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Caminho da fé 2015

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Cadastrado em: 14 Out 2012
Itajuba MG
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    Postado: 05 Abr 2016 as 22:35
Ola pessoal, meu nome é Silvano

Posto pouco, muito pouco, mas leio muito e absorvo tudo que posso com vocês aqui.

Sou de Itajubá, MG.

Ano passado em Julho de 2015 fiz o caminho da fé, saindo de São Carlos até Aparecida. Não sou um exemplo de atleta, sou meio gordinho (fatboy), mas enfiei na cabeça que ia conseguir e la fui eu, até porque, ainda lembro da primeira vez que vi um relato do Waldson, o antigão, pondo sua bike na estrada, e fiquei empolgado, pois eu me achava ja meio velho e fora de forma, mas ai vejo o Waldson, que mesmo com todos seus problemas de saúde, faz o que gosta com um sorriso de orelha a orelha, sim... ele me motivou, ele não sabe disso, mas ele me motivou com seus relatos, seja aqui no forum ou no blog dele.

Bom, vou deixar aqui um video que fiz e aos poucos vou começando a postar no forum com maior frequência. 

Minha bike é uma volare 2006 aro 26, velhinha, mas muito resistente.

 

https://www.youtube.com/watch?v=yktIj1YQSZo

 

 

bom, caso algum gordinho pintar por aqui e assim como eu, talvez pensar que não pode por a bike na estrada, tai, pode sim, eu consegui, você consegue também

 

Foto da magrela guerreira




no detalhe pode-se ver o alforge que improvisei usando um alforje de sela de cavalo, o bagageiro extentendido usei a dica que o waldson postou no blog dele  e ficou show




e por fim uma foto do gordinho ne



e para nunca mais esquecer dessa aventura, pois agora planejo outras como estrada real e começar audax, deixei marcado na pele para sempre



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João Frango Ver Drop Down
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Cadastrado em: 25 Jun 2013
Diadema/SP
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar João Frango Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 06 Abr 2016 as 09:38
ClapClapClapClapClap

Voltei no tempo, fiz em julho/agosto de 2014, parabéns pela viagem e pelos detalhes do relato.

O Caminho da Fé foi minha primeira cicloviagem, estava voltando a pedalar na época após mais de 10 anos parado, foi duro porém compensador, de lá pra cá evolui muito e ja fiz outras cicloviagens e muitos pedais variados, mais de 3000 kms de lá pra cá.

Estava quase infartando após 3 anos sem férias e só passando raiva, fui demitido do trabalho e coloquei em prática a viagem, com bike simples, sem muito preparo mas com muita vontade, voltei outra pessoa e de lá pra cá minha vida só melhorou em todos sentidos.

Acho muito legal ver relatos como o seu onde voce foi pra curtir a viagem, nada de correria ou ''gourmetização'' do cicloturismo, voce é dos meus, sem mimimi LOL

Semana passada passei por sua cidade, estava pedalando a rota do Caminho de Aparecida que começa em Alfenas e termina claro em Aparecida, achei outra rota fantástica !!! Se não conhece vale a pena conhecer, bem parecida com o Caminho da Fé mas com alguns desafios diferentes, tem meu tópico aqui na sessão, depois se quiser da uma lida.

Estrada Real fiz o Caminho dos Diamantes em janeiro, pra voce que fez o Caminho da Fé a Estrada Real voce tira de letra, também foi uma viagem magnifica !!! e pretendo fazer todos os outros caminhos conforme as férias, acho que até 2020 eu fecho ela toda.

Bom, novamente parabéns por sua viagem, deu gosto ver o video e lembrar de tudo, acho que todo ciclista religioso ou não deveria pedalar o Caminho da Fé pelo menos uma vez.

Pretendo também conhecer todos os ramais até Aguas da Prata, vai ser muito legal e pelo que vejo cada ramal tem uma peculiaridade, isso é demais conhecer, abração brother e bons pedais
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Cadastrado em: 14 Out 2012
Itajuba MG
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar ultrapop Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 06 Abr 2016 as 13:38
Ola João Frango
puxa vida, vc tocou no assunto "detalhado", perdão, na ansia de postar ontem aqui, não fiz o relato como devia, mas gostei da parte que vc falou sobre não ser gourmet rsrsrs, fiz como dava, usei minha bike veinha, mas bacaninha, e pé na estrada. Tenho vontade de fazer também o caminho de aparecida que vc fez e justamente passa por aqui, que também é show. Vou postar aqui  o relato mais detalhado, peiois acredito que meu relato pode ajudar outros, assim como os relatos que li por aqui me ajudaram. Antes de fazer o caminho, usei a ferramenta de busca do forum pedal e vi vários relatos, li com atenção para pegar as melhores dicas.
Abraços.
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Cadastrado em: 14 Out 2012
Itajuba MG
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Caminho da fé – Preparação e partida. 21/07/2015



Desde que ouvi falar do caminho da fé ( http://www.caminhodafe.com.br/ - WWW.caminhodafe.com.br ) no fórum do http://www.pedal.com.br - www.pedal.com.br  não parei de pensar um minuto em faze-lo pelos mais variados motivos. Escolhi desde o inicio uma das pernas mais longas, que começa em São Carlos-SP totalizando um total de 530km até a cidade de Aparecida – SP. Adiei a ida por duas vezes, uma em Julho de 2014 por me considerar despreparado para tal investida e outra em Janeiro de  por motivos financeiros. Quis a vida, que por diversos outros fatores extra campo, em Julho de 2015 eu finalmente resolvesse ir e completar o caminho, conforme vou relatar mais a frente. Durante o ultimo ano pedalei muito, não a nível de um atleta, mas todo final de semana que podia, junto com amigos ia pedalar pelas trilhas e estradinhas de Itajubá/MG e região. A bicicleta, uma Volare aro 26 com 9 anos de uso estava em boas condições, aliado ao fato de que coloquei um freio a disco hidráulico na mesma, o que se mostrou uma atitude acertada diante das serras que viria a enfrentar mais a frente em sua descidas frenéticas. 

