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Tamanho do Pedivela

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glauberlima Ver Drop Down
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    Postado: 25 Nov 2010 as 23:05

http://www.mundotri.com.br/2010/11/comprimento-do-pedivela-–-tamanho-realmente-faz-a-diferenca/

Por Dr. Stephen Cheung, Ph.D do site PezCyclingNews.com

Maior potência e grande quantidade de watts é o que todos nós estamos procurando no treinamento de ciclismo. Uma das formas de alcançar diretamente isso é melhorando a nossa conexão biomecânica com a bicicleta através de um melhor posicionamento. E como o ciclismo se resume em pedalar, um caminho admissível seria melhorar o comprimento do pedivela. Qual é o nível do nosso conhecimento no que diz respeito a melhorar o tamanho do pedivela? Tamanho realmente faz a diferença?

DSC 0501 520x347 Comprimento do Pedivela – Tamanho realmente faz a diferença?

O Tamanho do pedivela realmente faz diferença?

Aproveite a Temporada de Descanso

É meio de Novembro e a temporada de descanso está aí para a maioria dos ciclistas do hemisfério norte, e ainda é cedo até mesmo para os amantes do ciclocross, na América do Norte. Um dos objetivos principais da Temporada de Descanso é dar aos nossos corpos e mentes um bem-merecido descanso das rigorosas horas de treino duro.

Para mim mesmo, a última competição de ciclocross no sul de Ontário acontece no dia 05 de Dezembro. Assim sendo, a minha intenção é pegar basicamente todo o mês de Dezembro de descanso, para me conceder uma verdadeira pausa desde Agosto de 2007 quando eu levei a família para uma viagem, em Eslovênia. Ao invés disso, eu vou passar o resto do tempo na quadra de squash e fazer alguns exercícios de estabilização.

Ao mesmo tempo, outra parte muito importante da Temporada de Descanso para os Profissionais (Top Pros), é poder testar novos equipamentos e posições na bicicleta. Esse é o momento ideal, sem dúvida alguma, em que essas modificações podem ser testadas. No meio da Temporada, com treinamento pesado, o risco de modificar algo tão simples quanto um selim diferente, sapatilha, ou mais baixo/mais alto avanço podem causar ao corpo aquela pequena elevação no nível stress, que poderá resultar em uma tendinite ou outras lesões de uso excessivo.

Para nós que não possuímos patrocinadores generosos, a regra geral é esperar de realizar grandes modificações nos equipamentos durante o inverno, ainda é verdade. E ainda há a temporada de presentes de Natal, acompanhada de insinuações do que gostaríamos de ganhar.

A Hora do Pedivela

Quais coisas testar durante a Temporada de Descanso? Com toda a importância de melhorar a força sobre os pedais no ciclismo, uma coisa a se explorar pode ser o tamanho do pedivela. Esse tem sido, por um longo tempo, o tópico em bike fit e biomecânica que tem espalhado vários mitos. Vários sugerem que o comprimento do pedivela tem um gigantesco efeito sobre a potência que nós podemos gerar, ou a cadência que nós podemos pedalar.

DSC 0594 425x347 Comprimento do Pedivela – Tamanho realmente faz a diferença?

Reinaldo Colucci utiliza um pedivela 170mm, usualmente considerado "pequeno" para sua altura

Ou seja, a visão geral é que um pedivela mais curto permite que você gire e acelere mais rápido, mas ao custo de torque mais alto e potência. Teoricamente, isso é uma benção para os velocistas. Em contrates, um pedivela mais longo leva mais tempo para girar e força a uma cadência mais baixa, mas é capaz de produzir um torque mais elevado. Isso deveria favorecer os contra-relogistas e os escaladores. Ao mesmo tempo, inúmeras equações e regras existem, relacionando a altura e o comprimento da perna, ao tamanho ideal do pedivela. Mas há realmente um tamanho ideal para aumento da potência gerada? E quão bem essas equações funcionam?

