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Entendendo a transmissão da bicicleta

Como a força dos pedais se transforma em movimento das rodas da bike - Entenda como cada parte funciona

A transmissão da bicicleta é o sistema responsável por transformar a força das pernas do ciclista na rotação das rodas. Ela é composta de coroas, corrente, cassete, movimento central e pedivela.

Os câmbios e passadores da bicicleta que você conheceu neste artigo também fazem parte, caso a bicicleta tenha marchas, para que ocorram as mudanças.

Componentes de Transmissão de uma bicicleta com marchas
Componentes de Transmissão de uma bicicleta com marchas

Cassete

O cassete é constituído de várias engrenagens que ficam presas no cubo traseiro. Nos grupos de produção em massa, eles podem possuir até 12 engrenagens. Uma maior quantidade de engrenagem resulta numa maior possibilidades de combinação com as coroas, que são normalmente 1, 2 ou 3.

Foto 75301

Ao multiplicar o número de engrenagens do cassete com o número de coroas, obtemos a quantidade de marchas da bicicleta. Por exemplo, uma bicicleta de 27 marchas tem 9 engrenagem atrás e 3 coras na frente: 3 x 9 = 27.

No mountain biking, as bikes mais avançadas tem até 12 engrenagens, mas são comuns grupos com 11, 10 e até menos engrenagens. Na estrada, a maioria das bikes tem 11 engrenagens, mas existem grupos com 12, 10 ou menos engrenagens.

As diferenças entre os cassetes é basicamente o material usado, a quantidade de engrenagens, a quantidade de dentes dessas engrenagens e o preço.

Uma engrenagem maior atrás deixa as marchas mais leves. Por isso, nas trilhas, os cassetes costumam ter engrenagens bem grandes. Até a última atualização desta matéria em 2020, o número de dentes do pinhão grande poderia passar de 52 dentes, mas este número segue crescendo com o tempo. Na estrada, elas são menores, raramente passando de 34 dentes.

Pedivela

O pedivela são os braços onde são presos os pedais e coroas da bicicleta. Podem ter diferentes comprimentos, com as variações mais comuns ficando entre 165 e 175mm. Um pedivela mais longo proporciona mais alavanca, porém dificulta o giro.

Foto 75300

Por isso, o comprimento do pedivela é uma escolha que varia com o tipo físico e com as dimensões do corpo do ciclista.

O pedivela deve ser compatível com o movimento central para poder funcionar e deve ter coroas compatíveis com sua furação. Outra diferença é que existem pedivelas específicos para uma, duas ou três coroas, construídos em alumínio ou carbono.

Coroas

São as engrenagens presas ao pedivela. A diferença principal entre elas, além do tamanho, é o peso e o material usado: aço, alumínio ou uma mistura de carbono com alumínio.

Foto 75296

No ciclismo de estrada, a maioria das bicicletas tem duas coroas. No mountain biking, as bikes mais simples possuem 3 coroas, intermediárias 1 ou 2 coroas e as as de competição somente uma. As coroas maiores deixam as marchas mais pesadas, e as menores mais leves.

No MTB, as coroas costumam ser pequenas, já que a velocidade é mais baixa devido as inclinações maiores e mais bruscas. Na estrada, elas costumam ser bem maiores.

Correntes

As correntes ligam as coroas aos cassetes e fazem a transferência da força da pedalada para as rodas. Possuem como diferença material e peso. Algumas delas possuem designs "vazados" para diminuição do peso.

Foto 75298

Algumas correntes possuem um link desmontável, que serve para abrir a corrente mais facilmente para trocas, reparos e manutenções.

A corrente também é o componente da bicicleta que precisa de manutenção mais frequente, que é a limpeza e lubrificação. Juntamente com pneus, também é um dos componentes de maior desgaste.

Movimento Central

É o rolamento que encaixa no centro do quadro, na junção entre o tubo de selim e os dois tubos de baixo, É onde é encaixado os braços do pedivela.

