Relíquia da história do MTB brasileiro, perdida

Até semana passada, eu tinha uma das poucas relíquias sobreviventes:

O quadro ainda era o Extor original (que eu recebi de um tio), mas as demais peças foram compradas ao longo de anos, com salário de estagiária. Uma suspensão Spinner Edge 120mm (a menos ruim que eu pode pegar na época com meu orçamento). Um kit Shimano Alivio 24v 2006, que resistiu até 2021 sem nenhuma troca de componentes. Aros VZAN Action, e pneus Maxxis que eventualmente foram trocados por um par de Pirelli Skorpions. 

Foi uma bicicleta que se tornou meu principal meio de locomoção pela cidade por anos e anos, já que minha distância de grupos de trilha e minhas condições de saúde me impediam de pegar as trilhas de barro que eu antes praticava.

....Infelizmente, domingo dia 31, essa relíquia de quase 30 anos foi roubada do bicicletário do estacionamento do supermercado BIG Bompreço Casa Forte, aqui em Recife. O supervisor do estacionamento disse que "nada poderia ser feito", e agora estou sem muita idéia do que fazer a respeito. O supermercado deve acabar apagando as imagens em breve, e só as libera em caso de mandado judicial.
Fiz um BO online assim que cheguei em casa no dia do roubo, mas não parece ter servido de nada exceto catalogação.

Se eu não descobrir o que fazer, isso significa que infelizmente perdemos esta relíquia pra sempre. E por ter sido demitida no meio da pandemia, eu não tenho nenhuma condição de repor a bike.

Ela estava com corrente e estava dentro da área do bicicletário, que é o que a lei exige e o que as placas do estabelecimento exigem.

...O problema é que o supervisor veio dizer que "o seguro só cobre se a bicicleta estiver perfeitamente encaixada na espilha de calhas centrais no meio do bicicletário" (que não serve pra qualquer bicicleta; além de serem estreitas, as calhas batem em câmbios de MTB com muita facilidade).

...E quando eu argumentei que seria inviável seguir as instruções dele (que não estavam em nenhuma placa) ele sugere um novo absurdo: amarrar de forma improvisada a roda traseira por fora da calha, deixando a bicicleta completamente "bamba" e com risco de cair de lado. Risco este que eu não gosto de correr num quadro de fibra de carbono.

De resto, eu tenho as provas circunstanciais possíveis (fotos da bike, o capacete, as chaves dos cadeados, notas fiscais das últimas revisçoes e peças compradas, recibo que prova que eu comprei naquela noite).

....Mas as provas mais importantes, que são as filmagens da câmera de segurança que estava logo acima da bike, o supermercado não quer fornecer. E não quer se responsabilizar por nada, segundo regras arbitrárias deles.

Eu consultei uma advogada e além do valor da bike, ela sugere uma idenização adicional por conta do prejuízo pela bike ser meu único meio de transporte e um elemento crucial na minha saúde e rehabilitação.

Quanto à bike, sinceramente, eu acho que se eu conseguir 4mil dela (que é o equivalente a uma bike moderna 27.5, tamanho S, componentes Alivio e suspensão de entrada) já me pareceria de bom tamanho -- isso fora a idenização por perdas.

...Mas se for possível empurrar o valor pra cima simplesmente mencionando que nenhuma bike de carbono é vendida a menos de 8 mil reais, eu vou insistir até onde for possível.

420 dias é um prazo "aceitável", justiça comum costuma demorar bem mais. Vantagens das "pequenas causas"

Exatamente... Todo dano moral/material/etc precisa ser comprovado.

Uma situação onde caberia dano por lucro cessante: Profissional de APP. Se um cara desses tem a bike roubada, os dias que ele ficou parado geram indenização, pois é a ferramenta de trabalho. Lucro cessante.

Agora, indenização pq fiquei triste, parei de me exercitar... bem difícil. 

vai ser a saída pro futuro!
andar com uma GoPro....
furtos, roubos, transito....
infelizmente!

ônus da prova nesse caso cabe ao estabelecimento. Por isso possuem cancelas, câmeras e outros itens de segurança pois se fosse por essa lógica, nenhum estabelecimento faria filmagem. Sempre alegariam má fé do cliente.

Eu não me preocuparia com as gravações. Se o mercado apagar, pior para ele. Não poderá argumentar que a bike estava afixada fora do local, etc

Com certeza, tenho visto cada decisão de juiz absurda... Mas a moral desse caso aqui, é que se trata de tribunal de pequenas causas. O segredo é ir pra conciliação na primeira audiência, elaborando uma boa petição, consegue pressionar o advogado da outra parte a chegar num acordo viável. 

Muito alinhado com o que venho dizendo. Cabe indenização pela bike, no menor orçamento. O ônus da prova do fato é do supermercado e não cabe indenização por danos morais e outros (sem comprovação consistente)