Martin et al. 2001

Tal questão, para mim, obviamente, me leva a encontrar uma informação cientifica relevante. Um dos estudos mais influentes da década foi conduzido por Jim Martin na Universidade de Utah (2). O objetivo do estudo não era observar o desempenho no contra-relógio ou a capacidade aeróbica, mas ao invés, puramente maximizar a potência gerada e os efeitos do pedivela. Vários fatores interessantes do estudo incluem:

• Ao invés de ficar brincando com os típicos pedivelas comerciais, esse estudo realmente foi ao extremo. Ou seja, cinco tamanhos de pedivela foram testados. Além do convencional 170 mm, os pedivelas foram 120, 145, 195, e 220 mm! Isso pode soar completamente irrelevante para o ciclismo de verdade, mas esse não é realmente o “x” da questão. O objetivo era observar se realmente extremos fariam alguma diferença ao invés de ficar-se observando variações de 2.5 mm aqui ou ali. Ao fim de tudo, se grandes mudanças não fazem a diferença, então por que pequenas fariam?

• A posição do selim foi padronizada para cada sujeito, e foi estabelecido de modo que a parte superior do selim até o eixo do pedal (na sua forma mais alargada) foram os mesmos, independentemente do comprimento da pedivela.

• O objetivo não era explorar coisas como VO2 Máximo ou desempenho no contra-relógio, mas sim, explorar a potência máxima descarregada. E isso foi alcançado se utilizando um já conhecido e validado protocolo que consistia numa aceleração bem curta e um sprint quando restavam 5 (cinco) segundos ou menos.

• Relevantemente, estudos anteriores que examinaram idéias parecidas, não ajustaram as relações das marchas. Isso cria uma situação em que a resistência do pedal é diferente ao longo dos diferentes tamanhos de pedivela. Por sua vez, isso altera a forma do experimento porque mais força é, na verdade, mais exigida em razão das diferentes alavancas. O que Martin realiza nesse estudo é ajustar a relação de marchas através do ergômetro, de maneira que a resistência do pedal fosse similar nos diferentes tamanhos de pedivelas. Em outras palavras, pedivelas mais longos receberam marchas mais pesadas e pedivelas mais curtos receberam – proporcionalmente – marchas mais leve.

• Cada dia de teste envolveu 5 (cinco) minutos de aquecimento a 100 Watts, seguidos de 4 (quatro) sprints em potência máxima.

Pedivelas gerando informação

Nesse estudo, a “melhora” da cadência e da velocidade foi definida a partir do resultado de maior potência. Assim sendo, sem surpresa alguma, a cadência foi inversamente proporcional ao tamanho do pedivela. Em outras palavras, o quanto mais longo for o pedivela mais baixa a cadência ideal, para que a força máxima seja alcançada.

images Comprimento do Pedivela – Tamanho realmente faz a diferença?

Também não houve surpresas, em relação à evolução progressiva da velocidade do pedal com um pedivela maior. A maioria de nós deve pensar que isso parece loucura, porque pedivelas mais curtos deveriam girar mais rápido. Mas isso não é uma contagem intuitiva assim como parece, entretanto, se você se lembra, as relações de marchas foram diferentes para obter a resistência similar sobre o pedal. E também, que o pedivela mais longo implicava em um curso mais longo de movimento do pedal à medida que a distância do centro aumenta.

Claro que, a maior variável que interessava era a potência máxima gerada e os resultados foram surpreendentes. Mesmo o tema não ter sido adaptado aos diferentes tamanhos de pedivelas encontrados com exceção do 170 mm, a potência máxima gerada foi minimamente afetada. A variação foi de menos de 4% de 1149 Watts para o pedivela de 220 mm para 1194 W para o de 145 mm. Acima de tudo, a variação do 145 e o 170 mm foram pequenas, mas maiores – em termos estatísticos – para a potência máxima gerada (Maximal Power Output) em relação aos pedivelas de 120 e 220 mm.

