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Sense Invictus Comp 2018 - Primeiras Impressões

Em duas ocasiões diferentes, tivemos a oportunidade de pedalar a Invictus Comp, a full suspension com preço mais acessível da nacional Sense Bike. Com o quadro totalmente feito em fibra de carbono em parceria com a Swift Carbon, a bike utiliza componentes de média gama, com geometria focada no cross-country.

O quadro em questão já passou por provas como o Cape Epic e o Swiss Epic, seja com o nome de Invictus ou Evil Twin - nome dado pela Swift Carbon para o mesmo quadro.

A Invictus Comp
A Invictus Comp    Pedro Cury

Ficha Técnica

Quadro: Carbono Toray 700 & 800 UD Nano technology, tapered,P F30, Eixo de 12mm
Suspensão Traseira: Rock Shox Monarch RL, 100mm com trava One Lock.
Suspensão Dianteira: Rock Shox Reba RL-R, 100mm, 1-1/8"-1/5" Tapered - Eixo 15mm.
Aros: Sentec 29" Comp, compatível Tubeless, 28F.
Cubos: Sentec Comp a rolamentos, ultra light.
Raios: Sapim Leader, inox.
Pneus: Vittoria Mezcal, 29x2.25.
Disco: Shimano SM-RT66 160mm.
Alavancas de câmbio: SRAM NX 11V.
Câmbio traseiro: SRAM NX 11V.
Pedivela: SRAM NX 1X11V 30D, 175MM.
Movimento central: SRAM PF30.
Cassete: SRAM CS PG 1130, 11V, 11-42D.
Corrente: SRAM 11V.
Selim: Selle Royal MTB Lite.
Canote: FSA Vdrive, 31.6mm X 400mm.
Guidão: FSA Vdrive, 685mm.
Manoplas: Sense SL com trava.
Mesa: FSA OS168, 90mm.
Caixa de direção: FSA Tapered.
Conjunto de freio: Shimano M615.
Garantia: 3 anos quadro, demais componentes de acordo com cada fabricante.
Peso Divulgado: 12,3 Kgs*
Preço sugerido: R$ 17.990,00 na data da publicação
Tamanhos: M / L

Principais Características

Como citamos acima, o quadro é feito 100% em fibra de carbono Toray, com uma suspensão traseira que utiliza o sistema de horst-link. Utilizando um amortecedor Rock Shox Monarq RL, o quadro oferece 100mm de curso, com a suspensão dianteira Rock Shox Reba RL-R também com 100mm.


O modelo utiliza eixos passantes de 12mm na traseira e 15mm na dianteira, mas ainda não no padrão boost. O quadro ainda possui o cabeamento interno, com os cabos passando por dentro de uma capa de carbono que pode ser removida para facilitar a manutenção e serve de escudo para o tubo inferior. A caixa de direção é tapered (cônica) e, apesar deste modelo não utilizar câmbio dianteiro, o suporte para o componente está lá.

As trocas de marcha são realizadas pelo grupo SRAM NX de 11 velocidades, apostando em um cassete 11-42 e em uma coroa de 30 dentes para fazer a relação de marchas. Para frear, a Sense optou pelo confiável Shimano M615 - equivalente à linha Deore.


A rodagem fica a cargo dos pneus Vittoria Mezcal 29x2.25 instalados sobre rodas Sentec com aros de 28 furos compatível com tubeless, raios Sapim e cubos com rolamentos. Fechando o pacote, temos componentes FSA VDrive, com a mesa tendo 90mm e um estreito guidão flat de 685mm.

Geometria

No tamanho M, que equivale ao S na tabela da Swift Carbon, a bike tem 58cm de tubo superior, criando um alcance (reach) de 416mm. Já o tamanho L é mais espaçoso, batendo 434mm de alcance. Em ambos os tamanhos, a caixa de direção tem 71,5 graus.

Foto 67117

O tubo do selim tem inclinação de 74 graus, o que supostamente cria um pacote bem interessante para subidas, com o ciclista posicionado mais para cima do eixo do movimento central e com o peso mais deslocado para frente.

A Invictus tem uma geometria mais conservadora. Sua porção dianteira não é curta, mas também não chega a ser super longa, com a traseira de 444mm podendo ser considerada longa. Além disso, a caixa de direção é mais "em pé" do que a maioria das bikes atuais.

Onde pedalamos?

Em um primeiro momento,nós utilizamos Invictus para correr o Short Track do Shimano Fest 2017, competição em que chegamos no segundo lugar na categoria imprensa. Alguns meses depois, durante o Training Camp da Sense Factory Racing, pedalamos a mesma bike nas trilhas do Retiro das Pedras, em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Short Track

No Short Track, corremos com uma configuração bem dura, com bastante pressão nas duas suspensões e com a traseira "travada". Embora seja um setup inviável para trilhas, as suspensões duras fizeram bastante sentindo no acelera, freia, acelera praticamente liso da pista.


