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Via Francigena - De Saint-Oyen à Roma de bicicleta

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    Postado: 16 Mar 2016 as 15:08
Olá pessoal,

Entre Abril e Maio do ano passado eu, meu irmão e sua esposa fizemos um pedal na Itália, percusso de peregrinação conhecido como Via Francigena. Percebendo que não havia quase ou nenhuna informação juntamos as informações que tinhamos juntamente com a experiêcia do caminho e criamos um site que visa divulgar esse itinerário de peregrinação.


Sobre a história da Via Francigena:

A Via Francigena é o nome comum de uma antiga estrada e rota de peregrinação que liga a França à Roma, embora tenha seu ponto de partida muito mais longe, na Catedral de Canterbury, na Inglaterra. A rota passa pela Inglaterra, França, Suíça e Itália. A rota era conhecida na Itália como a Via Francigena ou Via Romea. Na época medieval, foi uma importante estrada e rota de peregrinação para aqueles que pretendiam visitar a Santa Sé e os túmulos dos Apóstolos Pedro e Paulo.

A peregrinação à Roma para visitar o túmulo do Apóstolos Pedro e Paulo foi uma das três grandes peregrinações da Idade Média, juntamente com a Terra Santa (Jerusalém) e Santiago de Compostela (Espanha). Por isso, a Itália foi continuamente percorrida por peregrinos de toda a Europa. Muitos paravam em Roma, outros seguiam em direção à península, ao porto de Brindisi, e de lá embarcavam para a Terra Santa.

Na Idade Média, a Via Francigena foi a principal rota de peregrinação à Roma a partir do norte. A rota foi documentada pela primeira vez como o caminho Lombardo, e foi chamada pela primeira vez de viagem francesa (Iter Francorum) por santo Willibald, bispo de Eichstätt, em 725 d.c., no registro de suas viagens. Conhecido como Via Francigena Francisca, na Itália e Borgonha, ou Chemin des Anglois, na França (Reino Franco) e também Chemin Romieux. O nome Via Francigena foi mencionado pela primeira vez no Actum Clusio, um pergaminho de 876 d.c., na Abadia de San Salvatore al Monte Amiata.

No final do século 10, Sigerico, arcebispo de Canterbury, usou a Via Francigena para ir de Canterbury à Roma e voltar, a fim de receber o pálio das mãos do Papa Juan XV. Sigerico descreveu as 79 etapas de regresso de sua rota, anotando-as em um diário, no que mais tarde seria conhecido como o mais antigo diário de viagem. Sigerico percorreu em média 20 km por dia, num total de 1700 km.

Em 1157, Nikolas Bergsson, abade do mosteiro de Þverá, em Thingeyrar, norte da Islândia, publica uma crônica geográfica intitulada Leiðarvísir og borgarskipan. A publicação era basicamente um guia para peregrinos sobre rotas de peregrinação do norte da Europa que levavam à Roma e Jerusalém.

A Via Francigena não é uma única estrada, como uma estrada romana, pavimentada com blocos de pedra. Ela é composta por diversos caminhos possíveis que mudaram ao longo dos séculos, conforme o comércio e a peregrinação aumentavam ou diminuíam. Afinal, todos os caminhos levam à Roma. Dependendo da época do ano, da situação política, e da popularidade relativa dos santuários dos santos situadas ao longo do percurso, os viajantes poderiam ter usado qualquer uma das três ou quatro passagens dos Alpes e dos Apeninos. Outro ponto importante é que, ao contrário das estradas romanas, a Via Francigena não ligava cidades, mas sim Abadias.

Hoje alguns peregrinos ainda seguem os antigos passos de Sigerico, viajando a pé, a cavalo ou de bicicleta na Via Francigena, embora existam muito menos peregrinos neste caminho que no caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. Umas das razões para tal, seria a falta de infraestrutura de acolhimento dos peregrinos. Mas isto aos poucos vem mudando, pois até algumas décadas atrás, o interesse na Via Francigena limitava-se a estudiosos. Isso começou a mudar nos últimos anos, quando muitos que, depois de viajar o Caminho de Santiago, na Espanha, queria fazer a peregrinação a Roma a pé também. Na Itália, surgiu uma rede de amantes da Via Francigena, que com tinta e pincel, começaram a marcar suas trilhas e caminhos. Essas pessoas se juntaram a organizações religiosas e ao governo local, na tentativa de recuperar o percurso original. Atualmente a rota segue o seu traçado original, mas às vezes ela se desvia do caminho histórico em favor de caminhos e estradas com pouco tráfego.

