Além do assalto na Vista Chinesa que noticiamos ontem, houve um outro na lagoa Rodrigo de Freitas, área nobre do Rio de Janeiro. Seria legal o pessoal se unir para tentar achar uma solução, porque todos sabemos que ficar sem pedalar não dá!
Segue o relato:
"A situação no Rio de Janeiro está terrível. Eu sei que se estivermos atentos, nos comportarmos defensivamente podemos diminuir as chances de sermos assaltados. Sei que bike pode ser mais difícil de assaltar do que carro porque não fica presa em engarrafamento e tal nem está tão exposta quanto o pedestre, mas tem hora que a coisa acontece com a gente.
Eu costumo treinar Downhill com meus colegas da Equipe K2, mas nesse domingo um estava com a bike quebrada outro tinha um compromisso, outro foi ver a filha, ou seja ninguém realmente podia ir. Decidi dar uma volta só pra não ficar parado. Dei umas decidas no arpoador e parti pra pista de Skate da lagoa.
Já no Jardim de Alah, numa parte mais escura do trecho fechada um lado pela grade e outro por um monte de lixo e carros estacionados um cara fez menção de puxar uma arma fazendo sinal pra eu parar, nem pensei duas vezes acelerei desviei dele fugindo pra lagoa. Avisei a um segurança do Jardim que havia um assaltante ali e ele disse: Ah é? Ahmmm. Quanto foi o jogo mesmo? Juro que ele perguntou isso pra mim.
Chegando na lagoa resolvi voltar pra casa, pois vi que estava mesmo perigoso, então segui em direção ao Corte Cantagalo pois moro em Copacabana. Não era possível que o raio fosse cair duas vezes no mesmo lugar né? Minha mãe me liga por engano querendo se comunicar com minha irmã Carolina, pois a Carol havia sofrido um acidente de carro há alguns minutos. Fiquei super bolado com aquilo pensando como iríamos lidar com o fato.
Fui pensando naquilo pela ciclovia quando na altura da Vinícius de Moraes às 19:15 saiu muito rápido um cara da sombra de uma árvore que fica sobre de uns bancos ao lado da ciclovia com uma faca pra cravar na minha barriga me empurrado pra dentro da lagoa (sorte q nessa parte tinha terra). Só tive tempo de pensar em não ser esfaqueado, minha mente entrou num estado de “pesadelo real” que não me permitia pensar tão claramente quanto se pensa agora falando do que se poderia fazer na situação. Na verdade eu me senti meio ‘grato’ por não estar esfaqueado, pô imagina. Subi rápido pra ciclovia e o cara ainda tava atravessando a grama pra ir pra rua. Ele deu sorte de não estar passando carro na hora.
Corri atrás por metade da Vinícius de Moraes, direção à praia gritando por polícia. Tinha gente pra caramba em volta, tinha iluminação razoável e nada impediu que o assalto acontecesse. Nessas horas ninguém ajuda, e os assaltantes sabem disso. Eu não podia acreditar que aquilo, de fato, estivesse acontecendo. De repente um entregador de pizza disse que iria atrás do cara e seguiu acelerando na contra mão até pertinho dele. Adivinha o que ele fez? Entrou numa esquina e parou na frente de um prédio pra fazer as entregas. Depois dessa eu nunca mais como pizza. Quer dizer, era só pra cortar caminho. Quase que eu dei porrada foi nele, mas continuei correndo até o ladrão sumir na rua com a bike que eu montei com meu salário de malditos 350 por mês.
O que mais me assusta é que o roubo foi totalmente plausível, que podia ser com qualquer um, o negócio não era ser esperto. E penso, poxa, já não basta a dificuldade de viver honestamente nesse País, de não haver incentivo NENHUM ao esporte por parte do governo, de simplesmente fecharem as melhores trilhas ao invés de fazer um projeto ecologicamente viável, agora vem um idiota e leva meu sonho embora assim, do nada. Estou sem palavras.
Se alguém vir minha bike por aí, nem peço pra fazer aquilo que eu faria porque não posso estimular violência no site. Mas, por favor, acione a polícia, já prestei queixa. Melhor sorte pra vocês, pedalem sempre em grupo ou não pedalem.
Abração, Dracon!"
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