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Força na Produção de Potência

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    Postado: 13 Jan 2011 as 23:03
Pessoal,

alguns meses atrás, dois técnicos de um certo renome (Hunter Allen e Stephen McGregor) falaram em um Worskhop que não utilizam musculação visando aumento de força para seus atletas (ambos treinam profissionais e amadores) durante a temporada, exceto nos casos de BMX e pista com largada parada. McGregor disse  que utiliza no off season para que seus atletas não cansem de pedalar e acabem procurando outro técnico, mas não por julgar importante.  Ao invés da musculação, preferem trabalhos específicos na bicicleta, pois segundo eles nada substitui a especificidade do treinamento em termos de ganhos de rendimento. 

Na segunda edição do livro "Training and Racing with A Power Meter", pg. 136 e 137, Hunter Allen e Paul Coogan justificam essa postura com uma série de dados numéricos - alguns dos quais deixarei aqui de maneira simplificada:

- um sprinter que produz 1100 Newtons de força máxima  (em pista com largada parada), durante uma prova em sprint atingiu um máximo de 600 N, ou 55% do seu máximo; durante a maior parte da prova, utilizou menos de 400N, ou 35% do seu máximo;

- em TT feito no FTP (limiar de potência) esse valor caiu para 25% - mesmo sendo o atleta em questão um excelente contra-relogista que pedalou com cadência relativamente baixa (80RPM), e portanto utilizou mais força do que cadência no mix de potência;

- segundo o princípio da especificidade, treinos de força executados lentamente (muita carga, pouca repetição) aumentam a força nesses casos determinados - baixas rotações no ciclismo - porém durante uma prova, geralmente somos obrigados a utilizar muita força e altas rotações;

- um treino de big gear típico (5 a 20 min.  rep. com cadência entre 45 e 75 RPM), equivale mais a subir vários lances de escada do que a levantar peso (levando-se em conta o trabalho de força realizado);

As páginas seguintes tem mais números e mais argumentos. Tudo com o objetivo de provar (veja que não se trata de convencer, já que são usados números como argumentos) que, usando as palavras deles, "Força em si desempenha um papel muito pequeno da determinação da produção de Potência".

Lógico que há outros técnicos com outras opiniões, mas nesse caso específico eu prefiro me basear em Fatos, não Opiniões. E eu não achei, em lugar nenhum, qualquer dado numérico que validasse o trabalho de força visando aumento de potência, ou o de big gear com o mesmo propósito. O que há, me parece,  é uma Crença nesse trabalho. 

Por que eu coloquei isso aqui? Porque além de ter passado vários e vários dias dos últimos anos fazendo treinos de big gear (que aliás são os meus favoritos), já fiz musculação pensando em melhorar o meu desempenho (ou produção de potência). E, se me perguntassem, eu diria que pelo menos a sensação de queimação nas pernas quando o bicho pegava tardava um pouco mais a chegar. Ou seja, era crente tanto na musculação como no big gear. Porém, quando essas crenças (baseadas em feeling) foram contrapostas a Fatos numéricos argumentando em contrário, a coisa tornou-se complicada e eu já não tenho mais o mesmo prazer - nem a mesma confiança - em sair pedalando morro acima de 53x11.

Portanto, sabendo que por aqui passam muitas cabeças bem pensantes equilibradas por pernas muito pedalantes, gostaria de saber quais os pensamentos e experiências de vocês com relação à esse tema. Ou, de maneira simplificada, uma resposta à pergunta:

"Pensando em aumento de potência para provas de estrada e contra-relógio (incl. triatlon), a musculação deve/pode ser abandonada em prol de treinos específicos na bike?"

Opiniões são bem vindas, Fatos ainda mais.

Max




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Alex SP Ver Drop Down


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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar Alex SP Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 14 Jan 2011 as 00:09
Max vou dar a minha opinião e relatar a MINHA experiência pessoal.

Antes de mais nada, o que vc chama de fato é na verdade tese. O que eles propõe é tão comprovado quanto o oposto, e a "falta de dados científicos provando o contrário" não necessariamente comprova ou valida a tese deles. Até pq existem estudos e dados a esse respeito, sim.

Digo isso pq eu procuro (e busco) ser bem criterioso e rigoroso em relação à ciência e tb ao que digo quando discorro ou debato sobre esses assunto, e entendo o que vc quer dizer com "embasado em números". Sigo essa escola tb, mas "embasado em números" ou mesmo "embasado em estudos" não é garantia de ciência bem-feita, ciência comprovada ou menos ainda, fatos. A cada dia se descobre algo novo.

O único fato, a única verdade indisputável, é que há atletas que fazem musculação e andam bem; atletas fazem big gear e andam bem; atletas que não fazem nenhum dos dois e andam bem. Atletas fazem os dois e andam bem. E por fim, atletas fazem um ou os dois e andam mal. Mesmo em relação ao potencial de cada atleta, é muito difícil comparar os efeitos diretos (menos ainda os indiretos) pq os caras estão em evolução o tempo todo. Aliás, o maior efeito do treinamento contínuo é o acúmulo, o amadurecimento, a melhora gradual ao longo do tempo. Pra quem treina e compete, cada ano é diferente do que foi e do que será.

Um amigo meu diz outra grande verdade: "o homem não é, ele está". Ou seja, nunca somos a mesma coisa em momentos diferentes. Veja o Wiggins: campeão de pista, marombeiro num ano... escalador, bom contrarrelogista, e potencial vencedor do TdF no seguinte... Quero dizer com isso que mesmo os estudos usando sujeitos iguais, existe um efeito de curto, outro de médio e outro ainda de longo prazos. Qual desses efeitos o estudo está revelando? E será que essa "foto" comprova o "filme"? De forma irrefutável? Será? Além disso, será que realmente se isolaram os faores? Isso é sequer possível nesses casos? Quais os critérios? Estatisticamente é significativo? Eu vejo mais perguntas do que respostas, mas repito: eu sou leigo.

Uma falha que eu vejo (minha opinião de leigo, leigasso) sobre esses estudos é que eu acho complicado testar os caras imediatamente sob efeito do treinamento sobre o qual se deseja estudar o efeito, específico ou não. Óbvio que se pegar um ciclista de maromba e botar pra fazer CR vai dar o que deu. Se testasse o Wiggins em 2004 ninguém ia apostar que ele ia chegar tão perto da camisa amarela. Isso não significa que toda a musculação que ele fez nessa época não foi uma das responsáveis pelo desempenho dele em 2009, entende o que eu quero dizer?


