Apreensão de bicicletas no RJ

Hoje, dia 13/09/2011, 9 dias antes do Dia Mundial Sem Carro, vou ao trabalho de bicicleta, como faço todos os dias, no Centro do Rio, na esquina daAvenida Rio Branco com a Rua Sete de Setembro. Pela falta
de infraestrutura cicloviária e de paraciclos, prendo-a num poste em frente ao prédio.

No final da manhã, o porteiro do prédio veio ao escritório dizer que "os guardas queriam levar minha bicicleta". Desço, e vejo o exército do Choque de Ordem:3 caminhões da Secretaria de Ordem Pública
(semelhantes à caminhões de lixo, com outras bicicletas em cima) e aproximadamente 15 guardas municipais, dois deles com equipamentos para abrir trancas simples (mas - provavelmente - não a minha
Kryptonite), além do tradicional séquito de transeuntes desocupados olhando curiosos. Pego o celular, começo a filmar discretamente - pois sabia que se o fizesse diretamente, teria problemas - e vou falar com
os guardas.  Como o áudio do vídeo está baixo - e não filmei as pessoas diretamente para evitar problemas - confira a transcrição do vídeo:

- (...) estamos aqui apreendendo uma bicicleta na Rio Branco...
- Algum problema, senhores? Eu sou o dono da bicicleta. Bom dia, tudo
bem? Qual o seu nome?
- Lira.
- Eu sou Arlindo, prazer. Tem algum problema deixá-la aqui?
- Tem, é patrimônio! Fala com aquele senhor ali, ele que mandou chamar
você, abrir chamado... estávamos até agora aguardando a sua presença.
Rogério!
- Oi, fala aí meu irmão!
- Tá liberado, pode levar, tá bom.
- Aí não pode, sou eu. Aí não pode.
- Prazer Rogério, eu sou Arlindo, tudo bem?
- Não é permitido acorrentar nos postes, nem nas árvores.
- Certo.
- Tá bom. A intenção não é fazer apreensão, é fazer com que vocês não
coloquem. Como você chegou, vou te liberar tua bicicleta sem problema
nenhum.
- Qual a sugestão do senhor, aonde eu posso colocar a bicicleta?
- O que acontece: existem alguns lugares aqui no Centro que tem
bicicletário. Mas é o que eu tava contando aqui pra ele aqui: o
pessoal acaba cortando o ferro e vendendo o ferro. Eu direcionei [um
ciclista] ali um junto às motos.
- Junto às motos seria o local correto então?
- Seria o local correto, ou o próprio local que você trabalha...
- Eles não disponibilizam.
- Seu próprio local de trabalho não disponibiliza. É complicado.
- Entendi.
- Então, para junto às motos porque fica da mesma forma, do mesmo
padrão, não acorrentado junto ao poste. Tá bom?
- Tá certo, muito obrigado seu Rogério.
- Nada, fique à vontade. Bom dia.
- Obrigado pela compreensão, Lira. Valeu.
- Olha só: poste, árvore... a banca, é particular. O que for
patrimônio, que é de rua, orelhão, não pode não. O que for uso público
não pode.
- Tá certo Lira, obrigado. "

Arlindo Pereira por pouco ficou sem o seu meio de transporte.

Tirei essa Materia...do jornal o OGLOBO 

http://oglobo.globo.com/blogs/debike/posts/2011/09/13/onde-eu-posso-parar-minha-bicicleta-405353.asp