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Mobilidade urbana - a bicicleta entrando em moda

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m.iannini Ver Drop Down


Cadastrado em: 11 Ago 2011
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    Postado: 11 Ago 2011 as 20:17
De algum tempo, talvez de uns dois anos, tenho notado que o uso de bicicletas como meio de transporte está deixando de ser uma coisa dos mais desfavorecidos na cidade de Brasília, DF. 

Sabe-se que cerca de 30% dos deslocamentos urbanos no DF são feitos por bicicleta, índice semelhante ao do transporte público (+ ou - 35%), superior ao dos caminhantes e dos auto-motorizados (20-25%).

Esse padrão se repete em diversas cidades brasileiras (São Paulo tem quase 40% dos deslocamentos à pé! As pessoas caminham 10-15km para chegar e voltar do trabalho!). Resume-se assim: 
1) Os trabalhadores muito pobres (cerca de 55% da população total!) andam à pé ou de bicicleta, pois assim "reforçam" o orçamento com o dinheiro economizado das passagens (quando recebem!).
2) Os trabalhadores menos pobres usam transporte coletivo, pois não tem dinheiro para comprar carros (é inocência achar que alguém não quer ter carro!)
3) A classe média (30-35% da população) se engarrafa dentro de veículos próprios

O problema que se coloca é que não há espaço para esses carros (e olha que só 30% tem dinheiro para comprar um! Imagina o que seria se todos tivessem recursos para comprar carros, como na Europa ou nos EUA). As cidades foram feitas em épocas que não existia a necessidade de um carro por habitante. E planejamento urbano no Brasil é patético... os últimos foram feitos há 40 anos...

Brasília tem um veículo para cada dois habitantes. As avenidas são, comparativamente, largas (pelo menos era essa a percepção até o início dos anos 90). Em 1990, tinha uma frota de 250 mil carros. Em 2000, 500 mil. Em 2010, 1.100.000! Mais que dobrou a cada 10 anos. 

Em comparação, de obras viárias, lembro-me de poucas. Alguns viadutos, poucas duplicações, uma ponte. Precisaria de quadruplicar a malha para comportar os carros com o mesmo nível de serviço de 1990.

Surgiu o engarrafamento. Traffic-Jam. Hoje, deslocamentos pequenos levam uma eternidade. Não há vagas de estacionamento. A bicicleta surge como uma opção válida para quem tem dinheiro para ter carro, mas não tem paciência de demorar mais que se fosse caminhando.

Temos um programa cicloviário incipiente, mas temos. Fizeram algumas ciclovias (a maior parte ligando nada a lugar algum), uma ciclofaixa (nada mais que algumas placas).

Hoje, nos órgãos públicos (afinal, Brasília vive quase exclusivamente disso!) e nos shoppings já se encontram alguns bicicletários. O Shopping Brasília, no centro da cidade, 10 anos atrás barrou a entrada de bicicletas em sua garagem. Hoje recebe gratuitamente, em um espaço com segurança dentro do estacionamento pago.

Verdade seja dita: andar de carro é muito mais confortável. Liga o ar-condicionado no calor e se chega refrescado ao destino. Se não tiver trânsito e outras dificuldades, só o mais ecologicamente correto largaria o carro. Bicicleta dá uma preguiça....

Em março comprei uma bicicleta dobrável e passei a fazer alguns deslocamentos para o trabalho nela. Descobri que, mesmo em dias com pouco trânsito, a bicicleta, no máximo, empatava no tempo de percurso. Nos horários mais cheio, ganha de lavada! No final de maio, troquei de carro em uma excelente oportunidade (desconto de R$ 9mil pela associação!). Com a empolgação, deixei a bike de lado.

Mudei de lugar de trabalho e agora para encontrar uma vaga, levo 20 minutos. O deslocamento em bike leva 14 minutos no total! Bike 2 x Carro 0.

Os colegas do novo trabalho se empolgam com a notícia de que venho trabalhar de bicicleta. É uma vitória.

Estamos longe de uma situação ideal: quando tivermos avenidas exclusivas para ônibus e bikes. Mas acredito que o cicloativismo não-radical tem ganhado cada vez mais espaço na agenda política desse país.

Grande abraço,

Marcelo
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ElVerdugo Ver Drop Down
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Cadastrado em: 28 Abr 2011
Maringá, PR
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar ElVerdugo Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 16 Ago 2011 as 23:11
Promoção da bicicleta no conjunto da Mobilidade Urbana das cidades brasileiras não deve ser tratada como moda, mas como mudança estrutural porra!!!!!!!!!!!
"Neil Peart" - Alfameq Stroll 21´
"Geddy Lee" - Peugeot Mixte

I will choose a path that's clear, I will choose free will...
Ciclista sempre, apesar de todas as adversidades...
#SoyCeleste

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unique_guitars Ver Drop Down


Cadastrado em: 17 Ago 2011
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar unique_guitars Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 17 Ago 2011 as 19:50
Quando aparece no programa da Ana Maria Braga, é moda. Quando algum artista usa a bike, cria moda.

Gostaria muito que entrasse na moda.
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Hérlon Ver Drop Down
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Cadastrado em: 06 Jul 2011
Juazeiro - BA
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar Hérlon Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 18 Ago 2011 as 03:03
Originalmente postado por ElVerdugo ElVerdugo escreveu:

Promoção da bicicleta no conjunto da Mobilidade Urbana das cidades brasileiras não deve ser tratada como moda, mas como mudança estrutural porra!!!!!!!!!!!


