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Produção ainda maior de bikes no Brasil está limitada por falta de suprimentos, afirma Abraciclo

A crescente demanda por bicicleta em vários países do mundo por conta da Covid-19 dificulta o abastecimento por meio de fornecedores globais

A produção de bicicletas no Polo Industrial de Manaus (PIM) totalizou 61.283 unidades em julho. Segundo levantamento da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo, esse volume representou uma alta de 30,6% na comparação com junho (46.913 unidades). Em relação a julho do ano passado (85.131 unidades), foi registrada uma queda de 28%.

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No acumulado de janeiro a julho, as paralisações das fábricas devido à pandemia da covid-19 levaram o setor à produção total de 310.777 bicicletas, correspondendo a uma retração de 34,8% na comparação com o mesmo período do ano passado (476.319 unidades).

Cyro Gazola, vice-presidente do Segmento de Bicicletas da Abraciclo, relaciona a redução da produção local às dificuldades enfrentadas pelas fabricantes para serem suficientemente abastecidas pelos fornecedores globais, que precisam atender, simultaneamente, à demanda crescente em vários países.

O executivo avalia que, de janeiro a julho, as vendas de bicicletas cresceram cerca até 40% a nível global, na comparação com o mesmo período de 2019. Esse crescimento está ligado ao fato da bicicleta ter alcançado um status de locomoção segura para se evitar o contágio pelo coronavirus no mundo inteiro. A alta da demanda, portanto, acabou provocando a dificuldade de montagem e, consequentemente, a falta de alguns modelos.

“Isso foi resultado do grande descompasso entre a oferta de peças dos maiores fornecedores, que estão localizados principalmente na Ásia, e o aumento da procura por bicicletas no mundo inteiro. Muitos fornecedores de componentes estão trabalhando entre 120% a 130% da sua capacidade, mas, mesmo assim, não conseguem dar conta da demanda da indústria”, esclarece Gazola.

O vice-presidente salienta que, assim como os fornecedores internacionais, as empresas locais também estão se adaptando para atender à demanda. “Ainda enfrentaremos falhas de abastecimento pelos próximos seis meses. A partir de 2021, deveremos ter uma normalização gradual, mas isso ainda irá depender dos patamares de demanda, pois o ajuste da capacidade de produção não é feito em poucos meses. Nesse contexto, as empresas associadas da Abraciclo estão concentrando esforços para suprir o mercado o mais rápido possível”, completa.

RESULTADOS POR CATEGORIA

Com mais pessoas pedalando nas cidades, a categoria Urbana/Lazer foi a mais produzida em julho. Foram fabricadas 28.706 unidades, alta 51% na comparação com junho (19.011 unidades) e queda de 18,1% em relação ao mesmo mês do ano passado (35.038 unidades).

Com 25.874 unidades, a Mountain Bike (MTB) ficou em segundo lugar no ranking. Esse volume é 2,5% menor ante as 26.536 unidades fabricadas em junho e 20,7% inferior ante as 32.629 bicicletas registradas em julho de 2019.

Confira a seguir o comparativo de produção por categoria:

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COMPARATIVO DE PRODUÇÃO DE BICICLETAS POR CATEGORIAS MENSAL - PIM

No acumulado do ano, a categoria mais produzida foi a MTB, com 177.181 unidades e 57% de participação. A Urbana/Lazer ficou em segundo lugar (104.783 unidades e 33,7% de participação). Na sequência, vieram Infantojuvenil (20.388 unidades e 6,6% de participação), Estrada (5.506 unidades e 1,8% de participação) e Elétrica (2.919 unidades e 0,9% de participação).

DISTRIBUIÇÃO POR REGIÃO

O maior volume de bicicletas produzidas no Polo de Manaus foi destinado para a região Sudeste. Em julho, a região recebeu 33.845 unidades, alta de 35,4% na comparação com junho (25.005 unidades) e queda de 36,4% em relação ao mesmo mês do ano passado (53.226 unidades).

Em segundo lugar, ficou a região Sul, com 11.296 bicicletas. O volume é 23,3% superior ao registrado em junho (9.159 unidades) e 3,5% menor ante as 11.710 unidades registradas em julho de 2019.

Na sequência, veio a região Nordeste, com 8.299 unidades, o que corresponde a um aumento de 27,1% em relação a junho (6.531 bicicletas). Em relação ao mesmo mês de 2019 (10.578 unidades), houve retração de 21,5%.

Em seguida, ficou a região Centro-Oeste, que recebeu 4.049 bicicletas, aumento de 9,6% ante as 3.695 unidades registradas em junho do presente ano. Na comparação com julho do ano passado (5.668 unidades), a queda foi de 28,6%.

A região Norte ficou com 3.794 bicicletas. Esse volume representa uma alta de 50,4% em relação a junho (2.523 unidades), e recuo de 3,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado (3.949 unidades).

No acumulado do ano, a região Sudeste liderou com 168.262 bicicletas recebidas, volume que correspondeu a 54,1% do total distribuído. Na sequência, vieram Sul (56.132 unidades e 18,1% do volume total), Nordeste (46.777 unidades e 15,1%), Centro-Oeste (22.842 unidades e 7,3%) e Norte (16.764 unidades e 5,4%).

IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO

Segundo dados do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat analisados pela Abraciclo, em julho foram importadas 2.635 bicicletas em todo território nacional. O volume foi 31,9% superior ante as 1.998 unidades registradas em junho do presente ano. Na comparação com julho do ano passado (6.472), houve retração de 59,3%.

O maior volume de bicicletas veio do continente asiático. A China foi o principal parceiro comercial, com 1.077 unidades e 40,9% do volume importado. Em segundo lugar do ranking ficou Taiwan (818 unidades e 31% do total importado), seguido pelo Vietnã (724 unidades e 27,5%).

No acumulado do ano, as importações somaram 28.307 bicicletas, recuo de 8,4% na comparação com o mesmo período de 2019 (30.904 unidades).

As bicicletas importadas vieram principalmente da China (21.532 unidades e 76,1% do total importado). Em segundo lugar, ficou Taiwan (3.477 unidades e 12,3%), seguida por Camboja (1.345 unidades e 4,8%).

Ainda de acordo com os dados do portal Comex Stat analisados pela Abraciclo, em julho, as exportações brasileiras somaram 2.227 unidades. O volume representa aumento de 112,3% na comparação com junho (1.049 bicicletas) e de 72,5% em relação a julho do ano passado (1.291 bicicletas).

Os países da América do Sul foram os principais destinos das bicicletas exportadas em julho em todo o território nacional. O Paraguai ficou em primeiro lugar, com 1.074 unidades e 48,2% do total exportado. Na sequência, vieram o Uruguai (710 unidades e 31,9%) e a Bolívia (442 unidades e 19,8%).

No acumulado do ano, foram exportadas 6.114 bicicletas, queda de 42,1% na comparação com o mesmo período do ano passado (10.560 unidades).

O principal destino das bicicletas exportadas no acumulado de janeiro a julho foi o Paraguai, com 2.710 unidades e 44,3% do total. Na sequência vieram o Uruguai (1.860 unidades e 30,4%) e a Bolívia (996 unidades e 16,3%).


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