Mas não bastava apenas a bike, era preciso mais, um bagageiro que suportasse a carga levada, bem como em formato especial para não deixar o alforje encostar nas rodas, para isso usei a solução que encontrei no blog do Waldson Antigão, onde com 2 bagageiros simples, montei um sofisticado (nem tanto). O alforge, como não queria e nem podia gastar parte da verba da viagem, comprei um simples de lona utilizado em sela de cavalo, que minha adaptou para mim, diminuindo os tirantes e adaptando velcro para que ele ficasse preso ao bagageiro de forma satisfatória. Comprei ainda 1 calça de tactel e 1 camisa de malha fria para ajudar, e montei um kit com algumas peças de roupas e outros itens que julguei necessário para a viagem. Confesso que o alforje ficou um tanto pesado, mas era o que tinha, era com o que eu iria encarar as 10 serras que ficavam pelo caminho. 
Para encarar as trilhas e montanhas resolvi abandonar a sapatilha de MTB e utilizar um tênis, no caso, utilizei um que tenho para futebol socieaty, que cumpriu muito bem seu papel pela resistência e pelo solado, bom para mato, ainda levei 2 kits completos de roupa de ciclista, além de uma blusa de MotoCross que eu tinha e se transformou em uma escolha acertada. 
Desta forma, no dia 21 de Julho, uma terça feira, embarquei para São Carlos-SP... Na verdade foi necessário fazer uma ponte, pois não há linha direta para São Carlos, então primeiro fui para São Paulo. Embarquei a bicicleta na empresa Santa Cruz sem maiores dificuldades, única coisa solicitada foi a nota fiscal da bicicleta, que portava comigo. Chegando em São Paulo, tive problemas com a empresa EXPRESSO uma vez que após ter comprado as passagens o fiscal da empresa, mesmo o motorista liberando, não queria embarcar minha bicicleta, ele estava exigindo que eu ou colocasse em uma caixa ou numa mala bike, além de pagar uma taxa extra, mesmo a cubagem e o peso da bike estando dentro das normas do DNIT... chora daqui, reclama de La, pede daqui, implora acolá, finalmente, como eu estava me mostrando irredutível e comecei a falar em devolução do dinheiro da minha passagem, ouvi o clássico VOU QUEBRAR TEU GALHO... é meus amigos, e Brasil, eu paguei, cumpri as regras, e tive que aguentar que estavam quebrando meu galho... enfim, embarquei a bike e segui para São Carlos-SP e cheguei por La ao cair da noite, por volta de umas 19:00. Não foi difícil achar o hotel Accacio, após um passeio de bike pela cidade. Um hotel simples, mas pessoal educado, guardei minha bike, procurei um lugar para comer, aproveitei para comprar uns apetrechos na farmácia e retornei ao hotel, para tirar um cochilo... foi difícil dormir tamanho a ansiedade para iniciar o pedal no dia seguinte, finalmente iniciar o caminho da fé. Após um bom banho, fui no balcão do hotel, peguei meu passaporte do peregrino e ganhei meu primeiro carimbo, seriam vários destes durante todo o caminho, ali, eu ainda não tinha a real noção do valor de cada carimbo.













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Cadastrado em: 14 Out 2012
Itajuba MG
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Caminho da fé – 1° dia São Carlos a Porto Ferreira. 22/07/2015


Após uma noite mal dormida devido a ansiedade pelo inicio do caminho da fé, acordei pontualmente as 06:00 e fui tomar meu café da manhã... como ainda não tinha noção do que vinha pela frente, comi pouco, um pouco de cada coisa, mas pouco, nada exagerado. Sai em busca de um supermercado para comprar água mineral, retornei em seguida ao hotel, onde me preparei. A bike já estava previamente preparada, me despedi da atendente, Sonia, uma descendente de Japoneses, que foi muito educada. De posse do guia Caminho da fé de autoria de Antonio Olinto, me dirigi até a porta da Catedral de São Carlos, que é uma réplica da basílica de São Pedro, guardado as devidas proporções, mas linda, muito linda. Pedi a uma senhora que gentilmente batesse uma foto, para registrar o momento, em seguida ajustei meu celular o aplicativo Strava para averiguar o caminho, e parti. De posse do guia e seguindo as setas, o caminho é relativamente fácil, é muito difícil conseguir se perder, pois a cada 500 metros ou menos já se vê uma seta. Ainda na saída de São Carlos, já tive um pequeno probleminha no cabo da marcha traseira, pois das 8 marchas, apenas 3 entravam, parei, olhei e vi que estava além de desfiando, estava meio bambo... parei, peguei meu jogo de ferramentas, ajustei... não troquei o cabo, apenas ajustei a tensão e a marcha voltou a funcionar. 
É incrível, como uma vez, como peregrino, vc acaba encarnando-se como tal, pois mal comecei a rodar novamente após o conserto da marcha, eis que um ciclista da cidade de São Carlos, de nome Renato, chama ao longe OLA PEREGRINO... nos apresentamos, ele prontamente se ofereceu para me acompanhar pelos primeiros 5km até sairmos da cidade, pois segundo ele, com a crise atual e o desemprego, tem acontecido muitos roubos na periferia da cidade, e como eu estava sozinho, esse perigo de fato existia, e assim o fez, por 5 kilometros pedalamos juntos, quando nos despedimos e ele foi fazer seu pedal matinal, nada mais justo, uma vez que eu estava mais lento com bagagem, muita bagagem. O caminho entre São Carlos até Babilônia seguia sem maiores problemas, mas por vezes dava a impressão de estar em um deserto semi árido, interrompido as vezes por plantações de cana de açúcar. Com o grande trafico de caminhões (treminhões) pelas estradinhas de terra, muita areia cobria o caminho, e a roda não girava livre, fazendo que as vezes o pneu se atolasse na areia, ainda que estivesse com pneus cravudos. Entre Babilônia até Descalvado isso se repetiu, tornando a parte da manhã muito cansativa, não rendia, nas subidas era ruim de pedalar, nas descidas a bike freiava na areia, cheguei a Descalvado muito cansado. Procurei o ponto de carimbo, em seguida um restaurante, onde pude matar a fome. Comi relativamente bem, por um preço justo. Tirei uma meia hora na pracinha central da cidade onde fiquei admirando a Igreja e sua arquitetura e em seguida tomei rumo em direção a Porto Ferreira, ponto final do primeiro dia, e novamente o areião se repetiu. Aliado a isso, minha má alimentação ou preparo nos dias que antecederam a viagem, surgiram, e câimbras começaram a surgir por toda parte, cheguei a Porto Ferreira literalmente destruído de corpo e alma, até de certa forma um pouco apavorado, pois o corpo pedia que eu desistisse da empreitada, mas La no fundo da alma, eu queria continuar. Fui até uma padaria e comprei bananas e alguns yakults que tivessem cálcio em sua composição e seguindo dicas de amigos comprei Malto Dextrina para ajudar a repor energia no próximo dia de pedal, atitude que se mostrou acertada. Tomei um banho no hotel, fui deitar tendo câimbras horrorosas, temi ter que procurar um hospital, foi uma noite muito tensa, como eu iria acordar no dia seguinte e que ia determinar se iria ou não continuar a viagem.








