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Audax 600km Floripa 2015 - Relato

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ivanrolim Ver Drop Down
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    Postado: 29 Mai 2015 as 21:54
Como não encontrei ainda um forum específico para viagens de aventura contra o tempo (Randonnée = Audax), resolvi poster meu relato, assim como meu nobre amigo Rafael Dias faz :) Espero o tópico estar no local correto, ou peço para que transfira por favor, obrigado :)

Postei para também reforçar que, seja em qualquer prova de longa distância pedalando, sempre 'algum problema' pode acontecer, como pneus furados (como já estamos carecas de saber), e até planilhas erradas/mal escritas pelo amigo ou organizador (tornando o ciclista, que não usar GPS, impossibilitado de completar o percurso).

Ciclismo: Relato AUDAX 600km de 2015 - "A Redenção"

https://www.facebook.comotes/ivan-lr/ciclismo-relato-audax-600km-de-2015-a-reden%C3%A7%C3%A3o/10206293956888352 - 27 de maio de 2015 às 12:19
https://www.facebook.comotes/ivan-lr/ciclismo-relato-audax-600km-de-2015-a-reden%C3%A7%C3%A3o/10206293956888352# -
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Inicio este relato com o título acima devido à luta constante que travei com meu corpo a respeito de situações não esperadas que me faziam desistir das provas Audax por exaustão ou problemas na bicicleta. Um rápido histórico: Em 2011, depois de tentar 3 audax 600 sem sucesso, finalmente terminaria o Audax 600 do Rio de Janeiro (na época tinha sido o primeiro a chegar) e iria para o Paris Brest Paris com o sonho de chegar também em ótimo tempo. Mas tudo sairia errado. Eu desisti no km 449, e, no restante do ano, ainda fiz um audax 200 no Rio, porém comecei a ter problemas no corpo (desde dores de cabeça e insuficiência ao respirar e tonturas até hérnias), e lutei pela recuperação. Em 2014, já em Floripa, inicio a série Audax, já falhando no Audax 200 Terra Asfalto. Tentaria a série inteira, até que, no Audax 600 em setembro, depois de 550km e pedalando de chinelos (pois preferi, e foi um dia chuvoso também), os dois pneus furaram, e mesmo colocando novas câmaras de ar, furavam logo em seguida (era um problema na fita do aro). Acabei desistindo.


Em 2015, resolvo tentar de novo a série, e cá estamos no Audax 600. Com quase 10kg a menos, e ainda com aquele entusiasmo da época dos grandes megariders, minha equipe, do Rio de Janeiro, seguindo a "coragem, força e determinação em cima de uma bike", inscrevo-me e fico na expectativa, até chegar o dia da entrega de kits e, horas depois, a largada.


Milton Della (organizador) e euMilton Della (organizador) e eu Às 3:20 do sábado, 23 de maio de 2015, acordei (dormi pouco mais de 4h), arrumei as coisas que já estavam separadas no chão (para rápida montagem) e às 3:40 já estava pedalando com minha Caloi Fitness (revisava pelo grande Cristiano Molinari, de Itapema-SC, de onde pus novos cambios, corrente, manoplas e esferas nos cubos), e fui rumo à largada, 8km de casa. Havia mais de 70 atletas. Ativei meu GPS, o Garmin 60csx cujos botões não mais funcionam (só o 'LIGAR'), assim, ele ia ficar registrando em modo dummy (zumbi). Ele estava marcando 12km, como não podia zerar, foi assim mesmo. E é data a largada!! Foi com muita expectativa! Não chovia, e não encontrei o seu Pereira, o 'Huli Huli'. Eleonésio ficou de pedalar ao meu lado pelo menos na ilha ainda (pois já iniciaríamos a prova dando a volta nela) mas eu estava na frente (na parada da ciclovia), na hora da segunda largada, pois passamos por uma grande avenida com sinais e tem que reagrupar ciclistas. Esta minha aventura escrita pode ser acompanhado no strava, caso queira comparar as distâncias e momentos que parei, aqui  https://www.strava.com/activities/311163545 - https://www.strava.com/activities/311163545


Até o PC1 (depois do km 33), minha velocidade foi a 25km/h ou nem isso. Tinha mais vento contra, e fiquei numa grande fila do PC, ficando 10min só na fila. Daí que nem quis esperar mais. Comi rapidamente um pedaço de melancia, e levei a banana no bolso, já pedalando de novo. Rapidamente filmei no celular e envio para as redes sociais via 3G (comecei a fazer isso desde o Audax 300 deste ano). E logo ao terminar de enviar, colocava de novo em modo avião, para economizar bateria.


Até o PC2 teve vento contra, ficando a 20km/h. Passei pela região da Lagoa da Conceição, sem sol, e já de dia. Subi as duas pirambeiras da Praia Mole, sem empurrar. Desci a mais de 80km/h, o que é raríssimo de acontecer hehe. E pedalei na reserva florestal, onde curto muito! Vi o Rodnei e muitos do grupo 'Do Atlântico ao Pacífico' nesses trechos.. Conheço alguns de lá. Acho maneiro o grupo, embora eu tenha tido desentendimentos com um dos líderes, ainda nos tempos de 2011. Faz parte, somos de carne e osso. Espero que ainda haja essa aproximação, eu gostaria de visitar alguns e falar dos planos de pedalar acima de 600km. Não preciso dizer aqui que já visitei Curitiba 3 vezes, e participei de 3 provas Audax lá. Ainda tenho planos de morar em Curitiba um dia.