Nesse sentido, embora eu seja 100% pela especificidade pra quem quer evoluir bem e rápido no ciclismo, acho que a musculação sim pode ajudar. Tudo questão de forma, momento e acúmulo de longo prazo.

Mas minha intenção não é demolir a teoria do Coogan e do Hunter, até pq eu sei meu lugar e estou séculos-luz deles. Não tenho credenciais pra arranhar nem a sola da sapatilha deles ou dos atletas que eles treinam. Isso não quer dizer que eles estejam certos, até pq maior do que qualquer número que eles possam apresentar, o conhecimento empírico acumulado em mais de um século de tentativas-e-erros tb tem um valor enorme. Mas indubitavelmente eles tem muito mais conhecimento e experiência do que eu e portanto maior probabilidade de estarem certos. Então, vou dar minha opinião e relatar minha experiência.

Eu acho que todas as propostas tem vantagens. Uma musculação bem-feita, na época certa e pelo período correto, traz benefícios para a potência. Por definição, potência é força dividida pelo tempo. Obviamente não adianta ter força e não ter giro. Mas tb não adianta girar se não houver força para mover uma marcha pesada.

A gente ganha ou perde as habilidades (força, giro, VO², etc.) conforme usa ou não. Em outras palavras, conforme treina ou não. A idéia de periodização é trabalhar e melhorar cada uma delas em um período específico de forma a obter o máximo de cada uma num determinado momento.

Eu acredito que big gear e musculação tragam benefícios porque eu senti (assim como vc!) e sinto, e tb vejo o efeito desse treinamento no ciclismo de colegas de treino bem próximos. Sinceramente, procuro manter a mente aberta e experimentar mas não passo ou deixo de acreditar em algo só pq alguém embasou com números. Eu procuro me manter sensível aos sinais e é desses sinais que eu estou falando: a sensibilidade em relação ao que eu ando e outros andam.

Ano passado foi melhor ano dos últimos 5 (como seria de se esperar...) mas eu senti que perdi força no final da temporada, ano passado não trabalhei isso no início da temporada e senti que precisava voltar a trabalhar essa habilidade. Vc gosta mas eu acho um saco ficar fazendo hill rep e MT, pior ainda musculação na academia Tongue Mas eu acho que preciso então vou encarar esse martírio hehehe... Eu começo a temporada fazendo MT/big gear pra acostumar, depois mesclo com musculação e outras coisas, aí volto pra especificidade com MT/big gear e vou evoluindo pra giro, etc. Pra mim tem funcionado, mas tb não posso afirmar com 100% de garantia que quando eu não fazia isso não funcionava pq era outro momento...

Mas obviamente, não é só isso. Eu acho que a crença nesse sistema vêm de um conhecimento empírico. Os caras andavam MUITO bem mesmo antes da ciência no ciclismo, dos túneis de vento, dos medidores de potência e do livro do Hunter. Acho que hoje estamos é numa fase de questionar tudo isso em vista das novas tecnologias, mto válido e útil mesmo que signifique a negação de certas técnicas antigas. Mas logo ali na frente esse ímpeto vai refluir e chegaremos a um equilíbrio entre essas duas escolas.

Veja bem, essa é a minha opinião. Eu acompanho o Hunter e principalmente o Coggan em fóruns e blogs (o Coggan é ativíssimo nos fóruns, vide Slowtwitch) e eles são realmente fenomenais e diferenciados. Mas tb tem as crenças e dogmas deles, os defeitos e manias deles. O que eu acho ótimo pq dá altos debates, alguns realmente inflamadíssimos e divertidos LOL Mas mesmo embasados em números como talvez nenhum outro, eu procuro ser um pouco mais crítico e amplo nas análises do que eles postulam. Até pq acho que ainda entendemos muito pouco sobre nosso organismo, treinamento e essas coisas então estamos longe das verdades absolutas.



Editado por Alex SP - 14 Jan 2011 as 00:11
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MarcosAlonso Ver Drop Down
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Estou começando agora no ciclismo, mas acho que cada um tem seus limites, qualidades, habilidades e pontos fortes/fracos. Cada organismo é único, distinto e não completamente "mapeável" (vamos usar um neologismo aqui...) por qualquer dado numérico, por mais testado que tenha sido. É por isso que existem tantos casos inexplicáveis na medicina, por exemplo, onde técnicas ou tratamentos testados em muitas pessoas simplesmente não surtem efeito em outras. O mesmo se dá, por exemplo, em fisioterapia. Cada organismo reage de maneira diferente.
Creio que, para alguns, pedalar mais forte com uma cadência menor pode ser melhor do que pra outros, e o contrário também é verdade. Alguns aguentam girar muito mais, numa cadência maior, mas não suportam por um tempo considerável uma força constante.
Enfim, acho que o treino é algo bem pessoal, e conforme o atleta vai sentindo a reação de seus músculos aos estimulos de variados treinos, pode ir se adaptando e achando aquilo que melhor se adapta ao seu corpo e resistência.

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alexandreminetto Ver Drop Down


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Max
 
Cada um é cada um. Se você se sente melhor preparado fazendo os treinos big gear e a musculação, continue assim.
 
 
Quando eu estou em um ritmo que me satisfaça, tenho que manter os treinos, pq se eu ficar apenas 4 dias sem pedalar nada, TUDO vai por água abaixo, e eu tenho que recomeçar quase do zero. E falo com tanta certeza pq não foram só duas ou três vezes que já me ocorreu isso. Já um amigo meu, no mesmo ritmo de preparo e treinos, pode ficar um mês sem fazer nada, e quando volta, tá andando pouca coisa pior.
 
Ah, o que são treinos big gear?
 
Abraços
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Alexandre, 

os treinos de big gear são, basicamente, repetições (5 a 20min) com baixa cadência (45 a 75 RPM) e muita força. É um conceito de "musculação na bike", buscando maior especificidade no trabalho de força para ciclistas.

Ab.
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El pistoleiro Ver Drop Down
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E o queé MT? =p

Já li em algum lugar (tou procurando pra passar a fonte) que se gera mais potencia girando com uma cadencia alta do que com uma marcha pesada e girando baixo.

Inclusive sempre comprovo isso na prática. Acredito que força nao é o meu forte. Quando tou num treino forte (pelotao ou escalada), o que me salva é girar sempre acima dos 100 rpm. Quando coloco uma relaçao mais pesada.. rapidamente minhas pernas travam rs.

Dai vem a pergunta: Qual a diferença entre a força usada para girar acima dos 100 rpm e da força usada pra girar numa "Big gear".



