Evolução e a Commuter 5.0

Olá colegas

Há algum tempo cheguei à minha configuração ideal para bicicleta de cicloturismo e commuter diário, um quadro de MTB de aço com rodas 700c.
Depois de muita experimentação fui resolvendo todos os problemas decorrentes desse tipo de  adaptação, como freios e trocadores (principalmente o dianteiro para duas coroas), além de outras coisinhas como bagageiro (ou a falta dele), pára-lamas, etc e tal.

A base de tudo foi um quadro Sundown Shimanimal de aço que adquiri numa bicicletaria de bairro por R$ 75. Ao contrário do que se imagina, esse quadro é extremamente bem construído e com um peso razoável em se tratando de aço carbono.

A primeira bike foi direto ao ponto, relação de estrada, garfo e freios idem, pneus Levorin 700x28, guidão road com manetes de freio de estrada e trocadores no quadro. Fiquei apenas uma semana com essa configuração, pois os trocadores no quadro ficaram muito baixos e isso dificultava a troca rápida e segura de marchas. Resolvi o problema com Thumbshifters Shimano 7v de plástico, comprados por R$ 18 mas que funcionavam com perfeição e estão como novos até hoje, esperando um novo uso.
O pedivela era 53x39 com catraca 14-28, faltava um pouco de final e não tinha uma marcha razoavelmente leve, mas no plano andava que era uma beleza.
Aqui começava também a odisséia por um pára-lamas decente, utilizei um de Barra Forte de aço. Funcionava muito bem mas era pesado, a fixação era deficiente e deixava a bike com barulho de bike de tiozão.



O segundo setup deixou a bike mais apta a terrenos ruins, pois troquei os pneus 700x28 por outros 700x38 mistos. O pedivela foi trocado por um compacto (50x34) e o cassete evoluiu para um 11-32 de 8v. O câmbio traseiro era um Sora de braço longo e os cubos 105 (de estrada), com freios Tektro de braço médio instalados no garfo original Sundown. A melhor mudança foi sem dúvida a instalação dos STIs, que deixaram a bike com uma tocada excelente e o visual muito bonito. Aqui saíram os pára-lamas, pois não suportavam os pneus maiores.



A próxima foi uma versão minimalista. A bike havia sido desmontada pois estava usando apenas a speed, mas com o tempo percebi que precisava de uma opção mais versátil para uso diário. Aí entrou um pedivela de coroa simples (42d) com o cassete 11-32 de 8v e trocadores Alívio MC-20, num guidão flat com bar-ends. Voltaram os pneus 700x28 Levorin (rápidos mas ariscos no molhado), garfo de speed e o freio de estrada na frente. Atrás tive que manter o Tektro, pela maior distância do suporte ao aro.



A bike ficou muito gostosa de pedalar, simples e eficiente. Mas voltei ao problema inicial, não tinha final nem uma marcha razoavelmente leve para subidas (42x32 era a marcha mais leve).

Assim, decidi re-equipar a bike com tudo que era possível, deixando-a mais completa possível. Saiu todo o drivetrain de 8v e entrou um de 9v. O trocador traseiro é um Deore M590 e o dianteiro é um R440, de 3 posições mas com trim, que é aquele ajuste fino típico das bikes de estrada. O câmbio traseiro era um 105 preto (9v) de braço curto, o dianteiro um Shimano 600 (duplo), o cassete Tiagra 11-25 e o pedivela um Stronglight triplo compacto (50x40x30). Os freios passaram a ser Tektro R556 de braço extra longo e o garfo dianteiro um de ciclocross de aço, com bosses de freio cantilever que não foram utilizados. As rodas eram montadas com cubos Deore LX com aros Vzan Spirit (700c), os pneus passaram a ser Kenda kwest 700x28 (na verdade são 700x30).
Finalmente também resolvi o problema dos pára-lamas, importanto (Ebay) um par de SKS commuter para pneus 28 a 38 mm. São fantásticos, funcionam muito bem.



A bike ficou legal, muito boa de andar. Mas não me adaptei ao pedivela triplo, troquei pelo Most 50x34 novamente, e aí sim ficou show de bola.

Semana passada, visitando o Jamur recebi a oferta de um quadro Parkpre de cromo, tamanho 19. Ao ver e sentir o peso do quadro, não pensei duas vezes, era meu. E pior (ou melhor), pela bagatela de R$ 300 em 6x sem juros!