 


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Destino: Saint-Oyen, primeira etapa da Via Francigena

Via Francigena – Partindo de Milão com destino à Saint-Oyen (26/04/2015)


http://viafrancigena.com.br/wp-/uploads/2015/09/DSC00401.jpg - Estação de trem em Chivasso.

Estação de trens em Chivasso.

Naquele dia, acordamos bem cedo, às 06:30 horas. O entusiasmo era evidente e já nutríamos uma grande expectativa com o breve início de nossa peregrinação pela Via Francigena. Após entregar as chaves do apartamento ao Sr. Stefano, ele nos fez um favor em chamar um táxi, e que, ao chegar chamou outro, uma vez que as três bicicletas não cabiam apenas em um veículo. Dali até a estação central de Milão não distava muito e logo chegamos lá. Adquirimos os nossos bilhetes de trem numa das inúmeras máquinas de autoatendimento dispostas no corredor principal da estação. Nos dirigimos até a plataforma de embarque e esperamos o horário de embarque no trem que estava bem à nossa frente. O trem saiu religiosamente no horário previsto. A passagem incluía uma mudança de trens na cidade de Chivasso, e que também ocorreu dentro do horário previsto. Impressionante a pontualidade!

http://viafrancigena.com.br/wp-/uploads/2015/09/DSC0053.jpg - Chateau Verdum, Saint -Oyen.

Chateau Verdum, Saint -Oyen.

Algumas horas depois, chegamos ao nosso destino final, a cidade de Aosta. Dali, partimos em mais dois táxis até a Saint-Oyen, situada a 18 km de Aosta e 18 km do Colle del Gran San Bernando, que faz fronteira com a Suíça. Chegamos às 17:00 horas no http://www.chateauverdunao.com/ - Chateau Verdun e fomos recebidos com a típica hospitalidade característica dos albergues de peregrinos do Caminho de Santiago.

Após um breve passeio, demos uma pequena parada para um rápido lanche em um bar situado naquele vilarejo. Comíamos alguns sanduíches, enquanto ao fundo ouvíamos o hit Sexbomb, de Tom Jones. Devido ao horário, havia apenas sanduíches para comer. Após o rápido lanche, fizemos algumas fotos da pequena vila e de um monumento em homenagem aos soldados mortos durante a primeira e segunda guerras mundiais. Era final de tarde e estava bastante frio, creio que uns 10ºC, e não se via pessoa alguma pelas ruas, exceto um casal de idosos que ainda lidavam com seus animais, em uma das estreitas ruas daquela cidadela.

http://viafrancigena.com.br/wp-/uploads/2015/09/DSC07441.jpg - http://viafrancigena.com.br

Montagem das bikes.

A nossa pretensão era permanecer por dois dias em Saint-Oyen, mas decidimos ficar apenas um, e partimos no dia seguinte. Ou seja, não haveria descanso algum. Priorizamos por iniciar logo a nossa peregrinação para sobrar tempo suficiente para aproveitar outras atrações em Roma e Milão, quando do final de nossa jornada. Desta mudança repentina em nossos planos, resolvemos montar as três bicicletas naquele mesmo dia. Começamos a montá-las numa sala subterrânea localizada no prédio principal do albergue, e antes do pôr do sol, conseguimos deixá-las prontas para pegar a estrada no dia seguinte. Visando cortar custos, optamos por não jantar no albergue naquela noite, mas esta não foi uma das melhores escolhas que fizemos. Pois ao terminar de montar todas as bikes, estávamos famintos. Ainda perguntamos ao hospitaleiro sobre o jantar, mas devido ao fechamento da cozinha, não haveria como jantarmos naquela noite. O que nos salvou foi alguns copos de cappuccino, comprados na máquina de café expresso, situada dentro do hall principal do albergue. Pelo menos aqueles cappuccinos haviam nos salvado a noite. Após este dia exaustivo fomos dormir às 22:30 horas. Mesmo com a correria daquele dia, o nosso moral estava bastante alta com a expectativa de início de nossa tão sonhada viagem.

