Relato: Estrada Graciosa até Morretes/PR (set/16)

		Olá pessoal,

Gostaria de relatar minha experiência na Estrada da Graciosa, tradicional descida de serra entre Curitiba e Morretes. Realizei o pedal no fim de semana passado com o pessoal da Pediverde.

Bem, vamos ao relato:

Saí de casa por volta das 21h30 (bairro Casa Verde em São Paulo/SP) de sexta-feira, em direção à Estação Sumaré, local em que o ônibus estaria me esperando. Pedal tranquilo pela ciclovia da Sumaré, em que o maior perigo infelizmente são os assaltos. Acessei a Rua Oscar Freite pela alça de acesso bastante inclinada, mas sem muita dificuldade - engraçado pensar que há alguns meses uma subida dessas me parecia intransponível. Levei, além da bike, os itens indicados pela Pediverde (higiene, repelente, filtro solar, troca de roupa, etc..) em uma mochila pequena. Sobre a bike, é uma MTB (OXER XR300, 29er), com pneus 29x2.10.

O embarque estava previsto para ocorrer entre 22h e 22h30. Por volta das 23h o ônibus, tipo semi-leito e bastante limpo, partiu e logo adormeci. Acordei na parada em Registro/SP, mas acabei não comprando nada e apenas me trocando para o dia seguinte.

A chegada no início da estrada foi por volta das 06h00 de sábado. Rapidamente desembarcaram as bicicletas, todos alongaram, verificaram se tudo estava OK e iniciamos, com 12º C, a descida - o pedal é leve e salvo uma ou outra subida, é possível manter um ritmo bom apreciando a paisagem e parando para tirar fotos. Há tráfego de veículos, mas todos respeitam bastante os ciclistas e não me senti inseguro em nenhum momento.

O grupo parou no primeiro ponto de apoio, que é um mirante no qual é possível, em dias abertos, ver o mar. O dia estava meio fechado e isso acabou não sendo possível. A lanchonete do local também estava fechada :( O pessoal da Pediverde então propôs retornar e fazer o trecho do "caminho antigo" da estrada, que é um caminho em terra/pedra de uns 4 a 5 km.

O trecho de pedra vale a pena ser feito e pode ser feito tanto como um adicional (como fizemos) como a titulo de caminho alternativo - foi bem legal ter feito esse trecho. Sofri pela falta de habilidade no fora de estrada e pelos pneus com calibragem alta, mas no fim deu tudo certo.

Retornamos ao ponto do mirante e a lanchonete estava aberta - experimentei a coxinha de aipim com carne, que achei deliciosa (nem todos gostaram, no entanto). Todos alimentados, iniciamos a descida. É um trecho de uns 10 a 12km de pura descida com uma outra curva mais forte e vários pontos de parada para fotos, todos devidamente identificados e com estrutura de apoio (banheiro, lanchonete). Os últimos 15 km são bem tranquilos e planos e a temperatura subiu, chegando perto dos 30º C.

O pessoal reagrupou na chegada de Morretes, as bikes foram novamente guardadas no ônibus e fomos tomar banho no banheiro público existente, bastante limpo e acessível (R$ 3, mas há apenas um chuveiro). O almoço em Morretes/PR foi nota 10, comemos em um restaurante chamado "Mandalozo", no qual ofereceram barreado a vontade e um rodízio de frutos do mar.

O retorno até Curitiba/PR foi pelo trem turístico. A viagem é linda, mas um pouco cansativa (são mais de 3 horas dentro do trem).

Chegamos em SP bastante tarde (2h30 da manhã de sábado para domingo) por conta do trânsito e fiquei preocupado em como retornar para casa. Felizmente uma outra pessoa do grupo conseguiu chamar um Uber Bike (Uber com suporte de bicicleta) e divididmos a corrida (R$ 20 para cada) - muito obrigado, Ludmila :)

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Fotos do passeio: https://goo.gl/photos/x8L329eFSwY79RrA8

Vídeo do passeio: https://www.youtube.com/watch?v=Fhl9oPJ0G5Y

Atividade no Strava: https://www.strava.com/activities/716052288

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Impressões positivas:

- Achei o custo do pacote atraente (R$ 510). Só um ônibus semi-leito ida e volta de Curitiba custa R$ 200, o pacote do trem mais uns R$ 80, o almoço em torno de uns R$ 70. Considerando toda a estrutura disponibilizada, o serviço de guias/suporte, o fato de que o ônibus faz as vezes de apoio, pois busca você em Morretes/PR, o preço é mais do que justo;

- O ônibus semi-leito é mais do que suficiente para descansar bem em uma viagem até Curitiba;

- A estrada é maravilhosa - vistas lindas e uma convivência espetacular com os outros veículos;

- O restaurante que almoçamos é muito bom e o barreado é uma delícia!

- Graal são os melhores locais para paradas, porém com opções escassas para quem tem restrição de dieta;

Coisas que eu faria de diferente ou que não gostei tanto:

- Acabei não comprando coisas para o café da manhã do dia seguinte e quando chegamos no ponto de partida a lanchonete existente estava fechada - não consegui ouvir direito essa parte no briefing, pois estava no fundo do ônibus;

- O pedal acabou sendo bem mais leve do que eu esperava - cheguei no fim com mais vontade de pedalar. O tempo estava curto, mas deu vontade de pedalar pelo menos um pouco por Morretes, a cidade parece ser bacana - ficou pra próxima;

- No trem, procure um lugar no lado direito (lado da plataforma). A vista do lado esquerdo é beeeem menos atrativa.

- Leve um carregador externo de bateria, você irá precisar (aqueles bancos de bateria com saída USB)

Enfim... Creio que para quem é mais experiente ou consegue montar um pequeno grupo é plenamente possível fazer o pedal sem apoio de uma agência, embora o risco de uma falha mecânica ou emergência atrapalhar o passeio seja algo a se considerar.

Subir a serra também me pareceu possível, embora me pareca se transformar em um pedal bem mais puxado e para o qual eu ainda preciso me preparar melhor.

Gostei do serviço prestado pela Pediverde e da oportunidade de conhecer novas pessoas e trocar ideias. O desafio dos caras não é pequeno e eles deram conta com folga: juntar um grupo de várias pessoas, totalmente heterogêneo, e colocá-las em segurança para descer uma serra.  