Mesmo se você for realmente um tipo enjoado e meticuloso, seria razoável, descartar a posibilidade dos pedivelas de 120 e 220 mm, pois afinal, são claramente menos favoráveis.

No entanto, ainda assim há uma enorme varidade entre 145 e 195 mm, abragendo muito além do que está comercialmente disponível para os ciclistas, aonde não há diferença real na potência máxima gerada.

Então, como eu descubro o tamanho do meu pedivela?

A outra informação interessante extraída dos estudos de Martin foi o cálculo para o o tamanho do pedivela ideal. No fim, acima de tudo, o comprimento da pernda e da tíbia formam as melhores fontes para o cálculo, representando 20% e 41% dessas medidas, respectivamente.

shimano duraace 7710 cranks Comprimento do Pedivela – Tamanho realmente faz a diferença?

(e.g. tamanho ideal do pedivela = 0.2 x (comprimento total da perna)).

Isso resulta na variação de tamanho ideal de pedivela que oscila de 151 a 183 mm para o tema. No entando, é importante notar que o tamanho padronizado e produzido de 170 mm, em sua maior parte, produz uma média inferior de 0.5% na potência máxima gerada. Assim sendo, pode ser afirmado que o comprimento do pedivela não faz diferença quando o assunto é potência máxima gerada.

Então, qual pedivela eu devo usar?

Parece que nós estamos apenas chuvendo no molhando, não é? Não tão rápido! O resultado final do estudo é que o comprimento do pedivela não parece fazer diferença, mas o que realmente importa é que nós podemos ser livres para experimentar diferentes tamanhos de pedivela para diferentes aplicações! Por exemplo, isso significa que nós podemos trocar o pedivela entre provas de contra-relógio e circuito. Assim, mountain bikers e ciclistas de ciclocross podem não ter a necessidade de longos pedivelas, mas podem experimentar pedivelas mais curtos para realizar curvas melhores e acelerações.

Outra aplicação é realmente descobrir a sua melhor ou preferida cadência, e aí aplicar o pedivela que facilitará a sua pedalada juntamente com a sua cadência preferida. Por exemplo, eu sei através de longos anos de treinamento e diários de treinamento, que eu tendo a ser um ciclista de cadência baixa. Assim sendo, eu posso experimentar um pedivela mais longo que naturalmente irá permitir que eu gire numa cadência mais baixa, aonde um pedivela mais curto poderia me forçar a me tornar biomecânicamente não-econômico em baixas cadências.

Estudo de Macdermid em 2010

E é claro que há, uma advertência severa que eu devo enfatizar novamente. Este estudo somente objetivou a força máxima gerada e NÃO qualquer outra coisa relacionada com a capacidade aeróbica que poderia ser relevante para a maioria dos ciclistas. Assim sendo, enquanto havia uma dificuldade logistica de encontrar indíviduos treinados e adaptados com diferentes tamanhos de pedivelas, o estudo mais apropriado seria replicar o modelo com mais testes de contra-relógio.

specializedshiv 520x347 Comprimento do Pedivela – Tamanho realmente faz a diferença?

Isso nos leva ao intressante estudo de Kiwi-Aussie de 2010, que se focou sobre comprimento de pedivelas mais “realistas” e atividades físicas de resistência, com o grupo específico de mulheres praticantes de MTB, na modalidade Cross Country. Pedivelas de 170, 172.5 e 175 mm foram testados com sprint máximo, juntamente com o VO2max e um teste isocinético (velocidade constante) à 50 rpm. O último teste mencionado, certamente representa uma longa escalada (subida) no fora-de-estrada. Nenhuma diferença entre o teste de VO2max e o isocinético foram observadas ao longo do uso dos 3 (três) diferentes comprimentos de pedivela. O que foi realmente interessante, foi que enquanto a potência de pico não foi diferente, o tempo requerido para alcançar o a potência de pico foi muito mais baixo com o pedivela de 170 mm (2.57 segundos) em relação ao de 175 mm (3.29 segundos).