Não parei para abastecer na ilha (não precisou) e não empurrei nas subidas (é bom frisar isso hehe, pq tem horas que não dava, como no Audax 400). No PC2 (Jurerê, km 90, no GPS marcando 102km), parei 10 minutos, e nada do Eleonésio. Vi que começava a me entusiasmar (uma forte energia me permeava) e continuei com uma boa média. Derrubo a lata de coca-cola antes de sair (grrrr!) mas deu para aproveitar 80%.


Na volta, pego a SC-401 e vejo muitos treinando thriatlon (naquela região, estavam pedalando com bike de thriatlon). Todos passaram de mim hehe. Algumas subidas (normal), um animal morto (blargh!) e entrei no bairro João Paulo. É estranho, mas essa volta da ilha foi muito rápida para minha memória. Não capturei a total essência da ilha, tipo 'que maneiraço esse trecho!'. Acho que estava querendo logo chegar na BR!


Em São José, antes de pegar a BR-101 em Direção a Palhoça e ficar na marginal até entrar em direção à Angelina, erro o caminho! Damn! Sempre ocorre isso ali em Coqueiros :/ É que tínhamos que ir ao lado da perimetral, em pista de paralelepípedo, daí dobrar a direita e passar em viadutos, mas acho que passei direto. Dai que já acrescentei uns KM a mais, mas consegui chegar na BR-101, pegando 2 subidas daquelas! (pirambeiras), que não pegaria se tivesse ido pelo caminho esperado. Muitos prédios, asfalto ruim, obras do lado direito, crianças brincando de pipa. E dobra aqui, dobra ali, segue a placa para BR-101, pronto. Agora seguir pela Marginal em direção a Palhoça.


Chego naquela imensa rodovia da SC-407. Logo no começo, 600m de distância subindo. Parece pouco, mas é um paredão. As subidas de lavrinhas, na Rodovia Presidente Dutra, era 100m ou um pouco mais de altura, sendo 2km de subida, assim, 45m é alguma coisa. Já eram 11h da manhã e o sol, que antes estava entre nuvens, aparecia para incomodar. Passo pela primeira exaustão nas subidas logo antes da entrada de Varginha, já com 210m de elevação. Ué, pq estaria cansado? Será que forcei na ilha? Só sei que fui no bagageiro (agora uso um Topeak Dynapack, recomendadíssimo, gostei muito, bem prático!!) e comi umas batatas fritas. Recuperei-me bem só com aquilo, e logo estava chegando no entroncamento onde tem um bar na esquina, onde tinha um PC secreto, e o Milton Della (organizador Audax) estava lá e alguns de speed. Ainda ia subir mais, até 250m, com alto visual, e depois desci a serra, enquanto descansava as pernas que ainda iriam sofrer muito, muito mais hehe. Três colegas de speed me acompanharam e no fim da descida, me deixaram para trás...


O PC3 seria em 'Sul do Rio', um bairro de Santo Amaro (pelo menos foi o que entendi). Era um PC virtual. Dos 9 Pcs da prova, 6 eram virtuais :/ . Nunca fui muito fã de virtual, até porque já em 2009 o nostálgico Audax Brasil, em SP, sempre tinha PCs reais (e o Rio e o Paraná passou a adotar também essa prática), mas tudo bem. Tivemos vale lanches (que dava direito a UM salgado  ou sanduiche, que não fosse 'muito grande' (para dar uma média de R$2,50). Foi pouco mas ajudou muito, e tivemos como guardar os comprovantes, pois, como não é Posto de Controle 'virtual', o controle é feito pelo comprovante de que consumiu ali. Fiquei uns 15min e fui. Detalhe que eu já vinha comprando sempre 2 garrafas (água e coca cola, ou água e hidrotônico), desde o PC 2 (em Jurerê).


Muitas subidas-tobogã ainda ali na BR-282, até sair na BR-101. Agora era ir em direção ao Morro dos Cavalos. Ali já estava marcando 185km. Achei massa o visual! Tinha uns morros grandes que se aproximavam, e ali era mão dupla (a rodovia ficava simples!) mas não chegamos até lá. Fizemos o retorno no viaduto 'Brito'. Parei 3 minutos, também teve o vale lanches (que ajudou muito!), tomei uma coca-cola lata, e alguns de speed e aro 29 que lá estavam há algum tempo, misteriosamente já queriam sair pq eu cheguei hehe, daí pensei: 'ah vou com eles logo'. Só que...começou o trecho de maior vento contra! E a bateria da camera digital tinha acabado!


