UPGRADES - Consiga resultados sem jogar $$$ fora

a) Pneu

Devido ao grande número de posts com dúvidas sobre compra de
bikes e upgrades, resolvi colocar aqui alguns pontos importantes, que poderão
ser úteis especialmente para os novatos.

O objetivo principal aqui é conseguir a bike que você quer
sem ficar jogando dinheiro fora.

Upgrades

Existe hoje uma interminável lista de opções sobre
equipamentos, capaz de deixar qualquer um coçando a cabeça por semanas a fio.
Para encurtar a angústia, e evitar jogar dinheiro fora, aqui vão alguns pontos
importantes:

1.     
1. Onde você quer chegar ? Defina exatamente qual
tipo de bike você quer. 

Antes de sair comprando peças
aqui e ali, tenha claramente na cabeça a sua “bike ideal”. É uma bike super
leve dedicada a competição ? uma bike um pouco mais robusta para pedais longos
e trilhas técnicas ? uma bike confiável e leve para trabalhar ?

Definido isso, você terá uma ideia
do todo do tipo de bike que precisa, e o nível de desempenho que cada conjunto
de peças deve ter, de cara já eliminando grande número de peças que só
serviriam para lhe confundir. 

Uma vez definida a bike, faça os
upgrades seguindo o plano e resista à tentação de desviar e comprar peças só
porque estavam na promoção, ou na hora pareceu um bom negócio, ou seu vizinho
chegou na ultima trilha com um cambio XXY na bike dele e vc achou bacana e
ficou morrendo de vontade de ter um. 

Se no meio do caminho você perceber
que a “bike ideal” que você quer não é bem o que planejou (por exemplo,
resolveu competir com mais afinco e quer uma bike de corrida) não tem problema,
volte ao estágio anterior, redefina a bike e continue. O que você deve evitar a
todo custo é ficar comprando peças sem saber direito qual tipo de bike você quer
montar. 

2.     
2. Não confunda falta de manutenção/ajuste com falta
de desempenho

Muitas vezes a razão pela qual o
desempenho do teu freio ou garfo está deixando a desejar é simplesmente
desajuste ou falta de manutenção. Nesse caso o teu destino é o mecânico e não a
loja online. Se a peça tiver mesmo que ser trocada, faça a substituição
seguindo o seu plano definido no item 1.  

3.     
3. Considere uma bike nova

Depois de definida a sua “bike
ideal”, analise friamente o quão distante ela está da sua bike atual. Se a
distância for grande, envolvendo inclusive troca de quadro, o que você vai
fazer na pratica não é upgrade, é uma troca de bike parcelada. Bem, nesse ponto
quase todos sabem que acaba saindo mais barato vender a bike e comprar logo uma
nova, mas...na vida real muitas vezes não temos grana para fazer isso. Se for o
caso, tudo bem, faça do jeito que der. Mas considere a opção. Se você tiver paciência
e disciplina para juntar a grana durante um ano e trocar tudo de uma vez,
garanto que vale a pena.

4.     
4. Fique atento às prioridades

Vai andar de guidon de carbono e rodas deore que pesam 2,4kg
? páre e pense...

Uma vez montado o “plano” para sua bike ideal, siga a lista
de prioridades para conseguir o melhor retorno possível ao seu $$$. A seguir
vai uma lista que organizei depois de muito experimentar com equipamentos
diversos. Embora possa não servir para todos, acredito que dá bons resultados
para a grande maioria dos casos. Voce deve seguir a lista de prioridades comprando
o melhor que puder na ordem da lista, porém sem criar uma distância muito
grande entre as peças (a corrente só é tão forte quanto o elo mais fraco) de
modo que uma peça anule a vantagem da outra. 

Ao seguir a lista, tenha em mente o plano e propósito da sua
“bike ideal” e resista à tentação de gastar dinheiro com um componente que não
esteja alinhado com esses objetivos. 

1.     
a) Pneu. É o único contato da sua bike com chão,
precisa dizer mais ?  

2.     
b) Rodas. Vou poupar os matadores de aula e
dispensar as fórmulas de momento angular, etc e tal. Voce ganha velocidade com
menos esforço usando rodas mais leves. Quanto mais longe do eixo você reduzir o
peso, melhor (aro ->nipples ->raios->cubo->blocagem).

3.     
c) Garfo. Um bom controle da bike depende da
dianteira. Se for uma bike pro trabalho, vai de garfo rígido. É leve, rígido,
desenvolve bem no asfalto e não dá manutenção. Garfos bons e ultraleves para
competição custam caro, e, se o uso principal não for competir, dá para
economizar uma boa grana pegando uma REBA no lugar de uma SID, ou uma FOX 32
usada.

4.     
d) Passadores de marcha e cambios. Quanto melhores
esses componentes, mais suaves e rápidas serão as trocas, e por mais tempo
continuarão assim (resistência ao desgaste). Um conjunto que troca as marchas
sem percalços torna a trilha muito mais prazerosa.

5.     
e) Freios. Se você tem um bom conjunto de vee
brakes experimente colocar sapatas de qualidade (ex: koolstop vermelha, ou “Salmao)
e ajuste os freios corretamente (leve a um mecânico experiente que saiba fazer
o ângulo correto “toe in” nas sapatas). Depois coloque conduites e cabos novos,
de boa qualidade. Um vee brake de boa qualidade e bem ajustado freia muito. Se
suas trilhas tem muitas descidas (ou você é muito pesado) o freio a disco pode
ser uma opção interessante devido à sua modulação. Mas veja bem, estamos na posição
5 da lista ! Considere os discos depois de ter passado pelos demais itens.

Depois disso vem todo o resto. Alguns usuários certamente
destacariam outros componentes, mas eu colocaria por último na
lista: guidon, canote, selim**, mesa, caixa de direção...quem nunca babou numa Chris King ?
 É claro que quanto mais leves/duráveis esses
componentes melhor, mas se você seguir a lista de prioridades, terá mais
desempenho por R$ gasto.
Lembre-se, tenha em mente o todo da bike que voce quer montar e siga à risca o plano.
É a melhor forma de não terminar o processo com uma caixa de peças na garagem...vários R$ a menos na conta bancária, e, o pior, ainda insatisfeito com a bike.

Gui Marques