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Visita a fábrica da VZAN

O mundo dos aros

Localizada em Londrina, interior do Paraná, a VZAN não só atua no mercado de bicicletas, mas também faz parte de ações sociais em todo Brasil.

Tudo que estiver ao seu alcance, ela coloca a mão na roda, quer dizer, no aro. Seu crescimento é fruto do alto controle de qualidade, atendimento e respeito que ela tem desde os seus funcionários até aos grandes distribuidores que atingem o seu principal cliente: os ciclistas.

Graças a isto, ela vem sendo reconhecida como uma das empresas que mais cresce e apóia no seguimento de bicicletas no nosso país. É disso que faz dela ser a maior fábrica de aros das Américas, tendo conhecimento, respeito e admiração internacional.

Durante a nossa visita fomos muito bem recebidos pela administração da empresa, que nos deixou bastante à vontade para fazer esta matéria. De uma forma simples e prática descreveremos todo processo de fabricação e os segredos dos seus aros. Junto a isto, forneceremos um vídeo de algumas partes deste processo.

A fábrica da VZAN

A VZAN está dividida em três grandes complexos:
1º Extrusão – 1ª fase, 2ª fase e 3ª fase; (fotos 1 até 5)
2º Formação do aro, Adesivagem e embalagem final* – 1ª fase, 2ª fase, 3ª fase, 4ª fase e 5ª fase;
3º Pintura – 1ª fase, 2ª fase e 3ª fase;

* Depois da pintura, os aros retornam para o segundo complexo e recebem o acabamento final.

1º Complexo (foto-01)

1ª Fase - Extrusão (transformação do tarugo para o perfil do aro).
Os tarugos de alumínio (foto-06) com 4m de comprimento e 5 polegadas de espessura chegam na fábrica e imediatamente recebem análises e tratamento especial, onde todos são separados por ligas: 6005(foto-07), 6061(foto-08), 6063(foto-09), etc. Esse tarugo é levado até um maquinário (fotos-10 até 13) que o aquecerá em 400 graus centígrados. Após o aquecimento esse tarugo é exprimido (foto-14) pela máquina como se fosse um grande "macarrão" (fotos-15 e 16). Esse “macarrão” sai por uma ferramenta (foto-17) onde tem o perfil do aro, ou seja, o modelo específico a ser fabricado.

A máquina (fotos-18 e 19) deste processo é CNC de última geração. Aplicada essa temperatura, a máquina tem o poder de detectar algum erro no tarugo antes de começar o processo do aro (foto-20). Evitando assim, prejuízos futuros. Isso já faz parte do grande controle de qualidade que a empresa zela.

2ª Fase – Forno de envelhecimento (fotos-21,22 e 23)
Após sair, o perfil do aro é cortado (fotos-24,25 e 26) e levado para o forno de envelhecimento onde ficará por 6,5 hs a uma temperatura de 180 graus centígrados. Este processo é necessário porque os alumínios ainda estão crus, então o forno serve para dar resistência ao aro.

Organização dos aros para este processo: (foto-27).

Segundo o proprietário da empresa, José Carlos Vasconcellos: "... a vida útil do alumínio é de 400 anos, se você não fizer este processo o aro ficará que nem o famoso alumínio de panela".

3ª Fase
Saindo do forno, os perfis dos aros são esfriados por dois ventiladores especiais (fotos-28 e 29) durante duas horas até serem transportados por um caminhão fechado (foto-30 e 31) para o segundo complexo.

2º Complexo – Formação do aro

Este complexo (fotos-32 até 37) é o maior de todos. Podemos dizer que é a base da VZAN. Nele encontra-se: formação, alinhamento parcial, junção, alinhamento final, furação e embalagem parcial e final dos aros.

