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Entrevista - Nutricionista Rafael Brasilia

Com Henrique Avancini e Guilherme Tâmega em seu currículo, Brasilia também tem forte presença no esporte

Rafael Brasilia, além de ter pós-graduação em Nutrição Esportiva, Nutrição Experimental e mestrado em Neurociências, tem um currículo de atleta que impressiona. Com envolvimento no triatlo e ciclismo desde 1995, completou 6 Ironman e foi campeão estadual de ciclismo master A no RJ.

Nutricionista Rafael Brasilia
Nutricionista Rafael Brasilia    Pedro Cury


Como se não bastasse, já atendeu por anos clientes de nível mundial como nosso multi-campeão Henrique Avancini e atualmente atende a equipe Caloi e diversos outros atletas como Wolfgang Soares e o campeão mundial de Body Board Guilherme Tâmega. Além, claro, de diversos atletas amadores.

Pedal - Qual sua relação com o esporte? Quando você começou a levar a sério o triathlon e o ciclismo ?
Com 14, 15 anos fui morar em Brasília. Comprei uma MTB e fui atropelado! Quebrei o braço e depois como fisioterapia comecei a nadar. Sempre tive facilidade para correr, então já pedalava, nadava e corria. Fui fazer triathlon já com uma equipe séria e com um treinador.

Morei 2 anos e meio em Brasília. Voltei para o RJ, a nova turma de treinos era mais voltada para Ironman, então com 19 anos, fiz meu primeiro Ironman em porto seguro e fui 2º colocado na categoria.
Fiz triathlon mais sério, competi em vários campeonatos brasileiros e duas vezes no Pan-Americano amador. Só tive um hiato quando fiz mestrado.
Ironman Brasil 2009 - Nutricionista Rafael Brasilia no pódio
Ironman Brasil 2009 - Nutricionista Rafael Brasilia no pódio


Depois disso, parei com triathlon e fui para o ciclismo. Fui campeão estadual master (A1 30-34 anos em 2014). Também participei de provas grandes como o Gran Fondo em Nova Iorque, Gran Fondo na Itália, L’Étape na França, entre outras.

Pedal - Foi por causa da competitividade do esporte que você decidiu seguir para nutrição ?
Naquela minha primeira equipe de treino em Brasília já tinha uma nutricionista. Já usava suplementos e seguia uma dieta ainda em 1994. Pensei em educação física ou nutrição, mas gostava mais da ideia de nutrição esportiva. Ao longo da graduação até curti a parte de nutrição clínica, mas meu lado forte no consultório é esporte.
Torneio de verão em Santos (SP) - Nutricionista Rafael Brasilia
Torneio de verão em Santos (SP) - Nutricionista Rafael Brasilia


Pedal - Chegou a ser ou querer ser atleta profissional ? Precisou escolher a profissão versus esporte ?
Tenho um ou outro pódio elite, tive até uma fotinho publicada no antigo “jornal dos esportes”, mas nunca pensei seriamente em ser profissional, queria ser um bom amador... mas convivia e treinava com atletas de elite. Em Brasília, nadava no mesmo clube do Leandro Macedo e Alexandre Manzan, no Rio treinei com Alexandre Ribeiro, Marcus Ornellas, Fernanda Keller e outros grandes nomes.

Já usava suplementos e seguia uma dieta ainda em 1994



Pedal - Falando agora de nutrição, o quanto é importante ter um planejamento nutricional para entusiastas ? Ou apenas profissionais podem se beneficiar?
No dia a dia um amador “médio” ainda come mal, faz escolhas erradas, então seguindo um bom planejamento ele passa a ingerir calorias boas no lugar das calorias vazias. Dessa forma, melhora a composição corporal, a performance nos treinos e consequentemente nas provas.
Já nos treinos vejo muitos amadores ainda “economizando” gel de carboidrato, economizando água para não parar para reabastecer, erros muito básicos que um atleta elite já não comete mais.

