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Desafio Marajó - Competição em belas paisagens

Difícil não encantar com muitas belezas naturais da ilha

Existem muitas competições de mountain bike no mundo que são uma aventura. Agora, imagine uma verdadeira aventura e eco-turismo para competir numa prova de mountain bike. Não entendeu?

O Desafio do Marajó é isso aí! Uma competição que só para chegar no local, você já faz uma belíssima aventura com direto a turismo ecológico e histórico. Desfrutando tudo que o Pará pode oferecer, mais precisamente, a encantadora Ilha de Marajó, o Desafio já dá as boas vindas aos participantes de forma ímpar pela seu jeito de iniciar uma competição.

Balsas pelo Rio Pará (afluente do Rio Amazonas) e boa parte pela Baía do Marajó fazem parte do roteiro cotidiano que quem quiser competir, vai ter que encarar tudo isto.

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Confira o especial que o site Pedal preparou com ajuda de nosso amigo e membro do fórum, Sérgio Batista, conterrâneo. As fotos são dele mesmo e de Edson Queiroz.

Desafio Marajó

Há décadas no Marajó, é realizada a Corrida do Cavalo Marajoara, que com certeza, se fosse realizada com um animal de outra raça, não seria capaz de completar todo o percurso. Há quadro anos surgiu a ideia de fazer uma competição de bicicleta baseada no mesmo percurso da Corrida do Cavalo Marajoara. Alguns amigos locais reuniram-se e conseguiram completar o mesmo percurso.

A partir do segundo ano mais adeptos do MTB tomaram conhecimento da prova e resolveram participar, superando o número de inscritos da primeira edição. Com o crescimento surgiram vários problemas de organização para a III edição da prova, que mesmo com a captação de poucos recursos, foi realizada.

A IV edição do Desafio do Marajó de bike tomou outro formato e proporção. Foi formada uma Comissão de Organização para o Desafio do Marajó – CODM, com pessoas bem influentes no meio ciclístico no Estado, a fim de tornar a prova em uma competição de referência nacional, ou até internacional. Dois meses de antecedência foi o tempo que a Comissão teve para superar todos os problemas dos anos anteriores. Foi lançada uma nova e ousada logística, dando ênfase à segurança e total apoio aos atletas. Adeptos do Mountain Bike de todo o Brasil começaram a especular a prova, e muitos, de vários Estados do Brasil inscreveram-se, totalizando 30 duplas (60 atletas).

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Um pouco da história do local e competição

A ilha do Marajó é a maior Ilha flúvio-marítima do mundo, maior que muitos países, como suíça e Bélgica. É formada por 15 municípios, e dois deles (Cachoeira do Arari e Soure), são os protagonistas da prova. A largada é dada de Cachoeira do Arari, cidade que para chegar até lá é preciso pegar uma balsa (ferry boat), das Docas de Belém, até chegar na vila de Camará (03h30 de viagem), na Ilha do Marajó. Da vila de Camará até Cachoeira do Arari são mais 75 km, que foram rodados em dois ônibus fretados pela organização (um para os atletas e outro para as bikes e bagagem). Os 75 km são divididos em uma pequena parte de asfalto e outro grande trecho em estrada de chão.

Em outros anos, a largada era dada no mesmo dia da chegada em Cachoeira do Arari (por volta das 11h30), que se tornava bem cansativo para os atletas. Na IV edição a organização teve o cuidado de escolher um final de semana prolongado, para que os atletas tivessem tempo para um final de tarde de descanso e só no outro dia começasse a competição.

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O Marajó é um dos mais importantes santuários ecológicos do planeta e um polo turístico de alternativas inesgotáveis.