Concordo plenamente. Mas o fato de entrar "na moda" pode contribuir, por aumentar a visibilidade da questão.

De quebra, se a moda pegar mesmo, meses depois vai ter um monte de mauricinhos vendendo híbridas de carbono baratim baratim. Só assim eu compro uma Trek District!Smile
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bil_sohma Ver Drop Down
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Cadastrado em: 27 Set 2008
Ponta Grossa
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar bil_sohma Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 18 Ago 2011 as 19:30
Originalmente postado por Hérlon Hérlon escreveu:

Originalmente postado por ElVerdugo ElVerdugo escreveu:

Promoção da bicicleta no conjunto da Mobilidade Urbana das cidades brasileiras não deve ser tratada como moda, mas como mudança estrutural porra!!!!!!!!!!!


Concordo plenamente. Mas o fato de entrar "na moda" pode contribuir, por aumentar a visibilidade da questão.

De quebra, se a moda pegar mesmo, meses depois vai ter um monte de mauricinhos vendendo híbridas de carbono baratim baratim. Só assim eu compro uma Trek District!Smile


Ri bastante aqui com a idéia de comprar umas hibridas barato.
Mas o mais importante ao meu ver é que a mobilidade tem ganhado espaço sem a necessidade de radicalização, desde aqui no fórum, com cada vez mais tópicos e sub-tópicos até em bicicletários ao lado dos metrôs nas grandes capitais.
Isso é muito bacana. Agora como o ElVerdugo disse, é uma mudança estrutural, e não deve ser encarado com moda. Eu meio que discordo dessa visão, varias e varias vezes vi pessoas dizendo que a bike deve ser incorporada ao trânsito e assim fazendo com que todos os meios existam em harmonia. Não que esteja errado, mas pense nas pessoas que tem doenças crônicas e o seu tratamento, sempre usa-se uma dose inicial alta por 5 a 7 dias para depois se manter um dose de manutenção. Por isso eu acredito que hoje a bike ainda deve ser defendida perante os outros veículos, leia-se ou auto-motores. O modismo é importante agora para que daqui a 5 ou 6 anos a bike tenha seu direito preservado e assim exista harmonia entre os meios de transporte.
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SilvioSa Ver Drop Down
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Restrito

Cadastrado em: 21 Mai 2004
Brasília/DF
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar SilvioSa Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 18 Ago 2011 as 20:29
Há algum tempo vendi meu carro e adotei a bicicleta como principal meio de locomoção usando para ir ao trabalho, treinar, etc. Isso foi possível depois da mudança do meu local de trabalho que agora oferece condições para utilizar a bicicleta.
Aos poucos estou me tornando exemplo aos meus amigos, de trabalho e outro. Só que esse exemplo está servindo apenas de admiração. Ainda não tem quem também incluísse essa possibilidade apesar de várias dizerem que queriam fazer o mesmo.
Agora até a minha mãe disse que está pensando em comprar uma bicicleta apesar de ela morrer de medo.
Quem sabe um dia a bicicleta seja mesmo uma opção. Não apenas quando aparece na Globo.
Só sei que quem prefere ficar preso dentro do carro não sabe a chance que perde em pedalar calmamente.
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Shooting Stars Ver Drop Down
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Cadastrado em: 04 Jul 2011
São Paulo
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar Shooting Stars Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 26 Ago 2011 as 05:21
"Mas acredito que o cicloativismo não-radical tem ganhado cada vez mais espaço na agenda política desse país"

Eu não era cicloativista
Daí meu pai, ciclista, morreu por culpa de um atropelamento.
Virei cicloativista não-radical.
Eu, ciclista urbano, me safei, sem sequelas, de dois acidentes por imprudências de "monstroristas"
Na terceira me cansei. Virei cicloativista radical.
A vida não é uma corrida, mas um tiro ao alvo. O que importa não é a poupança de tempo, mas a capacidade de se descobrir um centro.
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carlosopiovet Ver Drop Down
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Cadastrado em: 09 Mar 2011
Foz do Iguaçu
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar carlosopiovet Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 31 Ago 2011 as 05:45
Utilizo a bike como meio de transporte desde a faculdade, pois não morava mais com meus pais. Portanto, não havia ninguem para me proibir ir para qualquer lugar de bike, pois era perigoso (assaltos, acidentes, dó por causa da chuva, do frio). Desde então o que era meu hobby favorito continuou com esse papel e mais o papel de me levar para todos os lugares.
Daí comecei a trabalhar e ganhar o meu dinheiro. Posso dizer que foi minha primeira revolução com as bikes. Pois com o suado dinheirinho, conseguia investir na minha bike sem prestar conta aos outros: - nossa, pagou tudo isso numa lanterna, pra que mais um bagageiro, e blá, blá. Agora utilizo minha bike para tudo, TUDO mesmo, que envolva transportes. Ir trabalhar, pedalar por lazer, pedalar com o filho na garupa, ir ao mercado com minha cesta, e na chuva também pois os paralamas (full fenders) me protegem integralmente daquele "lodo" da estrada. Já foi muito citado, mas vale a pena repetir: demoro praticamente o mesmo tempo do trajeto feito pelos carros, não tenho que caçar vagas e é sempre muito prazeroso. NO entanto, onde trabalho, aqui na UNESP de Botucatu, somos a MINORIA absoluta, principalmente devido a falta de acostamento nas duas únicas estradas que ligam o campus à cidade o que torna o trajeto um tanto quanto perigoso! =/
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