Pedal - Suplementos estão muito na moda, eles são realmente fundamentais para quem faz atividade física?
Para um atleta que quer completar uma prova, a suplementação vai auxiliar na execução dos treinos e na praticidade, uma vez que um gel ou isotônico são infinitamente mais práticos de se levar para um treino ou competição que uma banana ou suco ou água de coco, mas sim aquele que somente quer completar um evento, não tem necessidade de uma suplementação grande. Em alguns casos, pode até participar de eventos competitivos sem suplementação.

Nutricionista Rafael Brasilia
Nutricionista Rafael Brasilia


Já um atleta amador, que busca performance, precisa suplementar. Temos tantos suplementos que podem ser usados com 100% de segurança que não há com que se preocupar. O atleta só tem a ganhar.

E em um alto nível competitivo, um atleta de elite que não suplementa, fica para trás. Simples assim.

Veja também a matéria que fizemos aqui no pedal sobre como funcionam os suplementos para ciclismo.

Pedal - Quais foram os principais progressos na nutrição esportiva nos últimos anos ?
Nesses quase 30 anos no esporte, vi a popularização das lojas de suplementos. Hoje temos lojas em todos os lados e, mesmo em lojas mais voltadas para saúde geral, temos a venda de suplementos. O crescimento em número de marcas e qualidade das marcas julgo ser o ponto principal.

Para endurance no Brasil o boom está bem recente, agora temos jujubas esportivas, barras esportivas, géis diversos em qualidade e preço, suplementos específicos para treinos e provas longas.

Há 10 anos, não tínhamos boas marcas e bons produtos, então até mesmo minha prescrição no consultório mudou. Não julgo fundamental hoje fazer uma prescrição baseada em 100% produtos importados.

E em um alto nível competitivo, um atleta de elite que não suplementa, fica para trás. Simples assim.



Pedal - Como você vê o futuro da nutrição esportiva ? O que está por vir ?
O que está por vir é a melhoria na performance dos amadores pelo aumento da ingestão de calorias durante os treinos e durante as provas, com o projeto da maratona (42 km a pé) abaixo de 2 horas a recomendação em gramas de carboidrato por hora de exercícios subiu, então os amadores no médio-curto prazo vão se beneficiar dessa evolução.

Já para atletas, quais foram os maiores progressos que você viu, relacionado diretamente a nutrição ?
Com a busca de recordes na maratona e no Ironman, vimos a ingestão de carboidratos subir para algo perto de 105-120 gramas de carboidratos por hora. Algo perto de 5 géis por hora, então para o atleta conseguir ingerir valores tão altos, o desenvolvimento de pesquisas e produtos nos últimos anos explodiu. Temos no Brasil produtos similares a esta proposta internacional.

E no lado da tecnologia, passamos a acompanhar a glicose no sangue (glicemia) em tempo real, o aparelho que já era usado por diabéticos, agora também é usado por atletas.

Pedal - Você tem fama de ser polêmico e “falar na cara". Como seus pacientes recebem isso ?
Dando um exemplo sem dar nomes, não temos como ter um atleta elite / profissional de alguns esportes com percentual de gordura super alto. Não se trata de estética, e sim de “peso morto”, então se você quer fazer o seu melhor precisa fazer esforço e melhorar a dieta e composição corporal. Muitos nutricionistas “passam a mão na cabeça” e não tiram o melhor de seus pacientes. Podemos citar aqui a última olimpíada, que praticamente lincharam nas redes sociais a atleta brasileira do vôlei de praia por ter um percentual de gordura acima das rivais.

Rafael Brasilia, nutricionista
Rafael Brasilia, nutricionista


A mesma coisa podemos dizer de pacientes que buscam estética e emagrecimento. Certos valores de percentual de gordura são super saudáveis, mas se a pessoa busca estética, temos que comparar com o ambiente, buscar o resultado de acordo com o desejo do paciente, sem baixar para valores de peso e percentual de gordura patológicos.

Pedal - Para terminar, como entrar em contato e marcar uma consulta contigo ?
Meu consultório está em Copacabana, no Rio de Janeiro, mas também faço consultas presenciais agendadas com atletas em qualquer lugar ou online.

Para agendar uma consulta e ver os contatos de Rafael Brasilia, clique aqui.


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