Atualmente, os freios são os componentes que mais geram discussões quando o assunto são as bicicletas de estrada. Afinal, se muitos estão convencidos das vantagens dos discos, outros parecem não ver benefícios e até riscos no uso do equipamento.
Porém, existe um outro sistema que, na aparência, lembra as ferraduras tradicionais mas traz algumas vantagens importantes - estamos falando dos freios Direct Mount, oferecidos pela Shimano e por outros fabricantes como a Bontrager.
Diferenças
A primeira vista, um freio Direct Mount não parece muito diferente de uma ferradura. Mas, ao olhar de perto, percebemos que ele é preso em dois pinos no quadro e no garfo e não por um parafuso único como os tradicionais.
Com a montagem direta, é possível reduzir o excesso de material não só no freio como no próprio quadro, criando um pacote mais leve. Além disso, por ficar mais perto do quadro e contar com dois pontos de fixação, o conjunto todo é mais mais rígido e aerodinâmico
Outra vantagem é que o sistema possibilita o uso de pneus maiores sendo que, no geral, o limite do tamanho do pneu costuma ser o quadro e não o freio.
Compatibilidade
Obviamente, para utilizar o sistema, é preciso que seu quadro seja feito para ele, já contando com os furos de montagem. Como o padrão é aberto, qualquer fabricante de bicicletas e componentes pode utilizar a tecnologia.
Já no caso dos manentes, vale lembrar que os direct mount utilizam a mesma puxada de cabo do que as ferraduras - por isso, seus STIs convencionais funcionarão. No caso da Shimano, existem diferenças nas sapatas, o que exige uso de um modelo especial.
Progressividade
Embora qualquer vantagem aerodinâmica proveniente dos freios seja indetectável para qualquer ciclista, a maior rigidez é bastante perceptível, chegando às mão do ciclista na forma de mais modulação na frenagem.
Nas ferraduras tradicionais, é comum que os longos braços flexionem um pouco, algo bastante reduzindo nos Direct Mount. Com isso, a potência de frenagem é mais linear, facilitando o controle do ponto de travamento das rodas.
Outro detalhe é que, com o sistema, o manete passa uma sensação menos esponjosa do que as ferraduras tradicionais, algo que percebemos quando testamos a nova Tarmac S-Works 2018, bike equipada com freios Dura-Ace Direct Mount.
Regulagem
Uma das características dos Direct Mount Shimano é que existe um modelo diferente para bikes que utilizam freio traseira abaixo do chain-stay. Este freio utiliza uma blocagem especial que fica no conduíte, pouco antes do freio.
O procedimento de regulagem das sapatas é idêntico ao das ferraduras, sendo que um parafuso na lateral regula a centralização do freio. Além disso, é possível regular a tensão da mola, o que altera a resistência para apertar o manete.
Depois de regulados, porém, eles possuem uma grande vantagem. Nas ferraduras, toques ou impactos podem mover a peça lateralmente, podendo fazer com que uma sapata comece raspar no aro sem que o ciclista perceba. Por não moverem-se lateralmente, isso simplesmente não acontece com freios Direct Mount.
Conclusão
Se comparado com as ferraduras, os freios de montagem direta certamente são uma evolução em todos os sentidos. Porém, com a tecnologia de freios a disco cada vez mais popular, é difícil dizer se a tecnologia vai ou não emplacar.
Atualmente, alguns fabricantes apostaram na tecnologia, ao menos por enquanto. No caso da Specialized, por exemplo, a Tarmac com freios Direct Mount foi lançada antes da com discos para que seus atletas profissionais pudessem correr com a nova bicicleta em todas as provas - inclusive nas que a UCI ainda não liberou os discos.
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