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Itajuba MG
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Caminho da fé –2° dia Porto Ferreira a Vargem Grande do Sul. 23/07/2015


Acordei as 06:30 e já não sentia as cãibras, fiquei animado, tomei um banho para recompor, segui para a área de café, dessa vez mais cuidadoso, separei alimentos que tivessem tudo que fosse necessário para manter a energia de um longo dia de pedal. Queijos, frutas como banana e melão, presuntos, pães, sem dó, sem piedade, um frugal café da manhã, afinal, estava pagando bem por ele RS RS RS , voltei ao quarto, preparei tudo, ajeitei a bike como sempre, e sai de partida. Séria um dia longo, Passaria Santa Rita do Passa Quatro, Tambau, Casa Branca e finalmente Vargem grande do Sul. Confesso que foi um dia sem muitas emoções, estava apenas preocupado com câimbras, que surgiram quase ao final do pedal, mas poucas e bem verdade, graças as medidas tomadas na noite anterior. A paisagem não mudou nada em relação ao primeiro dia, as plantações de cana de açúcar são chatas, cana de um lado, cana de outro, enfim... a melhor parte foi chegar a Vargem Grande do Sul sem maiores problemas. Destaque para o Restaurante da Wanda, comi muito bem, além de pagar barato. Show de bola, gostei muito.

mal consegui bater fotos nesse dia... mas como ninguém é de ferro então

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Itajuba MG
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Caminho da fé –3° dia Vargem Grande do Sul a Águas da Prata. 24/07/2015


Sabia que seria um dia duro, com uma serra, logo não dei bobeira, acordei cedo, novamente um café reforçado e me coloquei ao caminho. Estava notando que minha bagagem estava muito pesada, foi um dia tenso subir serra com tanta bagagem. Posso dizer que figuei muito estafado, cansado mesmo, era o terceiro dia, venci diversos problemas físicos, dores diversas no corpo, pouco dei atenção a paisagem, embora... areia, deserto, cana de açúcar... ainda não me sentia bem no caminho da fé, enfim... o ponto alto desse dia foi chegar onde de fato é a sede do caminho da fé em Águas da Prata, uma cidadezinha bucólica, se parece muito com São Lourenço. Fui recebido pela dona Tina, um amor de pessoa, que já estava na porta quando cheguei, de cara encontrei com dois bikers da equipe do Kiko kapote (acho que e esse mesmo o nome), Vivaldo bombeiro e Kaka. Guardei a bike, deixei a roupa de bike, e a dona Tina rapidinho deu um jeito e lavou tudo... a dona Tina, agradeci e claro. Fui procurar na cidade um banco para pegar dinheiro, alias, fica um conselho para quem vai fazer o caminho da fé, sempre ande com pelo menos 200 no bolso, não menos, nem mais, a cada duas ou três cidades reponha o que precisar em caixas rápidos. Jantei, ajeitei as coisa que precisava, inclusive, dona Tina avaliou minha bagagem e me passou um sabão, RS RS RS, estava muito pesada, tirei muita coisa, botei numa caixa e despachei de volta para Itajubá cerca de 4kilos de bagagem... ainda iria diminuir a bagagem, mas essa é uma outra historia que vou contar mais pela frente. Ainda durante a noite, um peregrino a pé chegou a casa com sua família e ficamos algumas horas conversando até que bateu o sono e o cansaço e ai não teve jeito, fui para a cama.



essa é dona Nina, um anjo









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Ramai Ver Drop Down
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Itaberaba - BA
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Caramba, que vontade que tenho de fazer uma viagem dessas!!
Mas vou ter que aguardar um pouco mais. 