Editado por ericoduarte - 14 Jan 2011 as 12:11
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Erico,

como potência em ciclismo é cadência x força, sempre que um desses dois componentes se aproxima de zero a potência também segue o mesmo caminho. Ou seja, velocidade ou cadência muito baixos são igualmente contraproducentes, por mais alto que seja o componente complementar. 

A questão de mais giro ou mais cadência ao meu ver é dependente de dois fatores: o tipo de prova e a natureza do ciclista. Por exemplo, fazer um TT de uma hora com cadência de 80 RPM (privilegiando força) pode ser bom para um ciclista, mas tende a ser ruim para um triatleta que necessita correr depois - independente da potência gerada. Mas se acreditarmos que força não é um fator limitante na produção de potência, me parece interessante (ou mais interessante) substituir musculação ou big gear por trabalhos de desenvolvimento de cadência.

Coogan e Allen criaram um sistema chamado análise de quadrantes, que permite identificar a origem na produção de potência de cada atleta (mais força ou mais cadência), e assim determinar se mudanças nesse mix seriam benéficas para o tipo de prova que ele faz. 

O ideal seria que o seu mix natural viesse de encontro ao tipo de prova que você gosta de fazer LOL



 
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glauberlima Ver Drop Down
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Restrito

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Contribuindo e jogando mais lenha na fogueira LOL dos pensamentos levantados...
Exatamente o que esta sendo analisado quando se fala na musculação? Apenas trabalho/malhação de perna?
Quando eu leio/penso em musculação penso não apenas nisso mas em todo o "core" do corpo, ou seja, abdmoen, lombar, ombro, etc. Acredito que esse trabalho de "fortalecimento geral" é muito producente para o ciclista. No meu caso, o triatlo, eu diria que mais ainda.
Estou a menos de um ano nesse meio e só agora que vou começar a incluir algumas poucas horas de musculação no treino por isso não tenho como dizer o qto vai ajudar a melhorar meu ciclismo mas no pouco conhecimento que tenho acredito que no meu caso vai me ser bastante útil.
Será que eu querer me basear pelos atletas que o Hunter Allen e Paul Coogan treinam não seria bastante fora da minha realidade.
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Alex SP Ver Drop Down


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Originalmente postado por ericoduarte ericoduarte escreveu:

E o queé MT? =p

Já li em algum lugar (tou procurando pra passar a fonte) que se gera mais potencia girando com uma cadencia alta do que com uma marcha pesada e girando baixo.

Inclusive sempre comprovo isso na prática. Acredito que força nao é o meu forte. Quando tou num treino forte (pelotao ou escalada), o que me salva é girar sempre acima dos 100 rpm. Quando coloco uma relaçao mais pesada.. rapidamente minhas pernas travam rs.

Dai vem a pergunta: Qual a diferença entre a força usada para girar acima dos 100 rpm e da força usada pra girar numa "Big gear".



MT = Tensão Muscular, são os trabalhos em baixo RPM e alta resistência (marcha pesada).

Não se gera mais potência apenas aumentando o RPM. Dá pra aumentar a potência usando uma marcha mais pesada tb. Por consequência (e obviamente, já que se trata de uma equação linear), girar em alto RPM com uma marcha proporcionalmente mais pesada dá ainda mais potência.

A questão não é só de eficácia mas tb de eficiência. Girar uma marcha pesada sobrecarrega a musculatura das pernas enquanto girar num RPM mais alto transfere parte dessa sobrecarga para o coração e o sistema cardiorespiratório, que se recupera mais rapidamente e de forma mais completa do que os músculos corporais. É o princípio por trás do treinamento do Armstrong por exemplo. Ele gira bem nas montanhas mas tb gira numa relação de média pra pesada. A gente vê muita gente girando bem porém marchas muito leves, aí não adianta muito mesmo.
 
Tb me parece óbvio que modalidades diferentes, tanto entre esportes quanto entre o próprio ciclismo, exigem treinamentos e foco diferente. Existem regras cardinais que valem pra todos, independente do tipo físico ou talento natural: quanto mais curta a prova, maior será o esforço em proporção ao LT (ou VO²máx). Isso vale para ciclismo e tb CR, quanto mais curto o CR mais próximo do LT o cara vai ter que andar. Quanto mais longo o evento, mais aeróbico ele será. No caso do triatlo ainda precisa considerar a corrida e a natação na sobrecarga geral. Mesmo assim, a intensidade da perna de bike num short distance é maior do que num IM.

Portanto, não há necessidade e pode ser contraproducente a um triatleta treinar muito na Z5 ou acima. E um ciclista que nunca treinar Z5+ não vai conseguir acompanhar os ataques, acelerações, variações de ritmo típicas das provas. O triatleta não usa mas tb não tem vácuo, descidas e subidas como tem no ciclismo. No MTM o tipo de esforço tb é diferente, e por aí vai.

Pelo que vc relatou, sua deficiência não é só na força mas tb na resistência muscular. Vc não consegue girar uma marcha muito pesada por muito tempo. E nem deveria, mas tem horas que isso é útil e neecssário. E mesmo ciclistas que acham que não precisam de força e podem apenas desenvolver o giro acabam precisando de força em vários momentos num evento de ciclismo: subidas curtas e rápidas ou inclinadas, acelerações do pelote, ataques e retomadas. Tem hora que só no giro não vai, nego tem que fazer força mesmo. Mesmo quem tem pedivela compacto precisa de força e não consegue se segurar em alguns momentos só no giro.

Com certeza o Allen e o Coogan não propõe que não se treine força. Eles propõe o desenvolvimento da força só que de formas menos ortodoxas. Na minha opinião, uma deficiência meio geral do conceito todo deles é justamente "limitar" demais ou enquadrar o ciclismo e as habilidades nessas coisas, como os quadrantes, etc. Para análise e correção eu acho excelente pq nada é mais preciso e inclusive didático. E só se evolui melhorando as deficiências e mantendo o que se tem de bom.

Mas pra quem não conhece fisiologia, não tem experiência em treinamento, não tem muita vivência no ciclismo ou não tem assessoria técnica, acaba aceitando algumas proposições exageradamente rígidas e se limitando ou se acomodando num quadrante qualquer. E essa nem é a proposta deles, pelo contrário!

Novamente, a minha opinião é a favor de um treinamento mais amplo e diversificado. Quanto mais amadores e menos competitivos, mais amplo e diversificado deve ser, mais genérico de forma a desenvolver tudo por igual. Todo ciclista tem limitações e tb acho que devemos trabalhar essas limitações e deficiências com mais afinco.

