Bicicleta no lugar do carro

Acho que o maior problema é a dificuldade em encontrar estacionamento, de resto dá pra dar um jeito.

Sim, como meio de transporte principal. Não tenho carro. Ocasionalmente pego ônibus em dia de chuva. Tenho aplicativo de taxi instalado no smartphone mas nunca usei. 

Já recusei oferta de emprego em função da distância. Meu limite é 8km, passou disso, nem ouço a proposta. 

Como disse o ltadeu, faço isso porque não sou casado e nem tenho filhos.

Tenho 2 bikes: dobrável pra semana e uma MTB pra andar em estradão de terra nos fins de semana. A vantagem da dobrável é que você carrega ela pra dentro da empresa e não se preocupa em ser furtado. Costumo ir de bike nos shows e uma vez até entrei num hospital com ela pra uma consulta médica.  

tonio escreveu: Tem alguém aqui que só usa a bicicleta como meio de transporte? Vocês acham que hoje em dia é possível substituir um carro somente com o uso da bicicleta? Tenho 60 anos e nunca aprendi a dirigir, as vezes um carro me faz falta, mas na maioria das vezes eu consigo substituir o automóvel com o uso da bicicleta de maneira quase integral.

Olha... eu tenho pensado seriamente em dispensar o carro.

O que faria falta é no final de semana e em viagens.
Daí pensei, se eu for trocar de carro (o meu está precisando) ia gastar uns 1000 reais por mês de financiamento e diferença do seguro.
Com 1000 reais mês, consigo alugar o carro que quero pelo menos por 3 finais de semana no mês, sem depreciação, sem me preocupar em manutenção, sem ficar de saco cheio com o carro.
E ainda posso alugar a vaga da minha garagem.

Aqui na minha cidade é muito quente, andar de bicicleta entre as 11 e 16 horas é doideira. Num lugar com clima mais ameno eu não saberia o que é carro.

Eu moro em BH, e o meu grande problema é o transporte publico. Nem eu nem minha esposa sabemos sequer dirigir, a até então isso nunca tinha sido um problema (tenho 33 anos, sem filhos). Já morei em varias cidades, capitais pelo país inteiro, do sul ao norte do país, e há um ano e meio estou em BH. Esses dias assisti um secretário de mobilidade urbana, ou algo do tipo, falando que BH não tem topografia para uma grande malha cicloviária, pois as ladeiras tornam a bicicleta quase inútil (não foi bem isso que ele falou, mas foi o que eu entendi). Da minha casa ao trabalho, de carro, são 20, 25min, em um trajeto de 17km. De ônibus, esse tempo vai para 2h!!! acreditem. De bike eu demoro aproximadamente 1h para fazer 23km (não tem como usar a BR, via mais curta para chegar ao trabalho, devido ao intenso trafego de veículos pesados durante a semana). Eu até tento vir todos os dias de bike, pois são 2horas a mais em casa, mas como também treino (na volta do trabalho), tem semanas que a quilometragem fica muito pesada.
Eu uso bastante Uber, para festas, mercado do mês, algum compromisso social. Mas ainda estou vivo sem carro.

Particularmente, acredito que dê pra limitar muito o uso do carro sim, eu mesmo uso a bicicleta pra tudo, trabalhar, ir ao mercado, a padaria, a farmacia pra tudo que posso fazer individualmente, ja coisas que envolvem familia não tem como logicamente, mas acho possivel sim reduzir até 90% o uso do carro em relação a bicicleta