ClapClap Muito bom o relato e as fotos!!
Motivador!!!
Scott
Bikes e aviões <3
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Cadastrado em: 14 Out 2012
Itajuba MG
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Caminho da fé – 4° dia Águas da Prata a Andradas (Serra dos Lima-Dona Natalina) 25/07/2015


Havia combinado com o pessoa biker de sairmos juntos, porém, sem o compromisso de andarmos juntos, afinal, sou e era mais lento, pois eles tinham bikes aro 29 e eu uma bike aro 26, a diferença de rendimento e gritante, não havia como andar junto sem forçar, e eu não queria forçar. Claro que também, embora seja bacana rodar de turma, de certa forma eu queria estar só nessa viagem, apenas eu e Deus, juntamente com Nossa Senhora Aparecida, pois era uma viagem de introspecção. Dito isto, acordei as 5 da madrugada, fizemos um café, batemos um papo, e em um momento bonito, fizemos uma oração juntos, foi bacana, saímos juntos, mas isso so durou uns 2 kilometros quando eles se distanciaram e seguiram na frente. Nesse dia finalmente parecia que estava vivendo o caminho da fé, as paisagens se tornaram muito mais bonitas e a missão do dia era vencer duas serras, a do Pico do Gavião e em seguida a serra dos Lima. A serra do Pico do Gavião se mostraria mais dura do que parecia, havia previsão de chegar a uma linda cachoeira que cruza a estrada, onde esperava tirar lindas fotos, mas quatrocentos metros antes de chegar a ela, começou a chover torrencialmente, o que dificultou o uso dos equipamentos eletrônicos... e ai começou o martirio, lama, muita lama, um tipo de terra e lama que grudava nos pneus de uma forma a se parecer com cola, uma cola muito forte. Pedras, galhos, tudo grudava naquilo e empastava no s pneus, era difícil pedalar, uma dificuldade intensa, nesse dia posso afirmar que pedalei, empurrei, arrastei e até carreguei a bike nas costas. Ainda nesse trecho conheci muitas pessoas bacanas como o Antonio Gomes e o Ricardo Barbosa, que passaram por mim mais La na frente a milhão, fiquei fã de ver como eles subiam as serras pedalando sem maiores dificuldades, batemos um papo rápido e como sempre falei para não se prenderem por mim, pois iria em meu próprio tempo, pois tenho real noção de minhas limitações, não sou um atleta, sou apenas um biker de fim de semana, bem fora de forma, RS RS RS. Ainda mais La na frente recebi ajuda de um casal que já fizeram o caminho da fé a pé, mas nesse dia estavam de carro, me ajudaram a tirar a lama dos pneus além de me darem algumas bananas, maravilha, potássio, bom demais NE. Ainda aqui descobri que havia esquecido minha garrafinha térmica de água na sede do caminho da fé... eu não iria retornar toda a serra so para busca-la e dei como perdido. Segui até a saída desse trecho quando em uma pousada do pico do gavião encontrei a dupla Vivaldo e Kaka que ao que parecia tinham vivido as mesmas duras experiências que eu. Já cansados, dali praticamente seguimos juntos até Andradas, onde no hotel central, carimbamos a credencial. Numa lanchonete chinesa ao lado comemos alguns salgados, e seguimos rumo para a parte final do dia, que seria vencer a Serra dos Lima. Novamente, em dado momento eles seguiram em frente, e La fui eu em minha tocadinha tradicional de peregrino sem pressa. A serra dos Lima se mostrou um verdadeiro desafio. Fui pedalando meio que sem entender o porque de tanto medo dela, pois as subidas não pareciam tão intensas, quando notei La ao fundo uma rodovia no meio do nada... asfalto... quando me aproximei percebi o tamanho do estrago, a serra dos Lima tinha uma inclinação tão forte, tão pesada, que a única solução para subir carros por La era asfaltar determinado trecho. Foi difícil vence-la, água acabando, cansaço acumulado pela lama da serra anterior, enfim... no meio dela encontrei a capela de Nossa Senhora das Lourdes, com uma fonte de água maravilhosa, pedi a ela permissão para beber, orei e agradeci. Devo revelar que na serra dos Lima, pela primeira vez senti a presença de Nossa Senhora Aparecida, pela primeira vez em minha vida senti a presença de algo superior, foi lindo, foi maravilhoso, foi intenso. Fiquei muito feliz. Vencido a serra dos Lima, cheguei finalmente a pousada da Dona Natalina, que valeu todo o esforço. Que pessoa gentil, bacana, preparou um cafezinho quentinho já que ela viu que todos que estavam La chegando estavam molhados, notei que Vivaldo, Kaka, Rodrigo e Antonio estavam por La, eu não havia chegado muito atrasado, que bom, a tartaruga aqui no seu tempo, tava até que conseguindo acompanhar os “pro”. Aproveitei para lavar a bicicleta, o alforje que estava ensopado, sorte que coloquei tudo La dentro em sacos, o que ajudou. Dona Natalina rapidinho catou toda a roupa suja e lavou, não cobrou nada, veja so. O jantar, nossa, que maravilha, comidinha caseira feita no fogão a lenha com um tempero fantástico. Aproveitei para bater papo com o pessoal, jogar um pouco de conversa fora, mas o coachar dos sapos, o grilar dos grilos, isso foi dando sono, somando a estafa do duro dia, procurei minha cama para um sono dos deuses, muito bem merecido.


















Dona Natalina, outro anjo pelo caminho


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Itajuba MG
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Caminho da fé –5° dia Andradas (Serra dos Lima Pensão da dona Natalina) 26/07/2015



