Entre-eixos: 1117mm
Reach: 417mm
Stack: 614

*Apesar de não termos uma tabela completa de geometria, o restante dos valores foram calculados. Quando comparados com os valores reais da tabela, os números calculados apresentaram uma diferença na casa dos 5mm.

O Teste

Passamos com a T-Full por estradões e singles, com pedras, buracos e raízes fazendo parte do cardápio. Além disso, pedalamos a bike em condições de chuva e lama e em algumas descidas mais inclinadas.

Foto 70556
    Paulo Prezoto

No geral, a bicicleta agradou, com pontos de bastante destaque como os pneus e outros que ainda podem evoluir. Apesar da geometria mais tradicional, ela vai bem em velocidades elevadas e é realmente agradável em curvas de raio médio.

Descendo


Em linhas gerais, a TSW T-Full desce melhor do que sugere sua tabela de geometria. Dito isto, ela destaca-se em um quesito: curvas de raio médio e longo em estradões, sejam elas lisas ou esburacadas. Mesmo com a caixa mais em pé, ela deita de maneira bastante agradável e busca a tangente de forma calma e intuitiva - o peso concentrado na frente garante uma boa mordida do pneu dianteiro.

Apesar de um pequeno descompasso nas suspensões - mais detalhes abaixo - a bike apresentou um comportamento previsível. Os pneus seguem bem o terreno, permitindo abusar dos limites nas curvas. Curiosamente, a bike não nos pareceu super arisca, sendo até um pouco mais lenta do que o esperado em singles apertados.


Nas curvas mais planas e de raio menor, ela comporta-se bem, com o corpo do piloto ficando em uma posição natural para atacar este tipo de contorno. Já em trechos com trocas rápidas de direção, as respostas nos parecerem um pouco imprecisas - provavelmente fruto da combinação de aros estreitos e pneus largos.

A geometria e a mesa longa mostram suas limitações em situações de inclinação maiores ou trechos de altíssima velocidade muito esburacados. Por sorte, a suspensão dianteira possui um bom suporte de meio curso, reduzindo de forma eficiente o afundamento da frente em situações extremas. Dentro de seu limite, a T-Full é eficiente ladeira abaixo, passando por diversos tipos de terreno sem pregar sustos no piloto.

Subindo


Apesar de não ser peso pluma, a Team Edition sobe muito bem, principalmente se o trecho for inclinado e esburacado. Com uma posição de pedalada bem deitada, peso na dianteira e traseira "longa", a tendência de empinar é praticamente zero, com o ciclista podendo focar toda sua atenção na geração de potência e na escolha da linha. Além disso, a traseira mostrou eficiência para copiar o terreno em baixas velocidades, garantindo a mordida dos pneus. A limitação fica por conta da relação mais leve 34/46 - não indicado para quem está destreinado.

Foto 70553
    Paulo Prezoto

O ponto de destaque certamente fica pela tração dos pneus da bike, capazes de grudar no terreno em superfícies secas e molhadas. O modelo mostrou aderência em diversos tipos de piso, agarrando bem em momentos que nós realmente esperávamos uma escorregada.

Em subidas de estradão com o shock aberto, o BOB é mínimo quando você aplica a potência de forma suave. Ao acelerar girando as pernas, é possível sentir a suspensão traseira sendo puxada pela corrente em direção ao solo, em um nítido efeito de anti-squat. Apesar disso, o shock nunca fica totalmente travado, o que resulta inevitavelmente em movimentos indesejados se você pedalar oscilando o corpo. Em alguns momentos, porém, o pequeno curso remanescente do shock permitiu manter a tração em subidas mesmo com a trava acionada.

A suspensão dianteira pode ser totalmente bloqueada no guidão com uma trava remota, mas sua alavanca pouco tradicional exige uma certa adaptação do cérebro - mais detalhes abaixo. Apesar de não ser um piloto super forte, foi possível sentir um pouco de flexibilidade do conjunto em sprints ladeira acima. Creditamos isso em parte à traseira com eixo de blocagem de 9mm.