Em Cachoeira de Arari é de suma importância destacar o Museu do Marajó, local visitado por pesquisadores do mundo todo. Nele podemos viajar no tempo e conhecer toda a história do Marajó. Seus costumes, lendas, arqueologia, tradições e folclore, estão expostos em um grande salão de dois pisos. Mesmo não sendo um museu moderno, a simplicidade como as informações são expostas, o torna como tal. Tudo é muito dinâmico no Museu, com muitas informações detalhadas em um simples toque em cada pergunta, automaticamente a resposta aparece (vale muito a pena conhecer).

Seu fundador, Giovanni Gallo, deve estar muito feliz por toda a preservação e importância do seu trabalho. Visite o site do Museu. Grande destaque ainda para a cerâmica marajoara, que é apreciada em todo o mundo. Na própria cidade os traços de pintura marajoara são bem explícitos.

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Sobre a competição e local

Foi feito um city tour por toda a cidade de Cachoeira do Arari, e por volta das 19h deu-se início ao briefing principal da competição. Também foram dadas as últimas informações da prova e lembrada aquelas mais importantes. No final houve a entrega da camisa oficial do evento as identificações da dupla.

A prova é realizada única e exclusivamente por duplas, dessa forma minimiza o perigo que cada um poderia correr ao pedalar na região. No Marajó existem dois ciclos no ano: o Inverno, que vai de janeiro a junho, e o verão, de julho a dezembro. A prova só pode ser realizada no verão, com o mês mais apropriado em novembro (é nesse período que onde era rio, lago, igarapé, transforma-se em um enorme deserto minado de terruada, em plena região amazônica).

O Marajó tem o maior rebanho de búfalos do Brasil, e o segundo do mundo. Na transição do inverno para o verão, o búfalo pisa na lama, que no decorrer do tempo de estiagem, seca e petrifica, dando origem a buracos, que chamamos de terruada. A região está situada quase que na linha do Equador, por isso que no auge do verão (novembro) é uma das regiões mais quentes do mundo, aliando-se ainda a umidade da região amazônica. Animais peçonhentos, como cobras, aranhas e escorpiões podem oferecer grande perigo na competição. Já os búfalos selvagens só oferecem perigo se forem coagidos.

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Equipamento obrigatório

O regulamento diz que é obrigatório o uso de aparelho GPS para a sua localização. A organização fica encarregada de colocar o trajeto (tracklog) no aparelho. Somente com este é possível a orientação. Nessa época de seca no Marajó há poucos os pontos de referência e fica impossível localizar-se a olho nú. A organização também disponibiliza um race-book com as “referências” possíveis. Além de sinalizar toda a prova com bandeirolas.

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1ª dia de competição

Na linda manhã de sábado, do dia 03/11, começou com muitos fogos na pequena cidade de Cachoeira do Arari, para anunciar que estaria alí acontecendo um grandioso evento de MTB. Todas as 30 duplas inscritas estavam de prontidão para a largada. Nesse momento que antecedia era feito os últimos ajustes na bike.

A prova, segundo o regulamento, têm três categorias: dupla masculina, dupla mista e dupla marajoara (infelizmente a organização, apesar de incentivar os atletas locais abrindo uma categoria com premiação, não recebeu nenhuma inscrição na categoria marajoara – dupla local).

Após uma pequena volta de apresentação pela cidade, com muito baralho de fogos e buzinas, foi dada a largada com o carro madrinha a frente. Somente após a saída da cidade os atletas puderam ultrapassar o carro madrinha, evitando assim correria em perímetro urbano.

Nos primeiros 10 km já poderia ser previsto alguns baixas que ocorreriam mais a frente. O Desafio do Marajó é realizado no tipo maratona e não é uma prova de explosão, e sim, de resistência. No total são aproximadamente 150 km, em dois dias, com os atletas sempre andando no limite extremo da sua resistência. O primeiro dia com aproximadamente 100 km é o mais difícil e preocupante, já que muitos atletas poderiam fadigar e a organização com a preocupação de lhes dar o tratamento, e o transporte ideal para o final do primeiro dia.