Esse trecho da BR-101, até Itapema, foi sofrido! Pedalava a 16km/h na reta, e 25km/h na descida, e isso sem parar de pedalar e abaixado/encurvado no guidão! Meus companheiros logo sumiram no horizonte. De 10 a 10km em média, algum estava com pneu furado no acostamento. Eu falava: 'está tudo bem aí'?? E praticamente todos diziam 'sim' ou só sorriam. 

O tempo passava...o sol parou de queimar porque o vento contra forte esfriava, mas sabemos que a radiação não dá tregua mesmo assim. Não havia passado protetor, mas estava com manguitos, e com a cabeça mais baixa. O sol não me pegava. E 1 hora passa... Paro para substituir a pilha do GPS.... daí sinto cansaço, como mais batatas fritas. Nisso, 'saída 206' para Floripa! (ainda!?) Faltava mais de 100km para o PC4 (que ficava na Penha), km 335 ou mais.


Na região de Porto Belo, paro para descansar no posto de combustível. Estava com aquela sensação de 'exausto' e lembrei que era por falta de sal. Compro um Ruffles, uma garrafa de água e outra de coca-cola 600ml. Daí que não sei exatamente o que fiz (acho que mexi no passador de marcha do pedivela muito forte), a corrente caiu entre a coroa do meio e a menor, ao sair do posto pedalando devagar. Chegou a travar tudo! Se eu forçasse o pedal, quebraria! Fiquei 10minutos com pinças tentando tirar a corrente. Ela não saia de jeito nenhum e feri parte de meu dedo. Ufa, consegui tirar um elo. Ok, tirei o outro. Ela estava como uma cobra enrolada, e eu ia socando para tirar elo por elo dali de dentro (eu não desmontei a corrente, e sim desprendia os elos que ficaram travados). Como os elos são articulados, eu forçava para a esquerda e direita, e ia afrouxando a pressão das coroas. E foi! Ufa!


Nisso, senti esfriar as pernas e foi dificil manter a média. Se ja estava 18km/h com vento contra, agora mal ficava 16. O tempo passou e ficou naquela repetição de hamster: passei Itapema, passei o túnel, depois Balneário Camboriú....e anoiteceu! Eu acho maneiro aquela região à noite hehe. Clima de Need for Speed, e prédios ao fundo são iluminados. Consigo alcançar uns 5, alguns de speed e um ou dois de aro 29, mas começo a sentir a bicicleta escorregando. Ah não, furo de pneu! E com MR TUFFY! Isso mesmo! Acredito que foi uma dessas quicadas de pedrinhas, pq, minutos antes, o pneu de trás quicou para cima naquele 'tump' que você fala (eita, furou). Parei numa das ruas paralelas, no estacionamento de uma pizzaria, e troquei a câmara. Em 10 minutos já estava na estrada. Já não tinha mais água, só um pouco de coca-cola.


Não paro no SOS usuário (onde tinha café). Poderia ter feito isso para recarregar a água, pois depois de Itajaí, comecei a sentir sede intensa. Passei a grande ponte pela 'canaleta' (um espaço pequeno onde só passa bikes e pedestres) perto do viaduto que vai para Blumenau ou Navegantes. A lua estava irada, com Saturno e Vênus à vista. Ela 'sorria' (lua minguante), pois os dois outros planetas pareciam olhos perto dela. Embora cansado, e compenetrado na prova, eu filmava, curtia o momento, respirar o ar puro, e via as estrelas, tudo isso pedalando.


Ufa, cheguei na entrada de Penha, km 323. Eram 20:45 da noite, e foi um dos momentos mais críticos, porque fiquei fraco, e tive que sentar na grama, ali ainda na alça (pista que ainda está 'dobrando' da BR-101, para virar a Rod. Beto Carrero World. Será que era meu corpo pedindo para parar? Será que eu desistiria? Dali eu via luzes amarelas da BR-101 ao longe. Raramente um carro passava, e nenhum ciclista. Fico ali uns 10 min, e pensei: 'hmm vou comer algo'. Comi uma barra de proteína, e um pouco de batata frita. A sede aumentou. Fiz alongamento. Melhorei! Montei na bike e continuei, naquele trecho super escuro, onde tem árvores iradas entre grandes faixas da pista. A lanterna estava ainda 'nova', pois a pilha durava até 6h no MIN (era a saudosa AURORA 900 lumens, que uso até hoje). Não sentia necessidade de por no MAX, só em descidas.


E chego na cidade! Aquelas incadeantes luzes do Beto Carrero, uma mistura de amarelo com branco marfim, e dava para vislumbrar a montanha russa. Rapidamente chego no PC5. Mas o 'clímax' da prova começaria ali. Primeiro de tudo, a planilha não estava fácil de entender. Os organizadores até avisaram no Briefing (Congresso Técnico) mas eu não pude ir. O Briefing é opcional, de qq forma. So sei que ao ler a planilha, tinha à direita (texto deitado): PC 5: Padaria Penha (km 334 ou algo assim). O problema é: NÃO EXISTIA este nome! A planilha queria dizer 'Padaria EM Penha' mas não ficou claro. Fiquei mais de 10min procurando nos postos onde ficava a 'padaria penha', e arrisquei filmar uma padaria que tinha sido o mesmo PC do audax 400 (e era!!). Pois ela, na verdade, não tem nome! E lá vou eu para a BR-101.


