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Canote Retrátil - O que é e como funciona

Do profissional ao ciclista urbano, todo mundo pode ter vantagens

Recentemente, um componente não tão moderno vem se tornando mais falado e popular no mundo da bike, o canote retrátil. Muito disso se deve ao uso por pilotos do MTB cross-country, que passaram a usá-los nas pistas, cada vez mais técnicas, do circuito mundial - inclusive pelo nosso campeão Henrique Avancini.

Canote dropper, canote hidráulico, canote ajustável, canote telescópico, canote remoto são os diversos nomes adotados por esse componente. Mas apesar de estar em foco, já é muito adotado pelo pessoal do all mountain / enduro desde que surgiu.

Canotes Retráteis
Canotes Retráteis


Aqui no Pedal fizemos um teste de um canote retrátil ainda em 2011 e desde então esses canotes são usados nas nossas bikes.

O que é canote retrátil

Canote é o componente que conecta o selim ao quadro da bike. A diferença no sistema retrátil é que ele permite ajustar o comprimento do tubo, através de uma alavanca no guidão ou no próprio canote. Dessa forma, o piloto pode baixar ou subir o banco da bike, de forma prática e rápida.

Vantagens do Canote Retrátil

Abaixar o selim da bike sempre foi uma vantagem para encarar trechos mais técnicos. Os praticantes das modalidades mais extremas, sempre souberam disso. Tanto que bicicletas de downhill sempre usaram canotes muito curtos.

Porém, para uso recreativo ou modalidades como all mountain / enduro, era preciso desmontar da bike e abaixar o selim antes das descidas mais técnicas. Isso não seria um problema se as trilhas tivessem apenas uma subida e uma descida. Mas na prática temos uma variação de trechos, que torna inviável ficar saindo da bike a todo momento.

Algumas vantagem do selim baixo são:

Permitir uma posição diferente na bike
Com o selim baixo, o ciclista pode remanejar o seu peso sobre a bike. Pode-se baixar totalmente o selim para assumir uma posição de ataque mais agressiva. Dessa forma é mais fácil colocar mais peso na roda traseira ou dianteira quando for preciso e se movimentar melhor em curvas.

Pode-se até mesmo para assumir uma posição mais dianteira para uma subida mais técnica (especialmente em bikes elétricas).

Permitir que a bike se movimente mais
Com o selim baixo, a bike pode se movimentar verticalmente em uma amplitude maior antes de atingir o ciclistas. É como seu suas pernas tivessem um “maior curso de suspensão”.

Isso é especialmente útil para fazer "pump" em alguma lombada da trilha e também ter maior liberdade para saltos e manobras.

Evitar que o selim enrosque na roupa
Evitar que selim enrosque nas mudanças de posição também é uma grande vantagem. Em drops muito inclinados é preciso jogar o corpo pra trás e, com o selim alto, algumas vezes a camisa ou uma bermuda mais larga acabava evitando a volta para a posição normal, se tornando até perigoso. Isso também poderia acontecer em saltos maiores.

Para ciclistas urbanos iniciantes, também pode-se baixar o selim na hora de subir na bike com roupas mais casuais.

Desvantagem Canote Retratil

Existem 3 pontos que podem limitar o uso dos canotes retráteis: peso, confiabilidade, ter uma alavanca a mais no guidão e preço.

Peso
O peso realmente pode incomodar os ciclistas competitivos mais conservadores, pois serão no mínimo uns 400g a mais em relação a um canote leve.

Uma alavanca a mais
O acionamento no canotes modernos é feito por uma alavanca no guidão. Para quem usa transmissões de uma única coroa (sem o câmbio dianteiro) isso não é um problema, porém ainda temos um grande volume de bikes com câmbio dianteiro que pode deixar o guidão um pouco sobre-carregado e confuso.

Confiabilidade
Esse ponto já melhorou muito desde os primeiros modelos, mas eles ainda exigem uma manutenção periódica para se manterem funcionando 100%, o que não ocorre com canotes rígidos.

Tecnologias de Canotes Retráteis

Acionamento Remoto
Hoje em dia a grande maioria dos canotes são acionados por alavancas no guidão, porém ainda existem alguns com acionamento por alavanca próximo ao bico do selim.

As alavancas no guidão podem ter diferentes mecanismos, o mais tradicional é por cabo de aço, mas já existem também sistemas hidráulicos como dos freios a disco.

Roteamento Interno ou Externo
Os modelos com acionamento pelo guidão, podem ter o cabo passando pelo quadro externamente ou internamente. No segundo caso, o quadro precisa ser preparado para receber esse mecanismo e o cabo conecta na parte de baixo do canote, protegido dentro do quadro.

Acionamento Wireless
Dois notórios fabricantes já possuem sistemas wireless. A Rock Shox possui o Reverb AXS que envia um sinal de Bluetooth para o canote e lá um motor remoto aciona o sistema hidráulico interno. E a Magura também possui um sistema wireless com acionamento hidráulico.

Tamanho / Curso
Dependendo da modalidade, tamanho do atleta e geometria do quadro, o canote retrátil pode ter cursos (altura que sobe e desce) diferentes.

Por exemplo, modelos destinados ao Cross Country e Gravel, podem ter apenas 45mm, mas para enduro em quadros mais agressivos, podem chegar a incríveis 220mm de curso.

Quem usa canote retrátil

Hoje temos desde Henrique Avancini e Nino Shurter, multicampeões de Cross-Country, até os estradeiros Peter Sagan e Tom Pidcock em suas Specialized Diverge de cascalho.

No Cross Country ainda vemos uma certa relutância por conta do peso, mas já na abertura da temporada 2021 da Copa do Mundo de MTB vimos que a maioria do pelotão estava com seus canotes retráteis nas bikes, mesmo na prova curta da Short Track, visto que as pistas tem ficado cada vez mais técnicas acentuando as vantagens desses canotes.

Já no enduro o uso é fundamental, sendo adotado por 100% dos atletas. A maioria das bikes de enduro já vem com o item em suas configurações originais.

Como curiosidade, conversamos em 2016 com Henrique Avancini sobre canotes retráteis e na época ele ainda parecia relutante.

O que você acha ?

Usando há mais de 10 anos, nem precisamos falar que somos fãs dos canotes dropper. E você, já aderiu ? Conte pra gente nos comentários!


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