Foto 75297

Existem diversos padrões de movimentos centrais para a bike, com variações acontecendo para acomodar os detalhes de produção e projeto de cada bicicleta. Por isso, antes de comprar um central novo, é preciso certificar-se de que ele seja compatível com seu quadro e pedivela.

Compatibilidade entre componentes

Em alguns casos, é possível misturar componentes de marcas diferentes, principalmente quando falamos em correntes e movimento central. Mas deve-se respeitar o número de velocidades e sistema para qual foi projetado. Algumas correntes para sistema SRAM são compatíveis com sistemas Shimano e vice-versa. Outras já não, então é preciso sempre conferir.

Misturar componentes com um número diferente de velocidades não é recomendado, assim como combinar câmbios traseiros e trocadores de marcas diferentes. Sempre que for comprar um componentes novo, certifique-se que ele é compatível com o restante das peças que você já tem.

Uso indicado

Cada tipo de transmissão de bicicleta tem uma indicação correta de uso. Isso quer dizer que um grupo de mountain biking terá uma relação e marchas mais indicada para o uso off-road, com todos os componentes tendo resistência e durabilidade para isso.

Enquanto isso, na estrada as peças podem ser mais leves, sendo a relação de marcha mais indicada para velocidades elevadas. Nas cidades, a funcionalidade, baixo custo e simplicidade são o ponto alto.

Por isso, antes de comprar componentes para a transmissão da sua bike, certifique-se que ela possui indicação para o seu uso.

Perguntas e Respostas - Sistema de transmissão da bike

Qual é o melhor grupo de transmissão pra bike ?

Cada marca tem sua própria hierarquia de grupos e que foram sendo alteradas ao longo dos anos. Vale lembrar que os grupos topo de linha, são para competição profissional e apesar disso parecer ótimo para um amador, eles podem ter algumas desvantagens, como maior necessidade de manutenção e menor durabilidade.

Abaixo temos a lista de hierarquias de grupos de transmissão:
- Hierarquia dos grupos Shimano para Mountain Biking
- Hierarquia dos grupos SRAM para Mountain Biking
- Hierarquia dos grupos Shimano para estrada
- Hierarquia dos grupos Shimano para cidade

Tenho uma bicicleta de 21 marchas e quero transformar ela em 27. É possível ?

Mudanças em sistemas de transmissão precisam ser bem analisados, principalmente ao trocar número de marchas. Além dos elementos da transmissão em si, uma mudança de quantidade de engrenagens do cassete pode depender também espaçamento e mecanismo interno do cubo traseiro.

Para ter certeza é preciso saber os detalhes de todos os itens da transmissão atual e da que se deseja alterar. No nosso fórum é possível pesquisar diversas dessas questões ou fazer sua pergunta.

Como posso saber quantas marchas minha bicicleta tem ?

Contando o número de coroas e multiplicando pelo número de pinhões do cassete.

Posso misturar marcas diferentes nos componentes da transmissão ?

Em geral sim, mas é importante saber a compatibilidade entre os sistemas e não apenas entre marcas. Por exemplo, a marca KMC faz correntes compatíveis com sistema Shimano e SRAM, de 11v ou 12v. São 4 sistemas que não são compatíveis entre si! Então é preciso saber o sistema correto.

Posso misturar modelos diferentes de componentes da transmissão, porém da mesma marca ?

Sim e isso acontece com alguma frequência. Porém, também é preciso respeitar a compatibilidade entre os sistemas. Em geral, câmbios e correntes da mesma marca, mas modelos diferentes, funcionam para o mesmo número de marchas. Por exemplo, usar uma corrente Shimano XTR em um grupo Shimano XT.

O que significa "velocidade" em sistemas de transmissão, tipo 10v, 11v ?

Em componentes se refere ao número de pinhões (catracas) do cassete. Uma corrente compatível com o sistema 10v, quer dizer que ela poderá ser usada em um cassete de 10 catracas. Mas nem sempre isso corresponde ao número total de marchas, já que se o sistema tiver um pedivela de 2 coroas, esse sistema possui 2x10 = 20 marchas.


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