Acredito que qualquer um pode ser um bom ciclista e pra mim um bom ciclista não se limita ás suas habilidades. Um bom ciclista é um ciclista completo, que se defende nas montanhas, no plano e pode ameaçar nos sprints. Pra isso precisa de força e giro, precisa de fundo e explosão. Muitas dessas habilidades parecem excludentes mas no fundo não são, elas se complementam se o cara souber treinar corretamente e compreender que isso é um trabalho cumulativo e não apenas de um bloco ou temporada.
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El pistoleiro Ver Drop Down
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Originalmente postado por Alex SP Alex SP escreveu:


MT = Tensão Muscular, são os trabalhos em baixo RPM e alta resistência (marcha pesada).Não se gera mais potência apenas aumentando o RPM. Dá pra aumentar a potência usando uma marcha mais pesada tb. Por consequência (e obviamente, já que se trata de uma equação linear), girar em alto RPM com uma marcha proporcionalmente mais pesada dá ainda mais potência.


Oi Alex. Obrigado pela resposta. Estava querendo dizer o seguinte. Eu tenho uma determinada potencia maxima, digamos meu FTP. Entao, se eu tentar usar essa potencia tendado usar uma marcha mais pesada, minhas pernas nao aguentam. Agora se eu gerar essa mesma potencia com uma marcha um pouco mais leve e girando muito.. ai vou longe.

Com ctz preciso trabalhar minha resistencia muscular... vai ser um dos meus pontos de atenção pra esse ano.
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Marino Ver Drop Down
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1. Para o meu caso acho os treinos de musculação na academia e o que vocês chamam de big gear (principalmente esses) foram os que mais me ajudaram. Porém fica no achômetro, na sensação. Não tenho como creditar a minha melhora a esses treinos especificamente.

2. Francesco Moser bateu o Record da Hora fazendo muito treino de força. Inclusive ajudou a desenvolver um tipo de treinamento semelhante ao big gear. Também não tem como creditar os méritos alcançados a somente esse tipo de treinamento, mas não é todo dia que se bate um Record da Hora. Algum sentido deve fazer, certo?

3. O Basso faz esse tipo de treinamento e levou o Giro.Big smile

4. O Glauber já disse e eu também penso assim. Fortalecer o corpo inteiro faz parte do ciclismo.

4. Saberia (você ou os treinadores que citou) me dar uma sugestão de como trocar treinos na academia por treinos na estrada? Explico melhor. Um treino na academia pode ser feito no mesmo dia que um treino de recuperação. Se eu for trocar as horas na academia por um acréscimo no tempo de pedal, talvez já não seja mais um pedal de recuperação. O treino da academia pode ser feito também no dia que eu não pedalo, pois uso esse dia para o meu "descanso", aí então seria melhor ficar deitando descansando completamente?

Bom, as minhas impressões (o que não vale muito Big smile) são essas.
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vlsantos Ver Drop Down
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Originalmente postado por Marino Marino escreveu:


2. Francesco Moser bateu o Record da Hora fazendo muito treino de força. Inclusive ajudou a desenvolver um tipo de treinamento semelhante ao big gear. Também não tem como creditar os méritos alcançados a somente esse tipo de treinamento, mas não é todo dia que se bate um Record da Hora. Algum sentido deve fazer, certo?

Depois o Record da hora foi batido com pedivela de 190mm e um par de rodas super pesadas de 3,2kg, para não perder o "embalo". Devido a existência de tantas variáveis, cada um busca uma solução diferente. Isso se aplica na musculação, em alguns o processo se encaixa bem, já outros procuram resolver a necessidade por outros caminhos. 

Originalmente postado por Marino Marino escreveu:

3. O Basso faz esse tipo de treinamento e levou o Giro.
O Glauber já disse e eu também penso assim. Fortalecer o corpo inteiro faz parte do ciclismo.

Cuidado para não ficar levando peso desnecessário. Consegue imaginar o Basso fazendo uma série de supino ? O cara não tem ombro, não parte superior é só osso, ele nunca fez força com esses músculos. :)




Editado por vlsantos - 14 Jan 2011 as 23:21
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4. Saberia (você ou os treinadores que citou) me dar uma sugestão de como trocar treinos na academia por treinos na estrada? Explico melhor. Um treino na academia pode ser feito no mesmo dia que um treino de recuperação. Se eu for trocar as horas na academia por um acréscimo no tempo de pedal, talvez já não seja mais um pedal de recuperação. O treino da academia pode ser feito também no dia que eu não pedalo, pois uso esse dia para o meu "descanso", aí então seria melhor ficar deitando descansando completamente?

Marino,

o que eu vou escrever aqui é a minha opinião de leigo, e quando falo em musculação, leia-se "para aumento de força nas pernas". 

Treino de descanso é para recuperação cardio e muscular, e se você faz musculação no mesmo dia do pedal regenerativo ou do descanso, não está descansando a parte muscular das pernas - que é justamente a mais desgastada no pedal. 

Se for para trocar academia por estrada, seria para fazer o treino de big gear - ou seja, ou você faz um, ou faz outro. Os dois seria um exagero, a menos que a idéia seja uma sobrecarga temporária na musculatura. 

Não sei o que os técnicos diriam sobre isso, mas em breve terei a oportunidade de perguntar - e vou fazê-lo.

ab.

m


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Originalmente postado por vlsantos vlsantos escreveu:


Cuidado para não ficar levando peso desnecessário. Consegue imaginar o Basso fazendo uma série de supino ? O cara não tem ombro, não parte superior é só osso, ele nunca fez força com esses músculos. :)



O aumento da massa muscular nos treinos da academia depende da forma como treina. No caso do Basso eu não sei se ele faz academia. Os treinos de força que eu sei que faz é o do coroão e isso não tem muito a ver com ganho de massa muscular.


Editado por Marino - 15 Jan 2011 as 20:03
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Originalmente postado por maximilian maximilian escreveu:

4. Saberia (você ou os treinadores que citou) me dar uma sugestão de como trocar treinos na academia por treinos na estrada? Explico melhor. Um treino na academia pode ser feito no mesmo dia que um treino de recuperação. Se eu for trocar as horas na academia por um acréscimo no tempo de pedal, talvez já não seja mais um pedal de recuperação. O treino da academia pode ser feito também no dia que eu não pedalo, pois uso esse dia para o meu "descanso", aí então seria melhor ficar deitando descansando completamente?

Marino,

o que eu vou escrever aqui é a minha opinião de leigo, e quando falo em musculação, leia-se "para aumento de força nas pernas". 