Nesta situação, a bike acelerou bem nas saídas das curvas sem grandes sinais de bob e nenhuma flexão do quadro. Ela não ganha velocidade como uma hardtail top ou mesmo como uma full de XC de altíssima gama - mas a diferença de preço e peso justificam isso.

Durante os treinos a bike mostrou boa disposição nos obstáculos, emendando sem problemas o pequeno duplo da pista e atropelando o rock garden com desenvoltura.

Nas curvas de madeira com parede, a bike encaixou bem na inclinação e não sofreu escapadas imprevisíveis. Já nas curvas fechadas, sentimos algumas dificuldade no contorno - algo totalmente justificável para uma bike sendo pedalada pela primeira vez em uma situação de esforço elevado.


Também vale ressaltar que, entre treinos e corrida, demos cerca de cinco voltas na pequena pista, sendo boa parte delas em condição de competição. Por isso, o tempo de adaptação foi curtíssimo e não foi possível ter uma maior percepção da Invictus.

Retiro das Pedras

Alguns meses depois, tivemos a oportunidade de pedalar a mesma bike em uma situação totalmente diferente, durante uma tarde no Retiro das Pedras, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Lá, passamos por trilhas de estradão com o terreno feito quase que totalmente de pequenas pedras soltas - algo que lembra um tanque de cascalhos pequenos.

A Invictus Comp em ação
A Invictus Comp em ação    Pedro Cury

Além disso, passamos por alguns rock gardens e descidas mais inclinadas, com erosões e com muitas pedras de diversos tamanhos soltas e presas no chão. Nesta condição, a Invictus Comp mostrou ser bastante confortável, com as duas suspensões trabalhando muito bem para absorver as irregularidades e seguir o terreno. O local, porém, carecia de impactos realmente grandes.

Descendo - No tipo de descida do teste, a Invictus comportou-se bem. Apesar de sua caixa mais em pé e do guidão estreito, não tivemos problemas em contornar curvas de alta com ela flutuando sobre as pedrinhas de forma deliciosamente previsível.

Durante a descida inclinada utilizada nas fotos, de cara sentimos um pouco de insegurança, mas depois de algumas passagens soltamos bem mais os freios, deixando os pneus fazerem seu excelente trabalho de grudar no terreno na hora de parar.



A Invictus também mostrou ser confiável para atacar um terreno totalmente desconhecido em "saudáveis pegas ladeira abaixo com os companheiros de trabalho". Durante um trecho de pump track, não foi difícil entrar em sintonia com os movimentos da suspensão.

Embora tenhamos passado por alguns rock gardens, não passamos por trechos de single com drops em terrenos inclinados - uma condição que costuma complicar a vida de bicicletas com a caixa de direção mais "reta". Além disso, o terreno carecia de impactos realmente grandes e saltos, por isso não sabemos como ela se comporta nestas situações.

Subindo - Durante as subidas, a tração nos pareceu abundante, fruta da combinação de ótimos pneus, de uma traseira rígida mas que segue o terreno com facilidade e da geometria que coloca o corpo em uma boa posição para escalar. Todavia, talvez pela regulagem mais macia da suspensão, a bicicleta apresentou uma boa dose de movimentação com o amortecedor aberto.

A Invictus Comp em ação
A Invictus Comp em ação    Pedro Cury

A bem da verdade, mesmo ao girar a pequena alavanca no shock para acionar a trava, ainda sentimos alguma movimentação indesejada. Pedalando sentando e girando, ele tornou-se praticamente inexistente, mas pedalando em pé sempre sentimos a suspensão afundar.

Infelizmente não tivemos tempo de testar muitas configurações de pressão do amortecedor. Por isso, seria necessário um teste de longa duração para verificar se é possível reduzir o bob sem prejudicar a tração ou a pilotagem da bike - algo que não parece impossível.

Conclusão

Pelo preço e pacote de componentes, a Invictus Comp oferece um ótimo custo-benefício. Apesar da geometria mais tradicional com a caixa mais em pé, ela mostrou um ótimo comportamento durante trilhas e até em uma competição indicada para bikes hardtail.

Trata-se de uma bicicleta rígida e veloz com uma boa dose de conforto. Sua geometria nervosa faz com ela ela seja uma boa opção para provas de XC e também para trilhas de fim de semana. Porém, precisaríamos de mais testes para descobrir sua real capacidade de encarar terrenos técnicos.

Vestuário

Short Track - Bretelle Free Force NEO Revolution, Camisa Free Force Army.

Retiro das Pedras - Capacete ASW Fun 17, bretelle ASW Active Race 18, camiseta ASW Active Cube ML 18, luvas ASW Active Fechada e meias HUPI Verde Labirinto. Camiseta Free Force Broken, Bretelle Free Force Neo Classic, Meia Free Munittion.


Piloto: Gustavo Figueiredo - Strava

Mais Informações na página da Invictus Comp no Site da Sense Bike.


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