Confira abaixo o vídeo relacionado a este dia.


https://youtu.be/BfG4-Pxn6RQ

Fonte: http://viafrancigena.com.br/blog/destino-saint-oyen-primeira-etapa-da-via-francigena/



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1º dia de Peregrinação na Via Francigena - Via Francigena – De Saint-Oyen à Aosta (27/04/2015)

http://viafrancigena.com.br/wp-/uploads/2015/09/DSC0053.jpg - Chateau Verdum

Vista do Chateau Verdum, Saint-Oyen.

Era cedo, cerca de 06:30 horas, quando acordamos. Da janela era possível apreciar a bela vista dos Alpes e seus belos bosques, que estavam cobertos pela névoa que teimava em não se dissipar, tornando aquele ambiente frio, úmido e com cara de locação de filmes de suspense/terror. Mesmo com os aquecedores ligados, do quarto era possível sentir um pouco da frieza do ambiente externo. Após um banho quente e revigorante, fomos tomar o café da manhã, que começara a ser servido às 07:00 horas.  Ao terminarmos, arrumamos as nossas bagagens, em especial os alforjes, em cada bicicleta e as trouxemos para o lado de fora da sala onde as montamos no dia anterior.

http://viafrancigena.com.br/wp-content/uploads/2015/09/IMG_1670.jpg - IMG_1670Além do frio, cerca de 7ºC, a chuva não tardou em chegar, e logo vimos pequenas gotículas caindo sobre as nossas cabeças. Com isso, via-se claramente que aquele dia não seria fácil, embora os primeiros 18 km até a cidade de Aosta fossem apenas montanha ou ladeira abaixo, literalmente. E como sabemos, segundo o ditado popular: para baixo, todo santo ajuda. Já com todos os nossos pertences organizados e cuidadosamente guardados em nossos alforjes, partimos numa mistura de alegria e entusiasmo com aquela viagem tão sonhada e longamente planejada. A bandeira do Brasil era uma peça indispensável naquele aparato de coisas cuidadosamente guardadas em nossas bicicletas. Queríamos deixá-las posicionadas estrategicamente nas bikes, e o lugar mais apropriado que encontramos foi o guidão, a parte frontal da bike, sob a bolsa de guidão. Naquela posição, ela seria o nosso cartão de visitas.

http://viafrancigena.com.br/wp-content/uploads/2015/09/IMG_1677.jpg - IMG_1677Para chegar à rodovia SS27, seria necessário um pequeno esforço de uns 100 metros ladeira acima, antes de iniciarmos a descida de 18 km. Já nos últimos metros para chegar na Rue de Flassin, num trecho mais plano que distava apenas uns 50 metros da rodovia SS27, a minha bicicleta veio a sofrer o seu primeiro revés nesta viagem. Ao trocar as marchas da bicicleta, eu ouvi um barulho estranho que se seguiu por estalo e uma parada repentina. Ao posicionar meus pés no chão, levemente inclinei a minha cabeça para baixo, procurando ver e entender o que havia ocorrido. Naquele momento, Fagner – que liderava o nosso trio de cicloturistas –, mal havia terminado de pronunciar a seguinte frase: “Começou a Via Francigena 2015!”. E logo foi interrompido por mim, alertando-lhe que o pior havia acontecido. “Olha, o câmbio quebrou! Falei em tom enfurecido. Ele e Elizabeth pensavam que era mais uma daquelas minhas brincadeiras sem graça. Mas, infelizmente, não era. O câmbio traseiro da minha bicicleta havia quebrado devido a um empeno na gancheira, provocado pelo “excesso de zelo” durante o transporte aeronáutico. Com isso, aquela alegria e entusiasmo iniciais foram dando espaço a sentimentos de frustração e raiva.