TPsilva, que bom que está pensando nisso. Já passei por todas as suas dúvidas.
1. Eu prefiro as vias com menos movimento, pois mesmo com engarrafamentos não gosto de trafegar demais no corredor. Mas aqui em BH é diferente de São Paulo. Aqui não rola corredor pra ninguém. Então o pessoal te fecha mesmo, os ônibus vem pra cima. E no meio da "galera", costumam de desrespeitar mais, principalmente em grandes avenidas. Ninguém costuma aliviar. Não adianta maozinha sinalizando, buzina. Vence o maior.
2. Velocidade próxima dos carros, depende do trajeto. Se for avenida sem carros parados, com boa visibilidade, sim. Eu não gosto de ficar acima dos 25km/h quando existem carros estacionados, muitos cruzamentos. Muitas portas se abrem do nada, e se vc tiver a 35/40km/h vai precisar de agilidade e sorte para não bater. Nos cruzamentos, se não tiver um carro próximo a vc, os motoristas costumam ir colocando o carro "devagarinho" na pista (efeito ciclista invisível). Ele vai indo, indo...e chega uma hora que vc precisa freiar, ou pegar a pista da esquerda. Antigamente quando o cara começava a fazer isso, eu acelerava, buzinava, gritava, sinalizava e metia na frente. Mas parece que tem uma área do cérebro de algumas pessoas que desliga quando enxergam um ciclista, e já me dei mal nessa. Parei de fazer, e hoje sou mais comedido, deixo o cara ir na minha frente mesmo, apesar da preferência ser minha. Quando pego uns avenidões, ou pampulha, eu desço a botina, mas não é a maior parte do meu trajeto.
3. Eu uso dois tipos de bags para levar minhas coisas. Uma daquelas que prende no canote, e fica tipo de motoqueiro, com 6l. Dá para levar pouca coisa (ferramentas, celulares, carteira, farol, cueca, meia, e uma camiseta/bermuda fininha. A outra é uma mochila deuter cross bike, de 18l. Cabe notebook, tem espaço para água (mas é onde coloco o note, e não colocaria água junto com o note na mochila, prefiro a garrafinha), e um ótimo sistema de ventilação. A parte que fica apoiada nas costas é alta é acolchoada, ou seja, não fica grudada nas costas, e não mela de suor. As alças tem um ótimo conforto, prende na cintura e no peito, dividindo muito bem o peso (isso faz diferença, ainda mais se vai pedalar durante muito tempo), e além disso ela já vem com uma capa de chuva boa, que serve tanto para ser visto a noite, quanto para evitar a chuva. Ela não é 100%, mas já peguei boas chuvas sem comprometer meu material. A minha esposa também usa uma para mesma coisa. As mochilas estão com 1ano, e estão muito bem, sem rasgos ou costuras soltas. Não é um modelo barato, mas minha viagem ficou mais confortável depois dela.
Nunca fui assaltado, nem minha esposa. Dizem que o que chama atenção de malandro é a bike bonita, independente da marca. Freio a disco, parafernalhas pinduradas, rodas adesivadas. Até já pensei em colocar um rastreador na bike, mas tive preguiça. Até hoje não passei por uma situação que me deixasse assutado, mas pode ser sorte. Tenho amigos que já tiveram sua bike roubada que eram como eu, sem maiores preocupações. Evito caminhos desertos a noite, sozinho. O meu trabalho é sussa, deixo a bike dentro da empresa, em uma garagem. Não precisa nem cadeado.
4. 40km dia, sem subidas, é tranquilo. Claro que não dá para sair de 0km por semana para 200km, que você vai se lesionar certamente. E também não dá para todo dia "sentar o pé". Alguns dias eu faço tipo treino, ataco mais as subidas, matenho uma média quando possível, acima do meu limiar anaeoróbico. No outro dia faço regenarativo, pedalo de boa, só xingando os carros (kkk). O meu trajeto é de 45km, e eu ainda faço uns treinos antes ou depois do trabalho (por isso uso o bagageiro, melhor para treinar). Então na sexta-feira nunca uso bike, faço o descanso (sabado e domingo me acabo pedalando mesmo), e é o pior dia da semana para pedalar. Não sei se é um fenômeno nacional, mas aqui o trânsito fica louco, todo mundo quer chegar primeiro. Ninguém alivia. Se o transito fosse melhor, eu até animava não descansar, e ir de boa. Quando vou de busão perco 4h/dia no deslocamento, e na bike gasto a metade.
5. Trafegar na calçada é errado. É lugar de pedestre. Mas quem nunca? A gente já se ferra demais no transito, não tem local próprio. Apenas acho importante educação e respeito. Uma vez que o espaço é do pedestre, sempre dou a preferencia, trafego em baixa velocidade. Nunca buzino ou grito. E se o pedestre se assusta, ou recua e pede desculpas para mim, eu sempre digo"eu que estou errado, desculpe-me", as vezes ainda mando o "está muito dificil ir pro asfalto".
Espero que tenha ajudado. Coragem aí!

Falando na parte matemática da história...

(a)tpsilva,


1) Da mochila, existe uma chamada Deuter EXP Superbike 18L, é expansível para 22L.
Eu uso uma dessa e é fantástica, vale o preço. Tem até capa de chuva e corta-vento embubutidas, além de um acesório para pendurar capacete.
Mas não sei se cabe tudo isso. Venho para o trabalho com uma pasta rígida onde guardo a camisa dobrada (é mmaior que um note), sapatos, calça, cinto, toalha, etc. Não caberia mais um note.
Talvez um modelo maior.

2) Assaltos: Não tive problema, mas sei que é perigoso e minha bike chama atenção. Tenho seguro para a bike e fiz um para o cartão do banco que contempla até R$ 1000 de prejuizo em caso de roubo.

3) Desgaste físico: Eu pedalo 34km, subo a Rebouças inteira e na volta subo a a consolação. Mesmo bem condicionado tem dias que o desgaste pega um pouco e a velocidade cai...usando uma fixa acho q vai sofrer mais. Tudo bem que alem da bike faço musculação e natação nos FDS.

Dá uma olhada no meu percurso para ter uma idéia: https://connect.garmin.com/modern/activity/1143549211

3) Calçadas: Eu subo em algumas sim, tomo cuidado para andar numa velocidade baixa e somente onde não tem ciclovias e a calçada é larga.
É errado mas prefiro me sentir seguro (subindo a av Rebouças por exemplo). Caso assuste alguem peça desculpas, dê preferência para os pedestres, respeite os farois, seja gentil...tem espaço para todo mundo conviver de boa.
Não use fone no volume máximo!


Se o seu percurso é plano, acho q eh bem tranquilo. Comece aos poucos e faz um bike fit. Eu estava com problemas no joelho por causa da postura errada e resolveu depois do bike fit.

Espero ter ajudado! ;)

newhouse escreveu: Degan, faço um caminho parecido com o seu, talvez já passei por você algum dia: https://www.strava.com/activities/109942381

Com certeza ali na ciclovia da Eliseu!
Bela pedalada, principalemnte no taboão, onmde tem muitas subidas.

Nunca tive carro. Tenho 35 anos e nem carteira de motorista eu tenho.

TPSilva escreveu: Meu deus amigos, que tesão. Como eu posso ter demorado tanto para tentar isso? PQP.

Eu me pergunto isso todos os dias também...
E nos dias que não venho bate um arrependimento.

Tenho carro, mas vou para o trampo de bike. São 13kms, mas o trajeto apesar de incluir rodovia, é tranquilo. Ainda tenho a opção de, no retorno, aumentar uns 04kms no percurso e fazer o caminho por estrada de terra. Não tenho como deixar o carro 100% de lado pois tenho filhos pequenos (três) e ficaria muito difícil pra resolver os problemas do dia a dia (escola, médico, lazer). Então o carro fica com a patroa e eu me viro (e muito bem) com a bike.

Com a crise, a empresa está batalhando contra tudo e todos.