Isso tem relavantes aplicações práticas. O pedivela mais curto permiti a você gerar potência máxima, mais rapidamente. Essa habilidade é essencial para se aproximar de um pelotão, acelerar para um sprint, e também para superar obstáculos na trilha ou sair de uma curva no ciclocross.

Teste você mesmo

Assim sendo, a melhor coisa a se fazer, parece ser uma questão de testes e compreenssão do seu estilo inerente e da demanda do seu esporte. Uma excelente maneira de fazer isso, é dar a você mesmo o tempo para experimentar diferentes posições na bicicleta e comprimentos de pedivela durante a temporada de descanso ou durante a fase “fácil” do periodo-base de treinamento. Há inúmeros sistemas disponívels para alterar o comprimento do pedivela, como o mais simples e mais ajustável sistema da PowerCranks. O modelo básico da PowerCranks pode ser ajustado de 145 à 182.5 mm, e a versão de “longo ajuste” pode ser ajustado de 85 à 220 mm. PowerCranks pode ser adquirido para a sua própria bicicleta ou para uma varidade de ergometros para treinamento indoor, tornando possivel para você testar o comprimento ideal (e preferido) de pedivela sob diferentes condições. O importante é dar a você mesmo, tempo (pelo menos, umas poucas pedalas tranquilas) para se adaptar a cada comprimento de pedivela antes de realizar qualquer teste específicio, como, por exemplo, um 5 (cinco) minutos de esforço.

Me informe seu comentários e experiências com difentes tamanhos de pedivela!

Divirta-se e pedale com segurança!

Referências

1. Macdermid PW and Edwards AM. Influence of crank length on cycle ergometry performance of well-trained female cross-country mountain bike athletes. Eur.J.Appl.Physiol. 108: 1: 177-182, 2010.

2. Martin JC and Spirduso WW. Determinants of maximal cycling power: crank length, pedaling rate and pedal speed. Eur.J.Appl.Physiol. 84: 5: 413-418, 2001.

3. Martin JC, Wagner BM and Coyle EF. Inertial-load method determines maximal cycling power in a single exercise bout. Med.Sci.Sports Exerc. 29: 11: 1505-1512, 1997.


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smacedo Ver Drop Down
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Quando li o titulo do tópico, ja vim seco pra colar o link dessa matéria kkkkkkkkkkkkk
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Originalmente postado por smacedo smacedo escreveu:

Quando li o titulo do tópico, ja vim seco pra colar o link dessa matéria kkkkkkkkkkkkk

hahahaha, somos dois, vai mais uma, do excelente blog do max http://maxkonabikes.blogspot.com/2010/11/verdade.html
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glauberlima Ver Drop Down
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Originalmente postado por Gaabriel Gaabriel escreveu:

Originalmente postado por smacedo smacedo escreveu:

Quando li o titulo do tópico, ja vim seco pra colar o link dessa matéria kkkkkkkkkkkkk

hahahaha, somos dois, vai mais uma, do excelente blog do max http://maxkonabikes.blogspot.com/2010/11/verdade.html
Esse eu não tinha lido. Muito bom. Segue o texto do Max.

Um dos assuntos mais controversos e debatidos nos meios ciclísticos e triatléticos diz respeito ao comprimento da pedivela. Uns dizem que quando mais longo melhor, outros que quanto mais curto melhor. Outros dizem que esse comprimento deve ser proporcional ao tamanho dos membros inferiores do atleta. Ciclistas de contra-relógio dizem que quanto mais longo melhor. Triatletas dizem que quando mais curto melhor será o rendimento na corrida. Isso é o que eu já ouvi, mas deve haver outras teorias. 