Agora começou o meu sofrimento na prova. Pedalei mais de 5km, passando da entrada de Balneário Piçarras, para pegar a Br-101, como foi o Audax 600 do ano passado, achando que o hotel era na BR. Não era! Tive que voltar, e daí peguei Piçarras, na Av. Nereu Ramos. Ok. Vejo a planilha: 'seguir STRAIGHT, e na distância à esquerda, tinha 5.5km'. Beleza! Olhei de novo: 'seguir pela Itajubá, 6.7km'. Beleza! Nesse trecho, até curti ,pois luzes dos postes estavam bem fortes, e a praia à direita, a menos de um quarteirão! Sentia o cheiro e o vento do mar. E coincidentemente ouvia Dire Straits! 


Bom, acabei caindo na BR-101, so que mais longe. Daí tinha na planilha: 'Dobrar na Rua Mafalda Antenucci', e 1km depois, chega ao hotel Turismar. Rapaz!!!! Essa parte foi a mais sinistra da prova! NÃO EXISTIA O HOTEL TURISMAR nessa região! Fiquei rodando por mais de 25km, indo e voltando pela Av Itajubá (e numa das vezes, perguntei a um grupo de adolescentes sobre o hotel, e perguntaram se eu era maluco de pedalar a tal hora da noite, e onde estava meus pais hehe), e depois pela marginal da BR-101, entrando e saindo da tal Mafalta Antenucci, em uma espécie de avenida beira-mar escura, com gente bem estranha sentada, inclusive. Estava para bater de casa em casa perguntando se ali era um hotel e se ciclistas passaram ali. Olhei as horas, era quase 11:30 da noite. Só me restou ligar para a organização. Só que eu não encontrava os telefones! Tive que usar o recurso da internet para ir atrás de informações, e de pedir auxílio, até que me falaram que o hotel estaria NO COMEÇO da Nereu Ramos e eu teria que pedalar mais 12km! Já que qualquer coisa era melhor que ficar ali, arrisquei. Eu também poderia ter ficado na Nereu Ramos e esperado alguem aparecer, mas me veio aquilo na cabeça: 'muita gente deve estar dormindo, daí que terei que esperar horas e horas e ainda deixar de dormir!'.

(A planilha errada. Veja que ele não menciona a rua do hotel. Ele pede para seguir 5.5km, depois 6.7km, depois 1.1km e 1.0km)


Chego na Nereu Ramos, e fico arriscando nas ruas paralelas. E UUUUUUUFA encontro o dito hotel (PC 6). Tive uma conversa com alguns organizadores. a princípio nem queriam admitir o erro. Acharam que eu estava exagerando. Depois viram e se desculparam. Pedi que me dessem 2h a mais de crédito. Na teoria, eu de fato teria conseguido. Assim, poderia pedalar 42h e conseguiria o Brevet dos 600km. Mas para não arriscar usar até as 42h 'no talo', restou-me apertar o passo para chegar mais cedo mesmo assim.


Tomo uma sopa com pão. Alguns estavam ali na sala de refeição. Uma descendente alemã conversou comigo rapidamente. A luz do ambiente era branco-azulada, dava uma sensação estranha. Tomei banho frio (é bom frisar isto!!) pois geralmente quando tomo quente, os músculos 'relaxam demais' e fica a forte tentação de desistir. No quarto, havia mais duas pessoas, que já dormiam: 'Quem está aí'? , 'Eu, um que pode ser meio chato'. Hehe. Falei assim pq, de fato, chegar com eles dormindo e ligar a luz é algo desagradável (embora tenha ligado só a do banheiro). Durmo às 0:30.

Acordo com o alarme do celular às 3:30 da manhã. Na verdade, fiquei acordando umas 2 vezes, e foi melhor assim, pq não fiquei 'grogue'. A ideia é nunca dormir menos de 30min ou mais de 3h, sob risco de demorar para ficar desperto ou pior, ficar tão sonolento que o cara volta a dormir. Os caras acordaram também e falaram: 'ei, vamos também, é melhor né?'. Só que fui tomar café da manhã (misturando café com suco de frutas sem querer, achando que era leite hehe), ligo o GPS e zarpei na frente, pois eles ficavam ainda conversando no saguão.


Estranhamente, eu já estava bem disposto. O sono foi excelente e de boa pedida naquele momento. Voltei a ter médias acima de 24km/h. Curti muito mesmo a madrugada, que teve neblina. Passo regiões da BR-101 como a matriz (matrix?) da Havan, com aquela estátua da liberdade gigante deles. Ouvia sapos, pássaros, e barulho de árvores, isso ainda à noite, enquanto a estrada dava suas curvas. Passou 20km...Nada do Sinuelo (posto grande). Veio aquela sensação que o tempo nunca passa. Finalmente, o posto! Agora é seguir em frente um pouco e dobrar para a direita, direção Jaraguá. Tá, mas quanto tempo exatamente? Quantos km? Eu não sabia. Fui vendo as placas, e pareceu uma eternidade. Mais de 13km depois, quando a placa da rodovia estava marcando '58km' (ou menos, não lembro, e na planilha NÃO tinha essa informação tão preciosa), apareceram as saídas 58A e 58B. Entrei na 58A. Ops errei! Voltei 300m, entrei na 58B. Agora sim! Agora são mais 20km.


