Fale ao celular enquanto pedala

Siemens M65, com dispositivo ‘bike-o-meter’ para ciclistas, foi testado por André Grizante, líder do ranking brasileiro de ciclismo

Por Cibele Gandolpho - Estadao

A Siemens lançou um celular desenvolvido para atletas e aventureiros que precisam de um telefone que possa ser utilizado durante a prática do esporte e esteja preparado para resistir a terrenos e condições difíceis e a impactos.

Para testar se o celular M65 é útil e realmente duro na queda, o Link convocou o ciclista paulista André Grizante, 28 anos, líder do ranking brasileiro de ciclismo e integrante da equipe Extra/Caloi/Suzano. Durante 15 dias, ele realizou todos os seus treinos com o equipamento acoplado em sua bike. Foram 1.700 km percorridos.

“O visual do equipamento é bem legal. Virou objeto de curiosidade de todos que gostam de esporte e que acompanham as novidades do ciclismo”, disse.

Além de servir para se comunicar durante os treinos, o M65 tem uma câmera que serve para tirar fotos e fazer vídeos e possui um sistema GPS que orienta o ciclista.

Mais: ele pode ser acoplado a uma espécie de velocímetro, chamado “bike-o-meter”, que registra a velocidade, o tempo e a distância percorrida pelo atleta. Os dados podem então ser enviados instantaneamente para o treinador, via mensagem de texto (SMS) ou e-mail, ou transmitidos para um computador, por meio de um sensor infravermelho.

Ou seja, com o kit “celular + bike-o-meter”, o ciclista está conectado com o mundo. Pode atender e fazer ligações, registrar e avaliar sua performance, receber e enviar dados. Tudo sem desacelerar o ritmo das pedaladas ou tirar as mãos do guidão.

O equipamento da Siemens tem revestimento de borracha e metal, o que o torna capaz de suportar quedas, pingos de água e poeira. “Geralmente, um velocímetro comum de bicicleta pára de funcionar quando chove muito. Mas, mesmo em dia de chuva, o bike-o-meter e o celular funcionaram bem. Têm boa vedação, e não há interferências”, conta o campeão.

"No primeiro dia, esqueci de travar o celular na base. Ele acabou caindo a uma velocidade de 50 km/h e rolou uns 20 metros. Mas a borracha que o envolve o protegeu, e o M65 não sofreu nenhum dano grave. Só ficou com um ralado na parte externa”, diz.

Em outro treinamento, Grizante sofreu uma queda, mas o kit nem sequer se soltou. “Ele é muito bem acoplado. A instalação é fácil, eu mesmo consegui fazer”, diz.

Na hora de instalar o equipamento, é preciso fixar a base no guidão da bicicleta. O fio passa junto ao cabo do freio, e o sensor, que registra e emite os dados, é preso no garfo da bicicleta – a peça ligada ao guidão que tem a função de virar a roda dianteira.

Para testar as funções de velocidade, André realizou vários treinos curtos de uma hora e outros de sete horas em trechos com muita subida e velocidade intensa nas descidas. “A medição da velocidade é ótima. Percorri 215 km para testá-la. O aparelho mostrou um gráfico com a evolução e a velocidade média.”

O equipamento registra ainda a velocidade máxima, a distância percorrida, o tempo de pedal e, caso o treino ou o passeio tenha sido programado, o ciclista é avisado de quantos quilômetros faltam.
Em áreas mapeadas via satélite, o ciclista é orientado: “Conforme você anda, o desenho te mostra em que ponto você se encontra ou quando está passando por determinado lugar.”

Segundo Grizante, a memória do kit é suficiente para programar e armazenar vários treinos. Assim, o ciclista pode utilizar o equipamento em mais de uma bicicleta, com características diferentes. “Dependendo da bike, você pode selecionar uma das programações, que mostra o nome do treino, sua descrição, onde começa e termina, a distância, o tempo, a altitude. Cada atleta pode criar seus próprios treinos ou fazer downloads de trajetos disponíveis via celular.”

E, embora o kit seja maior do que um velocímetro comum, ele não atrapalha os movimentos. “Participei de várias competições com o equipamento, e não senti nenhum incômodo”, diz André.

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