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O Rei das Escadas - Entrevista com Filip Polc

O Eslovaco de 31 anos já esteve 5 vezes no Brasil, foi campeão do Downhill Urbano de Santos três vezes das quatro que participou e pretende morar no Rio de Janeiro algum dia. No currículo já foi 5o lugar no Mundial de Downhill e 1o em uma etapa da Copa do Mundo.

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Pedal: Como você se define como piloto ?
Polc: Me considero mais técnico do que agressivo. Eu gosto de andar mais leve, saltos em geral e emendar lances grandes de escadas.

Pedal: Como começou essa preferência pelo downhill urbano ?
Polc: Na minha cidade não existem muitas trilhas e depois da escola, eu e meus amigos gostávamos de voar pelas escadas e pular obstáculos. Acabei gostando muito disso. Eu me sinto em casa pedalando nas ruas.

Pedal: Quem é o Polc fora das pistas ?
Polc: Andar de bike é tudo pra mim e é preciso dedicar muito tempo. Treinar, viajar, organizar tudo, filmar e tudo mais. Mas quando tenho tempo, eu ando de Snowscoot (patinete de neve), jogo basquete, golf ou qualquer atividade legal com os amigos.

Pedal: Com quantos anos você começou a pedalar ? e a competir ?
Polc: Comecei a pedalar com 2 anos de idade e competir aos 4.

Pedal: Qual foi sua escola base dentro do ciclismo?
Polc: Quando eu tinha 4 anos, meu pai me deu uma bike de Biketrial (que era de aço, muito pesada!) e eu ficava feliz apenas em atropelar alguns obstáculos, porque levantar as duas rodas e saltar era impossível. Quanto eu fiz 6 anos eu passei a andar de BMX, que era muito mais legal, com mais velocidade e maior desafio em competir com 8 pessoas no gate de largada. Depois eu fui para o cross-country e aos 14 anos comecei no downhill e dual-slalom.

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Polc curtindo o visual do Rio de Janeiro

Pedal: Quais foram as maiores dificuldades no começo da carreira ?
Polc: Eu acredito que nasci com o objetivo de ser competidor. Então minhas dificuldades foram sempre ser mais rápido que os outros competidores.

Pedal: Qual foi o título mais importante conquistado na sua carreira?
Polc: As minhas melhores lembranças são de 2001, no Mundial de Downhill que aconteceu em Vail (Colorado). Foi meu primeiro ano na elite e eu fiquei em quinto! Ótima descida e ótimas lembranças!

Pedal: Já encontrou algum obstáculo que você ficou com medo de encarar e desistiu ?
Polc: Não... normalmente eu sou um dos primeiros a tentar os obstáculos mais difíceis.

Normalmente eu sou um dos primeiros a tentar os obstáculos mais difíceis



Pedal: Qual sua visão sobre o downhill e freeride brasileiro e sua evolução?
Polc: É a minha 5a vez por aqui. A primeira vez eu fiquei mais tempo com o Steve Smith (companheiro de equipe) depois da corrida da Red Bull no morro Santa Marta. Nessa ocasião, eu conheci o Sylvio (meu melhor amigo por aqui) e ele me levou pra pedalar com os locais. Eu vejo que a cena está evoluindo, as pessoas tem bikes muito boas, viajam pras corridas, as pistas estão ficando bem melhores. Se eles tiverem mais disciplina e dedicação aos treinos, a cena internacional vai ter trabalho.

Pedal: Qual dos eventos urbanos da América Latina você mais gosta de competir?

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Polc: Eu adoro o Downhill de Santos. É uma pista curta, mas muito intensa. É perto das praias e sempre muito calor. Valparaíso (Chile) é parecido, só que a água é gelada. Gosto muito das pessoas de Santos, são muito gente boa!

Pedal: Como você enxerga o nível dos atletas sul americanos?
Polc: Eu vejo muito potencial. Muitos atletas jovens são habilidosos e estão prontos para encarar as grandes corridas. Eu espero que eles continuem focados e tenham mais e mais chances de ir para os EUA e Europa para ganhar mais experiência.