Nisso, detectei que as duas rodas da Caloi Fitness estavam bem folgados. O mecânico disse que é a adaptação das novas esferas e cones do cubo, e que tem que ir manualmente apertando mesmo até 'sentar' de vez. Mas acabei não fazendo isso, fui assim mesmo.


Aparece um grupo de 3 ciclistas de speed atrás de mim, aparentando musculosos (típico de competidor) e pensei: 'podia ao menos acompanhá-los', e fiz de tudo para pegar o vácuo. Até que durou uns 9km, e eles passaram de mim. Logo, pararam para 'retirar água do joelho' e passei de novo (lembrando que nunca fico com essa nóia de competir, eu pensava era em chegar logo no PC). Assim como na 101, naquela noite, forçava nas subidas, e não cansava, também porque eu não as via (só onde a lanterna tocava), o que psicologicamente ajudava hehe. Daí que a planilha não ajuda de novo! Avisou para entrar na SC-108, o que estava correto, só que NÃO HÁ PLACAS avisando! O que há é 'Rodovia/Caminho do Açúcar, direção Vila Nova', uma placa verde já na fábrica da Volkswagen. Como não vi 'Sc-108', passei direito, pedalando mais de 2km, e quando vi, já estava dentro de Jaraguá, vendo escolas, hospitais, semáforos... Bah! Voltei os 2km, perguntando a muitos na rodovia, e NINGUEM conhecia a SC-108. Só salvou quando um falou que é para dobrar na Volkswagen, daí vi que era a tal Rodovia do Açúcar. O interessante é que Eleonésio estava por perto! Eu poderia ter ido com ele! Mas não o vi. Parei no PC-7, ainda chateado, e filmei também o ocorrido, que a planilha não ajudou, e que, de fato, realmente eu estaria ali às 5h da manhã, e não ás 7:30. Esse tempo acabou sendo 'um presente' para eu treinar mais hehe.


Fico mais de 15min no PC, pois comprei Ruffles, mais coca-cola, hidrotônicos, e sentei numa dessas cadeiras brancas comuns onde o povo bebe uns Heinekens. O total de paradas (contando o sono e quando estava perdido) já passava de 6h e meia! Dali em diante, por persistência mesmo, só pararia duas vezes: no Pc em Balneário, e no Pc do posto Marquinhos, já perto de São José. 


Larguei do PC, e pego os 20km da BR280, onde teve vento lateral e estava com azia. Várias subidas e descidas, animais mortos na pista (fechava o nariz para não sentir o cheiro), e obras na pista. Na ida não tinha visto nada, pois era noite. Chego na BR-101. Essa parte foi excelente! A média até Itajaí ficou acima dos 26km/h, pois, em muitas retas, fiquei acima de 30km/h. Vi que o vento estava a favor, e que, putz, na ida esse mesmo vento era contra, e estava mais forte. O tempo passou sem eu perceber: 8, 9, 10h... um pouco de sono apareceu, mas falei: 'ah não, vou dormir só na chegada agora'. O que ajudou a permanecer acordado foi o mp3. Por curiosidade, eu ouvia B52 na hora. Lembrando que em muitas partes da viagem, só uso em um ouvido.


Cheguei em Itajaí, km 529, lembrando que no GPS marcava 581 (40km a mais, adicionado com 12km que já largou). O sol das 11h começou a incomodar muito! Comecei a molhar a cabeça mais vezes. Chego em Balneário Camboriú (PC 8) e já era meio dia. Comprei 1 litro de água fria e joguei na cabeça, costas e pernas. Um super alívio. Nisso, foi chegando mais ciclistas. Alguem 'assoprou' falando que eu era o quarto a chegar ali (que os três primeiros estavam em pelotão e já saíram). Eu pensei: 'bom, me sinto ok, vou tentar chegar lá', e saí do PC. Rumores também diziam que 'Amilcar desistiu'. Poxa, não é possível!! Foi o grande rapaz que foi o primeiro a chegar no Audax 400 e eu torcia por ele!


O sol piorou. A subida do morro do boi foi tensa! Subi a 9km/h e jogando água no rosto. Tinha um idoso no meio da subida com uma Barra Forte vendendo.... algodão doce! Pedi licença, ele falou: 'ei piá, tem vários'. Eu falei 'só pode estar brincando, estou no meio de um Audax, não posso, desculpe'. A descida foi gratificante, mas como sempre, muitos buracos no acostamento. Tive que usar parte da faixa de rolamento. E como sempre, procuro descer com segurança, assim, mal cheguei nos 55km/h. Tinha dois de speed que sumiram de vista.


