Roger Palfreeman, um dos médicos da Sky, afirmou que ciclistas podem se aproveitar da ideia da "desidratação funcional" para perder peso antes de etapas de montanha, melhorando assim a relação peso/potência. Com isso, ele afirma que um ciclista como Chris Froome poderia reduzir em 47 segundos uma subida como a do Alpe d’Huez.
Embora a teoria seja negada por outros médicos da equipe, principalmente por conta dos efeitos negativos da desidratação, Palfreeman afirma que a perda de potência causada pela falta de água pode ser compensada pela grande redução de peso.
"Ao perder dois quilos antes de um dia de montanha, Froome poderia subir o Huez 47 segundos mais rápido do que o seu record, bastante tempo se levarmos em conta que ele venceu o Tour deste ano por 72 segundos. Você pode perder dois quilos com uma desidratação controlada, bebendo menos liquido do que a lógica diria", explica o médico.
O médico ainda afirma que com a preparação correta, seria possível combater os efeitos nocivos da desidratação. Uma das ideias do doutor é evitar que o ciclista perceba que está desidratado, evitando possíveis efeitos psicológicos negativos.
Além disso, o médico ainda sugere enxaguantes bucais mentolados para controlar a sede com uma sensação frescante e o uso de medicamentos como Paracetamol e o anti-depressivo Bupropiona para enganar a sensação térmica do corpo.
A ideia da desidratação funcional não é nova, mas certamente não é aprovada por outros médicos. No livro Food, Nutrition and Sports Performance de J. Maughan, Louise Burke e Edward F. Coyle discorrem sobre o assunto.
"De acordo com o efeito negativo robusto da desidratação - a hipertermia - este suposto efeito de melhora só pode ser obtido se o indivíduo suportar hipertermia quando desidratado. Tenham em mente que a combinação de desidratação e hipertermia trabalham de forma sinérgica para prejudicar a função cardiovascular. Por isso, desidratação funcional é uma loteria.
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