Eu mesmo tenho as minhas. Ou melhor, tinha. Agora não preciso mais de teorias, porque A Verdade sobre esse assunto me foi inesperadamente apresentada. Durante uma das aulas sobre mediçâo de potência, alguém mencionou o assunto comprimento de pedivela, e invariavelmente o debate começou. O palestrante no momento, Dr. Steve McGregor, especialista em biomecânica e que como todo o bom norte-americano não gosta de perder tempo, colocou fim à discussão antes mesmo que ela começasse: "tamanho de pedivela não importa". 

Silêncio na sala. Um silêncio profundo, indignado até por parte de alguns, e curioso da minha parte. "Se esse cara, um PhD em fisiologia do esporte, autor de livros, diz que não importa, eu gostaria de saber por que", pensei com meus botões enquanto torcia para alguém mais ousado desafiar as palavras do nosso carrasco. E como que lendo os nossos pensamentos, ele complementou com "foi o próprio Jim Martin quem chegou a essa conclusão". 

Para quem não sabe - eu não sabia - Jim Martin é a maior autoridade mundial em compriimento de pedivela. Nos últimos 15 anos esse senhor passou boa parte da vida em um laboratório com medidores, pedivelas de todos os comprimentos possíveis e imagináveis, e atletas dispostos a sevir de cobaias. Publicou dezenas de artigos científicos, cada um advogando suas descobertas ao longo desses anos. 

Logo em seguida, a cobertura do bolo. Hunter Allen complementou: "eu estive com ele recentemente em seu laboratório, e me disse que a vida dele tinha sido em vão, pois havia passado 20 anos pesquisando qual o melhor tamanho de pedivela para chegar à conclusão de que esse tamanho não importa. Segundo Jim, um atleta, desde que tenha tempo para adaptação, irá produzir a mesma potência com qualquer tamanho de pedivela. E eles fizeram testes com pedivelas que vão desde 140mm até 200mm! A influência maior nesse caso será no conforto, visto que para uma mesma altura de selim, quanto menor for o comprimento do pedivela, mais aberto fica o ângulo entre tronco e pernas, e portanto melhor o atleta respira". A sala continuou muda, cada um refletindo sobre o que havia ouvido.

É sempre assim quando as nossas verdades são contestadas por uma outra que parece maior e mais sólida. E eu vou percebendo que nenhuma verdade é tão grande e sólida quanto aquela que propõe a não existência de uma verdade absoluta. Tudo depende de adaptação, preferências, limites e tempo, por um lado, e de flexibilidade para aceitar que esses parâmetros são dinâmicos, e portanto o que é "ideal" hoje pode não sê-lo amanhã. Lógico que isso não vale para tudo, mas pelo menos com relação a dogmas no esporte creio que vale sim, e vou deixar mais dois exemplos. 

Ainda durante a mesma palestra, novamente o nosso professor Pardal veio com outra bomba: alongamento para maratonistas é mais prejudicial que benéfico do ponto de vista de performance. A justificativa dele é que musculos alongados na parte posterior da coxa tornam o retorno da perna para frente mais demorado, exigindo ainda uma contração muscular mais intensa da parte anterior. Já o músculo posterior encurtado "puxa" a perna de volta para frente, tornando o movimento mais rápido e menos exigente do ponto de vista metabólico. E para arrasar com o que havia sobrevivido à primera bomba, disse também que musculação para ciclistas, no conceito dele, tem validade zero (exceto para ciclistas de provas curtas de pista com largada parada). A justificativa é complexa demais para descrever aqui, mas basicamente ele prova numericamente que a força máxima utilizada mesmo em esforços intensos de pedalada não chega a 60% da força máxima que somos capazes de produzir. Alguém perguntou se os treinos de Big Gear não ajudavam a ensinar os músculos a trabalhar de maneira eficiente ao longo da pedalada toda. Ele disse que não. "O que vale é a especificidade do movimento. Big Gear vale a pena se você pedala dessa maneira em provas - o que ninguém faz". Além disso, há evidências que a pedalada quadrada é melhor que a pedalada redonda (sobre esse assunto eu não vou nem comentar). Perguntei se ele nunca usava musculação com seus atletas (ele treina vários, inclusive a nível profissional), e ele respondeu que sim. "Entre uma temporada e outra, uso musculação para sair da monotonia de pedalar, pedalar e pedalar. Senão eles iriam cansar do meu treino e procurar outro técnico". 

