Mapeamento ajuda ciclista a escolher melhor rota por
CRISTINA MORENO DE CASTRO de SÃO PAULO
Quem sai de bicicleta em São Paulo da praça Oswaldo Cruz, no Paraíso, em
direção à praça Itália, próxima ao largo da Batata, tem dois percursos
possíveis: o óbvio e o alternativo.
O óbvio é aquele geralmente usado por quem anda de carro, passando por
toda a extensão da avenida Paulista e, depois, da Rebouças.
O alternativo não passa por nenhuma grande avenida e faz um ziguezague dentro dos bairros.
http://maps.google.com.br/maps/ms?ie=UTF8&hl=pt-BR&msa=0&msid=207394573753040081141.0004a4a9b3775fa5a00a6&ll=-23.568629,-46.668763&spn=0.028715,0.055575&z=15 - http://maps.google.com.br/maps/ms?ie=UTF8&hl=pt-BR&msa=0&msid=207394573753040081141.0004a4a9b3775fa5a00a6&ll=-23.568629,-46.668763&spn=0.028715,0.055575&z=15 - Veja o mapa com os dois trajetos
Esse segundo trajeto é mais seguro para os ciclistas: passa por ruas com
menos movimento de veículos pesados, mais planas, também largas e até
mais arborizadas.
É a rota que ciclistas experientes costumam escolher, depois de alguma prática.
Foi com isso em mente que o pesquisador do Cebrap Leandro Valverdes
idealizou um projeto que já tinha sido pensado por outros ciclistas e
que já é adotado em cidades como Nova Iorque: o mapeamento de
ciclo-rotas para quem usa a bicicleta como meio de transporte no centro
expandido paulistano.
"A chave para pedalar em São Paulo é a escolha dos caminhos, que não coincidem com os caminhos feitos de carro", diz Valverdes.
A jornalista Verônica Mambrini, 28, demorou algumas semanas para ter
esse "estalo" quando começou a pedalar para o trabalho, no trajeto
Pompeia-Lapa, há quatro anos. No começo, ela ia pela av. Pompeia,
passava pelo viaduto da Antártica e seguia pela av. Marquês de São
Vicente. Depois, passou a usar apenas as vias dentro do bairro Vila
Romana.
"Pelas ciclo-rotas dá para dar uma relaxada, pedalar mais tranquila". Para quem é adepta do movimento http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/767246-clube-da-luluzinha-vai-de-bicicleta-ate-para-balada.shtml - "cycle chic" ,
que prefere pedalar com a roupa do trabalho --inclusive salto alto e
maquiagem--, tranquilidade é um alvo, que Verônica busca em conversas
com amigos mais experientes.
O empresário Eduardo Grigoletto, 33, também gostou da ideia das
ciclo-rotas. Hoje ele faz o próprio roteiro com ajuda do Google Maps,
mas diz que há caminhos sem alternativas, como o que ele percorria
diariamente entre o Planalto Paulista, perto do aeroporto de Congonhas, e
o Bom Retiro --passando por avenidas grandes como Jabaquara, Domingos
de Moraes, Vergueiro e Tiradentes.
O projeto, financiado pela Secretaria Municipal de Esportes, começou há
duas semanas com um levantamento prévio dos polos geradores de viagem da
cidade, como escolas, universidades, comércios, equipamentos culturais e
estações de metrô.
Na semana que vem, três ciclistas, munidos de GPS, vão percorrer as ruas
num trabalho de campo, para traçar os melhores roteiros, considerando o
tráfego, a largura das vias, os morros, qualidade do piso, arborização e
presença de atrativos culturais. A ideia é que em setembro o mapa já
esteja pronto e possa ser usado inclusive pela sinalização da CET
(Companhia de Engenharia de Tráfego)
Em 2010, 49 ciclistas morreram em acidentes de trânsito --foram 61 em 2009. Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/924034-mapeamento-ajuda-ciclista-a-escolher-melhor-rota.shtml - Folha de São Paulo
Para quem já frequenta o forum há algum tempo, as rotas mais tranquilas não são novidades pois a maioria já deve conhecer os experientes ciclistas poneis e Mig que sempre estão ajudando a galera a se deslocar pela perigosa cidade. Mas sem dúvidas o mapeamento e sinalização dos trechos será de grande valia, e melhor ainda, pode incentivar mais pessoas a usarem a bicicleta como transporte diario, e quanto mais ciclistas melhor para todos.
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