O ponto mais temido da prova era o segundo ponto de controle, no 81km. Quem não passasse no tempo limite estipulado pela organização não poderia mais prosseguir. Para a dupla que fosse cortada naquele ponto poderia ser certamente uma frustração, para aqueles que são de “alto” nível, ou um alívio para o entusiasta. Mas de outra forma passar do 81km poderia ser uma experiência muito sofrida, afinal, a partir daquele ponto seria o trecho mais difícil da prova (o tempo limite era de até às 17h15). Muitas duplas se quer chegaram ao ponto 81km, sendo resgatadas no primeiro ponto de controle (por volta do 35km). Ao final do primeiro dia, apenas 11 duplas, das 30 que largaram, conseguiram completar os 100 km. A última dupla chegou às 23h30, e foi bem festejada a sua chegada (e não era por menos).

Antes mesmo da última dupla chegar, dois caminhões lotados, de bikes e atletas, chegaram a fazenda Cueiras (local de chegada do primeiro dia). Foi servido um jantar regado a muito carboidrato e proteína. Todos degustaram uma excelente carne de búfalo, que é muito apreciada no resto do país pelo seu baixo índice de gordura.

A varanda da casa principal da fazenda deu espaço para o colorido das inúmeras redes, assim como o celeiro. Algumas barracas ficaram no gramado envolta da casa.

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2ª dia de competição

Na manhã do dia 04/11, bem cedo, começava a movimentação da organização para o traslado do rio Paracauri dos atletas. Mesmo aqueles que não completaram o primeiro dia, ficaram liberados para pedalar o segundo, com um trajeto bem mais fácil. As 11 duplas que terminaram o primeiro dia continuavam na disputa pelo título da prova. Uma pequena parte foi de barco direto para Soure, local da chegada e cidade que é considerada a capital do Marajó.

Em Soure podemos encontrar as melhores praias da costa atlântica do Pará, como a famosa praia do Pesqueiro. Além das praias da Barra-velha e Araruna.

Na margem do outro lado do rio Paracauari foi dada a largada para o segundo dia, por volta das 08h. A previsão era que as primeiras duplas chegassem a Soure antes de 12h. Com direito a escolta, buzinaço e fogos, as duplas eram aguardadas. Uma a uma, as duplas foram chegando e às 13h não restava mais nenhuma chegar.

A premiação foi feita logo que todas as duplas chegaram. A organização contemplou o campeão de cada categoria com uma bicicleta de MTB, de alto padrão (uma Soul SL 100 e uma Focus).

Muitos dos atletas estiveram pela primeira vez no Marajó e não tinham ideia do que poderiam encontrar ao longo do trajeto. Pedalar no Marajó, em especial no Desafio do Marajó, é algo ímpar, é sem igual. Nada que você possa imaginar se iguala a dificuldade de transpor as terruadas, aguentar um sol escaldante que beira os 43°. É essencial uma estratégia a altura das dificuldades que o trajeto lhe impõe. Mesmo com os pontos de apoio montado pela organização, distribuindo água e frutas aos atletas, é fundamental o racionamento de água durante a prova. Levar água demais também pode ser um problema para pedalar com tanto peso.

A frase de um atleta postada no grupo do Desafio na rede social: “O melhor de todos os momentos do Desafio do Marajó. Só quem parou no quilometro 81 vai entender!” (Giovani Costa).

De fato, só quem parou lá vai saber! Podem esperar uma prova grandiosa para 2013.

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Patrocinadores e apoiadores

Sem os nossos parceiros seria impossível realizar um evento desse porte. A Comissão de Organização do Desafio do Marajó agradece a Amazon Outdoor: por ter patrocinado e cedido o espaço para as inúmeras reuniões; A loja Super Sport: por ter patrocinado e cedido o espaço para o Briefing da prova em Belém; A Top bike: por ter patrocinado. Site Pedal.com.br pela divulgação do evento.

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