Depois dessa palestra, fiquei pensando se algum dia na minha vida já havia entrado em contato com a Verdade Inquestionável, Absoluta e Segura. Aquela verdade que não dá espaço para análises, pensamentos, reflexões ou contestação. Ela é, e pronto. E me veio à mente as vezes em que, durante o inverno, eu havia mergulhado em uma piscina de água muito, muito gelada que vinha direto da serra do mar. Era um pulo para dentro, alguns segundos dentro da água gelada, e outro pulo para fora. 

E tenho certeza absoluta que durante aqueles poucos segundos dentro daquele bloco de gelo líquido, eu vivi a verdade. O resto é tudo muito relativo.

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MMSJR Ver Drop Down
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Garopaba
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (1) Agradecimentos(1)   Citar MMSJR Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 27 Nov 2010 as 00:16
Gostaria de saber:o uso de um pe-de-vela muito maior que o habitual(tipo mudar do 170mm p/o 180mm)poderia causar algum tipo de lesão?
 
Grato
 
Mario
tigerwarrior
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edinho Ver Drop Down
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Mario, acho que a regra deve ser a seguinte: em tudo o que é relacionado a equipamento/treinamento, devemos dar um passo de cada vez, sem radicalismo.

Pelo menos é o que tento fazer na minha vida esportiva

Assim, um salto de um extremo a outro, não sei se pode causar lesão, mas que será desconfortável/stressante, será...
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glauberlima Ver Drop Down
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É verdade... concordo com o Edinho... o problema é que fazer esse aumento progressivo da maneira correta pode custar caro. 
Talvez fazer essa mudança em um período sem competição para poder fazer um treino de base para acostumar com a mudança?
 Disapprove
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MMSJR Ver Drop Down
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Garopaba
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Grato pelas explicações.
tigerwarrior
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Glauber, sua idéia também me parece válida. Continua dentro do ideal de fazer sem radicalismo: em uma época de menos treinos, vai se acostumando aos poucos, com distâncias menores, esforços menores, depois vai subindo um degrau por vez.

O duro é ter autocontrole pra isso
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glauberlima Ver Drop Down
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar glauberlima Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 29 Nov 2010 as 11:24
Originalmente postado por edinho edinho escreveu:

Glauber, sua idéia também me parece válida. Continua dentro do ideal de fazer sem radicalismo: em uma época de menos treinos, vai se acostumando aos poucos, com distâncias menores, esforços menores, depois vai subindo um degrau por vez.

