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Relato - Rota da Luz - Mogi a Aparecida - nov/16

Impresso de: Pedal.com.br
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Tópico: Relato - Rota da Luz - Mogi a Aparecida - nov/16
Postado Por: glsoledade
Assunto: Relato - Rota da Luz - Mogi a Aparecida - nov/16
Data de Publicação: 21 Nov 2016 as 00:40
Olá pessoal,

Neste último feriado prolongado da Proclamação da República tive a oportunidade de realizar a "Rota da Luz". A Rota da Luz é um caminho alternativo entre Mogi das Cruzes/SP e Aparecida/SP, quase todo em estrada de terra. O roteiro foi instituído recentemente e, pelo que ouvi, tem como origem um caminho que era utilizado pela esposa do Geraldo Alckmin para peregrinação a pé até a Basílica.

Antes de falar mais da viagem, reproduzo a descrição da rota, conforme o site oficial:

O traçado é formado por estradas secundárias, somando 201 km que passam por nove municípios, saindo de Mogi das Cruzes com destino a Guararema, em um percurso de 27,2 km. De lá, segue por 19,9 km em direção à Santa Branca. A estrada seguinte tem 38,87 km e levará até Paraibuna. Continuando por mais 30,3 km, chegará em Redenção da Serra, que está a 38,75 km de
Taubaté . O percurso segue até Pindamonhangaba por mais 12 km. São 24 km para atingir a próxima cidade, Roseira. Deste ponto, começa a parte final do trajeto rumo à Aparecida, que está 10 km distante.

Tinha o sonho de fazer esse roteiro há algum tempo e, por aquelas "coincidências" que Deus coloca em nossos caminhos, encontrei o grupo "Rota da Luz" no Facebook, onde li que um grupo de ciclistas de Mogi chamado "Família de Ciclistas" havia feito uma primeira cicloviagem peregrina até lá. Fiquei em contato com eles e há alguns meses o Ubirajara (Bira) me confirmou que iria novamente e começou a montar um novo grupo. No fim, o grupo era composto de 5 pessoas - além de mim, estavam o Bira, o Fernando, o Zé Carlos e o Zé Govea. Tirando eu, que sou de São Paulo e o Fernando, que é de Boraceia, todos são de Mogi. O Bira era o único que tinha feito o caminho e foi nosso guia, mentor e praticamente um anjo da guarda: era o ciclista mais experiente do grupo e nos ajudou demais a concluir o caminho, com seu incentivo, dicas e auxílios mecânicos.

Utilizei uma bike OXER XR300 com bagageiro traseiro e um alforje importado (chinês) com capa.

Dia #1: Mogi das Cruzes a Paraibuna

O dia começou cedo. Minha namorada me buscou em casa por volta das 04h00 e tomamos o rumo de Mogi. Chegamos em Mogi por volta das 05h00, nos encontrando com o grupo na Catedral Sant'anna. Embora a partida oficial ainda seja na estação Estudantes, o Bira tem preferido sair da Igreja Matriz da cidade, o que me parece algo bem condizente com o propósito peregrino da viagem.

Pegamos a estrada por volta de umas 06h00, inicialmente percorrendo trechos de asfalto até acessarmos uma linda estrada de terra que dá acesso ao distrito de Luis Carlos, em Guararema/SP. Passamos pela vila ferroviária recém revitalizada e chegamos ao centro de Guararema/SP. Tomamos café em uma padaria chamada "Galdino", ao lado da estação de Guararema.

Tivemos sorte da locomotiva 353 estar parada lá e pudemos tirar algumas fotos perto do trem turístico.

Ainda em Guararema/SP, tive meu primeiro problema mecânico: minha corrente estourou e o Bira fez o reparo com o uso de um Powerlink. Fica a gratidão ao amigo e o aprendizado de ter um Powerlink com chave de corrente na mochila.

Seguimos em direção à Santa Branca, local em que compramos algumas coisas para nos reabastecer. Não paramos para almoçar em restaurante, decidindo por fazer um breve lanche na estrada antes de chegarmos a Paraibuna. O tempo se manteve firme e seco, o que nos facilitou encarar as diversas subidas.