Pronto! Estava em Itapema, menos de 60km para chegar no PC 9 (e mais 25km para o PC final). Eu tinha 9 horas para terminar da prova com sucesso. Mas ainda não comemorei, e eu não queria chegar em cima do tempo limite. Fui mantendo 24km/h de média nessa região. E eis que fica nublado! Não teve sol até o fim da prova, excelente! Mas começou a chover antes da cidade de Governador Celso Ramos. Chuva moderada a forte! Ali, já comemorava o km 600! O 'seiscentenário!' Não protegi o GPS (que já tinha sido avariado) mas milagrosamente não danificou pela água. Recuperei as energias (lembrando que a chuva é como tônico para mim) e fui deixando o tempo passar, porque foram mais de 1h e meia nos sobes e desces leves da BR-101 até São José. Em Biguaçú, algumas subidas mais fortes. Não via nenhum ciclista. 


Paro no PC 9 e fico menos de 5minutos. Estava calmo, um pouco sonolento, e sabia que agora ia pegar subidas grandes (de até 20m de altitude) nas ruas de São José. Mesmo com mais de 630km nas costas, não empurrei em um só momento! Passo todas as ciclovias da Av. Beira Mar Sul. Passo o monumento que divide São José de Florianópolis, e continuo na ciclovia do bairro Coqueiros. E chega o grande momento. Admito que dá uma grande emoção sim :) Avisto a ponte de Floripa, e ali já me sentia em casa. As ciclofaixas estavam liberadas para ciclistas até 17h (já era quase essa hora).  Atravesso a ponte. Ecos de carros acima de mim, e aquele tempo nublado, mas chovia fraco. Chego na Beira-mar Norte. Últimos 8km. Costumo ainda correr muito pela beira-mar, e fiquei me vendo correndo às 6 da manhã ali. 'Olha lá o Ragazzo!', 'Ah, o Koxixo!'  Peguei a passarela do CIC. Últimos metros! E bem comportado, na ciclovia. Não havia usado casaco durante nenhum momento, embora tivesse levado. Passei o sinal, e avisto a reta final. Pessoas aglomeradas batiam palmas para mim. Volta a chover. Dobro para a direita e depois direita de novo. Acabou! Acabou o Audax 600! Termino com sucesso a primeira prova Audax 600 desde 2011, e agora sou Super Randonneur!  Cheguei ás 16h30, mas considerei que cheguei 14:30 devido ao tempo extra. Considerando esse extra, de forma legítima, eu fui o primeiro e chegar. Considerando o 'hard mode', pedalei o total de 646km e ainda fui o quarto a chegar.


Entrego o passaporte. Momentos de tensão (já que são muitos papeis que tinha que entregar, para comprovar que passou nos Pcs corretos). Tudo ok! Recebo a medalha e o certificado! Eu estava elétrico, como quem ainda queria ir a um shopping. Conversei com muitos, falei com os organizadores, até comi um pouco do excelente churrasco de linguiça com pão (tá, não é lá saudável, mas ali o corpo agradece por qualquer proteína quentinha e a recepção da equipe Audax!) Meu celular acaba a bateria (e por isso não ligo para os megariders nem para os amigos, agradecendo pela torcida e dando as notícias). Fui falar com minha família só ao chegar em casa.


Como curiosidade, passo o resto do domingo bem, lendo e ficando no computador, organizando afazeres para o trabalho segunda-feira. Durmo 22, acordando 6:30. Segunda, terça e quarta foram dias de recuperação, onde as pernas ainda doíam um pouco. Mas ainda fiz tudo a pé (já que não tenho carro). Subi escadas e tudo. Só não posso correr ainda hehe. A Caloi Fitness ficou guardada na sala do apartamento, subi com ela do jeito que ela estava. Depois ela merecerá uma geral.


Agradeço a atenção e a compreensão dos organizadores, e faço a recomendação de que a planilha impressa seja como antes (modelo anterior), onde se tinha a informação do KM da rodovia para poder entrar em outras pistas ou o local exato do PC, colocando a informação junto com a rota digitada, pois quando 'passamos o olho' no texto, a gente vai vendo a distancia ser aumentada (40, 50, 80, 110), procurando o KM onde é o PC, ali mesmo no texto, de forma fácil e direta. Eu reforço que esse método da planilha impressa SALVA O AUDAX e até VIDAS (porque te evita de entrar em locais perigosos, por exemplo), e que eu uso esse método desde 2009, no Audax Brasil e Audax Rio. Não é porque agora todos usem GPS que não devamos ter planilhas impressas mais detalhadas e verificadas, evitando erros que possam causar DNF (Does Not Finished).  Devemos sempre desconfiar do nosso GPS, um dia ele pode falhar, no momento que mais se precisa, como ocorreu comigo! E temos SEMPRE que, de posse da planilha impressa, fazer o batimento com os mapas do site e GPS, pois errar é humano, é compreensível!


Parabéns a quem completou e mesmo os que não completaram! Só em aceitar este desafio já é tudo! Como diz Amyr Klink: 'Pior que não terminar uma viagem é nunca partir'!! Lembrando que já desisti de várias provas Audax 600 e nem por isso desisti de tentar.