O duro é ter autocontrole pra isso


Heheheee é vero. Digo isso pq um pedivela é caro pra k7 e ficar trocando a cada mês é cruel então de repente aproveitar um final de ano ou período que vá se passar uns 3 meses sem competir ou fechou o ciclo e vai se começar com um treinamento de base seria uma boa oportunidade de investir na troca e REaprendizado com o pedivela novo.
Agora é o caso de se pensar e analisar direitinho esse salto... uma coisa é se mudar de um 170 para um 172,5 ou 175 outra coisa é sair de um 170 para 190. Putz salto grande. A pessoa tem de analisar o motivo da mudança, se for um pedivela comprado errado, já veio na bike, é bike usada, etc. beleza. Eu quando montei a minha logo de cara "troquei" o 172,5 por 175. Bem na "faixa" da minha altura.
Clap
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Carvalho_BR Ver Drop Down
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nao entendi voces
nos dois textos postados estao dizendo que o uso de pedivelas de tamanhos diferentes nao vai influir na potencia gerada e que o uso de pedivelas menores traz menos problemas e mais beneficios para o lado fisiologico.
e voces estao ainda cogitando experimentar pedivelas maiores????
nonsense isso...
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glauberlima Ver Drop Down
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Calma-fio. Estamos só conversando sobre a pergunta do MMSJR onde foi perguntado sobre a troca de um 170 por um 180. Se a pessoa quer experimentar a troca isso é escolha de cada um. Estou contente com o meu e não troco tão cedo.
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Tiagao2006 Ver Drop Down
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar Tiagao2006 Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 14 Mar 2011 as 02:45
Gente como eu posso medir a perna de onde a onde????????
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alinhobiker Ver Drop Down
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar alinhobiker Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 18 Mar 2011 as 14:35
Gostaria de saber se o pedivela 170mm e indicado mais para pessoas baixas digamos assim?
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Moises Jhon Ver Drop Down
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar Moises Jhon Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 26 Mar 2013 as 12:42
Usei pedivela 145mm e alcancei uns 270 watts.
Agora uso um 165mm e faço 380 watts.

O pedivela menor obriga a fazer mais força, o que se faz um treinamento de força. Agora, acostumado a fazer força e usando um 16,5 cm alcanço bem mais potência.

Minha bike é uma MTB bem sismples e faço média de 27 Km/h na rodovia.
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glauberlima Ver Drop Down
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tamanho do pedivela não faz a pessoa gerar mais pontência. ponto! não tem conversa!

vc pode ter melhorado seu desempenho entre outras coisas, não viaja!

ps: sem contar que watts depende de uma cacetada de coisas como peso, vento, inclinação etc.


Editado por glauberlima - 26 Mar 2013 as 13:31
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Fabricio_Antunes Ver Drop Down

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Moises se vc não for muito pesado para manter 27km/h em rodovia plana sem vento com 120~130watts vc consegue essa velocidade...380w na mesma rodovia vc estaria acima de 40km/h fácil.

Acho que vc se expressou mal ou seu medidor não está muito bom não.

E concordo com o Glauber qto ao tamanho do pedivela.
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JRobert Ver Drop Down

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Originalmente postado por Moises Jhon Moises Jhon escreveu:

Usei pedivela 145mm e alcancei uns 270 watts.
Agora uso um 165mm e faço 380 watts.

O pedivela menor obriga a fazer mais força, o que se faz um treinamento de força. Agora, acostumado a fazer força e usando um 16,5 cm alcanço bem mais potência.

Minha bike é uma MTB bem sismples e faço média de 27 Km/h na rodovia.
O fato de o Pe anterior ser 145mm e dar menor rendimento que o 165 não pode levar à conclusão de que qto menor o Pe menor o rendimento, se é isso que quis dizer.
Apenas que NO SEU CASO o Pé era menor que o ideal para o seu tamanho
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vlsantos Ver Drop Down
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar vlsantos Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 25 Jun 2013 as 07:06
No triatlhon, o pedivela menor gera mais conforto para trabalhar a respiração com o diafragma. É bem diferente de uma prova de ciclismo de estrada, onde a posição varia ao longo da prova, ou um TT curto de até 40Km. E sem um mínimo de conforto para a correta respiração, você não consegue manter a potência em provas longas.

Tem um texto muito interessante, explicando porque quando o Lance voltou no final da carreira para as provas de triatlhon, ele seguiu o conselho do pessoal  técnico, diminuindo a pedivela de 175mm para 170mm. 


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leograla Ver Drop Down
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar leograla Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 25 Jun 2013 as 21:32
muito foda os comentários desse professor, valeu a oportunidade de repassar pros colegas
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Pepebike Ver Drop Down
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Cadastrado em: 18 Ago 2014
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar Pepebike Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 17 Jan 2016 as 16:09
Complementando esse tópico com o artigo do site Pedal sobre o assunto:

“Life is like riding a bicycle. To keep your balance, you must keep moving.”
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