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Clássicas de Primavera 2016 - Guia completo das provas mais emocionantes do ciclismo

As clássica são, certamente, as corridas com mais emoção por quilometro percorrido do ciclismo. Com apenas um dia de duração, uma clássica não permite grandes pensamentos estratégicos, marcações do "líder da competição" e muito menos ciclistas andado em passo moderado só porque "chegar na frente nessa etapa não é importante". Em uma clássica, o couro come do começo ao fim e normalmente vence quem tem mais pernas, cabeça para pensar rápido e sorte.

Com o guia abaixo, você vai conhecer um pouco de cada uma dessas provas, preparando-se para um show de velocidade e emoção nas corridas mais alucinantes e intensas do ciclismo de estrada.

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Paris-Roubaix. Foto: ASO / Divulgação


Omloop Het Nieuwsblad - 27 de Fevereiro, Bélgica

Com as provas no oriente médio, Austrália e até na América do Sul, o ciclismo hoje é um esporte mundial com um calendário que dura o ano inteiro. Porém, para os amantes mais tradicionais do esporte sobre duas rodas, a Omloop Het Nieuwsblad marca o início definitivo da temporada.

A competição realizada nas estradas da Bélgica, a terra dos ciclistas classicomanos, percorre 200 km e tem em seu trajeto 11 subidas. Nela, chuva, vento e até neve costumam marcar presença, decidindo muitas vezes quem ganha e quem perde.

No ano passado, a corrida foi vencida por Ian Stannard da SKY, em uma linda demonstração de força contra três atletas da Etixx–Quick-Step - entre eles Tom Boonem. Mas infelizmente, ele não correrá este ano. Como favoritos temos o já citado Boonen (Etixx-QuickStep), Greg Van Avermaet (BMC Racing), Tiesj Benoot (Lotto Soudal) e Peter Sagan (Tinkoff).

Quilômetros finais da edição 2015



Kuurne-Brussel-Kuurne - 28 de Fevereiro, Bélgica

Realizada no dia seguinte da Omloop Het Nieuwsblad, esta prova costuma favorecer sprinters como Mark Cavendish, que já venceu a competição em duas ocasiões. Sua largada é em Kuurne e seu trajeto conta com 11 subidas, inclusive a dura Nokereberg, situada a 50 km da meta.

É de se esperar que muitos daqueles que correram a prova do dia anterior também mostrem as pernas depiladas nesta competição. Com um final veloz, nomes como Alexander Kristoff (Katusha), Peter Sagan (Tinkoff) e Elia Viviani (SKY) estão entre os favoritos. Mark Cavendish está se preparando para o Mundial de Ciclismo de pista e não deve participar.

Quilômetros finais da edição 2015



Milan-San Remo - 19 de Março, Italia

Também conhecida como "La Classicissima", o primeiro monumento do ano também é o mais longo, totalizando impressionantes 300 km de extensão. Nos últimos anos, condições climáticas adversas como neve e chuva transformaram esta dura prova em um verdadeiro inferno para os ciclistas.

Tradicionalmente, a prova começa na Piazza del Duomo e depois segue até a primeira subida, o Passo del Turchino. De lá, o pelotão ruma para as subidas do Capo Mele, Capo Cervo e Capo Berta. Por último, o Cipressa e o importantíssimo e decisivo Poggio, que leva o bloco para o final em San Remo.

Quem venceu a última edição foi John Degenkolb, atleta da Giant-Alpecin que está se recuperando de um grave acidente que envolveu boa parte da equipe na Espanha. Nomes como Fabian Cancellara (Trek-Segafredo), Peter Sagan (Tinkoff), Michael Matthews (Orica-GreenEdge) e Alexander Kristoff (Katusha) são grandes candidatos para a vitória.

Quilômetros finais da edição 2015



Gent - Wevelgem - 27 de Março, Bélgica

Uma prova para sprinters, onde normalmente o vencedor é o homem mais potente no dia da prova. A competição favorece a formação de grandes pelotões e sprints em grupo, onde o trabalho em equipe é fundamental para conquistar o lugar mais alto no pódio.

Em 2015, o vento marcou a Gent - Wevelgem, jogando ciclistas com bicicleta e tudo dentro de valas e rios. Em um acidente mais sério, Edvald Boason Hagen foi jogado no chão, o que causou uma fratura em sua clavícula. Neste ano, os organizadores colocaram a subida do Kemmelberg a 30 km da chegada, em uma tentativa de quebrar os sprinters para causar desorganização no pelotão, o que aumenta as possibilidades de uma vitória sair de uma fuga.

