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Teste - Specialized Stumpjumper FSR Carbon Comp 650b 2016

A Stumpjumper FSR é praticamente uma lenda quando falamos em Specialized. Dessa vez tivemos a chance de testar a versão Carbon Comp 650b, que foi totalmente reformulada para 2016.

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Specialized Stumpjumper FSR Carbon Comp 2016


Ficha Técnica

Quadro: Carbono, geometria Trail 650b, passagem interna dos cabos, gancheiras com espaçamento de 142 mm, rolamentos nas articulações da balança, curso de 150mm
Amortecedor traseiro: FOX FLOAT Evolution CTD customizado, AUTOSAG, ajuste Rx Trail Tune, 197x47,6 mm
Aros - Roval 650b, alumínio, largura interna de 29 mm, 24/28 furos
Caixa de direção: Tapered
Canote: Command Post IRcc 30,9 mm
Cassete: SRAM PG-1030, 10 velocidades, 11-36
Corrente: SRAM P 10 velocidades com PowerLink
Cubo Dianteiro: Specialized Hi Lo 15 mm, 24 furos
Cubo Traseiro: Specialized Hi Lo eixo passante de 12 mm, 32 furos
Câmbio Dianteiro: SRAM X7, fixação mid direct (MDM) em suporte Taco Blade
Câmbio Traseiro: Shimano XT Shadow Plus, 10 velocidades
Freio Dianteiro: Shimano Deore Ice Tech
Freio Traseiro: Shimano Deore Ice Tech
Garfo: RockShox Revelation RC3 650b Solo Air, 150 mm de curso, ajuste de compressão com 3 posições, ajuste de retorno, espiga cônica, eixo Maxle Lite de 15 mm
Guidão: Specialized, alumínio 6000, rise de 25 mm, 8 graus de curva para trás, 6 graus de curva para cima, 750 mm x 31. 8 mm
Mesa: Specialized XC com elevação de 6 graus
Central: SRAM, PF30
Pedivela: SRAM S-1250 - 10 velocidades, 2 coroas 36/22
Pneu Dianteiro: Specialized Butcher Control, 650b x 2.3"
Pneu Traseiro: Specialized Purgatory Control, 650b x 2.3"
Raios: DT Swiss Revolution,
Selim: Body Geometry Henge Comp
Trocadores: Shimano SLX, 10 velocidades

A bike

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Como é de se esperar de uma Specialized, a bike tem um visual que sempre agrada - No caso da Stumpjumper Carbon Comp, a pintura é toda preta com detalhes e suspensão em laranja. Os tubos de carbono do triângulo dianteiro são bem diferentes da versão anterior e isso se nota bem na junção do tubo superior com o tubo de selim. Dá para perceber que é uma maquina preparada para trilhas mais técnicas, com seu tubo superior bem inclinado, mas principalmente pelos pneus, que chegaram até a ser confundidos com mid-fat apesar de serem apenas 2.3.

Como falamos nessa matéria, a bike vem totalmente reformulada em comparação com a versão do ano passado. A Stumpjumper EVO, nome usado pela marca para suas versões mais agressivas, era a única com rodas 650b e uma geometria um pouco mais agressiva. Porém, o triângulo dianteiro do quadro era o mesmo da versão 29" e gerou críticas contra a bike, parecendo uma adaptação para as rodas menores.

Para 2016, tudo mudou. O quadro para rodas 650b é exclusivo para o tamanho e não existe mais a versão EVO. A geometria ficou muito mais agressiva em toda linha (até nas de rodas 29") e os amortecedores são feitos especialmente para cada versão.