Treino de descanso é para recuperação cardio e muscular, e se você faz musculação no mesmo dia do pedal regenerativo ou do descanso, não está descansando a parte muscular das pernas - que é justamente a mais desgastada no pedal. 

Se for para trocar academia por estrada, seria para fazer o treino de big gear - ou seja, ou você faz um, ou faz outro. Os dois seria um exagero, a menos que a idéia seja uma sobrecarga temporária na musculatura. 

Não sei o que os técnicos diriam sobre isso, mas em breve terei a oportunidade de perguntar - e vou fazê-lo.

ab.

m



Quando disse fazer o a musculação no dia do treino regenerativo estou pensando em uma pessoa que treina todos os dias da semana. Se for para fazer musculação no mesmo dia de um treino mais forte ou mais longo acabaria sobrecarregando a pessoa.

O Gianni Tendola (não sei se você conhece, mas foi treinador do Petacchi) recomenda que a musculação seja feita em um dia que possa pedalar logo em seguida, com um giro alto e uma marcha leve. Fazendo dessa forma você não se sobrecarrega e ainda "solta" as pernas "travadas" pela musculação.

O mesmo treinador recomenda fazer a academia tanto no início da base (nessa época você não está fazendo os treinos de força bicicleta) como na fase seguinte quando fará esse tipo de exercício.

Veja, eu não estou querendo ser o dono da verdade, só estou me baseando no que alguns treinadores dizem, você tendo a resposta dos treinadores que tem contato eu gostaria muito de saber.
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Landim Ver Drop Down
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar Landim Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 15 Jan 2011 as 22:13
Acabei a pouco de ler o Weight Training for Cyclists, e obviamente o cara quer vender o peixe dele. Eu vou mais na linha de pensamento dos beneficios extraciclismo que a musculação pode proporcionar, afinal somos na maioria amadores e com a idade a musculatura geral vai definhar. 

O autor vai na linha de periodização anual, começando com Estabilização, Força, Potência e Manutenção. Os três primeiros feitos na época da prebase até inicio dos temporada, entrando ai na manutenção. Também sempre com exercícios de Núcleo(core).

Desde que eu pedalo faço musculação, na verdade eu fazia musculação há bem mais tempo, desde os 17. Mas não da pra encaixar treino forte de musculação com pedal(pernas) em época de treino de LT e vo2max, simplesmente não cabe, não fecham as datas, se fizer um treino pesado pela manha, não consegue botar força a noite, pelo menos 24h de descanso são necessários, segundo os dados apresentados pelo Doyle e Shimitz, e se fizer a musculação no dia seguinte no outro nao vai conseguir fazer treino de LT e assim por diante, é bem complicado.  Ao mesmo tempo os autores são um pouco contraditórios, falam em exercícios específicos e excluem totalmente a extensão de perna(vasto medial), ora se o objetivo é um fortalecimento geral, não fará mal algum fazer uma série de 3x10 de extensora, por via das dúvidas. 

Portanto vou fazer o indicado no livro na base e ver o que vai dar. 

Meus 2 centavos...
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar cancelado01 Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 15 Jan 2011 as 23:03
Pessoal,

todas as informações e pontos de vista apresentados são importantes, e eu os considero com respeito. Se todos tivéssemos as mesmas opiniões o mundo seria muito chato....

Resta no entanto um ponto que eu ainda vou cutucar com insistência, para poder (voltar a) dar crédito ao trabalho de musculação visando aumento de força nas pernas e por extensão aumento de potência no pedal: alguém tem alguma referência com dados concretos e não subjetivos (números, estatísticas, etc.) que atestem ganho de potência a partir desse tipo de musculação ou mesmo de big gear?

Porque se os únicos números disponíveis para mim no momento dizem que em esforços de TT a FTP chegamos a 25% da força máxima, e num sprint a 60% (aproximadamente), continuo não vendo sentido em produzir mais força se esse acréscimo não será utilizado. 

Subjetivamente e psicologicamente já está mais do que claro que musculação e big gear funcionam, e eu mesmo sou (ou era, já nem sei mais) membro desse clube dos "crentes". Mas no momento, minha fé está abalada. 

Max
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marcoaleite Ver Drop Down
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar marcoaleite Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 16 Jan 2011 as 04:08
Olha, uma opinião de leigo, que treina para outro esporte que usa muito a perna. A musculação, quando treinada corretamente ajuda sim nos resultados. Mas tem que ser um treino dedicado a modalidade, focado em potência muscular e não hipertrofia.

Partindo do seguinte princípio que o mecanismo que usamos para pedalar exige um esforço muscular, músculos bem preparados lhe darão um resultado melhor. Um músculo bem preparado evita no mínimo uma lesão. Então se o musculo tem uma resistência boa, seus treinos podem ter um grau de dificuldade maior, um sobre-esforço acima do que uma pessoa sem preparo conseguiria fazer. A musculação pode ser interessante também para trabalhar aqueles músculos que são pouco exigidos no esporte e manter um bom equilíbrio da massa muscular do corpo.

Mas, como disse, sou leigo e falo apenas em minha experiência pessoal, noto que quando parei com a musculação meu desempenho diminuiu e por consequência após alguns meses de treino forte, ganhei uma lesão.Ouch
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar Landim Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 17 Jan 2011 as 14:13
Originalmente postado por maximilian maximilian escreveu:

Na segunda edição do livro "Training and Racing with A Power Meter", pg. 136 e 137, Hunter Allen e Paul Coogan justificam essa postura com uma série de dados numéricos - alguns dos quais deixarei aqui de maneira simplificada:

- um sprinter que produz 1100 Newtons de força máxima  (em pista com largada parada), durante uma prova em sprint atingiu um máximo de 600 N, ou 55% do seu máximo; durante a maior parte da prova, utilizou menos de 400N, ou 35% do seu máximo;


Max, uma dúvida(eu não tenho a segunda edição ainda), se eu conseguir aumentar minha força máxima para 1300N e durante a prova eu conseguir atingir os mesmo 55%, ou seja, 880N, isso não foi um ganho? Ou os dados mostram que não há relação entre o Máximo com o atingido em prova?
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Landim,

eu tenho uma teoria, mas francamente estou com medo de colocar aqui e pagar mico para os experts LOL

Então, fiz o seguinte...escrevi um email para o Hunter colocando a sua questão, e colocando a minha teoria. 

Quando tiver a resposta dele publico tudo aqui Big smile
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marcoaleite Ver Drop Down
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Que nada maximilian, coloca aí. O topico está aí para debatermos nossos pontos de vista. O importante é aprender mais para ganhar lá na frente. Wink
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Landim Ver Drop Down
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Mais mico que eu já paguei é impossivel. Saí de ze doidim ciclista que nao ve valor nem em batimentos cárdiacos, pra geek freak ciclista viciado em potência, pense...
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Bueno...entonces lá vai. 