Acordei as 5:00, tomei um café caseiro feito pela Dona Natalina, novamente juntamente com o Kaka e o Vivaldo fizemos uma oração. Dona Natalina me prevenira que o trecho que eu planejava cumprir faria o caminho seguinte ficar longo e difícil, pretendia ir inicialmente nesse dia apenas até Borda da Mata. Saímos cedo, e novamente como já esperado, a dupla da turma do kiko capote me deixou para trás, sem problemas, segui minha tocadinha até a Barra, e que barra viu, RS RS RS, La veio uma serrinha forte, bem inclinada, mas que valeu a pena, pois logo em seguida daria de cara com a cachoeira mais linda do trajeto, uma cachoeira bucólica, linda, que cruza a estradinha, você tem que passar por ela para continuar, sua água limpa, pode beber, alias, até enchi meu camel back. Parei uns 40 minutos La, sem arrependimentos, valeu cada foto. Segui em frente por caminhos muito bonitos até o distrito de Crisólia, que faz parte de Ouro fino. Aproveitei, carimbei a credencial no Bar da Zeti e numa padoca na esquina aproveitei para comer 2 esfihas (fiz bem, pois La na frente ia dar CE cara com o Bar do Maurão fechado). Segui caminho por estradinha gostosas, sem muita subidas até chegar ao tradicional menino da porteira, na entrada de Ouro Fino. Nessa hora virei turista, e bati algumas fotos, claro, para ficar na lembrança. Chegando a pousada do Peregrino em Ouro fino, novamente avistei a dupla do kiko kapote, alias, até borda da mata alternei com eles vários trechos, inclusive em inconfidentes, quando encontrei o bar do Maurão já fechando, ainda consegui o carimbo, mas foi uma pena, queria ter provado os famosos pasteis, quem sabe em uma próxima. Novamente enchi meu cantil e segui caminho até borda da mata. Cheguei em Borda por volta das 14 horas, acreditando estar ainda muito cedo, me lembrei do conselho da dona Natalina. Descansei um pouco, fui ao banco para repor o dinheiro que viria a precisar, cheguei meu cantil e resolvi seguir caminho até Tocos do Mogi. Olha, nessa hora não sei se agi certo ou errado, o fato é que foi a primeira loucura até então, pois não tinha real noção da serra que estava por vir, muito forte, muito pesada. Talvez pelo cansaço acumulado dos dias anteriores a subida se tornou difícil, fato é que pela primeira vez precisei da lanterna que meu amigo Evandro gentilmente me cedeu para a viagem, foi uma peça preciosa, pois já eram 18:30 e começara a escurecer e eu ainda estava terminando de vencer a serra. Ao desce-la, já totalmente escuro, praticamente ignorei a placa de 200km faltante, fiquei feliz ao chegar a Tocos do Moji por volta das 20 horas, muito estafado... novamente foi um dia em que deu uma pontinha de vontade de desistir ou de ficar pelo menos um dia a mais em Tocos do Mogi para descansar. Fui a pousada do Peregrino da dona Terezinha, uma senhora muito gentil, que me cedeu um quarto na parte baixa para que eu pudesse acomodar a bike, tomei um banho e fui sair pela cidade, pequena, para comer algo... me dei ao luxo de comer uma saborosa pizza, afinal, esse dia eu merecia, acompanhado de uma geladíssima Itaipava. Estava muito frio, retornei a pousada para descansar, ainda sem saber se continuava no dia seguinte ou se ficava mais um dia.








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Caminho da fé –6° dia Tocos do Mogi a Consolação. 27/07/2015


De posse do Guia do Antonio Olinto, eu já sabia que teria 2 serras fortes até a cidade de Estiva, logo o período da manhã seria cansativo. Tratei de tomar um café forte, comendo parte da pizza amanhecida que sobrou do dia seguinte RS RS RS, sem dó nem piedade, acabei acordando animado, a noite de sono foi animadora. Mepreparei, segui para a entrada da cidade, acabei conversando com pessoas da cidade que se mostraram curiosas e toquei meu caminho. Tudo correndo bem até chegar ao bairro fazenda Velha, quando aproveitei para comprar em uma vendinha uma escova de dentes, havia perdido a minha... acho que esqueci na dona Natalina, tanto escova quanto pasta de dentes. Já que estava por lá pedi a balconista que me fizesse um poderoso pão com mortadela mais uma coquinha de 100ml, show de bola, e toquei caminho. A paisagem, bela como sempre, já me preparava para a poderosa serra que havia de cruzar, e La fui eu, eram 1300 metros de altitude, mas o chato e que ao chegar no topo dela, tive que descer até o final da mesma para então novamente subir outra vez a 1200 metros, so assim dando caminho para chegar a Estiva, que cheguei na hora do almoço, e diga-se de passagem, que fome heim, essa serrinha abriu o apetite. Vale lembrar que quase chegando a Estiva encontrei Luiz Mariano, um peregrino a pé. Devo dizer que aqui foi o único lugar que não curti as pousadas, foi na Pousada da Poka para carimbar a credencial e não tinha ninguém, bati palma, apertei a campainha, e nada... acabou que eu mesmo vi o carimbo no balcão e carimbei minha credencial e fui embora, procurei um lugar para comer, Restaurante da Mãe Geralda, muito bacana, comida barata, lugar gostoso, aproveitei para me abastecer. 
Agora era vez de seguir rumo a famosa serra do Laçador, poderosa, imponente, alta, para tal, cruzei pela primeira vez a Fernão Dias e rumei para La, onde tive meu segundo e mais importante momento espiritual dessa peregrinação. Já chegando ao topo da serra, em uma montanha onde não havia casas, vi ao longe, cerca de uns 200 a 300 metros uma senhora descendo o morro, pelo mesmo caminho que eu ia passar, ela estava com uma sombrinha um tanto bem acabaça, parecia aquelas sombrinhas usadas por madames no século passado, era por volta das 15 horas, eu estava bem, sem fome, sem sede, tenho certeza do que vi, e como já fazia desde então, sempre que encontrava com alguém pelo caminho cumprimentava, e já me preparava para cumprimentá-la, pois parecia que vinha em minha direção, mas quando cheguei perto dela, cadê???? Por onde foi? Como sumiu dali? Eu a vi, tenho certeza, enfim... na hora não dei muita bola e continuei o caminho, mas chegando ao alto do morro encontrei a mais linda capelinha feita pelo caminho, feita especialmente para Nossa Senhora Aparecida. Meu braço começou a arrepiar, parei a bike para tirar fotos, mas não resisti, e entrei na capela, e aproveitei para rezar em intenção a meus filhos e meu neto. Nesse momento, senti, assim como La na serra dos Lima uma presença muito forte de Nossa Senhora, e sou devoto dela, minha avó me levou para ser batizado lá quando nasci, enfim, ao começar a rezar, fui me arrepiando, sentindo uma coisa no estomago, desandei a chorar feito criança, me emocionei muito, foi muito forte, e nesse momento tive certeza, o que eu vi minutos antes, quem eu vi, tenho certeza, era Nossa Senhora Aparecida, so podia ser ela, não há como ser outra coisa, me senti tocado por ela e levado por ela sua casa. Pode ser que alguém duvide, mas tanto faz, foi escolha minha ir sozinho nessa peregrinação justamente para ter com ela e com Deus uma conversa e acredito que tive. Como não podia ficar ali o tempo todo, tinha que seguir rumo, assim o fiz, agora com o coração aliviado, até chegar a consolação, onde ficaria na Pensão da Dona Neusa. Fui recepcionado pelo seu filho e por La encontrei mais 2 peregrinos que faziam o caminho a pé, https://www.facebook.com/marcelo.daudt.5 - Marcelo Daudt e um outro que infelizmente esqueci seu nome (perdão), além de ficar sabendo o que é um volante nos correios(ainda emendei uma piada fazendo referência a volante de futebol), pois conheci a  https://www.facebook.com/elaine.matsunaga - Elaine Matsunaga que estava por La a trabalho, uma quase conterrânea de Pouso Alegre, que tem vontade de fazer o caminho a noite (corajosa). Novamente após um jantar bacana, vitamina C cama, que é o melhor remédio para acordar bem para um novo dia.



