Dúvida - Rendimento/Geometria Fem.

Engraçado você postar com toda essa arrogância, sendo que no próprio artigo que você citou explica os dois pontos de vista. E depois de ler o artigo(já tinha lido outro no pinkbike, que entra um pouco mais na parte de marketing da questão) estou um pouco mais convencido que geometria feminina é frescura sim.

A tal base de dados comparando homens e mulheres conclui que a diferença dos tamanhos de membros entre mulheres e homens varia tanto quanto a diferença entre as proprias mulheres ou entre os homens. Ou seja, as medidas variam independente do sexo. A conclusão certa é que as mulheres são um pouco mais baixas no geral e mais leves que os homens.

Então dado a todas possibilidades de ajustes que uma bicicleta permite (tamanho da mesa, do guidão, largura do banco, altura e recuo/avanço do selim, largura do pedivela, entre outras), a conclusão que se chega é que não precisa criar toda uma linha diferente de quadros com medidas "femininas", mas sim escolher o tamanho correto (talvez um tamanho menor pra uma mulher) e montar com as peças adequadas. 

Eu já tive um quadro full Giant Anthem 29 feminino (na época ainda n era Liv) e encaixou bem pra mim, embora o seat tube fosse muito grande em relação ao comprimento do top tube (usava o canote bastante inserido).

 Hoje em dia, com as tendências modernas de geometria, aquele quadro NÃO FAZ SENTIDO ALGUM seja pra homem ou pra mulher,  já que as pessoas no geral querem quadros mais longos (top tube) com o seat tube mais baixo pra poder usar canotes droppers de mais curso, e ele era justamente ao contrário disso. E ainda tinha uma diferença no ângulo de direção, que tornava ele PIOR que o modelo Anthem tradicional . Felizmente quando quis trocar não foi difícil vender ele pois tinha uma cor normal, nada de pink ou rosa com purpurina.

Aí entra a questão do mercado, já q o número de mulheres é muito baixo, especialmente no segmento Trail/Enduro. Então uma bike exclusivamente feminina é muito mais difícil de revenda já que as chances de achar outra mulher praticando e disposta a comprar uma bike usada de alto valor são mínimas.

Por outro tem as marcas que apostam no segmento feminino, por exemplo a Juliana (santa cruz) que usa os mesmos quadros da linha principal, mas com pinturas diferenciadas, componentes que atendem as ciclistas (manoplas, bancos mais largos, guidões menores) e especialmente o ajuste das suspensões pra comportar ciclistas mais leves. Alguns modelos oferecem tamanho XS que não tem na linha tradicional. A filosofia deles é que uma bike feminina não precisa ter geometria diferente, somente se ajustar ao piloto, assim não precisa ter desempenho inferior ao modelo tradicional. Mas não é só isso, eles tem vários programas e suportam muitas atletas pelo mundo, e promovem eventos que estimulam mulheres a pedalar.. então não é só pintura diferente, eles querem vender um estilo de vida.

Quem puder bancar isso ótimo, são bikes lindas, e podem ser usadas por qualquer um, mas tenho certeza que serão muito mais difíceis de vender que o modelo equivalente "masculino".

Ainda sobre mercado.. Eu compraria tranquilamente uma bike feminina pra eu usar se a ocasião fosse ótima, como ocorreu com a Giant, pois estava num preço mto bom. 

Mas se fosse escolher nova bike, por exemplo, pra minha esposa, nunca compraria uma feminina no mesmo preço da equivalente tradicional. Compraria a "masculina" e trocaria os componentes necessários ainda que custasse mais de início.

kkkk só tem especialista mesmo

Existe também a Liv (Giant) e também algumas marcas que tem bikes versão feminina no catálogo, como já citado aqui.

mas a Giant não é lá a empresa q mais acerta padrões de mercado, já que é bastante teimosa. Lá por 2014 quando o mercado todo começou a apostar nas XC 29, ela ao invés de modernizar a Anthem, resolveu lançar um modelo Anthem 27.5 novo pregando que aquilo era o tamanho de roda perfeito. A partir daí só lancou bikes 275, exceto a hardtail (XTC). E continuou vendendo as Anthem 29 até 2018 com o mesmo projeto de quadro de 2011.

Recentemente, mais ou menos uns 3 ou 4 anos depois de ver que fez cagada, resolveu relançar a Anthem 29 como race bike com geometria mais moderna, além de reintroduzir a Trance 29 (Trail, que haviam matado em detrimento da Trance 275 ser a bike perfeita na cabeça deles). Finalmente deram o braço a torcer já que hoje tem também a Reign 29 (Enduro) e deve ter até Glory 29 pois até no DH as 29 estão dominando.

Então sei lá por que estão insistindo nessa idéia de bikes femininas, mas se a marca ainda vive e lança bikes, vai ver que as mulheres realmente gostem dessas bikes, ou pode ser até mesmo pelo apelo diferenciado, assim como as Juliana que citei. 

De qualquer maneira é um mercado muito pequeno e a dificuldade de revenda anularia qualquer apelo que um modelo feminino pudesse a ter. Isso é opinião minha, claro q pode ser que pros oturos não.

Liv Pique 29 Advanced

Giant Anthem 29 Advanced

Mas não vamos entra nessas questões técnicas... Acho que o mais importante é escolher o tipo de quadro certo, escolher a bike com o tamanho certo, são coisas que irão ajudar para que durante o bikefit consiga-se deixar a bike com a configuração desejada, etc... 

Depois é escolher os acessórios e componentes certos, para que deixa a bike prazerosa, e com seu perfil... 

Tem mulher que quer subir melhor, tem mulher que quer descer melhor... Tem mulher que ser a mais rápida, e tem mulher que quer chegar mais longe... Tem mulher que quer competir e tem mulher que quer passear....

E essas coisas não diferem dos homens...

comecei o tópico refutando um argumento esdrúxulo e terminei querendo uma bike de mulher pra mim.. que coisa kkkkk