1ª Fase
A formação do aro surge quando o perfil é colocado numa máquina (foto-38) que ao puxá-lo enrolará como se fosse um "caracol" (vídeo). De acordo com a regulagem da máquina, ela fará o diâmetro desejado. Cada perfil pode fazer: três aros (26 ou 27) quatro aros (24) e 5 aros (20). Logicamente que depende do tamanho do perfil.

2ª Fase
No mesmo instante que o "caracol" é formado, ele é repassado para outra máquina de corte ao lado, que ao mesmo tempo já faz o alinhamento parcial (foto-39 e vídeo).

3º Fase
Repassados para um funcionário, ele coloca os pinos de junção, a emenda do aro (fotos-40). Colocados os pinos previamente, ele fixa o aro numa máquina (foto-41) que imprensa automaticamente o aro e já faz seu alinhamento final (foto-42 e vídeo).

4º Fase
A furação é uma das partes mais bonitas se ver. Com rapidez e precisão o aro é colocado na máquina e furado no piscar dos olhos por diversas furadeiras especiais. A máquina (foto-43 e vídeo) já é regulada para determinado tipo de aro e quantidade de furos.

Existe outra máquina para furar os aros de parede dupla e aros especiais. O processo de furação deste modelo é delicado e mais lento, já que necessita de uma furação especial que não afete a parede interna (fotos-44 e vídeo).

5ª fase
Depois de furados, os aros são embalados parcialmente para serem levados ao terceiro complexo (fotos-45,46 e 47). Não teria necessidade de embalar os aros, mas o controle de qualidade da empresa exige. Isso impede que eles sejam amassados ou danificados no transporte.

Alguns modelos específicos recebem o CNC lateral, aquela marca listrada onde pega a sapata do freio (vídeo). Isso serve para que o aro tenha uma frenagem melhor. Outros aros que também recebem tratamento especial são os que contêm "ilhós” (vídeo). E os aros que não tem CNC lateral recebem um polidor (foto-48).

3º Complexo – Pintura
O local da pintura é grande, fechado e escuro, como se fosse uma gigantesca estufa (fotos-49 e 50). Tudo isso para garantir uma boa pintura. Todas as fases são afastadas para não comprometerem a qualidade entre si.

1ª fase
Os aros são colocados em vários tanques (fotos-51,52 e 53). Esse processo chama-se: cromatização. Isso oferece um bom resultado na pintura que eles receberão: pintura em pó.

2ª fase
Depois da cromatização, os aros são expostos numa máquina que lembra um varal (fotos-54 e 55). Ela puxa os aros pendurados até uma estufa aquecida (foto-56), onde dois funcionários – ambos de cada lado – borrifam com pistolas especiais (vídeo). Todo processo é lento e cauteloso para que tenha uma pintura sólida.

3ª fase
Após a pintura, eles são levados para uma câmara de aquecimento onde ficam por duas horas (fotos-57 e 58). Dessa forma os aros não sofrem climatização, ou seja, não desbotam e não envelhecem com o tempo. Este processo da pintura é similar ao da anodizagem.
Aros pintados: (fotos-59,60 e 61)

Anodização

Uma das metas da VZAN é a preservação ambiental em seu patrimônio. Então, por se tratar de um processo químico, a anodização da VZAN é feita em São Paulo. Pois necessita de uma empresa especializada no serviço. Os aros que são levados para São Paulo são: Vmaxx, Markolf, Deeper, Action, Extreme. Além de alguns modelos de BMX e Speed.

2º Complexo – Finalização
Depois de pintados, os aros são embalados e levados novamente para o este complexo, onde receberão os adesivos e a conclusão final da embalagem. Todo este processo é delicado. Então nada melhor do que as mulheres para fazer esse serviço com suas mãos delicadas. Isso é que dá mais credibilidade à empresa (fotos-62 até 66).

Alguns aros prontos: (fotos-67 até 70)

Curiosidades - Sobre as ligas dos tarugos

Não há diferença de qualidade entre as ligas, todas são boas. Cada tipo de aro tem uma liga específica, não adianta fabricar o aro com a liga mais forte. O modelo do perfil que determinará isso.

