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Hackers russos vazam registros médicos de Froome e Wigggins

Documentos vazadas da WADA apontam uso de substâncias banidas sob exceção de uso terapêutico por Bradley Wigggins e Chris Froome

Um grupo de hackers russos chamado Fancy Bears conseguiu acessar o banco de dados da Agência Mundial Anti-Doping (WADA) e publicar detalhes médicos dos atletas que competiram durante as Olimpíadas Rio 2016. Na lista, figuravam nomes como Bradley Wigggins e Chris Froome - ambos autorizados a consumir substâncias banidas para fins terapêuticos.

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De acordo com o grupo, embora seja perfeitamente legal, o uso de TUEs (Therapeutic Use Exemption) na verdade funcionam como licenças para os atletas doparem-se.

De acordo com o jornal britânico The Guardian, Wiggins teria recebido autorização para utilizar quatro substâncias banidas no período entre 2008 e 2013, sendo elas Salbutamol, Formeterol, budesonida e Triancinolona acetonida.

Froome, por sua vez, utilizou uma TUE em abril de 2014 que autorizou o uso de prednisolona, substância que serve para tratar inflamações e problemas auto-imunes. O uso aconteceu durante o Tour de Romandie e o caso já havia virado notícia na época. O documento também revelou que Froome consumiu a mesma substância no Critérium du Dauphiné do mesmo ano, prova que precedeu seu abandono no Tour de France.

Retaliação

Segundo a WADA, a ação do grupo Fancy Bears foi realizada para minar o poder da entidade e que não existem dúvidas que se trata de uma retaliação pela escândalo de doping que tirou inúmeros atletas russos dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.

Olivier Niggli, diretor geral da WADA, explica que os ataques são criminosos e revelam informações sigilosas que podem prejudicar a imagem de diversos atletas. "Para aqueles que foram atingidos, lamentamos que criminosos tentem ferir suas reputações e asseguramos que estamos recebendo as melhores orientações legais e de inteligência", explicou.

Doping e medicina

Atualmente, algumas pessoas defendem que as fichas médicas de atletas de alto rendimento deveriam ser abertas ao público. Porém, além de esbarrar em diversos problemas legais, o sigilo médico é parte fundamental do código de ética deste tipo de profissional.

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Com registros médicos públicos ou não, o fato é que atletas são seres humanos e, como qualquer um, eles também ficam doentes e precisam de medicamentos para recuperar a saúde. Acontece que, em alguns casos, estes medicamentos estão na lista de substâncias proibidas da WADA e é justamente para estes casos que existem as TUEs.

Um ciclista que consome uma substância controlada para tratar uma doença pode ser chamado de dopado? Definitivamente não. Um ciclista que de alguma forma abusa da TUE para melhorar o desempenho pode ser chamado de dopado? Sim! O que não pode acontecer é confundir um caso com o outro.




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