http://viafrancigena.com.br/wp-content/uploads/2015/09/IMG_1683.jpg - IMG_1683Dali em diante foi um sofrimento só. Sob chuva fina e frio intenso, tentamos consertar o câmbio, mas sem sucesso. O dano havia sido tão grande que o quebrou em duas partes, chegando a arrancar um raio da minha magrela. Fiz um improviso, e removi a parte quebrada do câmbio, deixando a corrente, mesmo bastante folgada, em sua posição normal para possibilitar a descida até Aosta. Já em Aosta, consertei a bicicleta na loja http://www.ciclilucchini.it - Cicli Lucchini. Mais adiante, ainda em Aosta, agora a procura de um albergue para dormir, sofri o segundo revés daquele dia. Desta vez, a câmara de ar do pneu traseiro furou. E tome sofrimento. Naquele dia, não conseguimos encontrar vaga no albergue Parrocchia Saint Martin (corso Saint Martin de Corleans, 201). Após a negativa da hospitaleira daquele albergue, caminhamos mais alguns metros e conseguimos encontrar vaga no http://www.hotelalcaminetto.info/ - Hotel Al Caminetto (via Joseph Breans, 33), onde passamos aquela noite. Mais tarde, acabamos saindo para comer umas pizzas, mesmo após todo o infortúnio sofrido durante o dia. Ao todo percorremos apenas 18 km neste dia, mas ainda estávamos entusiasmados e maravilhados com todas as belezas que vimos durante o dia. Nosso moral, portanto, estava muito alta.

Confira abaixo os vídeos relacionados a este dia.


https://youtu.be/5xPfGs3-TtY
https://youtu.be/6nrzRwE9168

Fonte: http://viafrancigena.com.br/blog/1o-dia-de-peregrinacao-na-via-francigena/


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2º dia de peregrinação na Via Francigena -Via Francigena – De Aosta à Châtillon (28/04/2015)


http://viafrancigena.com.br/wp-/uploads/2015/09/DSC0087.jpg - Frente do Hotel Al Caminetto, Aosta.

Frente do Hotel Al Caminetto, Aosta.

Mais um dia pela frente. Ainda era cedo quando acordamos, não recordo a hora, e logo após o café da manhã, digno de ser um banquete para qualquer imperador romano, fomos pegar as nossas bicicletas. No entanto, a minha ainda carecia de um pequeno reparo na câmara de ar do pneu traseiro, que havia furado na tarde do dia anterior. Optei pela troca da câmara de ar, ao invés do seu reparo pois mostrava-se ser mais rápido e prático. Ao todo, havíamos levado sete câmaras de ar, além de um kit de reparos. Com o pneu consertado, era hora de botar o pé na estrada, ou melhor dizendo, colocar os pneus para rodar. Algumas quadras à frente, pudemos ver uma cópia da Loba Capitolina, situada na praça da República. Mais à frente, ao passar pela Piazza Émile Chanoux, principal praça de Aosta, fomos abordados por alguns senhores curiosos em saber de onde vínhamos e aonde estávamos indo. Um deles falava bem o nosso idioma, pois já havia morado no Brasil, e aquela conversa foi bastante fluída. Logo alí, em frente ao Hotel de Ville, pudemos observar mais um monumento em homenagem às vítimas da primeira e segunda guerras mundiais. Dali, partimos em busca de um supermercado localizado no entorno daquela praça. Enquanto eu e Elizabeth nos dirigíamos na direção do supermercado, notamos que Fagner não estava em nossa cola. Deixei Elizabeth esperando ao lado do estacionamento do supermercado, e parti em busca de Fagner que já estava bastante longe. Ao alcançá-lo, logo voltamos ao estacionamento do supermercado onde pudemos comprar alguns mantimentos.

http://viafrancigena.com.br/wp-/uploads/2015/09/DSC07530.jpg - http://viafrancigena.com.br

Seguindo viagem.

