Alessandro_sp escreveu:
Muita gente torce o nariz (vamos combinar, são estranhas sim... |
Vamos combinar que isso é um combinado só seu!
Não é pra virar outro tópico, mas não consigo achar estranho ou não harmônico um desenho assim:
Existe uma sensação de "continuidade" muito legal, e quando o ciclista está na bicicleta, acho que fica mais integrado ainda. Claro que apelei um pouco nas escolhas acima. Não são as reclinadas mais comuns, mas designs assim já estão longe de ser raros.
Penso que reclinadas mais "racer", que tendem a usar ângulos de assento mais deitados, têm tendência a parecer menos "cadeira de rodas" do que reclis com bancos mais sentados. E são mais sexys ! Mas, como já estou bem acostumado a ver todos os tipos, só sinto estranheza em alguns modelos muito específicos.
Alessandro_sp escreveu:
De pontos negativos, talvez (não sei, não tive a chance de descobrir) não vai dar mais pra descer a 80 por hora e "copiar" uma lombada, ou mesmo puxar a bike e pular por cima dela. |
Isso aí é um equilíbrio difícil de alcançar, na escolha, montagem e configuração da própria bicicleta. Não me refiro a esse extremo de querer pular um obstáculo, que vai ser de fato inviável, mas simplesmente de ter que passar por ele. Se a bike tem um entre-eixos mais comprido, e/ou tem um assento mais em pé, e se estiver com pneus de menos pressão, essa passagem por obstáculos vai ser mais de boa. Agora, entre-eixos mais curto, assento deitado, pneus um pouco mais duros - ou seja, uma configuração mais racing - pode fazer o pedal virar uma tortura .
Não estou fazendo propaganda contra, só alertando para o fato de que, apesar de ergonomicamente ajustado numa cama super confortável, uma reclinada nem sempre é o supra-sumo do conforto, quando consideramos as condições de terreno que se encontra. Eu, por exemplo, gostaria muito de poder usar pneus 700x23 na minha reclinada de estrada. Muita gente usa. Eu poderia usar e talvez fosse tolerável em 95% do tempo. Mas, no resto, ao ter uma descida com asfalto mais irregular, por exemplo, vc acaba precisando diminuir a velocidade, pra não ficar pulando da bicicleta. Pode chegar a ficar inseguro. Um buraquinho na pista e você já toma um tranco violento. Numa bike convencional vc simplesmente aliviaria o peso do selim, apoiando mais nos pedais. Numa reclinada, você faz um abdominalzinho, desencostando do banco. O problema é que tem hora que você não vê (eu, na minha, por exemplo, só enxergo bem a uns 2,5m de distância da roda dianteira!)
Como disse, depende da bicicleta. A minha é bem rígida; há algumas mais "moles" que permitem ficar confortável mesmo com pneus duros e banco deitado. Acaba que uso 26x1,5 a uns 40 ou 45 psi e ainda assim tem hora que queria estar com mais amortecimento. Recentemente andei experimentando rodar com 700x28, a uns 70psi, e não achei que valeu a pena.
Por isso não são incomuns reclinadas de configuração bem estradeira, mas com suspensão traseira. Você ganha conforto e segurança, mas fatalmente vai perder rendimento nas subidas, além de adicionar peso. É um jogo em que se perde aqui e ganha ali.
Voltando ao tópico, pra quem realmente está interessado e cogitando a possibilidade de entrar pro mundo das reclinadas, especialmente se o cara for mais estilo 'espideiro', segue um depoimento beeeeem longo, e quem foi atualizado ao longo dos anos - porém, já está há algum tempo parado:
http://bicyclepatents.com/road-biker-tries-recumbents/2067/" rel="nofollow - http://bicyclepatents.com/road-biker-tries-recumbents/2067/
Trata-se de um http://www.thebikedoctor.net/" rel="nofollow - mecânico a domicílio que por décadas pedalou bikes "normais" e chegou a competir seriamente por uns anos. Sempre prestou serviços também em bicicletas reclinadas, mas efetivamente nunca havia pedalado. Optou por um modelo mais racer, que ele chama de "estilo formula 1", e no depoimento ele conta as impressões e consequências ao longo de dois anos de experiência.
Como disse, é um depoimento bem longo, que vejo há muito tempo na net e só recentemente resolvi ler inteiro. Vale a leitura - e é justamente mais legal que se leia inteiro.
------------- Nenhuma infurabilidade é excessiva.
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