Abraços a todos! Agradeço por quem leu, curtiu e pôde viver comigo o meu relato, e que este seja de alguma valia para quem for pedalar o Audax (também chamado de Randonneé). 


E que venha o Paris Brest Paris? Não sei ainda, irei confirmar a possibilidade!


Ivan Rolim

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bcgfg Ver Drop Down


Cadastrado em: 23 Nov 2012
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar bcgfg Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 30 Mai 2015 as 08:01
Parabéns por ter completado.

O tópico sobre Audax mais movimentado é esse aqui:
http://www.pedal.com.br/forum/topico-fixo-para-audax_topic59128_page46.html
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ivanrolim Ver Drop Down
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Cadastrado em: 24 Dez 2005
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar ivanrolim Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 30 Mai 2015 as 09:51
Originalmente postado por bcgfg bcgfg escreveu:

Parabéns por ter completado.
O tópico sobre Audax mais movimentado é esse aqui:
http://www.pedal.com.br/forum/topico-fixo-para-audax_topic59128_page46.html
Opa obrigado :)

Bem que poderia ter um subfórum, na lista geral de fórums, com o título Randonneé/Audax. Embora não deixe de ter o lado cicloturista, nessas provas temos limite de tempo, e a coisa fica mais sinistra hehe.
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ircalf Ver Drop Down
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar ircalf Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 01 Jun 2015 as 07:06
Bacana o relato. Parabéns, super randonneur.
Acho que na estrutura atual do fórum, aqui é o lugar mais correto pra falar sobre audax.
E a SC-108 é a rodovia do arroz, não do açucar LOL
Tiago
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Rodrigo_V_U Ver Drop Down
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar Rodrigo_V_U Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 07 Jun 2015 as 21:06
parabens pelo texto!!!!!!!

e pela prova!
Rodrigo
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Andnun Ver Drop Down
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Cadastrado em: 23 Fev 2010
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar Andnun Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 09 Jun 2015 as 15:32
Parabéns Ivan é uma luta completar 600 Km mas você é um dos caras mais determinados que já vi pedalando. Saudades das provas do Audax. Estarei de volta em 2016. Abraços.
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Bruno D.K. Ver Drop Down
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Cadastrado em: 07 Fev 2008
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar Bruno D.K. Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 12 Jul 2015 as 23:08
Só agora vi esse relato, incrivel, em algumas partes me vi pedalando nele, mesmo tendo apenas feito o 'simples' Audax de 200km. Parabéns pela determinação!

Já tentei o Audax Floripa 200km três vezes, na primeira vez em 2011 tive um tombo grave treinando uma semana antes do brevet, me recuperei o maximo possivel durante uma semana, mas não consegui completar, parando nos 100km com fortes dores no joelho devido a queda. Na segunda vez em 2012 consegui completar com muito esforço e depois do susto de um pneu estourado aos 95km, fiz um enxerto provisório no pneu e usei camera com metade da pressão normal, o que prejudicou muito a velocidade média, mas ainda assim consegui completar dentro do tempo. Em 2013 fui pela terceira vez sendo a primeira de bike speed, acabei desistindo pelo cansaço na região do costão do santinho (depois de 130km), culpa minha por não ter treinado o suficiente antes do brevet.

Nos ultimos dois anos não tentei mais, pois devido à correria trabalho e faculdade tenho andado menos de bicicleta. Pretendo voltar em 2016 e tentar o restante da série, indo além dos 200.

Como nota vi que citou revisão da bike pelo Cristiano Molinari, infelizmente ele morreu na sexta-feira da semana passada devido a complicações de um infarto sofrido no fim de junho. Eu era amigo virtual dele. Muito triste pois só tinha 30 anos e era ciclista ativo, mostra que mesmo pessoas fisicamente preparadas não estão livres desse mal de saúde, precisamos estar sempre alertas com nosso corpo...
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ivanrolim Ver Drop Down
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Cadastrado em: 24 Dez 2005
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar ivanrolim Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 13 Jul 2015 as 08:29
Originalmente postado por Bruno D.K. Bruno D.K. escreveu:

Só agora vi esse relato, incrivel, em algumas partes me vi pedalando nele, mesmo tendo apenas feito o 'simples' Audax de 200km. Parabéns pela determinação!
Valeu, grande rpz ;) Pedalar tem sido a alavanca mestra de tudo por aqui :) Mas ainda curto correr até 14km. É engraçado você ter vários amigos no estrava, onde todos pedalam e só você fica com aquele ícone do tênis hehe Big smile

Originalmente postado por Bruno D.K. Bruno D.K. escreveu:

Já tentei o Audax Floripa 200km três vezes, na primeira vez em 2011 tive um tombo grave treinando uma semana antes do brevet, me recuperei o maximo possivel durante uma semana
Eu cá tive minhas histórias, dignas de livro até (já pedalei mais de 100 viagens acima de 150km, tudo começou em 2005, quando fui do Rio a Petrópolis, ida e volta, com 3 amigos), e ao contrário do que o povo fala, não é tão inseguro pedalar nas estradas afora. Tem o fator segurança, claro, e você já saber como 'funciona' a estrada. Mas já tive uma queda grave (no sentido de cair para o meio da pista, bem na faixa amarela pintada central), na descida da serra do mar, ao sair de Curitiba, no Audax 600 (Azax 600) de 2010. Ao me levantar e sair, passou um caminhão a mil! Filmei a prova até a desistência no km 300 e está no youtube (é so procurar Megariders Audax 600 Paraná). Ainda cheguei dentro do tempo, mas estava com o joelho enfaixado pelo organizador desde o km 80, e sangrava, inflamando ainda mais. Daí as lanternas começaram a falhar (chovia direto, embora chuva fraca).