Já abastecidos, era hora de ir em frente e procurar não se distrair do nosso objetivo principal: chegar em Roma em 18 dias, no máximo. Porém, confesso que era quase impossível não se distrair ao ver grandes monumentos construídos por grande ícones da humanidade. E o mais deslumbrante daquele dia, sem dúvida, foi o Arco de Augusto, construído em 25 a.C. Sua imponência e grandiosidade a todos fascinava. Seria impossível ignorá-lo. Ao sairmos da cidade, pegamos a rodovia SS26, e mais adiante pegamos uma ciclovia que segue lado a lado com o rio Dora Baltea. A visão daquele vale, coberto pelo verde das pastagens, contrastava com a exuberância dos altos picos nevados que pairavam imponentes e intocáveis como se fossem meras pinturas por trás de todo aquele cenário fascinante. E como se não bastasse, toda aquela beleza se completava ao som produzido pelas suaves corredeiras do rio, acompanhado de cânticos de pássaros silvestres.

http://viafrancigena.com.br/wp-/uploads/2015/09/DSC0111.jpg - http://viafrancigena.com.br

Arco de Augusto, 25 a.C.

Minutos mais tarde, já nas proximidades do castelo de Ussel, ao pegarmos um caminho pelos bosques, meu pneu traseiro veio a furar. Após uma troca rápida, seguimos viagem. Mais adiante, já no entorno de Châtillon, verificamos que haviam algumas setas indicativas (de cor rosa e verde) ao longo do caminho, e logo tratamos em segui-las. Só que aquelas indicações acabaram nos levando para trilhas de trekking nos bosques, que culminaram na chegada a um pequeno vilarejo antes do pôr do sol daquele dia. Até ali, pensávamos estar no caminho certo, mas ao perguntar a um morador local que passeava com o seu cachorro, o nome daquele lugar, descobrimos que se chamava Ussel. Aquele lugarejo era bastante pequeno, não possuía mais que 30 casas, separadas por uma pequena estrada estreita de asfalto. Aproveitamos para completar o nossos cantis com água potável que jorrava infindamente em um pequeno chafariz que ficava bem na entrada do vilarejo. Perguntamos-lhes se havia algum albergue para passar à noite naquela localidade, mas ele informou que não havia nenhum. E disse que deveríamos ir até Châtillon, pois somente ali seria possível encontrar tais acomodações. Ao verificarmos a nossa posição no mapa, realmente nos demos conta que as setas, que comumente são utilizadas ao longo do Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, para guiar os peregrinos, haviam nos pregado uma grande peça, levando-nos para um lugar desconhecido e fora de nossa rota. Havíamos confiado cegamente nas setas, ao ponto de ignorarmos a nossa posição no mapa. Agradecemos a informação prestada pelo morador local e seguimos viagem até Châtillon.

http://viafrancigena.com.br/wp-/uploads/2015/09/DSC0180.jpg - http://viafrancigena.com.br

Ponte de madeira, nas proximidades de Ussel.

A noite não iria tardar em chegar. Naquele momento, eram mais de 20:00 horas, mas o céu ainda estava claro. Ao passarmos por um B&B (Bad and Breakfast), não hesitamos em tocar a sua campainha. Logo uma senhora apareceu, e nos informou que lá não havia vagas. Insistimos, pois já era tarde e estávamos receosos em não encontrar lugar para dormir. Novamente a sua resposta foi negativa. Daí, eu falei que poderíamos dormir até na garagem de sua casa, mas ela falou não ser possível. Mostrei-lhe a lista de albergues peregrinos da Via Francigena e lhe perguntei se ela sabia onde ficava o daquela localidade (Châtillon), mas ela não soube informar, apenas disse que o seu estabelecimento era único naquela localidade do tipo B&B. Com isso, era praticamente certo que iríamos dormir na rua, ou na melhor das hipóteses na estação de trem, se isso fosse permitido. Começamos a ficar com medo e a perder um pouco as esperanças, mas ao encontrarmos um senhor em frente a um bar, ao lado da estação de trem, perguntamos-lhe se conhecia o albergue daquela cidade presente em nossa lista. Prontamente ele pediu para que seguíssemos o seu carro até o albergue da lista. Ao chegarmos no endereço indicado, funcionava apenas uma escola e não havia albergue algum. As pessoas que estavam tendo aulas de música e canto naquele momento, não souberam informar onde ficava o tal albergue.