Neste dia, percorremos 89km, com altimetria acumulada de 1734m.

Em Paraibuna, ficamos no hotel "Santo Agostinho" em um quarto que acomodou os cinco viajantes. Hotel honesto, compatível com o propósito da viagem. Comemos um deliciono pastel com massa especial na "Pastelaria do Manezinho" e um PF sensacional na "Cantina Tradição de Paraibuna". A qualidade da comida (e seu preço justo) de Paraibuna me surpreenderam e lembraram São Luis do Paraitinga antes da enchente de 2010 (depois da enchente, tenho a impressão que os preços em SLP dispararam, mas isso é assunto para outro post...).

Dia #2: Paraibuna a Taubaté

O Bira já havia nos adiantado que esse seria o dia mais difícil da viagem. Para começar, a chuva que nos poupou no primeiro dia resolveu aparecer. Felizmente, não foi uma tempestade, mas uma chuva fina e contínua.

Neste dia, percorremos 70,8 km, com altimetria acumulada de 2014m. Embora a distância tenha sido menor, as subidas pareciam sem fim e o cansaço acumulado do primeiro dia, somado à chuva e o barro, fez deste dia o mais difícil da cicloviagem.

As subidas desgastantes foram compensadas pelas paisagens maravilhosas ao longo de todo o trecho. Dividimos o dia em dois: Paraibuna a Redenção, onde almoçamos em um ótimo self-service e depois Redenção a Taubaté. A parte após o almoço foi a mais difícil, inclusive por conta dos atoleiros em uma determinada subida que me levaram ao chão e encheram minha relação de lama. O barro era tanto que tivemos de parar em um determinado ponto e lavar as bicicletas para conseguir seguir viagem.

Próximo à Taubaté o asfalto volta a aparecer e fomos agraciados com mais algumas subidas, que pareciam sem fim.

Em Taubaté, ficamos no hotel "Estrela do Vale", localizado ao lado de uma marmoraria na SP125 (Rod Osvaldo Cruz). Hotel excelente, com quartos novos, ar condicionado e até TV de LCD. O pessoal foi comer na pizzaria "Pizza Hum" localizada ali perto. Eu aproveitei que estava na cidade e visitei meu filho.

Dia #3: Taubaté a Aparecida

O dia começou não tão cedo, com um bom café da manhã. Aproveitamos a estrutura do hotel para lavar as bicicletas, pois estavam puro barro. Saímos do hotel embaixo de chuva e assim seguimos por todo o caminho.

A rota por Taubaté percorre bairros rurais até chegar ao ponto de travessia, via túnel, da Dutra. A partir dali, estamos indo sentido Pindamonhangaba e reencontramos o asfalto. Tivemos o prazer de reencontrar o peregrino Brauner, que havíamos cruzado em Guararema.

Tomamos um ótimo segundo café (ou almoço?) em uma padaria de Pinda, com ótimo custo-benefício e seguimos viagem.

Chegamos no Santuário por volta das 16h00. É impossível não se emocionar. A esposa do Bira e seu filho nos encontraram na entrada e celebramos juntos, agradecendo a proteção e o fato de termos chego em segurança. Não consegui tomar banho, mas me virei com as toalhas umidecidas que sempre levo. Visitei a imagem da Santa e novamente agradeci - não só por isso, mas por todas as coisas boas que aconteceram na minha vida - só o fato de ter saúde para fazer essa viagem é um motivo e tanto para agradecer.

O Fernando e o Zé Carlos me levaram até a Rodoviária de Aparecida, onde comprei passagem para SP com a Pássaro Marrom. Na

volta, acabei conhecendo dois outros ciclistas que haviam concluído o Caminho da Fé, roteiro que também leva a Aparecida

mas é bem mais pesado que a Rota da Luz... Quem sabe não é meu próximo destino?