Melhores momentos da edição 2015



Tour de Flanders - 3 de Abril, Bélgica

A primeira edição desta prova aconteceu em 1913 e ela é o segundo monumento do ano. Fabian Cancellara, o vencedor em 2010, 2013 e 2014 não competiu em 2015 graças a uma fratura nas vértebras - não confundir com a fratura nas vértebras que ele "ganhou de presente" depois de um tombo no Tour de France do mesmo ano. Por isso, é de se esperar que o Espartacus venha com força total para a edição 2016 da competição.

A prova é repleta de subidas curtas e duras de paralelepípedos e já foi cenário de disputas sensacionais. Normalmente, quem lança o melhor ataque no momento certo costuma vencer. Além de Cancellara, devemos ficar de olhos abertos para Tom Boonen, uma das maiores estrelas da Bélgica quando falamos de clássicas. Ano passado, Alexander Kristoff obteve um dos melhores desempenhos de sua carreira, atacando o pelotão ferozmente e trazendo Niki Terpstra em sua roda. Mesmo puxando o tempo todo, Kristoff ainda teve forças para superar Terpstra no sprint para a linha de chegada em um daqueles momentos que fazem o amante do esporte ficar em pé no sofá de tanta emoção.

Melhores momentos da edição 2015



Paris-Roubaix - 10 Abril, França

Clássica das clássicas, Rainhas das Clássicas, Inferno do Norte: seja qual for o nome, a Roubaix certamente é o ponto alto desta fase do ano. Com seus trechos de paralelepípedos que fazem o pelotão se despedaçar e a chegada no Velódromo de Roubaix, essa é uma prova que nenhum amante do ciclismo pode perder.

Diz a lenda que palavras como Trouée d'Arenberg, Mons-en-Pévèle e Carrefour de l'Arbre, nome de três setores de paralelepípedos da Roubaix, causam pesadelos em muitos ciclistas. E não é por menos, já que eles são responsáveis por inúmeros furos de pneu, tombos cinematográficos e muita, mas muita decepção daqueles que não contaram com a sorte para vencer.

Em uma das raras ocasiões que chuva e a lama não bagunçaram completamente o coreto, a edição de 2015 foi vencida por Degenkolb, o sprinter mais forte de um grupo de nove atleta que entraram juntos no velódromo. Todavia, a poera durante a Paris-Roubaix 2015 fez uma grande vítima: o orgulho de Bradley Wiggins, da SKY e da Pinarello - todos eles contando com o desempenho revolucionário da DOGMA K8-S, uma bike de estrada com suspensão traseira. Neste ano, uma menção especial nas linhas de largada é Tony Martin, o fortíssimo passista alemão que pretende vencer esta edição da competição. A julgar por seu desempenho na Etapa dos Paralelepípedos no último Tour de France, é bem capaz que ele consiga esse heroico feito.

Melhores momentos de 2015



La Flèche Wallonne - 20 de Abril, Belgica

Com "apenas" 200 km, a La Flèche Wallonne é uma das provas mais intensas da temporada, com o final sempre surpreendente no Mur de Huy. Com 1,3 km de extensão, a subida varia entre 9,3% e 25% de inclinação. Normalmente, a vitória é decidida nesta rampa onde força, coragem e precisão perfeita na hora do ataque são os ingredientes fundamentais da vitória. Lá, detonar os explosivos antes ou depois da hora certa é algo que, independente da força aplicada aos pedais, gera sempre o mesmo resultado: a derrota. Ano passado, Alejandro Valverde (Movistar) venceu a competição com maestria.

Além do Mur de Huy, que é escalado duas vezes durante a Flèche Wallonne, o pelotão ainda passará pelas seguintes subidas: Côte de Peu d'Eau, Côte de Haut-Bois, Côte de Thon, Côte de Bonneville, Côte de Bohissau e Côte de Ahin.

Melhores momentos de 2015



Liège-Bastogne-Liège - 24 de Abril, Bélgica

Encerrando a temporada das provas de um dia, a Liège-Bastogne-Liège data de 1892 e é a mais antiga das Clássicas. Em seu cardápio temos algumas subidas importantes. A primeira delas, chamada de La Redoute, está a apenas 2,1 km da largada. Depois, teremos o Côte de Sprimont, Roche aux Faucons e o Saint-Nicolas, este último a 5,5 km da chegada.

A decisão acontece em uma leve subida nos últimos dois quilômetros e já foi vencida por grandes nomes como Bernard Hinault, o "Texugo" - apelido conquistado graças a agressividade do ciclista, que costumava aplicar pancadas nos outros dentro e fora das estradas. Ano passado, Alejandro Valverde (Movistar) confirmou a excelente forma demonstrada ao vencer a Flèche Wallonne ao conquistar também a Liège-Bastogne-Liège. Na ocasião, ele neutralizou um ataque de Dani Moreno da Katusha e ainda superou um fortíssimo grupo de favoritos no sprint final. Um desempenho digno das Clássicas de Primavera.

Últimos quilômetros da prova



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