Intuitivamente, se estamos falando de um valor percentual (55%) de uma das variáveis (a outra sendo cadência), para que haja um aumento significativo de potência seria necessário um aumento muito grande de força máxima. E esse aumento, à custa de musculação, geraria um aumento de massa muscular (i.e. um aumento de peso), afetando de forma negativa a relação peso x potência. 

O email que eu mandei para o Hunter está abaixo. Vamos ver a resposta:

Hunter, Tim;
 
the other day we were discussing the Weight Lifting x Cycling issue, and someone came up with this: even if we can only use, say, 50% of our maximum force during a race, by increasing our maximum force through weight exercises, wouldn´t our 50% be higher, and consequently our power be higher?
 
My intuitive analysis tells me that because we´re talking about a percentage, and because there´s cadence in the equation as well, there would have to be a very significant increase in maximum force to generate a worthy gain in power. And, this could lead to an increase in muscle mass, thereby affecting the power to weigh ratio negatively.
 
Your thoughts, please.
 
 
Max
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RaulRockSeixas Ver Drop Down
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Tenho quase certeza que tem um simulador com essas variaveis no www.analyticcycling.com
Ou pelo menos algo envolvendo aumento de força e potência. Vou olhar melhor quando chegar em casa.
 
Abraço!
 
Arrroooocha Pica-Pau!
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Oi max.

Entao o que voce sugere ou vai fazer para aumentar a "potencia" durante o pedal no lugar dos treinos de musculacao e big gear?





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Erico,

elevar a cadência "natural" me parece mais sensato que aumentar a força, se partirmos do princípio que a força não é um fator limitante na produção de potência. Ou, colocado de outra maneira, aumentar a velocidade do movimento, não a força com que ele é executado. 
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Maximilian, cadência tem faixas ideais para cada situação, é algo mais para se fazer educativo do que evoluir ao "infinito".  

O que tem que evoluir é força e resistência mesmo.



Editado por vlsantos - 17 Jan 2011 as 21:19
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Visantos,

receba minhas perguntas como curiosidade de leigo Big smile:

- como seria essa divisão de cadência por situação? Seria faixa de esforço, situação na prova, ou outro parâmetro?

- no caso do Lance "pré e pós", até onde pude perceber a elevação de cadência dele (em função da perda de força), resultou em um aumento significativo de potência (logicamente que combinado com outros fatores, inclusive perda de peso). Sei que Lance é Lance e nóis é nóis, mas a título de referência eu acreditei que o aumento da cadência (média) poderia ter um papel preponderante no aumento da potência em relação a um aumento de força (máxima). E o caso dele parece que serviu de exemplo para outros. Um comentário do Phill Ligget durante o Paris Roubaix 2009 fala justamente sobre isso...ele comenta que "antigamente" o pessoal socava o pilão no paralelepípedo, e depois de Lance muitos passam por ali feito um ventilador. 

Um outro exemplo que me parece significativo: os números absurdos de potência entre a largada e a primeira curva no BMX (2100 Watts para 5 segundos e 2500 para um segundo) são gerados em uma transmissão comparativamente leve, porém a giros que atingem 166 RPM. Essa situação me leva a crer, mais uma vez, que o segredo do aumento de potência pode estar em educativos para aumento de cadência média (girar mais, sem perder a força).

Resistência tem que ter mesmo, isso nem se discute rsrs....

ab.
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André Martins Ver Drop Down
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Originalmente postado por maximilian maximilian escreveu:

Erico,

elevar a cadência "natural" me parece mais sensato que aumentar a força, se partirmos do princípio que a força não é um fator limitante na produção de potência. Ou, colocado de outra maneira, aumentar a velocidade do movimento, não a força com que ele é executado. 

Nesse caso então Max, você propõe aumentar a eficiência do movimento. Claro que aumentar a cadência "natural" tem um limite. Li num artigo (vou procurar) que treinamento de força em pouco contribui para aumento de VO2max mais contribui significativamente no aumento do Limiar de Lactose. Acho que foi numa tese de mestrado.
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André,

nusssasenhora....tô me embrulhando todo, mas agora não tem mais volta. 

Aumentar a eficiência do movimento não seria manter uma determinada cadência original a um custo metabólico menor? O que eu imaginei foi aumentar o número de RPMs mesmo, sem considerações metabólicas. Se fosse um carro, eu diria que pensei em aumentar a potência sem considerar o aumento no consumo. Politicamente incorreto, mas enquanto Endurox for mais barato que gasolina ninguém vai me crucificar. 

ab.
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Marino Ver Drop Down
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar Marino Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 17 Jan 2011 as 22:12
Originalmente postado por maximilian maximilian escreveu:

Bueno...entonces lá vai. 

Intuitivamente, se estamos falando de um valor percentual (55%) de uma das variáveis (a outra sendo cadência), para que haja um aumento significativo de potência seria necessário um aumento muito grande de força máxima. E esse aumento, à custa de musculação, geraria um aumento de massa muscular (i.e. um aumento de peso), afetando de forma negativa a relação peso x potência. 

O email que eu mandei para o Hunter está abaixo. Vamos ver a resposta:

Hunter, Tim;
 
the other day we were discussing the Weight Lifting x Cycling issue, and someone came up with this: even if we can only use, say, 50% of our maximum force during a race, by increasing our maximum force through weight exercises, wouldn´t our 50% be higher, and consequently our power be higher?
 
My intuitive analysis tells me that because we´re talking about a percentage, and because there´s cadence in the equation as well, there would have to be a very significant increase in maximum force to generate a worthy gain in power. And, this could lead to an increase in muscle mass, thereby affecting the power to weigh ratio negatively.
 
Your thoughts, please.
 
Max


Até onde eu sei, daria para ganhar força na musculação sem aumentar o volume dos músculos. Uma mesma seção transversal de músculo pode gerar mais ou menos força. Será que estou falando besteira?

Tem o fato de a relação peso / potência ser mais importante nas subidas. E se o cara quiser melhorar o CR, será que não vale a pena?

Eu acredito que exista um peso ideal para cada "modalidade" de ciclista. Se considerarmos um ciclista de 1,75/1,80m, digamos que seja algo assim:
Montanhista: 60 a 65 kg (Contador, Andy Schlek, Rasmussen)
Ciclista completo: 70 a 75 kg (Basso, Armstrong)
Sprinters e contrarelogistas poderiam estar acima dos 75kg
O que eu quero dizer com isso é que o cara pode aumentar o peso dele e começar a melhorar em outra modalidade.

