Dicas de cicloturismo

Dicas de cicloturismo

1. Marque a data de início da viagem E, na data marcada, comece a viagem. A pior viagem é aquela que não se concretiza. Não existe planejamento completo, não existe bicicleta perfeita, não existe bagagem perfeita. O importante é partir.

2. Qualquer bicicleta serve para uma cicloviagem. Se ficar esperando a bicicleta perfeita e mais adequada, nunca vai começar a viagem. Como experiência própria: já viajei de bicicleta sem marchas, de bicicleta dobrável com aro 20, com bicicleta de estrada (speed), com aro 26, com aro 27, com aro 29, com paralamas, sem paralamas, com pneu fino, cravejado, híbrido. Evidente que, na viagem com bicicleta sem marchas, a gente empurrava em cada subida das estradas. O importante é viajar, vá com qualquer bicicleta, ou mesmo a pé.

3. Leve o mínimo de bagagem possível. Qual é o mínimo para você? Vai ser diferente do mínimo de outro ciclista. O mínimo de roupas e lavar roupas todo dia. O maior peso na minha bagagem são as ferramentas e câmaras de ar reservas.

4. Hospedagem: reservar hospedagem só é necessário em casos especiais. Em geral, encontra-se hospedagem em toda localidade. Caso especial: pousada única em um lugar e que só abre se houver confirmação de hóspede; exemplo: Pousada do Zinco no Vale Europeu. Exemplo de viagem sem reservar hospedagem: Caminho de Santiago de Compostela, que fizemos integralmente sem reservar quarto.

5. A viagem mais simples e mais barata é aquela em sua própria região: sair de casa pedalando, fazer um roteiro regional, e voltar para casa pedalando. Certamente, em sua região, há inúmeras localidades que você ainda não conhece. Viagens mais baratas, sem contar custo de avião: tudo no interior do Brasil é mais barato; Estrada Real; todo o litoral do Nordeste; interior de São Paulo, Santa Catarina, etc. No exterior, Portugal e Espanha são mais baratos que o restante da Europa. Países que não adotaram o euro, como a República Tcheca, também são mais baratos, exceto a Inglaterra. Também mais caros a Suíça e Luxemburgo. Alemanha é bem mais barato que a França.

6. Longe de casa: levar a bicicleta, alugar, comprar? Já fiz viagem com todas essas opções. Depende do ciclista, do lugar, das exigências pessoais. Tudo tem prós e contras. Levar a bicicleta: bom porque você vai pedalar sem necessidade de se adaptar a uma bicicleta nova; contra: a sua bicicleta pode chegar danificada no destino. Alugar: você não vai se preocupar com quase nada, é chegar no local, pegar a bicicleta e sair; contra: você tem que se adaptar àquela bicicleta. Em alguns lugares, o sistema de aluguel é muito desenvolvido. Exemplos: no Caminho de Santiago, se pode pegar a bicicleta em Saint-Jean-Pied-de-Port e entregar em Santiago e são bicicletas de alto nível, inclusive com opção de elétricas; na Holanda, em certas lojas, há pacotes com bons descontos no aluguel, inclusive do tipo quanto mais tempo se aluga, mais barata fica a diária.

7. Avião. Levar a bicicleta no avião é sempre difícil por vários motivos, em especial o tipo de embalagem, a cobrança de taxas e as possíveis avarias. Já levei a bicicleta em diversos tipos de embalagem, já levei de graça e já paguei, e já recebi a bicicleta danificada. Embalagem: se você vai chegar e voltar pelo mesmo aeroporto, você pode usar uma mala-bike rígida, por exemplo. É o melhor tipo de embalagem e você pode deixá-la no hotel, pousada, ou na casa de alguém até a sua volta do pedal. Se você vai usar aeroportos diferentes, pode fazer embalagens com caixas de papelão. De todo modo, não há garantia total de que a bicicleta vai chegar inteira. O pessoal do setor de carga trata muito mal qualquer bagagem. Já vi jogarem uma cadeira de rodas no compartimento de carga sem o mínimo cuidado. Eles pisam nas malas e pacotes para poder acessar e organizar a carga. Taxas: quase todas as companhias cobram taxas para transportar equipamentos esportivos; você deve consultar o site da companhia para se informar.

8. Distribuir o peso. Mesmo transportando a menor bagagem possível, recomendo distribuir o peso utilizando um bagageiro dianteiro. Qualquer serralheiro de bairro pode fazer ou adaptar um bagageiro traseiro comum para dianteiro. Se levar barraca e tralha, ainda mais importante distribuir o peso.

9. Acampar: no Brasil, é mais difícil porque há pouquíssimos campings e por conta da segurança. Se possível, pedir para acampar em algum jardim, quintal, posto de gasolina, etc. No Caminho de Santiago, há tanta opção de hospedagem, e até de graça nos albergues das igrejas, que não recomendo levar barraca. Há poucos campings no Caminho. Em outras rotas da Europa, os campings são frequentes e de todos os tipos.

10. GPS. Excelente equipamento para seguir uma rota. Você pode desenhar sua rota em casa, usando o Wikiloc ou Mapsource ou Basecamp, colocar a rota no aparelho de GPS e segui-la em sua viagem.

11. Trem e ônibus: alguns permitem o transporte da bicicleta, outros não. Às vezes tem taxa, outras não. É buscar informação nas companhias.


O que mais podemos acrescentar aqui? Colaborem!

Nunca viajei de bicicleta mas tenho muita vontade.