A décima etapa deste Tour de France foi marcado por um forte ataque de Froome. Era o primeiro dia que o pelotão enfrentava um final em subida e a grande vantagem do atual camisa amarela levantou suspeitas. De lá para cá, o líder da competição vem enfrentando fortes críticas da imprensa francesa e de alguns torcedores, inclusive sendo atingido por um copo de urina no rosto há alguns dias.
Para reduzir a tensão, a Sky resolveu liberar os dados de potência, cadência, batimento cardíaco e até o peso corporal de Froome na subida para La-Pierre-Saint-Martin, onde aconteceu o ataque do atleta.
"É uma subida de 15,3 km que durou 41 minutos. Froome subiu com 414w de média e um VAM de 1602Vm/h", explicou Tim Kerrison, treinador da Sky.
VAM é uma forma de medir a velocidade de escalada e é medida em metros por hora. Os maiores valores já registrados foram na época de Marco Pantani e Lance Armstrong, geração que fazia uso indiscriminado de EPO e atingia mais de 1800 Vm/h.
"Coroas assimetricas (como as de Froome) significam que as medidas de potência são super-estimadas em cerca de 6%, então podemos dizer que o peso/potência de Froome é de 5,78w/kg", disse o treinador. Recentemente, a imprensa francesa afirmou que Froome estaria gerando 7w/kg, algo completamente impossível sem o uso de doping.
"A cadência média dele foi de 97 rpm e ele utilizava uma relação de 52/38 e 11/28. Na média, seus batimentos ficaram em 158 bpm, com um máximo de 174 - o mais alto que ele já atingiu em uma grande volta", continua Kerrison.
Segundo ele, o ataque durou 24s e teve uma média de 522 w, com um pico de 872 w. Antes da aceleração, Froome estava gerando cerca de 422 w e depois, esse número caiu para 408 w. Mesmo assim, ele continuou ganhando terreno sobre Nairo Quintana.
Com estes números, é praticamente impossível dizer se Froome está ou não dopado. Porém, o treinador afirma que este desempenho já foi alcançado por Froome diversas vezes durante competições e treinamento.
Com isso, ele tenta justificar que o desempenho do camisa amarela está dentro de sua capacidade normal e pode ser reproduzida em outras ocasiões. Mais ou menos como no passaporte biológico, neste caso o que importa é manter um padrão constante durante o ano todo. Afinal, picos de desempenho (ou de marcadores fisiológicos), podem indicar o uso de substâncias dopantes.
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