Te falo para não desistir de pedalar, ainda mais por aqui em Floripa, que sempre é de alto visual e achei as estradas mais tranquilas (é 'alto' também de morrinhos hehe, mas são poucos) e vez ou outra a gente vê pistas onde estão treinando thriathlon!

Eu nunca fui bem de speed. Já desisti de vários Audax devido a eles. Voltei à MTB (uma caloi aluminum de 2001) e mesmo às Híbridas (uma caloi fitness de 2006, q custou R$900 na época e viva até hoje) e termino bem melhor! No Audax 400 Floripa desse ano, tive o segundo melhor tempo :) (lembrando que não faço audax para competir).

Originalmente postado por Bruno D.K. Bruno D.K. escreveu:

Como nota vi que citou revisão da bike pelo Cristiano Molinari, infelizmente ele morreu na sexta-feira da semana passada
Opa eu soube NA HORA (21/6) pois conversei com ele 3 dias antes no facebook e no whats app!! DeadCryCry Ele queria vir a Floripa dar a volta à ilha! Cry Conheço a mãe dele pessoalmente, a família ficou em orações, e eles moravam numa casa alugada de Itapema, de onde Cristiano era o que mais mantinha. Ele dizia no facebook que 'estava cansado do trabalho, que era bom que eles os despedissem logo, pq nao aguentava o estresse'. Na semana anterior, houve um pequeno acidente na empresa dele, onde um colega caiu de uma máquina. Eu falei: 'Cristiano, calma rpz, espere alguns dias'. E eu observei também que nos últimos dias ele estava dormindo mal e se alimentando mal (já o vi comendo salgados, e ele parecia gostar de carne vermelha). Ele se queixava da 'barriguinha'. E ele me parece não ter hábito de fazer check-up anual de saúde. E não sei ainda se há história hereditária, depois posso perguntar isso aos pais dele. Rpz, é complicado, senti o problema dele na pele, e eu moro a 65km de lá, eu estava para ir pedalando até o Hospital em BC!

No dia 1 de julho, a enfermeira disse que ele estava estável, mas 'com apenas 60% da potência de oxigênio' (coração parcialmente danificado devido ao infarto forte), e isso depois de vários cateterismos e até angioplastia (havia muita gordura nas artérias!) e como ele ficou sedado muito tempo, queriam acordá-lo para evitar infecções, mas ele ficava muito agitado, com dores fortes, e logo colocavam sedativo de novo. Até que foi piorando, teve infecção pulmonar em em poucas horas, aquela máquina que mede os batimentos foi afinando as ondas até....... (nem quero pensar).

Eu não 'vou malhar' o SUS mas acredito que se tivesse ido a um INCOR da vida, poderia estar vivo. Mas falaram que o infarto foi mesmo forte, e que tiveram que, às pressas, sedá-lo, para que usasse menos oxigênio, ainda na ambulância.  Mais de 300 amigos do facebook souberam do caso e virou repercussão em todos os meus conhecidos. Sábado agora foi a missa de sétimo dia, e eu mencionei o nome dele aqui na paróquia de Floripa. Ainda visitarei os pais dele. Bom, não quero mais sobre isso :/ Mas é exatamente o que disse, mesmo com saúde, qualquer 'deslize' (como aumentar o consumo de carne vermelha, ter histórico familiar, não dormir bem, e querer pegar vários trabalhos que você não gosta, ao mesmo tempo, para 'ganhar mais') pode ser fatal. Sempre tive receio de ter algo no coração, é um órgão mais do que vital Cry Abrs, rpz, fiquemos com o grande Deus e com saúde!
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ivanrolim Ver Drop Down
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Cadastrado em: 24 Dez 2005
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Opções da Mensagem Opções da Mensagem   Agradecimentos (0) Agradecimentos(0)   Citar ivanrolim Citar  ResponderResponder Link direto para este Post Postado: 13 Jul 2015 as 08:35
Só corrigindo, pq notei que de uns tempos para cá, o site Pedal não deixa mais editar os posts (talvez só depois de tantos pontos e participação, não sei - embora seja desde DEZ/2005, veja na assinatura hehe).

- É STRAVA, não 'estrava'.
- Eu devo ir ao PBP (Paris Brest Paris), que é o 'Audax' 1220km, e devo ir com a Caloi Fitness que Cristiano revisou! Para mim, agora, essa bike se tornou inestimável.
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