Para citar o meu caso, no ano passado eu ganhei 4kg (distribuídos no corpo inteiro, não só nas pernas) e nem por isso passei a subir pior, pelo contrário, melhorei. Meu principal parâmetro é o tempo que levo para subir o Jaraguá. Como já fiz essa mesma subida várias e várias vezes, dá para tirar uma média dos tempos antes e depois, diminuindo assim as interferências (um dia com mais vento, um dia que subi acompanhando alguém, etc.)

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Havia escrito um texto longo só para descobrir que tinha começado com umas considerações absurdas hehehe, mas acho que a resposta é: depende.....

Na equação da Potência (gerada pelo ciclista), a massa total (ciclista + bike) aparece da seguinte maneira.

P= [K(V +Vw2) + mg(s + Cr)] x V 

então, m = massa, g = 9.8 m/s, s=elevação (0.002 no plano, 0.079 no Alpe d'Huez) e Cr é a resistencia de rolagem, digamos 0.003, mas vamos manter o foco na elevação apenas.

Para alguem com 70 kg, e uma bike de 7 kg, a parcela relativa a elevação no plano da ~1,5N. No Alpe d'Huez, essa parcela vai para ~60N. Ou seja, se for no plano, a massa extra pouco importa. Se eu ganhar + 2kg de musculos, os 1,5N passam para 1,55N.
No primeiro caso, digamos p/ 10 m/s (36 km/h), a potencia dessa parcela vai ser 1,5x10=15W. No segundo, 15,5W. Vou ter que gerar meio W a mais no plano para empurrar esses 2kg de musculo, mas quantos W extras eu vou poder gerar com estes 2 kg extras de musculo? Não é a toa que ninguem segura o Cancelara no plano. Mas morro acima a coisa muda de figura, a parcela da massa fica muito grande, 60N a diagmos, 20 km/h (5,55 m/s) da 333W. Para o Rasmussem pesando 50 kg essa parcela iria somar 240W para manter os mesmos 20 km/h.

Vejam tb o quanto a primeira parcela da equação (arrasto) é significante no plano, e o contrário em um escalada.




Editado por RaulRockSeixas - 17 Jan 2011 as 23:58
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André Martins Ver Drop Down
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Max,

concordo com você. Mas, simplificando, o movimento não é formado de duas variáveis cadência + força. Então, para mantermos uma mesma potência ou fazemos mais força ou giramos mais rápido. Teoricamente o custo metabólico menor se daria quando aumentássemos a cadência (para discussão). Por isso que questionei sobre o aumento da eficiência do movimento. Wink
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El pistoleiro Ver Drop Down
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Originalmente postado por maximilian maximilian escreveu:

Erico,
elevar a cadência "natural" me parece mais sensato que aumentar a força, se partirmos do princípio que a força não é um fator limitante na produção de potência. Ou, colocado de outra maneira, aumentar a velocidade do movimento, não a força com que ele é executado. 


O max. Eu concordo totalmente contigo. Até como relatei acima.. sempre consigo me safar das piores situações graças a capacidade de girar alto rs. Até para arrancadas é melhor um giro alto do que uma marcha travada, visto que uma marcha mais leve proporciona uma aceleração maior.

Infelizmente nao consegui localizar o artigo que eu tinha sobre treinamento de força pra ciclista. Nele o cara também apresentava números mostrando que é bem melhor aumentar o giro do que arrebentar os joelhos fazendo big gear por ai. (Conheço uns malucos que sai de 53x12 subindo tudo que é parede) rs.

Eu SUSPEITO que esse artigo é o POWERT TO PEDALS da roadbikerider. Voce jah viu?

Porém, não dá pra se valr so de giro alto. Visto que isso vai deixar o coração e (veias?) bem sobrecarregado. é bom também ter pernas pra rodar numa marcha mais pesada e assim deixar o coração descançar um pouco rs.

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Rafael.diogo Ver Drop Down
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Sou um leigo total no assunto, mas gostei desse artigo, inclusive utilizo algumas "dicas" dele no meu treino há algum tempo.
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marcoaleite Ver Drop Down
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Então maximilian, pelo pouquíssimo que conheço de musculação, você fazendo treino de força ou potência não gera um aumento significativo de massa não. O que pode acontecer e normalmente é o que acontece é você baixar a % de gordura do corpo e aumentar a % de musculos. Olhem bem, sou um leigo falando, é apenas o que se conversa com nutricionista e professores de ed. fisica.
 
Eu te digo isto, pois no taekwondo somos classificados por peso e graduação nas competições. Isto para evitar que um cara de 90 kg pegue um de 63 kg como eu e rache ele no meio de tanto chutar. Pois bem, baseado nisto eu me informei que o ideal para mim seria musculação voltada para potência e não hipertrofia. Potência se trabalha com muito peso e poucas repetições e pausas de 1 a 2 min entre as séries, diferente da hipertrofia onde o peso é mais distribuido e as repetições são maiores e as séries também com tempo de até 4 min de pausa. Isto é uma visão simplificada. Passo longe de whey e creatina, pois isto faz você ter um aumento muscular e é algo que não me interessa no momento.
 
Mas voltando ao assunto, concordo com o que nosso colega acima citou, cada perfil de ciclista tem que ser moldado para sua especialidade. O ideal seria conseguir um mix de cada especialidade e saber onde é o seu limite. O lance da cadência acho interessante, mas o que eu tenho notado quando pedalo é que subindo muito a cadência eu começo a perder força, pelo menos no meu caso. Daí se mudo a marcha, aumento a cadência novamente, mas a velocidade cai.
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Deru Ver Drop Down
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Existem vários exemplos em que a musculação gera resultados ótimos, assim como o aumento de cadência. Citarei dois exemplos de pista(na pista o peso de equipamento+ciclista, clima e outras variáveis atuam pouco no resultado final.)

O britânico Chris Hoy, esse dispensa comentários, força bruta pura, deve ter músculo até no fio de cabelo.




E Azizulhasni Awang ciclista da Malásia, com 1,65m e 55 kg de peso, conhecido como "Pocket Rocket"


Eu não sei que tipo de treinamento que o Awang faz, mas com certeza ele deve ficar menos tempo na academia puxando peso que o Hoy e mais tempo em cima do rolo ou na estrada.





Champions aren't made in gyms. Champions are made from something they have deep inside them -- a desire, a dream, a vision.