Neste dia, percorremos 53km, com altimetria acumulada de 458m. Foi um dia de poucas subidas, mas o cansaço fez com que o trecho parecesse muito mais longo e íngrime.

O retorno via ônibus foi tranquilo e minha namorada me buscou na Rodoviária do Tietê. O dia seguinte foi de bastante

descanso e de levar a bike para uma merecida revisão.

Financeiramente, não gastei mais de R$ 60 por dia com comida e algo parecido com hospedagem. A passagem de Aparecida a São

Paulo, com seguro, saiu em torno de R$ 50.

Sobre o certificado de conclusão, há dois:

- Certificado emitido pela Igreja: imprimir o passaporte no site e ir carimbando nos locais pré-determinados ao longo do trecho. No Santuário, buscar a secretaria para emissão - certificado impresso;
- Certificado virtual: baixar o aplicativo e ir registrando passagem com o QRCODE.

Enfim... espero ter contribuído para quem queira fazer a Rota da Luz. O Bira deve montar um novo grupo para maio/2017.

Recomendo fortemente NÃO IR SOZINHO e, se possível, ir com alguém que tenha feito o caminho antes. O roteiro em si é muito bem sinalizado, mas o pedal não é dos mais fáceis e há muitos trechos sem movimento, nos quais um problema mecânico pode se tornar uma dor de cabeça mais séria. O caminho muda MUITO com a presença de barro, portanto, atenção com chuvas.

Sobre a bike, estou bem satisfeito com o desempenho da XR300 da OXER nessa viagem - a dor de cabeça com o freio teve mais a ver com a lama do que com a qualidade da bike. O bagageiro também se comportou bem. Os alforjes se relevaram muito grandes para o que eu precisava, além de precisarem ser ajustados com elásticos para não baterem na perna. Em relação à roupa, ponto positivo para as capas plásticas de chuva (presentes do Zé Carlos e do Fernando) e ponto de atenção para o corta-vento, que é apenas corta-vento mesmo...

Links no Strava:

- Dia 1: http://www.strava.com/activities/775721884 - https://www.strava.com/activities/775721884
- Dia 2: http://www.strava.com/activities/775721930 - https://www.strava.com/activities/775721930
- Dia 3: http://www.strava.com/activities/775721993 - https://www.strava.com/activities/775721993

Álbum de fotos no Google Fotos: http://goo.gl/photos/HZ9JekvvczCWdQgK6 - https://goo.gl/photos/HZ9JekvvczCWdQgK6

Outros links úteis:

- Site oficial da Rota da Luz: http://www.rotadaluzsp.com.br - http://www.rotadaluzsp.com.br
- Página da Rota da Luz no Facebook (não oficial): http://www.facebook.com/groups/844639865663425/ - https://www.facebook.com/groups/844639865663425/
- Página da Família de Ciclistas no Facebook: http://www.facebook.com/groups/343180019219952/ - https://www.facebook.com/groups/343180019219952/ - provavelmente, farão a 3a viagem em



Respostas:
Postado Por: João Frango
Data de Publicação: 21 Nov 2016 as 10:54
Poutz muito bom cara, ta na minha lista e seu tópico clareou algumas coisas pois tem pouco relato ainda desta rota.

Parabéns pela viagem e por compartilhar as informações ClapClapClap


Postado Por: _danielcorrea
Data de Publicação: 22 Nov 2016 as 22:55
Excelente relato para futuras referências.Clap


Postado Por: Degan
Data de Publicação: 23 Nov 2016 as 09:20
Que bacana o relaro!
Mais de 2 mil metros de altimetria acumulada em 70K é um pedal bem pesado no asfalto, fico imaginando com barro.
Parabéns!


Postado Por: DukeDeVespa
Data de Publicação: 19 Dez 2016 as 15:47
Muito bom o relato. Espero fazer essa rota em breve... 


Postado Por: trumpa
Data de Publicação: 04 Abr 2017 as 14:16
Excelente relato amigo, voltei a pedalar esse ano e é um dos meu objetivos ir até Aparecida. 

Me ajudou e muito, obrigado 



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