Pedaladas longas

Ao longo do teste, percebemos que a T-Full é uma bicicleta confortável e eficiente. Em trechos planos, ela privilegia a velocidade quando despejamos a potência de forma fluida. Em locais mais lisos, travar o shock melhora ainda mais as coisas, já que o BOB é praticamente eliminado, e a pequena movimentação remanescente "filtra" as pequenas irregularidades para manter a inércia - pena a trava não ser remota.

Foto 70559
    Paulo Prezoto

As manoplas são macias, talvez um pouco até demais, e o guidão de carbono com 720mm também parece ajudar a filtrar o terreno. A posição do tronco é alongada, com os braços levemente projetados para frente. Para quem está acostumado, trata-se de uma configuração confortável para fazer força por longos períodos. A mesa super negativa é meio exagerada e acabamos usando um espaçador abaixo dela.

Apesar de possuir apenas um suporte de garrafa, não é difícil imaginar a T-Full Team Edition em uma prova de maratona ou em um pedal longo de fim de semana em ritmo elevado.

Suspensões

No geral, o sistema de suspensão da T-Full funciona bem. O forte da bike são os impactos médios, com buracos de estradão sendo engolidos de forma particularmente agradável. Apesar do pouco curso, os buracos grandes também são bem engolidos, com destaque positivo para a Suntour Axon.

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Porém, sentimos que ainda falta um pouco de refinamento no comportamento da T-Full, principalmente por conta de uma pequena discrepância entre a dianteira e a traseira da bike, algo que aparece quando passamos por ondulações de estradão pedalando sentado.

Nesta situação, a suspensão traseira movimenta-se relativamente mais do que a dianteira, causando uma sensação um pouco estranha. Em terrenos esburacados, este traço praticamente desaparece, já que a própria velocidade dos impactos é maior do que sua capacidade de perceber o que está acontecendo com a bike.

Outra particularidade é que o Shock DNM possui um retorno meio lento mesmo com a regulagem no minimo. Além disso, as duas câmaras de ar acabam complicando um pouco a configuração da bike, sem que isso necessariamente reflita em um real ganho de desempenho.

No fim, depois de algumas tentativas, chegamos perto de harmonizar o funcionamento da bike. No geral, sentimos que a traseira possui um funcionamento mais linear, com boas doses do curso sendo utilizadas mesmo em ondulações médias. A dianteira, por outro lado, mostrou uma leitura de terreno menos eficiente e uma curva de compressão mais progressiva, endurecendo mais da metade do curso em diante.


Apesar de não ser um primor na leitura de terreno, a Suntour Axon deixa passar apenas as mini vibrações e comporta-se de forma muito controlada em todos os tipos de impacto, absorvendo tudo o que vem pela frente com o fim de curso raramente sendo atingido. No geral, ela parece ter mais do que seus 100mm anunciados.

Seu ponto mais controverso é a trava liberada pela lateral da mão, configuração que não mostrou vantagem sobre as mais tradicionais. No começo do teste, sofremos com destravamentos involuntários - algo que diminuiu com o tempo.

Transmissão

O mix de componentes Shimano SLX, corrente KMC, pedivela e cassete X-Time funcionou muito bem. Depois da desmontagem, gastamos alguns minutos a mais para conseguir uma regulagem perfeita do câmbio, mas incrivelmente ele veio perfeitamente ajustado de fábrica.


A relação aposta em uma coroa de 34 dentes e em um cassete 11-46. Como o grupo tem apenas 11 velocidades, acabamos caindo naquele problema de "ou falta pra baixo ou pra cima". No caso da TSW, a escolha foi em direção das marchas de velocidade, exigindo boa forma física do ciclista para encarar rampas mais inclinadas, Além disso, existem alguns "buracos" na relação que podem incomodar os mais sensíveis com variações bruscas de cadência.