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Clythio Ver Drop Down
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Originalmente postado por maximilian maximilian escreveu:

Alexandre, 

os treinos de big gear são, basicamente, repetições (5 a 20min) com baixa cadência (45 a 75 RPM) e muita força. É um conceito de "musculação na bike", buscando maior especificidade no trabalho de força para ciclistas.

Ab.


Aqui acho que vai grande diferença de conceitos - com 5 a 20 minutos, a potencia viável é 1/5 a 1/6 do que consigo manter por 20 segundos.
Acho que ninguém vai para a academia e põe um peso que consiga acionar no equipamento por intervalos de 5 a 20 minutos...
Esse tipo de trabalho, já fiz em subidas, com cadencia baixa e fazendo muita força - ganhei endurance muscular para andar melhor no pelote em subidas, mas PERDI EXPLOSÃO E PARTE DO SPRINT, onde preciso por 1 a 2 minutos o dobro dessas potencias de 5 a 20, e por uns 10 a 25 segundos, da tal potencia 5 ou 6 vezes maior..

Ou seja, acho que algo de 5 a 20 minutos não é musculação - ninguém usa isso em academias para força ou hipertrofia, nem para definição, mas entre 10 e 30 segundos, sim - e é aí que trabalho, com configurações variadas de séries, dependendo da fase da temporada.
Mais força e menos cadencia no início, mais explosão e mais cadencia um pouco mais tarde.


Editado por Clythio - 29 Jan 2011 as 02:15
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Originalmente postado por ericoduarte ericoduarte escreveu:

E o queé MT? =p

Já li em algum lugar (tou procurando pra passar a fonte) que se gera mais potencia girando com uma cadencia alta do que com uma marcha pesada e girando baixo.

Inclusive sempre comprovo isso na prática. Acredito que força nao é o meu forte. Quando tou num treino forte (pelotao ou escalada), o que me salva é girar sempre acima dos 100 rpm. Quando coloco uma relaçao mais pesada.. rapidamente minhas pernas travam rs.

Dai vem a pergunta: Qual a diferença entre a força usada para girar acima dos 100 rpm e da força usada pra girar numa "Big gear".



Tente botar a bike no rolo fixo, tirar a corrente, e girar sem resistencia alguma - será que não vai ter nenhum custo energético/fisiológico se resolver ficar 20 minutos girando a 120 rpm?... Os músculos não vão contrair, não vai ter mudança de direção de massa? (nossas coxas e pernas e pés não são massas girantes em torno de um ponto - são alavancas e tem massa=peso).
Em resumo - GIRAR TEM UM CUSTO ENERGÉTICO/FISIOLÓGICO, não é uma variável solta no espaço.

Mas para uma mesma potencia a ser mantida, girar mais rápido permite aplicar menos força, em tese, prolongando o tempo de saturação da musculatura para aquela potencia.

Por conta do custo fisiológico do giro em si, a cadencia natural auto-selecionada, para cada ciclista, mantidos os setups de bike-fit (altura de selim o mais crítico aqui), posição de taco na sapatilha, e tamanho de pedivela, vai ser sempre uma função crescente da potencia aplicada, ou seja:
Eu passeio confortável a 70 rpm (não compensa gastar mais energia girando mais, porque a poupança em força não é necessária), eu recupero ou aqueço entre 80 e 90 rpm, eu dous meus tiros de 200-250w com 95-100 rpm, eu persigo uma fuga ou ataco a 500w com 100-110 rpm, e sprinto nos 1200-1300w com 115-130 rpm, simplesmente porque quanto mais alta a potencia a ser aplicada mais vale o custo do giro, diante da economia de força a ser aplicada, que vai permitir "ir mais longe", durar mais, ser mais economico, eficiente, naquela faixa de potencia.

Vejam que fiz a ressalva sobre manter bike-fit, pedivela, etc., porque se eu já sei, como eu sei, que vou precisar priorizar os 30s finais da prova porque só tenho chance no sprint, vou usar pedivela menor uma medida (tenho 1,84 e uso 172,5 na bike estrada, 175 na de TT), o taco mais na frente uns 2-3 mm, etc, para poder girar nos 115-130 bem, e despejar a alta potencia.

Se fosse escalador, ou contra-relojeiro, posso fazer o contrário, priorizando aplicação de mais força com menos cadencia, na faixa típica de potencia que vou ter que aplicar na "minha prova", se for uma escalada, uso pedivela uma medida acima, o taco mais no meio do pé uns 2-3 mm, o selim mais alto para poder aplicar força subindo, e nem me preocupo se isso sacrifica minha capacidade de girar acima dos 100 rpm.. vou ganhar a escalada a 70-85 rpm.

Respondendo o final da pergunta - há sim diferença entre a força aplicada na big gear e a do alto giro, dos sprints rápidos - esse último exige treino explosivo, treino de coordenação neuro-motora, que é treinável, e alguma genética de sprinter - fibras de rápida contração. Tenho isso tudo - pena que essas mesmas fibras não permitam desenvolver grande capacidade aeróbica.. e daí você não sobe nem sobrevive a longas sobrecargas... é a maldição dos sprinters...


Editado por Clythio - 29 Jan 2011 as 02:32
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Originalmente postado por maximilian maximilian escreveu:

Erico,

elevar a cadência "natural" me parece mais sensato que aumentar a força, se partirmos do princípio que a força não é um fator limitante na produção de potência. Ou, colocado de outra maneira, aumentar a velocidade do movimento, não a força com que ele é executado. 


O problema é que por motivos neurológicos e do próprio mecanismo da contração muscular há um limite para esse desenvolvimento, essa aumento de cadencia - mesmo se otimizarmos algumas variáveis como altura de selim e tamanho de pedivela (é o que vemos nos velódromos, com gigantes pedalando 165 mm e sentados mais baixos para poder girar muito, já que não podem fazer cambio, e tem que selecionar uma marcha para "uso geral", por assim dizer).

Cadencia não é algo treinável sem limite nem custo.
(e veja que eu, jovem, na bike de pista, marcha leve, girava 165-180 rpm por muitos minutos.., ou seja, eu era um girador).

Dessa forma, giro é algo que devemos e podemos treinar até o limite da nossa genética e do nosso bike fit, que é parcialmente induzido pela natureza da nossa prova ou característica prioritária - escalador, rolador, sprinter.

Em resumo, todos os ciclistas devem desenvolver ao máximo a capacidade de manter aquilo que, para cada um deles, seria uma cadencia "alta".  Na pior das hipóteses, vão conseguir postergar fadiga para a mesma faixa de potencia.
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