Feito o transplante, o câmbio traseiro foi trocado por um 105 5600 (10v) e graças ao novo distanciamento do suporte o freio traseiro foi trocado por um BR-600 (Ultegra de braço médio), com melhor poder de frenagem que o Tektro de braço longo. Na frente continuou o Tektro, pelo espaçamento do garfo de MTB ser maior. Os pneus Kenda deram lugar aos Michelin Dynamic 700x28, mais confortável e com melhor rendimento. Já estão sendo providenciadas rodas com cubos XT.

O quadro Parkpre é fantástico, muito leve, rígido, bem construído e com acabamento padrão titânio, que deixa o visual lindo.



Em comparação ao quadro Shimanimal o Parkpre é mais arisco, ágil porém ironicamente mais confortável, por ser mais adequado ao meu tamanho.

Agora o próximo UP é voltar ao guidão road com STIs, mas já em 10v (ou 11 by Campy).

O quadro Sundown por hora está aposentado, mas será guardado com muito carinho. Serviu muito bem a vários propósitos por vários anos e merece respeito. Quem sabe não monto uma MTB com ele!

A inauguração da Parkpre na estrada será em grande estilo no próximo final de semana, descendo a Graciosa até Morretes e subindo a 277.

Abraços a todos!



Editado por Voodoo - 27 Dez 2010 as 11:29

Voodoo,

Muito legal voodoo. Algum tempo atrás andei numa busca parecida, ou seja, uma bike que seja rapida no asfalto, mas que tenha marchas leves o suficientes para encarar aquela subida da Graciosa (possivelmente carregado!). Me interessava aumentar os extremos (+ leve, + rapido). Minha solucao foi pegar misturar duas relacoes tradicionais no MTB (44x32x22) e (48x36x26), resultando num (48x36x22). O k7 ficou um 11x32 (9v) tradicional tb.

Ultimamente ando com uma idéia de experimentar um alfine 11v com duas coroas. O problema é o $$ :-(

Primeiramente parabens Voodo bela bike, ficou show

É essa mesma Lyra, estva querendo pegar uma bike mais rapida mas achei o preço bom pelo conjunto da obra rss. Aconteceu uma coisa muita engraçada, o pessoal da Jamur esqueceu de ajustar o meu Cataye para aro 700, dai o meu andar estava bem menor do que a minha Scott com aro 26, fiquei de cara com a bike, poxa vida uma bike com aro maior pneu mais finos e somente estou andando só isso?? por exemplo em subidas eu alcançava uns 15 a 16 km/h estava andando 8 e 9 Km/h, o que me deixou mesmo com uma puga atras da  orelha foi quando estava na BR 277 direção a C.Largo e me apareçeu um Spdeiro e vi que o rapaz estava com dificuldade de me passar,por um lado me gabei rss, mas com isso resolvi dar uma olhada no meu Cataye bom e era bem isso mesmo ela estava com aro 26 mesmo, mesmo sendo um bike conforto ela anda bem mais que a minha Scott. que tbem estou trocando para comprar uma 29er.

Mas pra frente quero ver se consigo mudar, gosto de mandar ver nas descidas..

Voodoo vamos descer a Graciosa dia 9 no domingo bora.

Voodoo,

       Rá! foi só reativar o tópico q as fotos abriram....

Desenterrei o tópico para uma homenagem. Depois de tantos anos de serviços bem prestados, a Sundown vai ser aposentada. Hoje vindo para o trabalho encuquei com a insistência de um crec crec e dei uma olhada geral na bike. Achei uma rachadura bem pronunciada no downtube, logo depois do headtube. Se eu soubesse da rachadura não tinha pego 70 km/h numa descida monstra minutos antes.

A versão 6.0 dela estava assim:

voodoo: tem fotos dela com os para lamas de barra forte? Ficou com visual de tiozão, além do barulho?

ficou legal, paulo!

mas me diga uma coisa: quando vc passa um "ispideiro" com ela(que mais parece um MTB mesmo) o cara tem um treco ou não???

Desculpem reviver este tópico, mas é com muita alegria que compartilho com vocês a restauração da minha Sundown Shimanimal, em vídeo e texto detalhado, logo abaixo. Fica aqui uma homenagem a todos que a tiveram, ainda possuem e aos que ainda podem tê-la!