Porém, o que mais chama atenção à primeira vista é a porta SWAT. Todo mundo que viu a tecnologia se impressionou, principalmente ao saber que a "gaveta" vai até quase o tubo de direção e pode abrigar uma câmara de ar, bomba e ainda alguns outros itens. Uma solução excelente que, segundo a marca, aumenta o peso em apenas 200g, o que geralmente é mais leve e elegante que qualquer mochila, pochete ou bolsa de selim. Além disso, é bem melhor ter peso no tubo inferior do que em qualquer outra parte. Para provas de Enduro, isso também pode resultar numa mochila menor e mais leve para levar apenas outros itens. Lembrando também que na frente do amortecedor traseiro temos uma porta para encaixar o canivete de chaves allen SWAT e a caixa de direção também pode abrigar a chave de corrente SWAT, ambos os itens opcionais. No fim das contas, você pode deixar todos os itens essenciais sempre presos à bike, deixando-a pronta para pedalar!

Tecnologias de Destaque


Amortecedor customizado - Rx Trail Tune

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Suspensão Rx Trail e porta SWAT, dois destaques da bike

O amortecedor de cada versão da bike foi personalizado para um melhor funcionamento. Assim, dependendo do tamanhos das rodas e do quadro, o amortecedor funciona de forma diferente. Além disso, o amortecedor conta com Auto Sag, a válvula de ajuste rápido da pressão correta do amortecedor, exclusiva da Specialized.

Cabeamento Interno
Para 2016, o cabeamento interno também foi aprimorado e agora não passa mais pela parte de baixo do tubo inferior. Com o novo sistema, todos os cabos entram pelo lado do head tube e saem antes do movimento central, proporcionando menos manutenção.

Porta SWAT
Como falado acima, o compartimento é bastante útil e chama bastante atenção. As primeiras ferramentas SWAT foram introduzido em 2014 e você pode conhecer mais aqui.

Geometria

Uma das maiores e mais importantes mudanças foi na geometria. A bike tem uma rabeira (chainstays) extremamente curta, que mede apenas 420mm. É talvez a mais curta entre as bikes da mesma categoria. Além disso, o ângulo de direção fica com 67 graus e entre-eixos com 1126mm. Uma bike bem curta no geral.

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O Teste


Tivemos a oportunidade de testar a Specialized Stumpjumper FSR Carbon Comp 2016 por alguns meses e com isso conseguimos andar em todas as trilhas que estamos acostumados, ajudando a ter uma opinião real da bike.

A Specialized vem fazendo um ótimo trabalho na geometria de all mountain / enduro. Conseguimos nos adaptar quase que instantaneamente em todas as bikes que andamos nos últimos anos. Com a Stumpjumper não foi diferente - ela é fácil de tirar do chão e manter uma posição de ataque, mantendo-se bem equilibrada nas diversas situações.

Curvas Sensacionais
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Definitivamente o que mais chamou atenção na pilotagem foi a capacidade de fazer curvas - realmente incrível! Curvas apertadas, escorregadias ou relevês tornaram-se extremamente divertidas. Ela é tão fácil de deitar e tão estável que em mais de uma situação chegamos a inclinar ao ponto do pedal bater no chão e não cair! A geometria mais agressiva, os pneus e o novo amortecedor formaram um conjunto perfeito para gerar essa característica.

Os pneus merecem um capítulo a parte. Na traseira, os Specialized Purgatory 2.3 tiveram um comportamento bastante desejável para casar com a geometria - começavam a escorregar quando bem inclinados, mas logo ganhavam tração novamente, tornando-os previsíveis. Em tração subindo e frenagem, tudo como esperado, especialmente em frenagem gostamos mais dele do que o Specialized Slaughter. O dianteiro, Specialized Butcher 2.3, também teve comportamento parecido em curvas e foi previsível ao atropelar obstáculos. Sem surpresas! Ambos possuem grande volume e podem ser facilmente confundidos com pneus maiores. Além disso, usamos pressões mais baixas sem muitos problemas.

Subindo
Dotada de 2 coroas e com cassete 11-36 a Stumpjumper tem marchas leves o suficiente para te levar a qualquer lugar, claro, com as limitações de desempenho esperadas para qualquer bicicleta de all mountain.