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Itajuba MG
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ainda fotos de tocos do mogi... 





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Itajuba MG
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Caminho da fé –7° dia Consolação a Luminosa (pousada da Dona Inês) 28/07/2015


Mais um dia nessa caminhada, um café bem bacana com os amigos Marcelo e Elaine, além do nosso caminhante esquimó com seus dois bastões de esqui (perdão por esquecer seu nome), e tomei rumo novamente. A Elaine queria acompanhar a caminhada, então tai, marquei seu nome aqui para que possa ler, RS RS RS. A próxima serrinha não seria tão aterradora, porém foi muito gostosa. O destino dessa primeira parte era chegar até Paraisopolis, o que consegui sem maiores dificuldades. Aqui encontrei novamente dois ciclistas que encontrei pelo caminho já no dia anterior, mas que novamente, pequei em não anotar seus nomes, mas que nos trechos em que nos encontrávamos eram bacanas e amistosos. Ao chegar em Paraisopolis me encaminhei ao hotel Central para carimbar a credencial, foram gentis, ofereceram água gelada para eu por no meu camellback, aceitei, perguntei por um lugar bom e barato para comer e me indicaram o mercado municipal, de fato, muito barato e gostoso... após a refeição me dirigi ao banco, novamente na pracinha encontrei os 2 ciclistas comendo um salgado, cumprimentei novamente, acabei conversando com locais, uns senhores na pracinha, contamos piadas, ri muito, riram muito, e depois segui meu caminho. Durante o caminho para Luminosa ainda passaria pelo Cantagalo, um trecho curioso pois vc atravessa a divisa de Minas com São Paulo diversas vezes em pouco espaço de tempo e kilometragem, nesse caminho novamente encontrei o caminhante Luis Mariano, tiramos foto, conversamos e segui caminho. Ainda nesse trecho encontrei uma fonte maravilhosa em uma capelinha bucólica, aproveitei para abastecer meu cantil, agradeci a Deus pela Água e segui caminho até chegar ao Cantagalo, após vencer mais uma serra poderosa e cansativa. Durante essa subida, passaram por mim a milhão uns bikers, uns 6 se bem me lembro. Pararam, me cumprimentaram, me ofereceram ajuda caso precisasse, inclusive eles tinham carro de apoio e deixaram a minha disposição, agradeci, fiquei feliz por isso e desejei-lhes boa peregrinação, eles seguiram em frente e La fui eu em meu bom e velho ritmo de tartaruga, devagar chego La. Ao chegar no Cantagalo, foi como se estivesse em casa, embora fosse um trecho paulista, me senti como se estivesse em Piranguçu, vizinha de Itajubá, inclusive parei em um barzinho para carimbar a credencial e o seu Frederico me contou que vem sempre a Itajubá no dia 15 de Agosto para a festa de Nossa Senhora da Piedade, muito bacana. Comi 2 pasteis, uma coca, e segui novamente caminho, pois ainda precisava chegar em Luminosa. Era por volta de 18 horas quando avistei pela primeira vez a bucólica Luminosa, não pude esconder a emoção e novamente chorei sozinho, pois a muito sonhara em ter essa vista ao vivo, e consegui, com minhas próprias pernas. Desci a serra com cuidado, ao passar pela cidade encontrei os biker tomando uma breja geladíssima, mas não parei, ainda tinha que superar os primeiros 4 kilometros de serra e os primeiros 1100 metros de altitude até chegar na Dona Inês, e foi ai que o farol do Evandro novamente fez a diferença. Subir serra no escuro e meio tenso, você da de cara com a teia e aranha que elas tecem para pegar insetos, so que como La e no meio de um bananal, são aquelas aranhas caranguejeiras grandes, da um certo medo RS RS RS RS, você vai pedalando e com o farol pode ver elas correndo pela estrada afora. Foi nesse momento em que fiz uma de minhas melhores fotos do por do sol, foi lindo, assim como foi muito gostoso chegar ao sitio da Dona Inês onde pude conhecer mais 2 bikers que estavam fazendo o caminho da fé, Bartira Kamiya e o  https://www.facebook.com/duke.devespa - Duke Vespasiano. Já cheguei na hora do Jantar, nem esperei tomar banho e fui logo provar a comidinha gostosa e caseira da Dona Inês, para quem não sabe, ela é quase uma lenda entre o pessoal que faz o caminho da fé, e entre os bikers reunidos, muito papo rolou, foi bacana, aproveitei e tomei uma gelada também, em seguida me recolhi para um banho e repousar, pois no dia seguinte enfrentaria a famosa Serra da Luminosa.


