Salve, pessoal do Pedal!
Esse é um relato da pedalada na minha recente viagem à Ilha Grande (próximo a Angra dos Reis no RJ) com fotos no link no final do texto.
Há tempos queria viajar levando minha bicicleta mas só com uma DOBRÁVEL ficou praticável.
Originariamente era uma Durban Bay Pro onde tive que mudar algumas coisas, retirei os para-lamas e o bagageiro.
Coloquei pneus para terra 20 x 1,75 e fitas anti-furo mas acho que caberiam pneus 20 x 2,125.
Troquei o pedivela original de 52 dentes por um triplo com 22/32/44 senão não seria possível subir em ladeiras de terra e pedras.
Para essa viagem não coloquei passador de câmbio dianteiro (nem sei se será possível) mas como há vários anos lubrifico/limpo minha corrente com parafina ao invés de óleo trocava manualmente (com a mão) a corrente, usando a coroa 32 onde havia plano ou subida leve e mudando para a 22 quando era mais difícil devido às pedras em subida. Volto a mencionar o mérito da parafina que não gruda poeira/terra na corrente e não suja as mãos nem o carro. A corrente utilizada foi a que uso há anos na minha bicicleta principal, com o Power Link da Sram (elo desmontável).
Tirei os pedais dobráveis porque certamente quebrariam e coloquei meus Look Keo Classic (de speed).
Mudei o guidão para um levemente curvo para afastá-lo mais para a frente, o original reto ficaria muito próximo, ficaria instável em descidas, coloquei também bar-ends e a bomba de encher pneu.
Coloquei dois suportes para garrafa d'água (com braçadeiras/blocagens) e bolsas, uma no banco e uma no quadro, câmara de ar reserva, ferramentas e celular.
No hotel ficaram bomba de encher pneu (de pé, tamanho pequeno), outras ferramentas, cabos de freio e marcha, alicate para cabos, câmara de ar reserva etc..
A pedalada em si
Na minha opinião o passeio é ir a Dois Rios, cruzando a ilha. Passeios mais próximos não fazem sentido em relação ao trabalho que dá.
O caminho para Dois Rios é de terra, com pedras, subidas e descidas, um mirante com uma bela vista para Abraão, poucos trechos planos, alguns pontos onde daria para beber água e talvez tomar banho de rio e chegando em Dois Rios uma bela paisagem, uma bela praia, um rio banhável (não vi o outro), o antigo presídio, instalações da UERJ, algumas casas e um barzinho onde daria para almoçar ou ao menos beber algo.
Desde os anos 80 /90 que não pedalava em pista de terra, muito menos em subidas/descidas, nem com as rodas aro 20, por isso em alguns pontos deixei o orgulho de lado e desmontei da bicicleta, o objetivo era passear, não me machucar.
Os pedais de speed (Look Keo Classic) não ajudam na hora de recomeçar uma subida nos trechos de terra com muitas pedras, o melhor é não parar ou ir empurrando.
Na minha opinião (levando em conta a falta de treino em terra) as rodas aro 20 não atrapalharam no caminho e certamente ajudaram muito no transporte.
A parte que recomendo cuidado com a dobrável é quanto à coluna da direção, tanto pela dobradiça como pelo comprimento. É bom não forçar muito com os braços e costas quando for pedalar em pé, basta lembrar que numa bicicleta convencional a distância (alavanca) do guidão até o rolamento de cima é bem curta, já numa dobrável a alavanca é muito grande, poderia danificar.
Mesmo nas partes planas, tanto em Abraão quanto em Dois Rios, há muitos trechos com bastante areia na pista, alguns pontos parecem "poças de areia", precisando de pneus largos e de cravos.
Valeu à pena, tanto a pedalada até Dois Rios quanto experimentar uma viagem levando uma bicicleta dobrável.
Mario D'Amato
(link para as fotos) https://photos.app.goo.gl/8bBk6NtVC5xvg7tY2" rel="nofollow - https://photos.app.goo.gl/8bBk6NtVC5xvg7tY2
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