Pedal: Qual a pista mais complicada para você dentro do seu estilo de pilotagem?
Polc: Cada pista tem suas dificuldades. Santos é muito rápida e com gaps grandes. Valparaiso é uma pista longa, com trechos em terra e lances de escadas desafiadores. Ambas tem um público muito empolgado.

Pedal: Você acha que as competições urbanas vão crescer como as tradicionais ?
Polc: Eu acho que elas já tem uma grande mídia e atrai bastante público. Espero que possamos melhorar ainda mais nos próximos anos. Fazê-las mais difíceis e interessantes para o lado do piloto e do público.

Pedal: Quem é o seu ídolo no MTB ?
Polc: Quando eu era mais novo era o Nicolas Voillouz. Agora eu não tenho um ídolo. Acho que estou velho pra isso...

Pedal: Qual piloto você considera seu maior rival dentro das pistas ?
Polc: Cada corrida é diferente. Eu sei quem pode ser melhor em cada pista, mas eu normalmente não estou focado nos meus rivais, eu só quero fazer minha melhor descida, pensando na vitória.

Pedal: Qual seu maior desafio como atleta atualmente ?
Polc: O maior desafio é o tempo, que passa muito rápido. Acordar, pedalar, trabalhar no computador e toda rotina diária toma tempo. Mas tenho meus objetivos e quero ganhar o maior número de downhill urbanos que eu puder.

Pedal: Qual seu principal objetivo na temporada 2014 ?
Polc: Meu objetivo agora é ser o campeão do City Downhill World Tour.

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Pedal: Como você costuma treinar ?
Polc: Depende da época, mas meu treino básico é pedalar cross-country / enduro 3 vezes na semana. Duas vezes fazer exercícios de academia e no final de semana treinar downhill.

Pedal: O que acha do Enduro ? Pretende participar ?
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Primeira vitória em Santos em 2010

Polc: Enduro é a modalidade mais divertida para o público em geral. Você pode pedalar por horas, chegar a lugares legais e ainda fazer um treino bastante intenso. As bikes agora estão cada vez mais leves, te fazendo subir mais rápido e se sentir quase numa bike de downhill na hora de descer. Eu pedalo minha bike de Enduro 90% das vezes nos meus treinos e adoro! É uma bike que faz de tudo.

Pedal: Que tipo de treinamento você faz para grandes corridas, como Santos e Valparaíso ?
Polc: Eu não sou um piloto de explosão e sim de resistência. Então eu to treinando aceleração e mais força pra minha pedalada. Competir em pistas de 1 minuto como a de Santos é muito difícil. Todo piloto deve estar focado nos mínimos detalhes para conseguir ser o campeão.

Pedal: Qual é o setup da sua bike atualmente ?
Polc: Na última temporada eu andei com o quadro Evil Undead, todo de carbono, com sistema de suspensão Delta que funciona muito bem pra mim. Suspensões Fox, componentes Shimano e rodas Mavic. Ultimamente estou testando os selins Morgaw, uma nova marca da Slovakia, que tem modelos para Enduro, Estrada e downhill, eles são leves e fortes.

Pedal: O que mais te atrai no Brasil?
Polc: Eu amo o Rio. É a cidade que eu mais gosto. Tem trilha de downhill, um pouco de Enduro, praias legais, bom clima, pessoas legais e frutas frescas!

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Pedal: Moraria no Brasil, já que todo ano esta aqui ?
Polc: Cara! Meu sonho é ter uma casa aqui no meio do mato, com trilhas por perto e depois dos treinos pular no mar! Eu pretendo morar aqui um dia, estou trabalhando nisso!

Filip Polc tem o patrocínio de Evil Bikes, HTC, DRIFT, Red Bull, Morgaw, 100%, Leatt, Kabuto, SunBachledova.sk, Spa.sk, IXS, Luminox e polcstershop.sk.

Entrevista e fotos: Pedro Cury. Agradecimentos: Sylvio Neves

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