As ligas contêm uma composição de metais que conseguem um ponto há mais de dureza. Fizemos uma descrição das ligas à sua dureza mínima:
6005 – Dureza mínima de 15%;
6061 – Dureza mínima de 16%, mas ela ainda consegue atingir 16.12%;
6063 – Dureza mínima de 14%.*

* Isso não compromete o aro. Ela consegue flexibilidade, dureza e resistência. Sendo assim, 80% dos aros fabricados no mundo usam este tipo de liga.

Teste de qualidade

Esse é o processo que todos esperavam, o teste de arrancamento: verificação de quantos quilos cada aro suporta. Todos os aros têm um ponto crítico de fechamento (emenda). Esse teste de qualidade serve para ver se o aro está dentro da norma do produto. Ou seja, se o ciclista pode usar tranquilamente.

A máquina que faz este teste contém uma célula de força ligada num computador que programa a quantidade exercida (foto-71,72 e 73). Uma descrição mais prática, seria um torno automático que puxa as extremidades do aro para ver até que ponto (kilos) ele agüenta (vídeos).

Força do aro - Tabela Universal

Existe uma tabela dos fabricantes mundiais de aros, no qual especifica a quantidade de força que um aro pode receber para sua modalidade, essa exigência vai de 200kg até 350kg.

Segue a tabela:
Aros de Cross Country – A norma universal exige 250kg, mas a VZAN fabrica seus aros para suportarem 300 a 350 quilos.
Aros de Downhill – A norma universal exige 350kg, mas o Deeper, Vmaxx e Markolf vão além: Deeper e Markolf consegue suportar 450kg e o Vmaxx 500kg para abrirem.
Aros de Ciclismo – A norma universal exige 200kg até 300kg para aros normais com 32 e 36 furos.

P.S.1 Aos radicais, isso foram testes feitos na fábrica, então não quer dizer que o aro suporte este impacto na bike. Sobre os aros de XC, a fábrica não recomenda para uso do Freeride e Downhill.

P.S.2 O aro montado que já vêm com o cubo e poucos raios requer uma medida de força diferenciada.

Segredos da VZAN e algumas novidades 2006 e 2007

A fábrica tem uma produção diária de "X mil" aros por dia – eles não quiseram revelar – , respeitaremos o segredo industrial. A tecnologia não pára. Para linha 2007 e alguns modelos 2006, a produção será com emenda soldada, sendo assim podendo ser comparada a marca MAVIC.

O aro Deeper sofreu algumas modificações (foto-74). Da mesma forma o Vmaxx.

Uma de suas novidades está sendo o aro de Bike Trial, que tivemos exclusividade do processo de fabricação e repassamos para vocês (foto-75 e 76). Esse aro ficou em fase de testes e já está disponível nas lojas. O peso deles: VTRIAL 20 - 542gr; e VTRIAL 26 - 748gr.

Aros prontos para serem embalados (fotos-77 até 80).

A VZAN não quer só fabricar aros, ela pretende fazer outras peças como algumas já estão sendo produzidas e testadas em segredo. Na matéria do salão Duas Rodas 2006 que nós do PEDAL fizemos, podem ser vistas muitas novidades. https://www.pedal.com.br/exibe_texto.asp?id=819

Todo este processo da VZAN está sobre os olhos de Fernando Lourençoni, o projetista e grande responsável pelos aros. Além de João Batista, o responsável pelo setor de criação. Parabéns!

Agradecimentos:
Queremos agradecer a toda equipe da VZAN pela paciência durante a nossa visita. Outros que nos apoiaram foram: Gabriel (Pupozos), Caio (C4iO) e Roger pela hospedagem do filme.

Nós fizemos um vídeo com algumas partes deste processo. Tivemos que respeitar a privacidade da empresa em certos pontos, mas esperamos que vocês curtam.


Fotos (82)

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