Em terrenos técnicos a bike tem bastante tração, basta manter uma marcha leve e uma cadência constante. Para endurecer o funcionamento, tanto o amortecedor traseiro quanto a suspensão dianteira possuem 3 posições, indo de firme a totalmente solta. O que não gostamos é que a posição firme não trava totalmente, deixando mais de uma polegada de curso em funcionamento. Os fabricantes em geral argumentam que isso é desejável, já que "atropela melhor" as pequenas pequenas irregularidades e deixa a subida mais rápida no fim das contas. Até concordamos com esse argumento, mas no nosso caso, é preciso pedalar grande parte de asfalto para chegar nas trilhas e acreditamos que perdemos eficiência.

Trechos técnicos
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Além das curvas, a bike também fica muito a vontade quando o terreno é técnico, como esperado. Diferente da Camber, a Stump é feita justamente para encarar singletracks, obstáculos maiores e mais inclinação. Na nossa opinião, a nova geometria não fica mais no meio do caminho entre uma bike de enduro e uma mais voltada para trail / XC. Ela tá muito mais inclinada para o lado do Enduro. Inclusive talvez ela seja uma melhor opção para as provas de Enduro nacionais, do que a própria Specialized Enduro, sua irmão maior mais agressiva e de mais curso.

Em termos de suspensões, usando o Auto Sag, ela funcionou bem nas trilhas menos técnicas, porém encarando alguns pequenos saltos acabamos tendo fim de curso. Foi preciso experimentar um pouco até chegar no ponto exato de pressão tanto na frente quanto atrás. Uma vez encontrada a pressão perfeita, não tivemos mais esses problemas.

De qualquer forma, sentimos uma diferença bem perceptível para as suspensões da Enduro S-Works. Na Stumpjumper sentimos um funcionamento muito linear, principalmente da Rock Shox Revelation. O resultado pratico disso é que tivemos uma sensação que a bike usa a suspensão mais que o necessário para algumas situações. Talvez uma questão de costume, mas estamos curiosos para ver as outras versões que usam a Pike.

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Ao mesmo tempo que tivemos essa crítica, temos que elogiar o funcionamento da suspensão nas frenagens. Deu pra sentir que a suspensão traseira funciona bem quando precisamos dar aquela freada de emergência nos terrenos mais técnicos. Os freios Shimano Deore, apesar de não serem os top de linha, surpreenderam bastante - não sentimos falta de freios mais poderosos em nenhum momento.

Um item que sentimos falta foi o guia de corrente. Em diversas vezes tivemos a queda da corrente e um guia deveria vir de série, mesmo com o uso de duas coroas.

Afinal, pra quem é a bike ?
Definitivamente, essa não é uma bike para quem veio do cross-country e esperar fazer longos rolés em estradas de terra. É possível mantê-la para esse uso ? Sim, mas sua irmã menor, a Camber, cumpre melhor esse papel, principalmente em rodas 29".

E entre a Stumpjumper 29" e a 650b ? Apesar de termos andado pouco na 29", o que sentimos é que a 650b é mais arisca como era de se esperar. Se seu estilo de pilotagem for mais agressivo e você adora curvas, a 650b é a melhor escolha.

Entre a Stumpjumper e a Enduro a escolha é mais difícil. Pro competidor de enduro que está indo para provas internacionais onde o nível de algumas pistas está tecnicamente muito alto, a Specialized Enduro talvez seja a opção mais segura. Ou se o uso da bike for na maioria das vezes em pistas de downhill, onde dá pra sentir mais instabilidade na Stumpjumper.

Pros

- Geometria agressiva
- Porta SWAT
- Pneus

Contras

- Suspensão linear
- Falta Guia de Corrente

Conclusão

Se o que você procura é uma bike super ágil, que se destaca nas descidas, mas também pode encarar de vez em quando uns rolés longos, sem dúvida a Stumpjumper FSR é uma grande escolha!

Piloto

Pedro Cury (strava)

Vestuário

Camisa Troy Lee Designs Ruckus, bermuda Troy Lee Designs Ruckus, luvas Troy Lee Designs XC, joelheira Specialized Atlas, capacete Specialized Ambush, óculos Tifosi, meias Troy Lee Designs.

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