A bondade daquele senhor era visível em seus olhos, e ele não nos daria às costas naquele momento de incertezas e dificuldades. Logo, ele se ofereceu para nos levar a uma paróquia onde poderíamos dormir. Eu e Elizabeth decidimos ficar guardando as bicicleta e Fagner foi com aquele bom senhor até uma das paróquias da cidade. Cerca de quarenta minutos depois, eles retornaram com uma boa notícia. Após passarem por quatro paróquias e contar sobre a nossa trajetória, finalmente eles haviam encontrado uma com vaga para nos acolher em uma destas paróquias. Novamente ele fez questão de nos levar até lá. Quando chegamos à paróquia, eram aproximadamente 21:30 horas, estava escuro e fazia bastante frio. Agradecemos muito aquele senhor, afinal tudo havia dado certo, graças à Deus e a ele. Ao terminar de nos alojar, ainda fomos comprar algumas pizzas. O quarto era pequeno, havia um banheiro e as camas estavam dispostas lado a lado, separadas por dois criados-mudos, além disso haviam também uma pequena mesa, que logo foram aproveitados para colocar as pizzas, e uma escrivaninha. O albergue era aconchegante e nos proporcionou uma noite tranquila e longe do frio. Havíamos aprendido a lição, e estávamos com nossos ânimos e moral renovados. Apesar do pouco progresso em relação à nossa jornada, conseguimos avançar apenas cerca de 28 km, ficando bastante aquém do nosso objetivo do dia, que seria chegar na cidade de Ivrea.

Confira abaixo os vídeos relacionado a este dia.


https://youtu.be/zLE9EFQENQI
https://youtu.be/ZoVs27b5-3I
https://youtu.be/x2h39LdXY3I
https://youtu.be/RA18ph_Psqs
https://youtu.be/TKCJWqV0vkk

Fonte: http://viafrancigena.com.br/blog/2o-dia-de-peregrinacao-na-via-francigena/




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Para este post não ficar muito grande irei deixar apenas os links dos próximos relatos.

http://viafrancigena.com.br/blog/3o-dia-de-peregrinacao-na-via-francigena/
http://viafrancigena.com.br/blog/4o-dia-de-peregrinacao-na-via-francigena/
http://viafrancigena.com.br/blog/5o-dia-de-peregrinacao-na-via-francigena/
http://viafrancigena.com.br/blog/6o-dia-de-peregrinacao-na-via-francigena/
http://viafrancigena.com.br/blog/7o-dia-de-peregrinacao-na-via-francigena/
http://viafrancigena.com.br/blog/8o-dia-de-peregrinacao-na-via-francigena/
http://viafrancigena.com.br/blog/9o-dia-de-peregrinacao-na-via-francigena/
http://viafrancigena.com.br/blog/10o-dia-de-peregrinacao-na-via-francigena/
http://viafrancigena.com.br/blog/11o-dia-de-peregrinacao-na-via-francigena/
http://viafrancigena.com.br/blog/12o-dia-de-peregrinacao-na-via-francigena/
http://viafrancigena.com.br/blog/13o-dia-de-peregrinacao-na-via-francigena/
http://viafrancigena.com.br/blog/14o-dia-de-peregrinacao-na-via-francigena/
http://viafrancigena.com.br/blog/15o-dia-de-peregrinacao-na-via-francigena/
http://viafrancigena.com.br/blog/16o-dia-de-peregrinacao-na-via-francigena/
http://viafrancigena.com.br/blog/17o-dia-de-peregrinacao-na-via-francigena/
http://viafrancigena.com.br/blog/18o-dia-de-peregrinacao-na-via-francigena/
http://viafrancigena.com.br/blog/19o-dia-de-peregrinacao-na-via-francigena/

A todos que se interessarem por essa peregrinação me ponho a disposição para esclarecer todas as dúvidas. Espero que todos gostem e abracem essa idéia e venham por ventura conhecer a Via Francigena.
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Colega, anda-se mais em ciclovias ou em rodovias (acostamento) na Via Francigena ?

Parabéns pela trip.

Abraços 
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fagnerit Ver Drop Down
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Obrigado,

Então, em alguns lugares você passa por algunas ciclovias (dentro de cidades), porém o maior trajeto para que faz de bike é somente pelas rodovias, estradas rurais, etc..

As rodovias são bem conservadas em alguns lugares, em putros nem tanto, em alguns o acostamente é maior e em outros, mais precário. Contudo, os motorista respeitam e ainda dão aquele apoio moral.

Vale a pena conferir este itinerário.
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