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Liga de ciclistas profissionais da Italia pede uso de câmeras térmicas no Giro

Paolo Bettini, ex-campeão mundial de ciclismo que agora é chefe da comissão técnica da Liga de Ciclistas Profissionais da Itália exigiu em uma recente entrevista ao jornal Gazzetta dello Sport que a UCI utilize câmeras térmicas durante o Giro d'Italia para tentar detectar motores escondidos em bicicletas.

A exigência veio depois da publicação de uma matéria de jornal que afirma que, utilizando este tipo de equipamento, eles flagraram sete bicicletas com motores escondidos em duas importantes provas realizadas em solo italiano.

Além disso, a matéria publicada pelo canal francês Stade 2 e pelo jornal italiano Corriere della Sera ainda entrevistou Istvan Varjas, engenheiro húngaro que afirma ter vendido rodas com propulsão eletromagnética para algumas equipes profissionais. Na entrevista, ele afirma que agora existem mini motores capazes de gerar até 250 watts que caberiam em um cubo de bicicleta.

Atualmente, a UCI utiliza um sistema baseado em ressonância magnética. Segundo a entidade, foi criado um software de tablet em parceria com uma empresa de desenvolvimento e, atualmente, este é o melhor método para detectar motores.

Todavia, Bettini não parece estar convencido disso. "Entendo que a tecnologia de câmeras térmicas muito bem e sei que elas podem captar o calor emitido por motores escondidos mesmo a distância. Sei que elas são utilizadas na Formula 1, corridas de carro e até no Rally. É uma maneira real de avaliar e certificar. Você pode ver tudo a 20 metros de distância", disse o ex-atleta.

Lata de vermes

Bettini ainda fez duras críticas ao sistema utilizado pela UCI. Segundo ele, não existe nenhum estudo oficial sobre os aplicativos e, até agora, ninguém sabe exatamente o que os fiscais conseguem ver com seus tablets.

"Acredito que algumas câmeras térmicas instaladas em motos podem controlar o pelotão. Se precisamos de algum controle, ele deve ser oficial da UCI. Se não podemos terminar com pessoas colocando vídeos na internet ao lado da estrada e isso pode abrir uma grande lata de vermes", disse Bettini.

Em sua defesa, a UCI afirmou que os métodos atuais são a melhore relação entre custo e benefício, já que uma câmera térmica custa cerca de 50 mil Euros. Porém, Bettini não vê isso como um impedimento "As câmeras térmicas são de uso militar e por isso são muito precisas. Comparado ao valor do ciclismo, 50 mil Euros não são nada. Por isso temos que usá-las imediatamente. Realmente espero que a UCI as tenha em mãos para o Giro d’Italia", completou.


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