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Itajuba MG
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Caminho da fé –8° dia Luminosa (pousada da Dona Inês) a Campos do Jordão.  29/07/2015 

JConfesso que esperava mais da subida da Luminosa, alias, ela é forte, ela é poderosa, são 1800 metros, mas acredito que depois de quase 10 serras, acabei me preparando para ela, e como optei por começar já na metade dela, na Dona Inês, não sofri tanto o impacto, mas nem por isso ela foi fácil, foi sim muito difícil, mas gostosa de superar, um desafio gostoso. Tomei um café da manhã bacana, sai quase que junto com o restante do pessoal, mas como falei, cada um no seu ritmo, por um bom tempo andei junto com o pessoal, mas aos poucos, cada um foi se distanciando e seguindo seu ritmo. O visual La de cima era maravilhoso, a vista fantástica, cadeias de montanhas lindas, um verde fenomenal. Você olhava La de cima e via tudo pequenino, eu pensava, estava tão perto de casa, mas o objetivo era Aparecida, então, vamos seguir em frente. Ao chegar a rodovia, deu uma pequena sensação de que tudo estava acabando, passei em frente a pousada Barão de Montês, mas tinha uma descidinha, e tava muito cansado, acabei descendo a serra e não parei La para carimbar, e assim o fiz até chegar a Campista. La embaixo, em um barzinho, comi alguma coisa, encontrei em seguida a Pousada da Dona Rose, e descobri que seu marido era meu conterrâneo, de Itajubá, acabei ficando uma meia hora La conversando, papeando, muito bom. Segui caminho, ainda tinha uma pequena serrinha até Campos do Jordão, não que fosse difícil, mas eu já estava meio sem forças, afinal era o oitavo dia de pedal seguido já. Quase ao chegar, o segundo problema, meu alforje como não tem uma estrutura interna rígida, acabou entrando entre as raias e rasgou um pedaço, fazendo um pequeno furo, entrou entre as raias, quase me derrubou. Parei, cortei uns galhos e montei uma estrutura, que acabou funcionando, assim segui rumo até a pousada sem maiores dificuldades. A pousada, muito bacana, fui recepcionado pelos amigos Edson e Marilda, gentis de mais, apreendi com a Marilda a preparar o Dtox, curti, vou acabar fazendo aqui para mim,rsrsrs, um aprendizado. Conheci também a Clara, uma cachorra linda e fofinha. Sai um pouco pela cidade a procura de um lugar barato para comer, uma tarefa difícil em uma cidade turística, mas encontrei um restaurante meia boca perto da rodoviária. Voltei a pousada, e fui dormir... estava cansado. Bartira e Duke também ficaram por La e combinamos de sairmos juntos no dia seguinte.


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João Frango Ver Drop Down
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar João Frango Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 06 Abr 2016 as 15:37
ClapClapClapClapClap
é assim que eu gosto, detalhes, muitos detalhes !!!!!
sem frescura, bateu um saudosismo danado aqui, que viagem, muito bom a forma que voce está relatando.

Quando fiz o C F eu não tive tempo de fazer o relato como gosto e fui adiando, adiando e acabei não fazendo, quando eu por em prática o meu Projeto de todos os ramais eu vou postar também, isso vem pra inspirar muita gente que acha que não da pra fazer ou não consegue, ta de parabéns Silvano, to de olho aqui no final da trip
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ultrapop Ver Drop Down
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Itajuba MG
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Caminho da fé –9° Campos do Jordão (Refugio dos Peregrinos) a Aparecida. 30/07/2015



Acordei cedo, tomei um café bacana em companhia do casal Edson e Mariana, além dos amigos Bartira e Duke, juntamente com a Clara. Fotos e mais fotos, arruma as coisas, prepara tudo, veste roupa, aquela rotina diária que estava fazendo todos os dias, e juntos, os 3 partimos em direção a Aparecida. Ainda na saída da cidade, no portal, pausa para fotos, em seguida descemos a serra pela rodovia até Pindamonhangaba, que delicia de serra, foram quase 30km de descidas com velocidade chegando a 57km de máxima, que delicia, a bike se comportando muito bem. Novamente, a diferença de aro fez a diferença, aliado a meu estado físico, nos últimos 20 kilometros deixei Bartira e Duke tomarem a frente e fui no meu ritmo, não havia como acompanha-los, embora ao era esse o objetivo, mas foi gostoso andar junto com eles por um bom tempo. Quase no final do caminho, justamente nesses últimos 20 kilometros o caminho sai da rodovia e entra por uma estradinha de terra, bem gostosinha, com varias arvores fazendo sombra, pelo menos nos primeiros 15km, ficando bem aberta nos últimos 5km, quando enfim cheguei a Aparecida. A sensação do dever cumprido. O objetivo verdadeiro eu já havia atingido na Serra dos Lima e na Serra do Laçador, mas chegar a Basilica foi muito gostoso também. Tirei fotos, agradeci a Nossa Senhora pela oportunidade, pelos amigos feitos pelo caminho, pelas pessoas que conheci, pelos momentos em que vivi. Me dirigi até a secretaria, entreguei minha credencial, e me deram em seguida o diploma, que lindo diploma, so a gente que fez o caminho da fé, sabe o valor dele, o quanto é difícil de consegui-lo, o quanto é sacrificante. Fui até a praça de alimentação comer algo, em seguida rumei para a rodoviária. Nunca pensei que ia andar de bike pela catedral, RS RS RS , mas La estava eu pedalando minha modesta bike. Chegando a rodoviária ainda pude novamente rever a Bartira e o Duke, ali, tomamos uma cerveja, batemos um papo, comemoramos a conquista e fiz companhia a eles até a chegada de seu Ônibus, já que eles era de São Paulo... a mim ainda restara aguardar mais duas horas para retornar a Itajubá. O que ficou dessa peregrinação foi as lembranças, as imagens gravadas na mente, além de uma sensação indescritível que vai ficar marcado na alma para sempre.