Como era de se esperar, o funcionamento do grupo Shimano SLX é macio e silencioso, com a corrente sendo bem controlada por um sistema de trava já bastante consagrado da gigante japonesa, o Shadow Plus.

Freios

A TSW fez bem em não arriscar em um componente tão delicado como os freios, apostando no "arroz feijão" do Deore para reduzir a velocidade e parar a bike. Como de costume, o funcionamento dos componentes foi destaque, com a precisão e a potência já consagradas da Shimano.


Diferente das linhas mais básicas cujo os manetes tem uma sensação mas "amadeirada", os Deore possuem uma consistência mais suave, com as frenagens sendo executadas com apenas um dedo com tranquilidade. Apesar dos discos de 160mm, não sentimos problemas de super aquecimento no sistema.

A única pequena ressalva fica por conta de uma leve tendência de bloqueio na traseira, muito provavelmente mais culpa dos pneus do que dos freios da bike. De uma forma ou de outra, a regulagem de alcance permitiu, de certa forma, reduzir um pouco a sensibilidade do sistema ao aproximar o manete do guidão.

Rodas e Pneus

A TSW acertou em cheio na escolha dos pneus da bike. Os Mount Bona realmente impressionaram pela boa aderência e pela previsibilidade. Em condições molhadas, eles salvaram nossa pele em mais de uma situação.

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O Mount Bona que veio na bike utiliza composto de borracha duplo com cravos centrais mais duros para privilegiar a rolagem, com os laterias mais macios para aprimorar a tração nas curvas. Além disso, o reforço lateral RSD+ evita rasgos e ajuda a estabilizar a carcaça. Apesar disso, acreditamos que aros mais largos fariam muito bem para a T-Full.

Com divulgados 2.25'' de largura, os pneus ficam um pouco espremidos nos estreitos 20mm dos aros Everest. Com isso, a bike perde em precisão, deixando a dianteira um pouco vaga, o que reduz a confiança do piloto ao realmente atacar uma trilha com mudanças bruscas de direção.

Dentro da própria linha da Vzan, as Extreme Pro com seus 22.5mm de largura poderiam ser uma melhor opção. Porém, temos certeza que aros com cerca de 25mm fariam muito pela pilotagem da T-Full, melhorando sua agilidade e precisão.

O cubo dianteiro Vzan têm os fechamentos soltos, o que pode resultar em perdas - sim, descobrimos isso da pior forma possível. Porém, um dos grandes trunfos é a disponibilidade de peças de reposição: com apenas algumas ligações e um excelente atendimento da Vzan e da Mundo Ciclista, conseguimos comprar um par de tampinhas em apenas algumas horas.

Pros

-Pneus
-Comportamento no estradão

Contras

-Canote
-Aros estreitos

Conclusão

Com um quadro de carbono monocoque que passou confiança, a TSW T-Full Team Edition é uma full suspension de XC com uma configuração mais adequada para provas de maratona e pedais longos e treinos de fim de semana. O modelo é confortável e não desgasta o corpo do ciclista, com a bom comportamento nas curvas sendo um de seus melhores quesitos.

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    Paulo Prezoto

Apesar disso, o shock traseiro deixa a desejar em sua regulagem, sendo o mair problema a velocidade baixa do retorno e a complexidade de regular duas câmaras de ar com consistência. Com um componente mais avançado (ou mesmo mais em sintonia com o quadro) temos certeza que a T-Full daria um passo adiante em seu comportamento.

Piloto - Gustavo "Cebo" Figueiredo - Strava

Vestuário

Camiseta LaMaglia ProRide Ocean, Bretelle LaMaglia Emana, capacete Lazer Magma, meia Hupi Preto / Branco, sapatilha Shimano Torbal.

Agradecimento

Haras Buona Fortuna - Locação
Mundo Ciclista - Bons serviços prestados
Paulo Prezoto - Fotógrafo


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