*ROCHA, Thiago Leonardo; SATO Keith; ALBERTI, Roney; FRAZON, Andréa; BASSAN, Julio César.
Faculdade Dom Bosco - Curitiba - PR
APRESENTAÇÃO E DADOS
Do ponto de vista fisiológico, o ciclismo de montanha é severo e estressante para o atleta ou praticante. O fato de que a maioria das provas de Cross Country sejam realizadas em solos e terrenos irregulares, com subidas e descidas bruscas, torna imperativo que os treinadores observem a intensidade das mudanças fisiológicas.
Com o objetivo de analisar o padrão bioquímico e as alterações cardiovasculares, procedentes da especificidade da modalidade cross-country, foi realizada uma pesquisa de campo, em Curitiba-PR, em julho de 2004. Especificamente, buscou-se verificar o comportamento da Freqüência Cardíaca (FC - bpm), Pressão Arterial (PA - mmHg) e Concentração de Lactato (indicador sanguíneo utilizado para monitorar a intensidade do exercício) durante a prova de cross-country.
A amostra foi constituída de quatro atletas federados e participantes do ranking da Federação Paranaense de Ciclismo (categoria Sub 30), com idade média de 26 anos, todos do sexo masculino.
A PA foi mensurada em repouso, imediatamente após a prova, no quinto minuto e no décimo minuto após o término da prova.
Mensurou-se a FC em repouso, ao final de cada volta, no quinto minuto e no décimo minuto após o término da prova.
A Plotagem Sangüínea - Lactato - foi realizada em repouso, no quinto minuto e no décimo minuto após o término da prova.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A PA apresentou um esperado comportamento sugerido pela literatura especializada: um elevado aumento da Pressão Arterial Sistólica (PAS) e leves alterações da Pressão Arterial Diastólica (PAD) durante o exercício, conforme ilustrado no gráfico 1.
Após o exercício a freqüência cardíaca apresentou redução próxima aos valores de repouso. No quinto minuto após a prova, uma média de 112 bpm, ± 8,4 e, no décimo minuto após a prova, uma média de 104,8 bpm, ± 7,7 - gráfico 2.
Quanto à concentração de lactato, já no décimo minuto após a prova encontramos uma média de 5,03 mmol/l, ± 1,52, próxima ao valor do quinto minuto após a prova - gráfico 3.
Estes valores aproximados se devem a uma recuperação passiva, o que indica uma menor depuração de Lactato.
CONCLUSÃO
O treinamento atual viabiliza uma recuperação da FC e da PA que condiz com atletas de alto nível.
Em contrapartida, a concentração do lactato sanguíneo não está de acordo com a recuperação de atletas de alta competição.
Estes dados podem sugerir que há uma carência de trabalhos de predominância anaeróbia, necessários para otimizar os sistemas de tamponamento e de oxidação de lactato.
Diante dos dados, fica a sugestão de que a preparação especifica dos ciclistas seja de predominância para endurance, aliado com trabalhos de velocidade.
Cabe citar ainda que, segundo informações obtidas com a federação, poucos atletas dispõem de planilhas de treinamento e/ou professores especializados na modalidade, neste caso o presente estudo serviu como referência e auxílio no planejamento das cargas de treinamento para os atletas.
*Ressaltamos que por um equivoco na primeira divulgação deste material não havia o nome do primeiro autor, bem como dos demais envolvidos neste projeto.
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