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Roberfc Ver Drop Down
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Cordeiropolis
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar Roberfc Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 06 Abr 2016 as 20:51
q topico legal heim...a turma da minha cidade vão encarar o caminho da fé em setembro,mas vão sair de aguas da prata...
Rober
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ss78 Ver Drop Down


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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar ss78 Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 08 Abr 2016 as 12:06
Cumprimentos pela viagem e o cuidado em detalhar para nós.
Inspirador!

E me faz pensar. SC merecia roteiros ciclísticos dessa natureza.
Seria um bônus ao passeio de introspecção a possibilidade do registro de passagem em pontos específicos, como esse sistema de carimbos.
Temos vários locais aprazíveis e de alta significação religiosa, com desafios naturais de toda ordem.

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João Frango Ver Drop Down
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar João Frango Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 10 Abr 2016 as 20:44
Originalmente postado por ss78 ss78 escreveu:

E me faz pensar. SC merecia roteiros ciclísticos dessa natureza.
Seria um bônus ao passeio de introspecção a possibilidade do registro de passagem em pontos específicos, como esse sistema de carimbos.

Temos vários locais aprazíveis e de alta significação religiosa, com desafios naturais de toda ordem.

Acho que em todo Brasil tem lugares onde poderia ser feito isto, falta vontade pras Secretarias de Turismo em geral, é uma pena.

dai de SC tem o Vale Europeu neste molde, logo que puder vou pedalar ai 
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ss78 Ver Drop Down


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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar ss78 Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 12 Abr 2016 as 22:24
Verdade. Hora de conversar não só com as secretarias de turismo, mas com as associações locais. Envolve hospedagem, refeições, eventuais lembranças (artesanato, bebidas típicas etc.).
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nelson_santanna Ver Drop Down
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar nelson_santanna Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 03 Mai 2016 as 21:14
Parabéns amigo, ótimo relato e muito bem detalhado com certeza servirá de inspiração e informação para muitos ciclistas peregrinos.



Abraço!!
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marcelorodrigo Ver Drop Down
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar marcelorodrigo Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 04 Mai 2016 as 13:00
Ainda falando em SC, nós temos vários circuitos de cicloturismo por aqui:

- Costa Verde e Mar - http://www.costaverdemar.com.br/
- Caminhos do Sertão - http://www.caminhosdosertao.com.br/
- Cicloturismo do Piraí - http://www.pedalajoinville.com/circuito-do-pirai
- Serra Catarinense
- e possivelmente alguns outros de tamanha importância que não devo lembrar agora ...

Extra-oficialmente já informo que em Joinville estão mapeando uma série de roteiros no caminho dos príncipes, pelas belezas do litoral e serra nordeste catarinense, em menos de 50km de linha reta de belas praias temos a Serra do Mar e seus encantos, vale a pena! Deve ficar pronto ainda em 2017 todo o mapeamento e material pra divulgação.

http://turismo.sc.gov.br/atividade/mountain-biking-cicloturismo/
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Wanderlei Andrade Ver Drop Down
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Pederneiras
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar Wanderlei Andrade Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 19 Mai 2016 as 10:54
Parabéns pela postagem.
Estamos programando o Caminho da Fé num grupo de 14 amigos, saindo de Águas da Prata no meio do mês de junho próximo. E pra constar, estamos usando o seu post para nosso planejamento.
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netsavio Ver Drop Down
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar netsavio Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 17 Jul 2016 as 21:33
Um dos melhores relatos que já li.

Fiz o caminho duas vezes, mas este seu relato quase supera minhas viagens.

Parabéns.

Sávio

Ps.: Plantou a vontade de fazer novamente... rssss...
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Fernando Videira Ver Drop Down


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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar Fernando Videira Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 22 Jul 2016 as 17:23
Parabéns pelo desafio comprido!
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fabioalmeida Ver Drop Down
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar fabioalmeida Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 21 Ago 2016 as 22:47
Muito bacana! Parabéns pela viagem! Eu as vezes também prefiro fazer sozinho, curtindo as companhias que aparecem.
Fábio Almeida
www.pedalnativo.com.br
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Marcelo1974 Ver Drop Down
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Muito bacana, Silvano! Detalhado e vivo!
 
Parabéns!
Off Road por natureza, diga não ás atividades indoor!
German A. Kilo 650b incoming...
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SRO Ver Drop Down


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Silvano.
Meu nome é Silvio.
Me identifico muito com a sua peregrinação, também sou devoto de nossa senhora, estarei fazendo o caminho a partiremos de Águas da Prata em 08/10/2016, estamos em dois(confirmados) e mais dois amigos a confirmar.
Parabéns pela forma simples que você resolveu a maioria dos problemas, espero que você se anime a continuar pedalando.
Nem iniciei este e estou já pensando em qual vai ser o próximo, esta semana, pedalando de Mogi das Cruzes até Luis Claudio (passeio bacana), descobri a Rota da Luz, ele parte de Mogi das Cruzes e vai até Aparecida, bem organizado e bacana, http://www.rotadaluzsp.com.br, acho que este vai ser o próximo.

Mais uma vez parabéns e saiba que posts como este, animam e muito a todos nos que estamos fora de forma, mas gostamos de pedalar.

Silvio


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Wanderlei Andrade Ver Drop Down
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Fizemos o Caminho da Fé em 11 amigos no mês de Junho deste ano.
Utilizamos estes seus relatos que foram muito úteis.
Pretendemos fazer novamente em janeiro de 2017, somente em 3 amigos.
Não temos a mesma propriedade de relatar o passeio como você fez.

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Wanderlei Andrade Ver Drop Down
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Pederneiras
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SSerra da Luminosa, em frente a pousada da D. Inês
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